*** Revista AMOR PLATÔNICO *** BLOCO Nº 04 ***

 

 

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REVISTA AMOR PLATÔNICO

 

 

BLOCO Nº 04

 

Edição de Carlos Leite Ribeiro

 

Arte Final: Iara Melo

 

 

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Amor Platônico - de Benedita Azevedo

 

Amor platônico, secreto, mas que alimenta e faz a vida tomar um novo sentido diante do vazio afetivo  da alma  desejosa de afeto. A fantasia torna-se tão real que muda o rumo da vida. Dá força para enfrentar desafios e surpreender o próprio enamorado. 
Após  superar grandes problemas, situações desafiadoras, cheguei a um patamar jamais imaginado. Era uma jovem senhora de 32 anos que retornava à terra natal após dez anos de ausência. Conseguira trabalho no colégio  mais conceituado da  capital. 
A princípio trabalharia no turno da manhã. Consegui aulas em mais duas escolas. Pouco tempo depois fui convocada  àquele colégio para trabalhar em horário integral. Quase não acreditei na proposta recebida.  
Na reunião inicial para apresentação da nova diretora do primário, função que eu exerceria a partir dali, no turno vespertino, sentei ao lado do Diretor Geral, que era um frade sem hábito, elegantemente vestido. 
Meu coração estava aos pulos. Era uma mudança muito rápida. Lecionava em escolas públicas estaduais e municipais, onde a  remuneração era  menos de um terço do que ganharia  agora.  Após expor todos os itens da pauta o diretor disse aos  trinta professores, que esperava a colaboração de todos com a nova diretora do primário.  
Algumas resistências  aconteceram, principalmente, da diretoria anterior. Mas, tudo acabou dando certo.  Recebi carta branca para resolver quaisquer problema com pais e professores.  
Convivendo diariamente com o diretor comecei a perceber  certo interesse por parte dele pelo andamento dos trabalhos. Os elogios durante as reuniões. Um toque disfarçado no braço,  o interesse pela minha maneira de vestir, de atender os pais e professores. Tudo isso, despertou em mim um interesse além do normal pelo trabalho. As aulas da manhã  eram das sete às doze e a direção do primário das  treze às dezessete e trinta. Eu estava sempre ali na hora certa. Já ia para casa pensando em voltar no outro dia. Sempre querendo fazer tudo para agradar ao frade.  
Planejava com cuidado todas as atividades e recebia todo apoio para sua execução. Inventava projetos de implantação de novas atividades e sempre era atendida. Quanto mais eu trabalhava e era aplaudida pelos resultados, mas eu acreditava que era uma pessoa especial para o diretor. Fazia tudo que me era solicitado além da minha carga horária: ensaios, passeios e excussões com alunos, eu sempre estava à disposição.. Tudo me parecia fácil e eu nunca me cansava de trabalhar. 
Tinha pressa de chegar ao colégio, mas era penoso ao final do horário voltar para casa. Cheguei a lamentar o fato de o diretor ser um frade e eu uma  senhora casada, mesmo com um marido sequelado por um acidente cardiovascular.


Praia do Anil, 14 / 02 / 2009

 

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A GEOGRAFIA IMPOSSÍVEL DE UM AMOR QUASE PLATÓNICO

von Trina

 

na latitude impossível
de um qualquer meridiano indeterminado
do mar grande da interioridade humana
limbo das cartas de marear
rota sazonal por cartografar
com desatinadas correntes e ventos
oriundos de lado nenhum
e dirigindo-se a nenhures
onde nem os astros são opção
ou os velhos lobos-do-mar se aventuram
e só os perdidos e distraídos
sulcam imprevidentes
águas de sereias invisíveis
quero encontrar-te
 
nesse recife
nesse ponto-momento exacto
acompanhando borrascas e bonanças
indiferente à perdição e à dor
ao abandono dos deuses
invocados e esquecidos
quero encontrar-te
 
quero ouvir teu cântico
difuso e perturbante
prometendo encantamentos
quero encontrar-te
 
quero naufragar a sensibilidade
embriagada de velhas lendas
poderosas como tu
mulher disfarçada de sereia
temperada de heroísmos
matizando paraísos e infernos
únicos
 
quero encontrar-te

von Trina Suicidário-Literário
vontrina@netcabo.pt
www.vontrina.com

 

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ELO PERDIDO - de (Carvalho Branco)

Amor platônico tive eu um dia:
Estava na flor dos meus onze anos...
Não sabia se era sonho, ou poesia...
Meus desejos eram puros, não insanos!
Amor proibido...
éramos crianças...
E, escondido,
tecemos juntos tais lembranças!
O tempo passou,
ele se foi...
Da criança que fui
e já não sou,
guardo em mim as esperanças
de revê-lo agora,
num tempo fora de hora,
o elo perdido de minha infância!

 

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Amor Platónico - de Alexa Wolf

Sinto dentro do peito este lamento
que tanto fere, rasga e sufoca...
O não correspondido sentimento
ciúme, inquietação... que me provoca

E sei pela razão que é um pecado
sentir dentro de mim a chama acesa
por ti, ó meu secreto, terno amado
que ignoras o que tenho de tristeza

Assim, eu vou mantendo a alma pura
temendo aquele fogo atroz, eterno,
por esta tão insana desventura...

No pensamento albergo a incerteza:
Enfrentar esse fogo, o do inferno?
Ou sufocar a minha natureza?

Alexa Wolf

 

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Amor Secreto - de Ana Maria Nascimento
 
Da ausência de teu afeto
Eu pensei já estar curada,
Mas o grande amor secreto
Mostrou-me que eu estava errada.
 
Desejo teu coração,
Nele por meu sentimento,
Merecer tua atenção,
Livrar-me do sofrimento.
 
Mas não quiseste atender
À paixão que me domina,
Nem tentaste me entender,
Tratando-me por menina.
 
Porém conservo a esperança
De te falar a verdade,
Mostrar que não sou criança,
Que ara o amor não há idade.
 
Não quero só fantasia
Com gosto de realidade;
Eu quero sonho e poesia
Eu quero a felicidade!

 

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Platônico Amor? - de Roselaine Funari


Em segredo te quero
desejo atônito dos dias
sexo abstraído em amizade
sonho fantasias

Me faço menina tímida
nesta efêmera vida

Permaneço casta
intangível corpo
te amar me basta

Roselaine Funari Tonial

 

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MIGALHAS - de Humberto Rodrigues Neto

Que mais desejas, afinal, que eu faça
pra ter por meu o que de ti não tenho,
se já cansado estou de tanto empenho
de haurir de ti a mais suprema graça?

Há quanto tempo mendigando eu venho
um pouco mais que esta ventura escassa!
Do amor apenas pingos pões-me à taça
que eu sorvo ao jugo de pesado lenho!

Somente a um outro, nas liriais toalhas
da mesa de Eros serves tua paixão,
mesa em que, pródiga, teus bens espalhas!

E ali enjeitado, a farejar o chão,
o meu amor vive a lamber migalhas
que tu lhe atiras qual se fora a um cão!

 

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Amor Platônico - de Muriel Elisa Távora Niess Pokk

 

Você foi meu primeiro amor,

Mesmo sendo um amor platônico,

Eu o amei verdadeiramente.

Amei com aquele amor

Que só uma adolescente,

Consegue amar.

No dia que você casou,

Eu chorei.

Tantos e tantos anos depois

Voltamos a nos encontrar.

Você trajava terno cinza.

Seus cabelos, outrora negros,

Estavam brancos.

Acenei-lhe com doçura...

Vindo até mim,

Com ternura me cumprimentou.

O twist tocou,

Sorrindo você me tirou para dançar.

Não sentíamos a nossa idade...

Divertimos-nos como se fossemos

Ainda adolescentes.

Nossos olhos se encontraram, pude

Notar que o verde de seus olhos

Trazia ainda o mesmo brilho de outrora.

O twist acabou e um bolero

Começou a tocar.

Seu braço carinhosamente

Repousou em minha cintura,

Sua mão segurou a minha mão.

Pouco a pouco nossos corpos

Foram se encontrando e

Seu rosto, com delicadeza,

Colou-se ao meu...

Fechei os olhos...

Desejei que aquele momento

Nunca mais acabasse.

Dançando juntinhos

a noite inteira.

Amanheceu...

Nos despedimos...

você teve que ir...

Que pena!

 

Muriel Elisa Távora Niess Pokk

 

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Glosando Olavo Bilac
Gislaine Canales
     AMOR E LUZ
 
MOTE:
 
O amor que a teu lado levas
a que lugar te conduz,
que entras coberto de trevas
e sais coberto de luz?
 
O amor que a teu lado levas
é grande, é forte, é bonito,
com sua força, tu o elevas,
à potência de infinito!       
 
Esse amor só de alegria
a que lugar te conduz,
se ele ilumina o teu dia   
com as luzes que produz?
 
É com ele que tu enlevas
tudo e todos, de repente,
que entras coberto de trevas
e sais bem mais reluzente!
 
É nesse amor abençoado,
que esqueces a tua cruz,
relembrando o teu passado,
e sais coberto de luz!

 

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AMOR PLATÔNICO - de Sueli do Espírito Santo

Sempre que eu te via passar
era tanta emoção... eu tremia
uma estranha sensação sentia
ah! que vontade de te abraçar

um abraço gostoso... romântico
um doce beijo, tão linda  fantasia
que ainda me lembro na poesia
aquele inocente amor platônico.

 

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Webdesigner: Iara Melo

Resolução de Ecrã: 1024 * 768

Fundo Musical: Dia Branco

Intérprete: Elba Ramalho

Dia Branco
Geraldo Azevedo (Pernambucano)
Composição: Geraldo Azevedo/Renato Rocha

Se você vier
Pro que der e vier
Comigo...

Eu lhe prometo o sol
Se hoje o sol sair
Ou a chuva...

Se a chuva cair
Se você vier
Até onde a gente chegar
Numa praça
Na beira do mar
Num pedaço de qualquer lugar...

Nesse dia branco
Se branco ele for
Esse tanto
Esse canto de amor
Oh! oh! oh...

Se você quiser e vier
Pro que der e vier
Comigo

Se você vier
Pro que der e vier
Comigo...

Eu lhe prometo o sol
Se hoje o sol sair
Ou a chuva...
Se a chuva cair

Se você vier
Até onde a gente chegar
Numa praça
Na beira do mar
Num pedaço de qualquer lugar...

E nesse dia branco
Se branco ele for
Esse canto
Esse tão grande amor
Grande amor...

Se você quiser e vier
Pro que der e vier
Comigo

Comigo, comigo.

 

 

 

 

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