Academia de Letras dos Municípios do Estado do Ceará
 
ALMECE
 

Editora: Vilma Matos

 

A Academia de Letras dos Municípios do Estado do Ceará  - ALMECE  foi fundada em 09 de setembro de 1983, pela escritora Cândida Maria Santiago Galeno ou como era conhecida pelos literatos e amigos cearenses, Nenzinha Galeno que tinha espírito patriótico e larga visão cultura, resolveu somar às outras associações já existentes na Casa de Juvenal Galeno uma outra, que tinha sede em São Paulo, veiculo divulgador das letras municipais do todo o Brasil. Sendo aqui instalada, como um segmento da de São Paulo, passou-se a denominar Academia de Letras Municipais do Brasil – seção do Ceará. Tendo como primeira presidente a própria Nenzinha Galeno que foi de 1983 a 1989 ano em que a mesma veio a falecer. Naquela época, para compor seu quadro social, os acadêmicos deveriam elaborar uma monografia sobre o município que iria representar. O trabalho monográfico era apresentado em reunião de diretoria ou em sessão solene, a critério do autor ou da própria diretoria e, se aprovado, era encaminhado à sede em São Paulo, onde passaria por uma nova avaliação  e aprovado em caráter definitivo.
A diretoria central outorgava um diploma e acadêmico ao novo sócio e um medalhão, assegurando-lhe os direitos adquiridos e constantes do Estatuto Social.
 
Para se falar da Academia de Letras dos municípios do Estado do Ceará, precisamos, bem antes falar da Casa de |Juvenal Galeno que, sempre sediou nobilíssimas entidades literárias, mas a intelectualidade do povo cearense, figurante no talento dos nossos literatos, precisava de representação na "Terra da Garoa", por isso Nenzinha Galeno, de espírito patriótico e de larga visão no futuro, resolveu somar às Associações já existentes na Casa, uma outra, que tinha sede em São Paulo, veículo divulgador das letras municipalistas de todo o Brasil.
Era a Academia de Letras Municipais do Brasil – Seção do Ceará. Tendo sido aqui instalada, como um segmento da de São Paulo.
Inaugurada em 09 de setembro de 1983, seu quadro social foi enriquecido com a participação de poetas, escritores cearenses que, em número considerável, aderiram aos objetivos da novel acadêmica, atendendo, principalmente as exigências para admissão e de se tornarem acadêmicos, com elaboração de uma monografia sobre o município escolhido. O trabalho monográfico era apresentado em reunião de diretoria ou em sessão solene, a critério do autor ou da própria diretoria e, se aprovado, era encaminhado à sede, em São Paulo, onde passaria por nova avaliação e aprovado em carácter definitivo.
Com a ausência involuntária da escritora Alayde de Sousa Lima, assumiu a presidência, o vice, acadêmico João Batista de Lima que, praticamente, deixou os trabalhos da ALMB –CE a cargo dos diretores Meton Maia e Silva, Agostinho Cardoso Neto, Francisco Paiva Lima que, durante bom tempo, foram responsáveis pelo funcionamento daquela Entidade.
No ano de 1994, finalmente, foi criada uma comissão constituída pelos acadêmicos: Agostinho Cardoso Neto, Francisco Paiva Lima e Francisco Lima Freitas, que submeteram à apreciação da Assembléia Geral Extraordinária, a criação da Academia de Letras Municipais do Estado do Ceará – ALMECE, com acadêmicos em número limitado ao quantitativo
de municípios no seu quadro social, com sede e foro nesta Capital de Fortaleza.
A nova entidade literária foi criada com objetivos: de congregar todos os profissionais liberais, jornalistas, poetas, escritores e afins, que desejem escrever a monografia de seu município ou outro de sua escolha; de defender os direitos individuais e coletivos dos seus acadêmicos, quando prejudicados no desempenho de suas funções; incentivar a cultura literária, artística e desportiva de seus municípios e sucursais; promover a cooperação junto á Secretaria de Cultura do Estado e Municípios, no trabalho educativo e sociocultural, buscando o aprimoramento educacional das comunidades municipais; promover o intercâmbio entre os Órgãos Governamentais, de caráter cultural, social, econômico, cívico, desportivo com entidades congêneres, assim como a criação de sucursais noutros estados; pugnar pelo respeito às leis do País, pela democracia, pela independência e liberdade fundamental de direitos do homem, que evidenciam na indistinção de raça, sexo, cor, convicção política ou religiosa.

A primeira diretoria da ALMECE ficou assim,constituída:

Presidente –  Francisco Lima Freitas, representando (Capistrano);

Vice-presidente – Francisco Paiva Lima (Reriutaba);

Secretário Geral – Agostinho Cardoso Neto (Guaramiranga);

2º Secretário – Jesus José Rocha Campos (Santana do Cariri);

Tesoureira – Maria da Conceição Ferreira (Iço);

2º Tesoureiro – Meton Maia e silva (Pereiro);

Diretoria Social – Raimunda Neide Freire (Ubajara);

Diretopr de assuntos Jurídicos – João Batista de Lima (Amontada);

Conselho Fiscal - Membros Efetivos: Francisco Barros; Ione Arruda; Aldenor Maia;

Suplentes -  Francisco Barreto de Sousa, José Moacir Gadelha e Antônio Valdenir de Almeida

Na sua primeira gestão, o acadêmico Francisco Lima Freitas reestruturou a academia, conseguindo somar esforços dos acadêmicos já existentes, com o ingresso de novos, o que contribuiu, em muito, para o soerguimento da Entidade. Com o apoio de todos, criou o informativo da ALMECE, o jornal ACADEMUS.
No decorrer dos tempos e das gestões, foi constituída na ALMECE a Comissão de Ética. Um dos seus objetivos é, justamente avaliar o perfil do candidato a uma vaga, emitindo um parecer no final para que inicie ou não a monografia sobre o município cearense, restando a sua posse. A seleção é imprescindível para que se fortaleça o bom nível da Instituição, tanto no pessoal como no cultural.

 


Para o biênio 2006/2008, foi eleita a seguinte diretoria:
 
Presidentede Honra – Moacir Gadelha;
Presidente – Francisco Lima Freitas;
1ºVice-Presidente – Hernane Machado;
2º Vice-Presidente – NicodemosNapoleão;
Secretária Geral – Celina Pinheiro;
1º Secretário – Ângelo Osmiro Barreto;
2º Secretário – Marcos Freitas;
Tesoureiro Geral –Paiva Lima;
2ª Tesoureira – Maria José Bandeira;
2ª Tesoureiro – Ana Maria do Nascimento;
Vogal – Horácio Matoso;
Diretor de Comunicação – Vicente Alencar;
Diretora Social – Arleni Portelada;
AssessoriaJurídico – Neusimar Gomes;
CONSELHEIROS: Reginaldo de Atayde, Francinete Azevedo, Benilde Batista, Meton Maia, Ione Arruda.
 

 
Contando, pois com uma equipe homogênea e competente, acreditamos poder levar avante os planos de projetar a ALMECE, objetivando um crescimento com qualidade, alistando-a, como um referencial para as demais congêneres cearenses.
 

Hino Oficial da ALMECE -  Letra e música de Alvarus Moreno - Cadeira  Nº 37 - Município  Horizonte  e  Auzeneide Cândido
 

Nosso credo é fundamental
Na doutrina de exortação
Consagrando um fértil jogral
de floral expressão
 
No Ceará muita coisa acontece
Que no Brasil se faz conhecer
Por exemplo a presença da ALMECE
é um patrimônio sempre a crescer
 
A ALMECE é a academia
que cuida as Letras Municipais
E assim, cada Distrito se afilia
(bis 3º e 4º versos)
partilhando culturas literais
 
Nosso Grêmio é um Sodalício
respeitável por sua grandeza
Faz das Letras o seu exercício
tem sede nesta Fortaleza
 
A ALMECE
lutando vence
Cumprindo normas estatutárias
cingindo o território cearense
revelando  proezas literárias! 
(bis 3º e 4º versos)
 
 
COLABORAÇÃO LITERÁRIA DE ACADÉMICOS:
 
Carlos Leite Ribeiro - Sócio Honorário
Um dos momentos mais felizes da minha vida de literato, foi quando recebi das mãos do Presidente da ALMECE, Francisco Lima Freitas, o Diploma de Sócio Honorário desta Academia.
Foi no dia 28 de Maio de 2004, no Salão de Ouro do Hotel Praia Centro, no 2º dia do 1º Encontro do Portal CEN - "Cá Estamos Nós", realizado em Fortaleza CE (Brasil).
(Carlos Leite Ribeiro - Presidente do Portal CEN - "Cá Estamos Nós")

 
Eliane Arruda – Cadeira  Nº  143 Município – Palhano
 
LEVEZA
         São inúmeras as pessoas que se aventuram no território da produção literária, poucas, no entanto, conseguem aportar na leveza sugerida pela própria literatura.
         O autor Ítalo Calvino, no seu livro "SEIS PROPOSTAS PARA O MILÊNIO" que enfeixa as suas conferências realizadas na Universidade de Harward, aborda justamente a oposição "leveza x peso", argumentando a favor da primeira. Considera-a "antes um valor que um defeito" e busca, entre as obras do passado, as que correspondam ao seu ideal de leveza.
         Se um escritor não souber filtrar as ocorrências e as belezas do cotidiano a fim de encaminhá-las à sua atividade escrita, não produzirá, com certeza, textos leves, uma vez que a vida moderna é um fardo o qual precisa carregar às costas, sentindo-se, então, com uns duzentos quilos sobre a folha de papel, onde, muitas vezes, as pessoas se movimentam com dificuldade, em virtude das imposições do ato de escrever.
         Sinceramente, não sei se alguém pode afirmar que a leveza trata-se de um DOM. Algumas vezes, subestima-se o estudo, o treino, a conquista da habilidade de desenhar o contorno da frase, dos arranjos lingüísticos, de selecionar as palavras mais apropriadas à literatura, a favor dessa minúscula palavra, mas trata-se de uma questão de entendimento ou mera internalização com a insistência da prática.
         Sem dúvida, existe todo um processo de habilidade ao qual não se chega de imediato. Faz-se necessária a maneira de observação da vida, provavelmente quanto à beleza do que foi deixado pelo Criador, levando um pouco de ternura e colorido às mais esconsas configurações do autor, ainda mais associadas ao conhecimento das variáveis que, na composição da língua, podem revestir sentimentos, pensamentos e emoções.
         Essa qualidade do estilo de um escritor faz, também, com que surjam outras: simplicidade, clareza, luminosidade, sutileza na capacidade de tecer a sugestão que dá vida ao texto literário, desde que não se perca em abusivas sugestões a arroubos imagísticos, tornando o texto, por isso, um emaranhado aos olhos do leitor.
         Se o que vale para o literato é o sonho, esse, no entanto, precisa revestir-se das peculiaridades que o fazem levitar diante da contemplação dos admiradores. Do contrário, um simples escrevinhador pode ser confundido com um ARTISTA DA PALAVRA.
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Vilma Matos  – Cadeira Nº  22 – Município – Crateús 
Monumento das Descobertas ( do Livro (está no prelo) Odisséia em Ulisséia)
 

Visualizar este monumento é
Quase tocar com as próprias mãos,
Na história de um povo.
É sentir o furor das emoções
Que, a cada instante, brotam
Das profundezas de minha alma.
Alma de mulher sensível e sensata.
Alma de mulher apaixonada
Por uma história viva,
Não por uma história morta,
Pouco sentida,
Que era, por mim, tão somente
Conhecida,
Através de  livros mofados, escondidos
Em prateleiras...
Quero mais é viver e sentir
As sensações psíquicas,
Vivenciar o amor,
Curtir a natureza.
Usufruir desta riqueza inesgotável
Que é a vida!

Francinete Azevedo – Cadeira Nº 62 – Município - Ipu
 
FADA PÉROLA
 
Tão diferente das outras!
Linda... meiga...
Da cor da noite.
 
Seu olhar
Reflete o brilho das estrelas.
Seu sorriso
Revela a ternura dos anjos.
Traz nas mãos generosas
A varinha mágica da solidariedade
E da paz.
 
Pérola
Tem alma nobre, luminosa,
E um coração imenso!
Pleno de amor.
 
Na sua simplicidade,
Encontra-se todo o poder
De seu encantamento.
 
Pérola – uma jóia rara, preciosa!
Fada Pérola – um ser de LUZ!
 
Fada Pérola, tão diferente das outras
 

 
Waldir Rodrigues –  Sócio Honorário
 
HISTÓRIA DO SONETO
(Do livro "Rosas do Nunca Mais" 3ª Edição)
 
Petrus de Vinia deu-lhe forma e jeito
Para que Dante lhe emprestasse a glória
Com que Petrarca o tornasse afeito
A receber a palma da vitória.
 
Tasso infundiu-lhe o ideal perfeito
Traçando-lhe da fama a trajetória
Mais tarde Banchs construiu bem feito
O arco-íris triunfal da glória.
 
Bravos poetas que me antecederam
Certamente na vida não sofreram
Da dor extrema os íntimos refolhos...
 
E nem sonharam com o tormento atroz
Da minha alma p'ra secar a foz
Do rio que hoje desce dos meus olhos!...


 
Arleni Portelada – Cadeira Nº   65 - Município Fortaleza
 
O MELHOR DE MIM
 
Você quer conhecer o melhor de mim?
Então não me prospecte
como se eu fosse um poço de petróleo
nem faça de minhas esquisitices
uma tese de estudo.
Aconselho não investigar agendas, diários
ações sem intenções, atos sem fatos.
Não decifre os códigos
dos meus extratos bancários
as onças que tenho
não as guardo nos cofres
deixo-as rosnando dentro de mim.
Não me fotografe em dia de festa
supondo revelar num traje mais elegante
um Orleans de Bragança que nunca fui.
Não procure no mapa astrológico
no planeta regente, no signo ascendente
nenhuma pista do melhor de mim.
E por favor, não espreite meu sono
não exagere no vinho
pois só deliro acordado
e só me embriago de amor.
Você quer conhecer o melhor de mim?
É muito fácil, basta me amar.


 
Antoinelte Alves Moura -  Sócia Benemérita
 
APÊLO

Por onde andaste, meu bem
Que não vieste me acordar?
Pretendo encontrar o amor
E tu também o procuras,
E sabes o lugar que ele está.
 
A nossa aproximação
Não depende somente da vida material.
O importante é a capacidade afetiva,
Saber amor, sem ferir nem ser ferido,
E sentir a presença de Deus
Em cada um de nós!

 
Margarida Alencar – Sócia Honorária
 
OLHANDO ESTRELAS
 
As estrelas rolaram,
queimando buracos no céu escuro.
Estranho não incendiarem tudo!
Os homens estão ocupados,
inventando calúnias
ou falsas acusações,
para justificar os estragos
do firmamento.
Alguns poucos (os poetas), estão a pensar:
"Que lindo manto de estrelas,
que lindo céu estrelado!"
Moral da estória: Não confie em ninguém
que não seja poeta!

Neide Azevedo Lopes – Sócia Honorária

CELEBRAÇÃO
 
Que nos importa o mundo vão, a pressa
Se a flor lilás levita sob a brisa?
Que nos importa o erro, a armadilha
Se os trigais ensaiam madrugadas?
Que nos importa a escuridão, o medo
Se o floco de algodão sorri brancura?
Que nos importa a inexata hora
Se as sendas e os caminhos entrecruzam?
Que nos importa a ira ou o degredo
Se tuas mãos festejam-me o cabelo?
Que nos importa o tédio, o barulho
Se teu abraço é festa em demasia?
Que nos importa o peso do pecado
Se deuses somos, a brincar na aurora?
Que nos importa o tempo e o conflito
Se renascemos hoje, e outrora?
Poesia destacada no VII Prêmio Ideal de Literatura – 2004

Vicente Alencar – Cadeira Nº 21 – Município Limoeiro do Norte
 
APENAS, TUAS MÃOS
 
Tuas mãos
que se elevam para o alto
contritas, em oração,
também afagam,
acariciam ,
amam,
como todo teu corpo.
 
Tuas mãos
que apertam as minhas
no momento sublime do amor,
são belas,
são ternas,
são suaves,
e me envolvem
em ardente alegria.
 
Tuas mãos
que acariciam,
traduzem em gestos,
movidos pelo amor,
a linguagem nascida
no coração.


Giselda Medeiros – Sócia Honorária
 
DESAPROPRIAÇÃO

O Tempo varre o sótão do meu sonho,
limpa o telhado do meu pensamento,
refaz o alpendre branco, onde me ponho
a conversar, à noite, com o vento.
 
Não ouço nada, alem do que deponho,
em voz sofrida, em lúgubre lamento
ao tempo que, veloz, seque e, medonho,
vai dissipando os sonhos que acalento.
 
E fico, horas a fio, indiferente
a esse mister de desapropriação
que o Tempo em nossa vida, mudo, faz.
 
Depois... depois, o que resta na gente
é este vazio - a flor da solidão -
que se abre e não fenece nunca mais...


Rosa Virginia Carneiro – Cadeira Nº 06 Município – São Luis do Curu
 
DESTRESSE

No tempo em que eu te amava,
Eu não era tão cansada!
Esses destresses sumiam ao pensar em Ti.
Consciente do sonho, eu me amava
Porque em Ti -  eu me perdia.
 
E Tu, sem saber deste amor, que do céu
À terra se expandia...

Sobre mim, nada sabes – o tormento dos meus dias –
 
À noite resta-me um corpo cambaleante.
Entre as estrelas Te buscava,
E Tu os meus olhos acendias.

Benildes Batista – Cadeira Nº 30 Iguatu

FORÇA SUBLIME

O pôr do sol fechou meu manto,
Dando luto ao entardecer,
Surpreendendo meus segredos,
Arrastando comigo
Uma dolorosa saudade de você.
 
A imbatível força do amor
Fez minh'alma em tempestade
De tua ausência sentida,
Ma minha dor dolorida,
Na enorme vontade de te ver.
 
Tua voz capciosa,
Teu riso amplo e solto,
Teu canto manso e rouco,
Volta e meia,
Penso em você.
 
Penso na política, na Religião,
Penso no tempo, no lazer,
Mais ainda e sempre,
Volta e meia,
Penso em você.

Moacir Gadelha – Cadeira Nº 47 – Município Cascavel

PAZ E GUERRA
 

O mundo sofre um perigoso jogo!
O mal querendo dominar a Terra!
Por isso, brada fomentando a guerra,
Mas, certamente, cairá em logro!. . .
 
Porque a PAZ, mesmo sofrendo, é PRECE!
Mantendo aceso um cabedal de luz...
E embora, ao peso de tremenda cruz,
Não perde a seiva e se refaz, floresce!
 
Promove a guerra desalmado arraso,
Porque produto de venal atraso
Nos corações de tresloucados réus!

Tudo evolui... e a desastrosa guerra
Terá um dia, de sumir da Terra
E a PAZ trará uns sorridentes Céus!. . .

Ione Arruda – Cadeira nº 10 – Município Ibiapina
 
TROVAS
A jornada começou
Mercê de Deus com alegria
E no final revelou
Ciência e sabedoria.
 
A luz do sol ao raiar
Nestas manhãs tão divinas
Gentilmente vai saudar
As primeiras alencarinas.
 
 

Francisco Lima Freitas – Cadeira Nº 57 – Município Capistrano

PONTO DE VISTA – 1

Falemos com seriedade sobre este fantástico PAÍS CONTINENTE chamado Brasil, que dadivosamente foi contemplado como nenhum outro pelas benesses do Artífice Onisciente do Universo.
Infelizmente nosso povo (a nação brasileira), na sua maioria inconteste, nasceu vocacionada à submissão a interesses inconfessos dos grupos oligarcas agora travestidos de neo-liberais, que encarnam com toda pujança, a tirania  econômica carcomida pelo gérmen peçonhento da corrupção insaciável, na busca de conquista e poder a qualquer preço.
Sou daqueles que não acreditam num futuro melhor para nossa pátria, haja vista a permanência de governantes inescrupulosos que desprovidos de patriotismo implantaram há quase doze anos uma metodologia política, tendo como princípio basilar, manusear com mestria o instrumento da traição, do engodo, da subserviência e indimensionável ausência do espírito de brasilidade. Na lúgubre estrada da negritude que tinge de preto a conduta de grande parcela dos sanguessugas da maior enganação eleitoral, com registro nos anais da vida deste desditoso país avassalado por uma onda de vandalismo político, quando assistimos inermes, o desfile dos protagonistas desta farsa de energúmenos na passarela da impunidade. Somos órfãos de valores morais, sem perspectivas de melhora. É como singrássemos os mares, num barco à deriva.
 
 

Valeska Capistrano – Cadeira Nº 25 – Quixadá

SILENCIO DE UM OLHAR
 
Silencio minha boca
Mas, falo pelo olhar...
 
Se estou triste,
De meus olhos saem lágrimas.
 
Se estou alegre,
Meus olhos parecem gargalhar.
 
Se estou com medo,
Meus olhos se arregalam.
 
Se estou com raiva,
Meus olhos conseguem fulminar.
 
Meu olhar consegue ir longe,
Como que, querendo ir te buscar.
 
Mas, de que adianta olhar para ti
se a mim não consegues enxergar?

 
João de Deus (do livro "Luzes e Sobras" – 2005) – Sócio Honorário

RECONCILIAÇÃO

Rosas ofertadas, vivas
- Imagens do bem-querer -
Lembram fragrâncias antigas,
Enigmas do vir a ser!
 
Se, como bálsamo ou vinho,
Meus versos, no seu viver,
Ressoarem, de mansinho...
Hão de confortar-me o ser!

Quer nos momentos felizes,
Quer nos de pesar infindo,
Ir-se-ão às cicatrizes,
Se o amor for ressurgindo...
 
Tudo há de transformar-se,
Se atração, calor houver...
E disposta, então, a dar-se
Por completo ela estiver!

 
Gilson Pontes – Cadeira Nº  46 – Município Frecheirinha 
Fase boa do jornalismo
 
            O jornalista é um profissional como poucos. Trabalha muito e, às vezes, o  público que o lê não é capaz nem de saber quem é o autor. No jornalismo vale a capacidade singular de cada um no transmitir das idéias, aquele que se destacar faz grande carreira e trabalha sempre em jornais da mídia e em escritórios aconchegantes. Mas é necessário que seja assim? Por que os outros também não têm as  mesmas regalias. Afinal, o público lê os jornais que chegam as suas mãos, pois grande parte vai direto para as seções de modas e fofocas e outros para o esporte (isso sem falar na página policial).
            Mas é bom lembrar a fase boa do jornalismo, quando todos sem exceção tinham que enfrentar uma máquina pequena, de tinta preta e  teclas miúdas, escreviam em porões úmidos e mal iluminados e ainda eram tachados de comunistas. Por vezes perseguidos, presos, torturados em alguns casos até exilados. Mas era bom! A igualdade imperava, e o escritor e o público uniam um só laço.
            Mas as fases românticas são superadas e o único resquício daquela época são  uns poucos estudantes de jornalismo que fazem estágio em pequenos jornais e na sexta-feira se encontram num barzinho, cantam Chico Buarque, clamam versos contra a sociedade embebedados de cervejas, mas depois vão embora em seus carros, acelerando pelas avenidas na madrugada.
            Temos hoje, que competir conosco, pois qualquer ato falho pode ser motivo de preocupação, afinal existem várias pessoas que largariam tudo para estar em nossos lugares. Não há mais " - amizades", o companheirismo está refletido no currículo de cada um e ainda aparece um dono de jornal querendo organizar uma festa de fim de ano com amigo secreto e
tudo mais. Somos jornalistas nostálgicos! Mas com um perfume do boticário debaixo do braço, ou até mesmo uma garrafa de uísque (do Paraguai). Até parece que estamos satisfeitos com o local que trabalhamos, com as pessoas que trabalhamos. Saímos de casa todos os dias, enfrentamos um trânsito infernal e ainda temos que escrever sobre coisas que não gostamos e sem se esquecer da pontuação, é claro!
 

 
Helder Alexandre Ferreira V I T R A L : Poesias – Sócio Colaborador
D  I  V  A  G  A  Ç  à O
 
 
São horas de passeio, ó Germana!
Nos jardins algarobas proliferam
Matinês na calçada que descerram
As rosas-de-toucar a tarde lhana.

No bater de arraias, passam nuvens
Arrenegadamente para as trevas;
Abalroam morcegos com as levas
Das pequeninas aves de penugens.
 
Em sonhos eu desmancho os laçarotes,
Os corpos cintilantes, corpos nus,
O sol nos teus cabelos, que reluz,
As tardes lourejantes das cocotes.
 
As tardes de passeio, temporã,
O sol nos teus cabelos resplandece,
O sol de primavera robustece
A fantasia  louca no divâ.
 
Eu antes de mandar no meu nariz,
Em palidez azul, convulsionada,
Mandei aquele mimo a minhיamada,
Que mo agradeceu toda feliz.
 
Eu antes de servir na infantaria,
Servia-te, ó minha infanta linda,
De quando tu passavas de berlinda,
Pra Deus, ó grande espanto! eu levaria
 
Aos novos horizontes do meu clã,
Esta melancolia que não conto,
E tiro o meu serviço muito tonto,
Pensando que morri no Vietnã.
 
Eu antes que da vida quebre a  fita,
Saudade me transforme _ antes que eu morra _
Eu hei de transformar tua pachorra
Num beijo de novela sibarita.


Formatação e Arte: Iara Melo