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Edécio Lopes partiu no dia 21 de janeiro de
2009?
Não!
Maria Nascimento Santos Carvalho
Edécio começou a se despedir do mundo,
no dia em que a insensibilidade humana
alterou o curso de sua vida, o dia em
que seu Programa que já era esperado
por todos os alagoanos e moradores de
estados adjacentes, há décadas, foi
brutalmente tirado do ar.
O dia 13 de agosto de 2008, foi apenas o
dia em que Edécio Lopes perdeu seus
movimentos, calou a sua voz e fechou os
olhos, por não suportar mais a tristeza
que carregava no peito pelo
desrespeito e tantas injustiças
sofridas nos últimos anos de sua vida
de homem inteligente, honesto, e
trabalhador.
O seu amor por Alagoas era tanto que
acabou sufocando-o e causando a
grande tragédia de sua vida: um AVC
com sequelas irreversíveis, que
acabou tirando-o do convívio de
milhares de pessoas apaixonadas pelo
seu bom trabalho, por tudo o que ele
realizava em prol de Alagoas e do povo
alagoano.
Pernambucano de nascimento e apaixonado
por Alagoas, onde viveu a grande parte
de sua existência, Edécio Lopes há
décadas mantinha no ar o seu Programa
Manhãs Brasileiras, que tornava mais
amenas as manhãs dos alagoanos tão
sofridos, como sofridos são os dias
de grande parcela de brasileiros,
principalmente os nortistas e
nordestinos que, vivendo em estados mais
pobres, estão mais sujeitos aos
desmandos, às injustiças, muitas vezes descabíveis.
Edécio, um jovem radialista, compositor
e escritor, de 75 anos de idade, foi o
maior divulgador do frevo e do carnaval,
tendo colaborado incessantemente para
o sucesso de todo o movimento
carnavalesco, bem como de todos os
seguimentos culturais e literários.
Seu Programa Manhãs Brasileiras, na
Rádio Difusora de Alagoas, era uma
fonte inesgotável de poesia, de música e
de “causos” contados graciosamente por Edécio Lopes que, apesar da seriedade
expressa em seu rosto, era uma pessoa
bem humorada, uma figura humana de
primeiríssima qualidade, um cidadão de
bem que respeitava às Leis de Deus e da
Natureza e tinha idolatria por Nossa
Senhora, tendo escrito várias crônicas
dedicadas à Mãe de Jesus.
Em suas Manhãs Brasileiras recebia
diariamente cultores de todos os
gêneros artísticos, transformando o
estúdio num imenso salão de festas, no
bom sentido. Era um fantástico
incentivador da arte, em todas as
acepções da palavra. E, como o seu
programa era ouvido onde quer que
pudesse ser ouvida a Rádio Difusora de
Alagoas, todos os trabalhos ali
divulgados ganhavam uma grande dimensão,
o que transformava Edécio Lopes no
padrinho de cada um de nós que buscasse
o seu apoio.
Num país em que a
cultura, de um modo geral, é relegada ao
último, ou a nenhum plano, poder contar
com um cidadão como Edécio Lopes que, em
suas Manhãs Brasileiras, além de
cumprir com as tarefas inerentes à sua
finalidade, como veículo condutor de
informações e formador de opinião
pública, ainda divulgava incessantemente
a cultura e levava aos lares, muitas
vezes, tão necessitados de
entretenimento, de lazer e de tudo o
mais, momentos
de alegria e descontração, o que fazia
de Manhãs Brasileiras um dos programas
mais ouvidos e com maior índice de
aprovação, de audição e de popularidade,
em Alagoas.
Participando dos programas de Edécio
Lopes, na Rádio Difusora e na Rádio
Educativa, ambas integrantes do
Instituto Zumbi dos Palmares, foi que
muitos poetas, escritores, cantores e
artistas de outros gêneros culturais e
literários se tornaram conhecidos e
alcançaram sucesso.
Edécio Lopes, apesar de não
ter formação universitária, era um
profissional de elevada cultura,
conhecedor, como ninguém, dos problemas
de seu país e de sua comunidade e exímio
compositor, tendo deixado uma imensa
herança musical, principalmente músicas
carnavalescas, frevos, sambas e
composições de exaltação a Alagoas, a
Terra que tanto amou, razão pela qual
radicou-se em Maceió por mais de 50
anos, passando a amar a “Terra dos
Marechais” tanto quanto amava Limoeiro
– PE, a sua terra natal.
O saudoso radialista, em 2008,
quando ainda gozava de relativa saúde,
foi homenageado em Maceió, quando uma
Biblioteca recebeu, merecidamente, o seu
nome, se fazendo justiça à importância
que Edécio Lopes deu a Alagoas, seja
como o exímio jornalista, apresentador
de programas de televisão e radiofônicos.
Entre outras obras de sucesso,
Edécio Lopes publicou:
“Voltando à terra”; “Parabéns a Jesus”;
“À guisa de Oração” e “Entardecendo”.
Entardecendo foi publicado em
meados de 2008 e fizeram parte da obra:
Capa : Bruno Vasconcelos
Fotos : Edmilson Vasconcelos
(filho)
Maria José Lopes
(filha) e
Aline (neta)
Vasconcelos
Diagramação: Carlos Fabiano
C. Barros.
Impressão e acabamento :
Imprensa Oficial e Gráfica Graciliano
Ramos
Orelhas da obra : Rosiane
Rodrigues – Médica e escritora
Prefácio: José Maurício Brêda
(genro)
Patrocinador: Dr. Ib Gatto
(Academia Alagoana de Letras)
Sobre o livro Entardecendo,
escreveu Rosiane Rodrigues :
“ Edécio Lopes é uma referência
no estado de Alagoas como homem de
rádio.
De repente, fui surpreendida
com seu convite para escrever a orelha
deste livro. Um misto de alegria e de
muita responsabilidade tomou conta de
mim. Depois de ler os originais, as
palavras fluíram. A amiga e fã estava
encantada com os textos.
Entardecendo, o novo título do
radialista e escritor Edécio Lopes, é um
canto de amor, com lirismo na forma de
escrever. São crônicas poéticas e
através delas o autor abre o coração
louvando à Virgem Maria, mãe de Jesus,
em “Põe Maria em Tua vida” ou ainda em
“O que Estamos Deixando para ser
Lembrados", um texto marcante e
melancólico ...
Prefaciando
Entardecendo, entre muitas outras
particularidades, diz José Maurício Brêda, o genro escritor de Edécio Lopes:
“ ... Foi vendo, vivendo e
cantando a nossa terra que Edécio se
transformou num alagoano como poucos.
Digo sempre que, antes dele pensar em
adotar Alagoas, nós o adotados.
Singular na facilidade de lidar
com o profano – pois como pernambucano
é amante principalmente de um bom
carnaval, a maior festa pagã da
humanidade – e com o religioso – seu
livro “Voltando à Terra” é uma
narrativa didática de passagens das
Escrituras adaptadas ao mundo
sócio-político do fim do século passado,
num imaginário retorno de Jesus Cristo à
Terra. Vai de um ao outro com
indiscutível conhecimento ,”... sem
confundir e com a simplicidade que
agrada a Deus...” na explicação que dá
sobre “Dona Joaninha” no livro atual.
Eclético, como compositor nos brinda
sempre com lindos frevos e marchas, do
mesmo modo que compõe “Parabéns Jesus”,
de tanta beleza que, em sua modéstia, se
pergunta como o conseguiu.
Sem dúvida, pelo seu amor à Maria já
enaltecido em outro livro seu, “A Guisa
de Oração”, que o deve ter feito
lembrar do ditado: “Quem meu filho
beija, minha boca adoça”.
E é compilando artigos e
crônicas escritos ao longo do tempo,
lidos na Hora do Ângelus em emissoras
pelas quais passou, que Edécio Lopes nos
presenteia com Entardecendo, título
inspirado pelo momento em que iam ao ar,
onde podemos avivar em nossas
lembranças “Os que desta vida já se
foram” e sentir sua emoção em belos
textos dedicados a saudosas personagens
de nosso meio artístico, esportivo e
jornalístico como Gustavo Leite,
Antônio Avelar, Álvaro Tojal, e outros
e outros mais de sua convivência por
plagas passadas, além do testemunho de
acontecimentos e datas especiais
comemorativas do adia a dia”...
E abrindo, propriamente dito, o
seu excelente Entardecendo, o saudoso
escritor e amigo, Edécio Lopes,
presenteou os leitores com seu poema “
Agora Lábios Meus”, vejamos:
“Agora, Lábios Meus,
dizei, anunciai
os grandes Louvores da
Virgem Mãe de Deus !“
Teria que ser assim. Página
um, Faixa primeira.
Retalhos de sentidas orações,
alinhavadas pelas
exclamações mais inspiradas de
preces ditadas pelo
coração, para que se forme,
com sentidas palavras, o manto
da Santa Mãe de Deus.
“Sede em meu favor, Virgem
Soberana!”
“Mãe de misericórdia, vida,
doçura e esperança nossa!”
Da lembrança de cada momento de
exaltação à Maria,
que brotem, naturalmente,
expressões que se interliguem e
formem um mesmo sentido pleno
de amor, respeito e
gratidão.
“Oh! Minha Senhora! Oh! Minha
Mãe!”
“Rogai por nós, que recorremos
a vós.”
“Virgem das Virgens, Mãe
Imaculada”.
Teria que ser assim. Página um,
Faixa primeira.
Como se fosse o resumo de um
livro, a síntese da
gravação que se faça. Palavras
que se hão de desdobrar no
sentido de cada crônica, na
súplica de cada escrito,
no extravasamento de todo o
trabalho.
Nas páginas 25 e 26
de Entardecendo, encontramos um dos
muitos outros poemas de Edécio Lopes
que, como já foi demonstrado
por Rosiane Rodrigues e José Maurício
Brêda, era um literato eclético, cuja
inspiração privilegiada, e os
conhecimentos adquiridos ao longo da
vida, o permitiam desenvolver
inteligentemente qualquer tema que lhe
viesse à mente, como o que registramos:
Maria trago-te flores ...
Maria trago-te flores,
Do jardim da própria vida.
Com a expressão definida
Do maior dos meus amores
São lindas, em suas cores!
De uma cândida pureza
Na esplendorosa beleza
Dos lírios, cravos e rosas!
De essências olorosas.
Caprichos da natureza
No mês de maio que finda
Jogo-as sobre teus altares.
Verão, todos os olhares,
Que és de fato, a flor mais linda.
E sentiremos, ainda,
Bem dentro do coração
Com indizível emoção
Saudando os encantos teus :
Que és, no jardim de Deus
A mais bela criação.
Rainha pura e ditosa
Tu tens, com total certeza,
Do lírio branco, a pureza,
E todo o encanto da rosa !
Soberana e graciosa
Virgem pura, Imaculada,
Com a graça de Deus, ornada,
Oh! Doce Mãe de Jesus !
Que nos venha a tua luz
Clareando a nossa estrada.
Pra todo o sempre bendita
Eternamente louvada
Que seja, Mãe Adorada,
Um consolo em nossa lida.
Por hoje a por toda a vida
Um doce e supremo bem
Que a estrela de Belém
Brilhe em nosso céu de anil
Trazendo paz ao Brasil.
Oh! Doce Maria ! Amém !
Edécio Lopes, que como já foi
exaustivamente citado, era um grande
incentivador das artes e não se cansava
de divulgar a poesia e seus cultores,
reservou, também, uma página especial
em seu livro Entardecendo para, num
texto de excelente qualidade literária,
confessar solenemente :
Estamos precisando de Poesia
...
Estamos precisando de poesia.
De um doce sabor de poesia,
no gosto amargo de nossas vidas. Uma
poesia que tenha palavras simples que
todos entendam e que suas rimas sejam um
coroamento
a cada verso, cheio de encantamento,
pondo em destaque uma métrica dando
ritmo às palavras, emoldurando os
sentimentos expressos.
Estamos precisando de uma
poesia de por do sol, falando de amor,
revivendo saudades, trazendo de volta as
cores crepusculares, como se fossem
pinceladas ditadas por um momento de
forte inspiração, na tela imensa da
própria natureza.
Uma poesia envolvida por uma
música ao mesmo tempo suave
e arrebatadora e que nos deixe
embevecidos na sua contemplação.
Com palavras que não se diz, nem
escreve, porque se sente, na exposição
do todo, imenso, maravilhoso.
Uma espécie de bálsamo que os
olhos trazem para o coração, enquanto o
espírito deixa-se envolver por um
sentimento de calma, de paz, de
plenitude, compondo madrigais no seu
mais alto e puro sentido.
Nosso corpo cansado por mais um
dia de luta e incertezas, de dolorosas
expectativas que nos assaltam a todo
instante, precisa dessa paz, dessa
poesia, desse lírico momento de
indizível beleza...
Que venha essa paz, Maria
Santíssima, pela força poética da nossa
fé, do nosso amor.
Como bem salientou José
Maurício Brêda, o prefaciador de
Entardecendo, Edécio Lopes além de
dedicar textos a saudosas personagens do
meio artístico, esportivo, jornalístico
etc. também registrou em sua primorosa
obra acontecimentos e datas especiais
comemorativas do dia a dia.
Tanto é verdade que
Edécio Lopes ocupou quase duas páginas
do seu “Entardecendo”, dando ênfase ao
mês de agosto e a alguns
de seus acontecimentos, explicando,
inclusive, a origem do nome. vejamos o
que diz ele:
O Mês de Agosto
" ... O mês de agosto existe com este
nome, desde o século oito, Antes de
Cristo. O nome agosto e, na verdade, uma
homenagem ao Imperador Augusto César
Octávio, figura notabilíssima em todos
os sentidos, sendo o seu reinado o mais
brilhante da história romana. Antes
desse “batismo” o mês se chamou
sextilis, pois era o sexto do ano,
passando a ser o oitavo, depois da
reforma gregoriana, ou seja, as
modificações introduzidas pelo Papa
Gregório.
É interessante lembrar que agosto tinha
apenas 30 dias, acrescentando-lhe mais
um para não terminar menor a honraria
feita ao Imperador. Foi pior para
fevereiro do qual foi tirado o dia que
faltava a agosto.
Com mais dias ou menos dias, o fato é
que, por conta das crendices populares
das coincidências entre o mês e
acontecimentos desagradáveis, através
dos tempos, agosto ganhou fama de mês
aziago. Tendo alguns dias como
referências mais fortes, respeitados ou
comentados pelos supersticiosos, como,
por exemplo, o dia 13 , que se cai numa
sexta-feira, tanto pior”.
E, concluindo o texto, Edécio Lopes
com sua riqueza de espírito, ponderou:
“ ... Agosto é um mês como outro
qualquer. Tem 31 dias para que possamos,
ao cair da tarde, lembrar a Hora do
Ângelus, louvando a Maria e bendizer a
Deus, por mais um período em nossas
existências.” (Pág. 203 / 204).
A verdade é que, se agosto não é um mês
aziago, tem registrado muitos
acontecimentos infelizes, inclusive,
para o saudoso amigo Edécio Lopes que,
inesperadamente, no dia 13 de agosto de
2008, numa triste quarta-feira, sofreu
um AVC que o deixou em coma até o dia do
seu “encantamento”, no dia 21 de janeiro
de 2009, também numa desventurada
quarta-feira.
Maria, a Mãe de Jesus Cristo e
de todos nós, sempre esteve presente na
mente, na alma, no coração e nas obras
escritas por Edécio Lopes, que nela
confiava plenamente e, com justo motivo,
a idolatrava, guiado pela sua crença e
pelo amor que nutria Poe ela Vi e por
todos os sagrados dogmas cristão que
norteavam sua existência.
E, em exaltação à Virgem
Santíssima, fervorosamente, escreveu :
Presença de Maria
“ Que bom sentir a tua
presença. Imaginar-te ao nosso lado,
No nosso dia-a-dia, em todos os
momentos. Crer, sinceramente, que a
nossa voz chega, diretamente, aos teus
sacrossantos ouvidos e que te podemos
dizer de nossas dúvidas, de nossos
anseios, de nossos planos e desejos.
Saber–te simples, pela tua
origem e formação. Saber-te magnânima,
por tudo o que fizeste, através dos
tempos, intercedendo pela raça humana.
Saber-te soberana, porque escolhida por
Deus, para ser Mãe do Seu Filho e pelo
heroísmo como te entregastes à
extraordinária missão, por toda a tua
vida.
Maravilhoso é poder sentir que
existe um elo entre o Todo Poderoso e
todos nós, que vivemos neste vale de
lágrimas, carregando o peso dos nossos
pecados e, mesmo assim, sonhando com a
vida eterna, na casa de muitas moradas,
de que o teu Jesus nos falava.
Indisfarçável este prazer de,
pelo caminho da imaginação e pela força
da fé chegar aos teus pés, para repetir
a bi-milenar saudação do Anjo,
eternizando a crença nas tuas
bem-aventuranças, saudando-te, todos os
dias, não, apenas, como a “serva do
Senhor”, mas render-te as homenagens
como Senhora do Mundo, Rainha do Céu e
da Terra.”
(Entardecendo, página 211).
À página 241, Edécio Lopes,
demonstrando uma grande preocupação com
os legados afetivos, questiona sobre o
que restará, um dia, para a humanidade
das lembranças do cotidiano, fazendo
perguntas que talvez nunca encontre
respostas, o que abaixo registramos:
O que estamos deixando para
ser lembrados?
“ Como tudo passa sobre a terra,
nós passaremos também. Talvez valha a
pena perguntar: O que estamos deixando
para ser lembrados? Que temos feito,
quais são as nossas realizações que nos
dignificaram junto aos que um dia
recordar-se-ão de nossas vida e passagem
?
O que restará de nós, para a
saudade dos que ficam, quando nós formos
também, chamados de saudade, habitantes
desse mundo com o qual sonhamos, sem
saber, ao certo, como é mesmo o outro
lado da vida?
Que Deus abençoe nas nossas
saudades, os que se foram antes de nós e
que nos receba na sua glória eterna
quando estivermos vivendo na saudade dos
que ficam ! “
E, oferecendo aos leitores mais
um trabalho de Edécio Lopes constante de
seu primoroso “Entardecendo”,
transcrevemos o texto
que fala de lembranças, de saudades, de
amizade, de crença,
de amor, sentimentos que eram sua marca
registrada, por ser ele uma figura
humana reconhecidamente de primeiríssima
qualidade, que cumpriu condignamente a
sua elevada missão na Terra, ajudando
e respeitando o próximo, fazendo o bem
sem esperar recompensa e sem olhar a
quem, sendo amigo dos amigos e
perdoando os “inimigos gratuitos e
invejosos”, amando os seus familiares e
amigos, ao Pai, ao Filho e ao Espírito
Santo, idolatrando Maria, a Virgem
Santíssima, e elevando sobremaneira o
nome de Alagoas, a Terra que o adotou,
sem favor nenhum, porque Edécio Lopes
era digno de ser adotado não só por
Alagoas, mas por todo o Universo.
Os que dessa vida já se foram...
Não deixe que morram em suas
lembranças os que dessa vida já se
foram. Há quem diga, não se sabe baseado
em que ensinamento, que a alma não
encontra o descanso eterno enquanto não
a deixamos repousar, retirando-a de
nosso pensamento e, principalmente, de
nossa saudade.
Talvez se registre o inverso.
As pessoas que perdem o interesse em
função da perda de um ente muito querido
e mergulhem, a partir daí, numa ideia
fixa de que a própria vida acabou, que
não tem mais sentido, que aquela pessoa
era toda a sua razão de ser, de viver,
de lutar, essas sim, destroem-se e
negam a sua própria fé em Deus e na
missão que lhe foi reservada aqui na
terra.
... As boas lembranças, o
exemplo edificante, um conselho, a voz
que se guarda integral como se repetisse
naquele instante desejado, na sua
sonoridade, na sua forma de enunciação,
isso alimenta e dignifica a alma. A
nossa alma vivente e presente nos mesmos
ambientes freqüentados pela pessoa amada
e saudosamente lembrada.
Sem uma fixação de ideia mas no
carinho de uma lembrança, mantenha vivo
quem se foi antes do que desejávamos.
Mesmo que isso não aconteça. Que o
amigo, a amiga, o parente muito querido
haja nos deixado avançado em idade,
mantenha-o vivo no melhor de suas
recordações porque ninguém morre
totalmente quando alguém lhe evoca com
saudade e respeito. Aproveite este
instante de tanto enlevo e grandiosidade
e junte à sua lembrança uma prece por
quem lhe foi tão importante enquanto ao
seu lado esteve.”
Além da homenagem tão merecida
ao saudoso amigo Edécio Lopes, a nossa
intenção foi, também, levar aos
leitores, um pouco do muito que
inteligentemente o autor registrou no
seu último livro
“Entardecendo”, que contém 310 páginas
de pura literatura brasileira
E conta um pouco da história de Edécio
Lopes que nasceu em Limoeiro,
Pernambuco, no dia 1º de setembro de
1933, estava radicado em Maceió, AL,
desde 13 de setembro de 1957 e
transferiu-se de Maceió para a Casa de
Deus, no dia 21 de janeiro de 2009.
Fui apresentada ao jornalista e
radialista Edécio Lopes, em 1969, mas
só em 1973 fiz amizade com ele e foi um
dos melhores presentes que já recebi da
vida. Ficamos amigos e todas as vezes em
que eu ia a Maceió era a primeira pessoa
para quem eu telefonava, a fim de saber
de sua saúde, de sua família, do seu
Programa radiofônico, Manhãs Brasileiras
etc.
Depois conheci DINA, a sua
esposa, e percebi que havia ganho mais
um grande presente de Deus, porque é
também uma figura humana fantástica,
daquelas que existem poucas no universo
dos seres humanos.
Edécio Lopes sempre divulgou
exaustivamente o meu trabalho e, em
2003, quando organizava o meu livro de
poemas intitulado “Mensagens de Amor”,
não abri mão de um Prefácio feito por
Edécio e gostei tanto do seu trabalho
que, em 2008, quando preparava “Mar de
Versos”, meu livro de contos e sonetos,
pedi autorização ao amigo para
transformar o prefácio de Mensagens de
Amor em apresentação do novo livro.
Homenageando, ainda, Edécio
Lopes, deixo impresso o seu magnífico
trabalho que tanto me encantou e a todos
aqueles que tiveram a oportunidade de
ler os meus dois últimos livros
publicados.
Prefácio
De nascimento, Maria.
Maria Nascimento.
Podia ser de Jesus, do Natal, da
Natividade, do Advento.
Qualquer nome que viesse a fixar o fato
de nascer no dia em que Jesus nasceu.
Dai, Maria Nascimento, já nasceu com o
registro. Registro de Nascimento. E de
comemoração ao nascimento maior, tal
como se registra na História do
Cristianismo.
Viveu na rua das Cacimbas e nas cacimbas
da rua foi buscar a sua fonte de
inspiração, qual samaritana de tempos
modernos, indo encher seus cântaros de
poesia.
Poesia vestida de mares e coqueirais, de
vultos inesquecíveis e inesquecíveis
saudades. As suas próprias e as que
pediu emprestadas nas histórias de tanta
gente dos seus caminhos, das suas ruas,
da sua Coruripe e do mundo a que foi
conquistando, a cada volta simbólica à
água das cacimbas da rua, enquanto
lembra a rua das Cacimbas.
Conquistou os ares com suas “Preces de
Amor” e os mares, no seu “Batel de
Fantasias”, deixando o pequeno barco
transbordante de lirismo.
Tanta gente já falou sobre os valores
dessa mulher de valor, que preferi jogar
com as palavras, homenageando a quem
delas fez uso com mestria, dignidade e
amor.
A quem nasceu Maria na noite de Jesus.
E das noites e dias fez nascer versos
tão belos como um eterno Natal.
De nascimento, Maria.
Maria Nascimento.
De vida, verso e inspiração.
Jornalista, Escritor e Compositor
Edécio Lopes, meu saudoso Amigo
Edécio Lopes, Deus ao dar- lhe a vida
com os sublimes dons com que o
dotou,
com a crença que nunca foi vencida
e toda a luz, que nunca se apagou ...
viu depois de a missão estar cumprida
o quanto a sanha humana o magoou
e, querendo curar sua ferida,
para o Reino do Céu Deus o chamou.
Edécio, meu padrinho, meu amigo,
você partiu e quase não consigo
falar da imensa falta que me faz
Mas me conforta, caro Amigo, agora
saber que estando com Nossa Senhora
você, pôde encontrar a Eterna Paz.
Maria Nascimento Santos Carvalho

Recomende
Índice

Imagens inseridas
na Arte do topo
da página de Iara
Melo:
Foto de Edécio
Lopes,
Foto da Praia de
Pajuçara em Maceió/AL,
adquiridas na
Internet
Fundo Musical:
Enviado por Maria Nascimento
Santos Carvalho
Resolução Ecrã: 1024 * 768
Webdesigner:
Iara Melo

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