*** Revista AMOR PLATÔNICO *** BLOCO Nº 02 ***

 

 

"Portal CEN   *** Revista "Amor Platônico" - Editor: Carlos Leite Ribeiro ***  Divulgação para todo o mundo Lusófono *** Carlos Leite Ribeiro ***

 

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REVISTA AMOR PLATÔNICO

 

 

BLOCO Nº 02

 

Edição de Carlos Leite Ribeiro

 

Arte Final: Iara Melo

 

2º Bloco (vários Autores)

 

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AMOR PLATÔNICO

“Quando a professora fez o teste com os alunos, não sabia que a sua vida ia mudar...”  Ana Júlia Palmer.
   Assim que a aula começou, após os cumprimentos, anunciei:
-  Hoje faremos um teste. Darei o primeiro tempo da aula para vocês responderem as perguntas. No segundo tempo irei corrigir para dar o resultado ao final da aula de hoje.
- Guardem seus materiais.Deixem somente caneta, lápis e borracha sobre a carteira!
  Daí em diante foi uma grande movimentação na sala de aula, com algumas conversas, risos, e carteiras sendo arrastada pelos alunos sempre para o final da sala.Quando todos estavam acomodados, pedi silêncio para distribuir as questões.
   Assim que todos já estavam escrevendo e o silêncio era notório, comecei a andar pela sala de aula, entre as carteiras, observando o desenvolvimento das questões pelos meus alunos. Alguns me faziam perguntas, que eu não podia responder, é claro, e a outros que já estavam desenvolvendo as questões na direção certa da resposta, eu balançava a cabeça afirmativamente, para os mais inseguros na disciplina, discretamente, e continuava andando entre as alas de carteiras.
   As aulas já haviam começado a uns três meses, mais ou menos. Eu já conhecia
a fisionomia de cada aluno e havia decorado o nome da maioria.
   Num desses passeios pela sala, um aluno me chamou e fez-me uma pergunta pertinente ao teste. Antes de responder-lhe, observei:
 - Que letra bonita! Ele baixou a cabeça, sorriu e disse acanhado: Que nada, professora!
    A letra dele era linda demais! Parecia que ele desenhava uma a uma, e todas perfeitamente ligadas uma nas outras. A caligrafia parecia de um escrivão de cartório.
    Passado o acanhamento, ele levantou a cabeça e olhou dentro dos meus olhos.Sua face bem clara enrubesceu com o elogio. E nesse instante pude ver a beleza dos seus lindos olhos pretos! Que em seguida baixou de novo a cabeça e continuou escrevendo na folha do teste.
   Neste instante, senti uma forte pulsação em meu peito. O meu coração disparou. O meu corpo inteiro parecia estremecido com a profundeza daquele olhar!...Então saí de perto dele e continuei minha caminhada pela sala de aula, cabisbaixa, direto para minha cadeira de mestra, diante dos alunos. Tentei não olhar mais para aquele aluno...
   O tempo do teste terminou. Recolhi o material e todos foram para o recreio. E enquanto isso, eu tentava esquecer a magia daquele olhar profundo. O seu rosto era lindo, os seus cabelos pretos e ondulados, detalhes que eu nunca havia notado antes, desde o início das aulas.
   Corrigi todos os testes, que era de apenas cinco questões e entreguei-os aos alunos no último tempo de aula, conforme havia prometido. E o aluno além de bonito, era inteligente também. Tirou a nota máxima: 10 (dez).
   Quando a aula terminou, despedi-me dos meus alunos e permaneci sozinha um pouquinho mais na sala, para me refazer. Naquela noite algo espetacular me atingiu como uma flecha. Além do mais, estava com um grande sentimento de culpa, pois eu era casada e tinha filhos. Daí em diante tudo foi mágico. Eu percebia que ele me olhava muito. Às vezes, ele vinha até à minha mesa para fazer-me perguntas. E se encantava com as minhas respostas, principalmente sobre as experiências da profissão na qual ele também se formaria. Comecei a fugir do seu olhar, pois me sentia muito envergonhada.
   Daí para frente foi muito difícil. Quando ele entrava em sala de aula, meu coração disparava, e se ele não viesse, tudo parecia diferente, mas eu me esforçava para trabalhar normalmente. Passei o ano todo carregando aquele fardo, de um amor platônico. Sentindo tudo o que amor pode fazer: Uma arruaça no coração.
    No ano seguinte, novamente professora da mesma turma. Agora no terceiro ano, comecei a observar que ele sentia ciúmes de mim, quando me dirigia a outros alunos. Ele sempre arranjava um jeito de vir até à minha mesa, para dizer-me alguma coisa. Numa certa noite, nossa aula transcorreu normalmente, e ao final, comecei a dispensar os alunos de grupos em grupos, para casa assim que o sinal de saída tocou. E ele ficou me esperando na porta e me perguntou: Está indo agora, professora? Eu disse, sim, só irei deixar o material na secretaria. E logo em seguida saímos, em silêncio.
    Enquanto andávamos, sob uma noite linda de luar, paramos perto da pracinha. Ele me perguntou no caminho como eu ia. Disse-lhe que estava bem, mas, que eu tinha algo me incomodando muito, que encheu o meu coração, e quase me sucumbia. Que talvez ele já tenha percebido alguma coisa diferente entre eu e ele... Neste instante, os meus olhos se encheram de lágrimas. Antes que ele me respondesse, e antes que eu perdesse a coragem, disse-lhe: Estou amando você e não sei como me livrar do sentimento! Sem dizer-me uma só palavra, me tomou em seus braços e beijou a minha face. Despediu-se emocionado e me disse: Muito obrigado. Eu não mereço um sentimento assim. E afastou-se rápidamente. Fui embora com o rosto em brasas e pisando nas nuvens, com tudo o que havia acontecido.
    Dois dias depois foi a nossa aula novamente. Evitei o seu olhar. E trabalhei normalmente. Afinal eu havia dividido com ele minha aflição. Ao final da aula, ele foi até à minha mesa e entregou-me uma carta, escrita em uma folha de caderno, que li somente quando saí de sala, andando pelo caminho. Meu coração em disparada acompanhava os meus passos, rápidos. E estava escrito assim, na carta:
 
      “Querida Professora”,
        
       Não estou à altura de um sentimento de amor, tão grande e nobre, assim. Poderia dizer-lhe muitas palavras e verdadeiras, mas elas me fogem agora, porque a essência das coisas do sentimento é invisível aos olhos da face. Só com os olhos do coração cheio de amor, pode-se ver bem. E o sentimento de amor de um ser humano por outro, é a mais sublime inspiração, no íntimo de cada um. Perdoe-me. Eu também amo alguém...
   
                                            Do seu aluno  Adams.”
 
   Fiquei pensando naquelas palavras e pensei se realmente deveria ter confessado aquele amor... Mas, não estava arrependida. Fora melhor assim...
   Na tarde seguinte, vi um casal na mesma pracinha. Era ele e a namorada. Senti um ciúme bárbaro e fui muito triste para casa.
   Algum tempo depois, ele me convidou para a cerimônia do seu casamento. Foi muito difícil, mas, eu assisti.Quando voltei para casa, atirei-me na cama vestida como estava, e chorei a noite toda!
    Desiludida, eu fui aos poucos tirando do coração aquele sentimento. Com o tempo, este passado ficou longe, virou uma saudade. Continuamos sendo bons amigos.  E eu levando minha vida de professora.
 
Ana Júlia Palmer
 
Rio de Janeiro, 12 de Fevereiro de 2009.


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ROSA COM AROMA  DE PAIXÃO - Alba Albarello
 
Quando escorrer uma lágrima de seus olhos, nunca diga que chorou, diga sempre que o sonho acabou.
Fazendo uma análise do que passou, pensei com os meus botões – puxa vida – daqui para adiante, eu preciso resolver meu coração, e de que maneira:
Veio a minha frente a seguinte pergunta:
Viver e por que não deixar rolar os sentimentos. No meu ponto de vista o que torna um sonho impossível é o medo de fracassar.
Pois não vou fracassar vou é enfrentar.
Assim passou-se o tempo e não estava muito interessada nas fontes emotivas do coração, eu queria viajar  dançar, passear, ler e escrever e o meu maior prazer, além de tudo isto, as minhas amizades.
Mais adiante, numa data especial 12 de outubro de um ano qualquer, me foram entregue um ramalhete de rosas vermelhas e um cartão com o desenho de uma “pombinha”, contendo os  dizeres  que era o” pássaro do amor”.
Mais tarde conheci quem foi o autor do ramalhete de rosas, mas ficou na recordação.
Passaram-se uns dias fui à ótica consertar os meus óculos e nesta loja estava no balcão um senhor procurando comprar um par de óculos de lentes e não  resolvia o que queria, lá pelas tantas, virou-se para mim e perguntou me ajuda escolher, hoje estou sem saber qual, com tantos modelos aqui a minha frente. Mostrei para ele três tipos de armações para os óculos e a minha sugestão do  modelo mais apropriado para sua escolha.. Gostou de  um deles e solicitou que colocassem as lentes, tudo bem,  agradeceu e foi embora.
Também partiu como um raio no ar  e ficou no meu pensamento:
Eles  passaram, aproximaram um pouco da gente, deixando um pouco de si.
 
Alba Albarello

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Sôfrego amor platônico - Ana Teresinha Drumond Machado
 
Quem nunca experimentou a pureza de um amor platônico?
Ele nasce das imagens criadas e afloradas no início da adolescência e, indiscutivelmente, estabelece os primeiros passos na vida afetiva e/ou amorosa do jovem.
Décima primeira filha de pais conservadores, não é de se esperar outra educação: a de muita repressão, vigilância e controle. Faltavam adivinhar e seguir, mais que meus passos, meus pensamentos. Mas estes existiam e também fantasiavam amores impossíveis, cuja lembrança registrada, aqui, é a de um rapaz, alto, olhos claros, esguio que descia todas as tardes, então escondia atrás da janela para vê-lo descer do trabalho. Além da rigidez familiar, jamais teria a intrepidez de traduzir “uma paixão” por uma pessoa de tão mais idade que eu. Contentava-me, portanto, em olhar da fissura de uma janela de madeira as idas e vindas de um amor meramente platônico.
Um longínquo tempo deixou para trás lembranças da realidade infanto-juvenil, carimbadas de utopias que se esvaneceram e cederam lugar a um amor maduro e duradouro. O outro ficou nos sonhos de um coraçãozinho sonhador, este permanece com maturidade apaixonada - 34 anos bem vividos até hoje, construídos com respeito, amizade e compreensão. 
Nesta data dos namorados, agradeço aos Santos Casamenteiros Valentim e Antônio, de Portugal e do Brasil respectivamente (14 de fevereiro em Portugal/ 12 de junho no Brasil) por escutarem minha súplica e reservarem a mim o tempo de um amor verdadeiro cuja felicidade não se prende a vendavais platônicos.
Há o tempo da germinação e da colheita, ambos incomparáveis, todavia em se tratando de amor, eu faria minhas as palavras de um dos mestres da literatura brasileira: "Há vários motivos para não se amar uma pessoa e, um só, para amá-la."
(Carlos Drummond de Andrade).
Ana Teresinha Drumond Machado
Alvinópolis/MG
Delegada do Portal CEN em Minas Gerais


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Meu Amor Platônico - Flor do Sertão


Foi num Carnaval em Olinda PE que meus olhos pela primeira vez o viram.
Era moreno, bonito, alto, elegante e alegre. Além de bom dançarino do Frevo.
Ao seu redor estava sempre muito e bonitas moças que o adulavam. Eu era ainda adolescente mas sabia dançar bem a música pernambucana. Quase a medo aproximei-me para lhe chamar a atenção, e por fim, ele olhou-me. Sorriu e pegou-me num braço como a convidá-lo a dançar com ele. Senti os olhares invejosos que as outras moças me deitavam, o que ainda me deu mais alento para dançar com ele.
As horas foram passando e nossos corpos começaram a ficar cansados. Fomos descansar para um areal onde falámos de coisas banais. Quis saber de onde era eu, se estudava, se tinha namorado, etc.
Já o sol ia alto quando nos separámos combinando continuar as nossas danças mais tarde.
Mas ele nunca mais apareceu. Durante muitos dias fiquei muito tristinha. Mas a vida tinha que continuar, estudos, escola e casa.
Meses mais tarde encontrei-o no centro do Recife. Meu coração quase pulou do peito. Sem dúvida que era ele, o meu apaixonado do Carnaval de Olinda. Aproximei-me e identifiquei-me. Ele já nem se lembrava de mim. Palavra puxa palavra e ele convidou-me para fumar maconha.
Recusei terminantemente e aquele amor platónico acabou ali …
Flor do Sertão


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PLATON...ÂNSIAS
Luiz Poeta
Luiz Gilberto de Barros
Às 23 h e 28 min do dia 11 de fevereiro de 2009 do Rio de Janeiro
Especialmente para o Portal CEN
 
Eu queria te beijar sem interesses
Sensuais... queria apenas cortejar-te
Com o olhar... embevecer-me sem tocar-te
Com meus lábios... sem que tu me enlouquecesses...
 
Eu queria, de verdade, pertencer-te
E te amar sem entretanto possuir-te
Diluir-me em teu amor, sem diluir-te
No meu corpo... e te querer...mas sem querer-te.
 
Todavia, se tento fantasiar-me
De utópicas e vãs ingenuidades,
E platônicas vontades de sonhar,
 
Tua boca reacende, ao beijar-me,
Minhas mais ardentes passionalidades
E o meu jeito mais concreto de te amar.
 

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Webdesigner: Iara Melo

Resolução de Ecrã: 1024 * 768

Fundo Musical:

UM HOMEM QUANDO AMA (Have You Ever Really Loved A Woman)

Composição: Bryan Adams, Michael Kamen e Robert Lang
Versão: Darcy Rossi
Interpretação: Chitãozinho e Xororó

Amigo, se você ama, não tenha medo
Diga pra ela sem pensar
Se você gosta, se você sonha
Diz só pra ela o que você quer escutar
Por quê segredo? Se o segredo é amar
É assim um homem quando ama

Se você ama, qualquer segredo some
É a mulher que realiza o homem
Diga pra ela: "Eu te amarei pela vida inteira"
Ela vai sentir que tem
Muito amor pra dar a quem lhe ama

Um homem quando ama, se faz de aço
Pra não dizer da sua paixão
Mas é tão frágil que chora à toa
E não controla a emoção
É uma criança que alguém precisa dar a mão
É assim um homem quando ama

Se você ama, qualquer segredo some
É a mulher que realiza o homem
Diga pra ela: "Eu te amarei pela vida inteira"
Ela vai sentir que tem
Muito amor pra dar a quem lhe ama

Se você pensa em ser feliz
Faça por ela o que ela sempre quis
Você não vai se arrepender
Ela vai morrer de amor e vai adorar você
É assim um homem quando ama

Uma criança e não controla a emoção
É assim um homem quando ama

Se você ama, qualquer segredo some
É a mulher que realiza o homem
Diga pra ela: "Eu te amarei pela vida inteira"
Ela vai sentir que tem
Muito amor pra dar a quem lhe ama

Ela vai sentir que tem
Muito amor pra dar...

 

 

 

 

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