HISTÓRIA de P O R T U G
A L
(Resumo)
1ª
Dinastia, Chamada Afonsina ou Borgonha
|
Trabalho e pesquisa de
Carlos Leite Ribeiro |
D. Afonso II – "O Gordo"
Reinou de 1211 a 1223
Logo que subiu ao trono, convocou em 1211, as
Cortes de Coimbra, as mais antigas de que há memória, onde se tomaram
providências tendentes à protecção da Coroa e das classes populares, e a
regularizar as relações com o clero.
Com o fim de auxiliar o sogro, Afonso Vlll de Castela, que andava em
guerra com os mouros, mandou D. Afonso ll àquele país um corpo de tropas
para combater os árabes. Estes, sofreram uma grande derrota na batalha
de Navas de Tolosa, em 1212.
Em 1217, auxiliado pelos cruzados, D. Afonso ll reconquistou aos mouros
a praça de Alcácer do Sal.
Este monarca teve importantes desavenças com os irmãos, por se negar a
ceder os senhorios e bens que seu pai, D. Sancho l, lhes havia deixado
em testamento.
Seus restos mortais encontram-se no mosteiro de Santa Cruz, em Coimbra
Os Lusíadas - CANTO III
(...)
90 - Morte de Sancho I. Sucede-lhe Afonso II.
Alcácer-do-Sal
"Mas entre tantas palmas salteado
Da temerosa morte, fica herdeiro
Um filho seu, de todos estimado,
Que foi segundo Afonso, e Rei terceiro.
No tempo deste, aos Mouros foi tomado
Alcácer-do-Sal por derradeiro;
Porque dantes os Mouros o tomaram,
Mas agora destruídos o pagaram.
Terceiro rei de Portugal, nasceu em Coimbra a 23 de Abril 1185 e morreu
na mesma cidade a 25 de Março 1223. Afonso II era filho do rei Sancho I
de Portugal e da sua mulher, Dulce de Barcelona, infanta de Aragão.
Afonso sucedeu ao seu pai em 1211.
Os primeiros anos do seu reinado foram marcados por violentos conflitos
internos entre Afonso II e as suas irmãs Mafalda, Teresa e Sancha (a
quem seu pai legara em testamento, sob o título de rainhas, a posse de
alguns castelos no centro do país - Montemor-o-Velho, Seia e Alenquer -,
com as respectivas vilas, termos, alcaidarias e rendimentos), numa
tentativa de centralizar o poder régio, o que foi resolvido apenas com o
confisco dos bens e exílio para Castela ou recolhimento a mosteiros das
infantas.
O reinado de Afonso II caracterizou um novo estilo de governação,
contrário à tendência belicista dos seus antecessores. Afonso II não
contestou as suas fronteiras com Leão e Castela, nem procurou a expansão
para Sul (não obstante no seu reinado ter sido tomada aos Mouros a
cidade de Alcácer do Sal, em 1217, mas por iniciativa de um grupo de
nobres liderados pelo bispo de Lisboa), preferindo sim consolidar a
estrutura económica e social do país. O primeiro conjunto de leis
portuguesas é de sua autoria e visam principalmente temas como a
propriedade privada, direito civil e cunhagem de moeda. Foram ainda
enviadas embaixadas a diversos países europeus, com o objectivo de
estabelecer tratados comerciais. Apesar de, como já dissemos, não ter
tido preocupações militares, enviou tropas portuguesas que, ao lado de
castelhanas, aragonesas e francesas, combateram bravamente na célebre
batalha de Navas de Tolosa na defesa da Península Ibérica contra os
muçulmanos.
Outras reformas de Afonso II tocaram na relação da coroa Portuguesa com
o Papa. Com vista à obtenção do reconhecimento da independência de
Portugal, Afonso Henriques, seu avô, foi obrigado a legislar vários
privilégios para a Igreja. Anos depois, estas medidas começaram a ser um
peso para Portugal, que via a Igreja desenvolver-se como um estado
dentro do estado. Com a existência de Portugal firmemente estabelecida,
Afonso II procurou minar o poder clerical dentro do país e aplicar parte
das receitas das igrejas em propósitos de utilidade nacional. Esta
atitude deu origem a um conflito diplomático entre o Papado e Portugal.
Depois de ter sido excomungado pelo Papa Honório III, Afonso II prometeu
rectificar os seus erros contra a Igreja, mas morreu em 1223
excomungado, sem fazer nenhum esforço sério para mudar a sua política.
Só após a resolução do conflito com a Igreja, logo nos primeiros meses
de reinado do seu sucessor Sancho II, pôde finalmente Afonso II
descansar em paz no Mosteiro de Alcobaça (foi o primeiro monarca a fazer
da abadia cisterciense o panteão real).
Trabalho e pesquisa de Carlos Leite Ribeiro – Marinha Grande - Portugal
|
|
|
|
|
|
|