E o Rio de Janeiro continua lindo …
Carlos Leite Ribeiro
A Cidade
Maravilhosa de São Sebastião do Rio de Janeiro:
Centro urbano de grande importância e por encontrar-se à beira-mar, as
praias se tornaram uma das suas principais opções turísticas. Compondo a
paisagem há um conjunto de montanhas que pode ser observado de quase todos
os pontos. É nesse contraste de mar azul emoldurado pela exuberante
vegetação tropical que situam-se desde a pequenina Praia Vermelha até a da
Barra, a mais extensa de todas, passando pelas cosmopolitas Copacabana e
Ipanema. Afastando-se um pouco do litoral é possível conhecer um dos mais
bucólicos espaços do Rio, o Parque Nacional da Tijuca, considerado a maior
floresta urbana do mundo. Algumas lagoas e restingas enriquecem o peculiar
cenário em que localiza-se a cidade.
Monumentos históricos e manifestações artísticas fazem parte dessas
atracções. Como exemplo há o Jardim Botânico, criado em 1809 como Horto
Real, e a Academia de Belas Artes. A presença da família real nesse período
fez ainda com que novas técnicas de construção fossem introduzidas em
edifícios como o da Fundação Casa França - Brasil, antiga Alfândega, a
Reitoria da Universidade Federal do Rio de Janeiro, antigo Hospício Pedro II
e o Museu do Primeiro Reinado, também chamado de Casa da Marquesa de Santos.
Do início do século XX, e já seguindo a influência da arquitectura francesa,
são os belos prédios do Teatro Municipal, do Museu Nacional de Belas Artes e
da Biblioteca Nacional.
A Cidade do Rio de Janeiro possui aproximadamente cento e sessenta bairros.
Vale à pena destacar:
Centro: É o mais antigo de todos, sendo que até o século XIX
constituía a própria cidade. Nele estão representadas todas as épocas da
história da cidade. Modernizado no Século XVIII, no século seguinte a cidade
se expandiu para as actuais Zona Sul e Norte.
São Cristóvão: Na Zona Norte, foi, no século XIX, local de moradia da
nobreza com a elegante Praia de S. Cristóvão, hoje inexistente, que chegou a
ser frequentada pela Família Real, tendo sido depois aterrada para a
construção do Porto do Rio de Janeiro.
Copacabana: Na Zona Sul, é o cartão postal da "Cidade Maravilhosa". A
moderna Copacabana é uma verdadeira cidade. Com sua famosa praia, além de
teatros, cinemas, restaurantes, hotéis, casas nocturnas é um local cheio de
vida e animação.
Ipanema: - Celebrizada devido à música "Garota de Ipanema", reúne artistas,
intelectuais e grupos de jovens na sua linda praia. É dos bairros mais
animados da cidade com opções de lazer entre ambientes dos mais requintados
aos mais populares. Um comércio sofisticado e uma boa oferta de restaurantes
de alto nível completam suas atracções.
A cidade destaca-se também por uma vasta e populosa área de subúrbios, em
torno das quais se aglomeram as casas comerciais e residências, ocupando
áreas que, no passado, foram engenhos de cana de açúcar ou pequenas fazendas
de criação de gado.
Actualmente o Rio de Janeiro é o mais importante centro turístico do país,
destacando-se também em actividades industriais, comerciais, de serviços e,
em particular, como pólo financeiro e centro de desenvolvimento de
tecnologia de ponta. Sua influência se estende por todo o Brasil.
Trabalho e pesquisa de Carlos
Leite Ribeiro – Marinha Grande – Portugal

TIJUCA – Bairro, Floresta, Barra e também Jacarepaguá – (Rio de Janeiro)
(Tijuca é um bairro da Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro)
Trabalho e pesquisa de Carlos Leite Ribeiro
Considerado
tradicionalmente como um bairro de classe média e classe média alta, é
cercado por comunidades de baixa-renda como as favelas do Borel, da Formiga,
do Salgueiro, da Casa Branca e da Chacrinha. A partir da década de 1980
passou a perder moradores para o bairro da Barra da Tijuca. Um de seus
principais pontos é a praça Saens Peña. O bairro conta com um expressivo
sector de comércio e de serviços, hospitais, clínicas, escolas,
universidades, sendo atendido por dezenas de linhas de ônibus e pelas
estações São Francisco Xavier, Saens Peña e Afonso Pena do Metro do Rio de
Janeiro. É na Tijuca que se localizam as escolas de samba GRES Académicos
do Salgueiro e GRES Unidos da Tijuca, ambas tradicionalíssimas do Carnaval
carioca, e que, juntas, somam 8 títulos no Grupo Especial. A Tijuca é um
dos bairros mais tradicionais do Rio de Janeiro e se localiza fisicamente
próximo à Zona Sul, Barra da Tijuca e do Centro da cidade. Embora
tipicamente urbano, possui a maior floresta urbana do mundo (Floresta da
Tijuca), plantada por determinação de D. Pedro II do Brasil na segunda
metade do século XIX pelo major Archer, em terras de café desapropriadas,
para combater a falta de água que se instalara na então capital do Império.
Trata-se de uma floresta secundária, uma vez que é fruto de um replantio,
compreendendo espécies que não são nativas da mata atlântica, a cobertura
vegetal original.
A Barra da Tijuca é um bairro jovem e
residencial da zona oeste da cidade do Rio de Janeiro. Possui 18 quilómetros
de praia e 3 grandes lagoas principais, além de lagoas menores e canais.
Possui 3 avenidas principais: a Avenida das Américas (que conecta o bairro
com a Zona Sul e os demais bairros da Zona Oeste), a Avenida Ayrton Senna,
(que liga a Barra ao bairro de Jacarepaguá) e a Avenida Sernambetiba (que
corre ao longo da praia). Em todas as direcções, a vista inclui lagoas e
montanhas, ou o próprio mar. As obras de ligação da Barra com o resto da
malha urbana, transpondo o Maciço da Tijuca (Auto-estrada Lagoa-Barra e Via
Amarela) estão entre as obras mais caras já executadas no Rio, confirmando a
opção rodoviária da cidade. A área do bairro era originalmente uma
restinga, composta por dunas de areias brancas cobertas por vegetação
arbustiva. Por sua faixa central de areia estende-se a Avenida das Américas,
parte da rodovia BR-101, ao longo da qual o bairro começou a crescer. Em
1969, iniciou-se o projecto do plano piloto do bairro, elaborado por Lucio
Costa. Ele previa a construção de duas avenidas, a Avenida das Américas e a
Avenida Ayrton Senna, além de um regulamento para o desenvolvimento da Barra
da Tijuca e dos bairros adjacentes, com a limitação do gabarito dos prédios
e a criação de áreas de preservação. Em meados da década de 1970, já havia
alguns condomínios fechados isolados em meio à vegetação predominante, com
alguns estabelecimentos comerciais de pequeno e médio porte. Durante os
anos 80, a Barra da Tijuca viu uma explosão demográfica, com praticamente
todos os terrenos ao longo das suas avenidas ocupados por grandes
condomínios residenciais, parques, supermercados, shopping centers, escolas,
hospitais. As avenidas foram duplicadas e receberam sinalização. Nesta
época, houve um movimento de emancipação da Barra e bairros vizinhos, mas o
resultado do plebiscito foi contrário. Hoje a região se estabeleceu como
a principal zona de atracção imobiliária para as classes média e alta da
cidade (a consequente oferta de emprego também atraiu favelas), sendo
caracterizada por um estilo de vida inspirado pelo subúrbio americano,
baseado em condomínios, automóveis e shopping centers. Devido à degradação e
engessamento imobiliário do centro da cidade, a Barra tem, ademais, atraído
um número crescente de empresas, principalmente do sector de petróleo.
Está sendo construída na Barra a nova sala de concertos do Rio de Janeiro,
cujo nome imita a Cidade da Música do parque de La Villete, em Paris. O
arquitecto convidado, Christian de Portzamparc, é o autor do projecto da
Cité de la Musique original. Jacarepaguá
Jacarepaguá é um bairro da Zona Oeste do Rio de Janeiro, localizado na
Baixada de Jacarepaguá, entre o Maciço da Tijuca e a Serra da Pedra Branca,
sendo o 4° maior bairro em área do município e o 9° bairro mais populoso do
Rio de Janeiro. (Parcial) RESUMO HISTÓRICO DE JACAREPAGUÁ
Fonte: www.wsc.jor.br/romances/imagens/1.htm O topônimo
Jacarepaguá deriva-se de três palavras da língua tupi-guarani: yakare
(jacaré), upá (lagoa) e guá (baixa) - a "baixa lagoa dos jacarés". Na época
da colonização, as lagoas da Baixada de Jacarepaguá estavam repletas de
jacarés, daí o nome. No início, Jacarepaguá não tinha dono, embora a
rica diversidade de seres vivos. Índios, animais e vegetais conviviam com
inteligência em simetria às leis da natureza. Essa harmonia ambiental cessou
com o descobrimento do Brasil. O rei de Portugal passou a ser proprietário
de tudo, com o poder de dividir o mundo descoberto entre os vassalos, sem
contudo perder a autoridade central e absoluta. Seus representantes no
Brasil também tinham direito de doar em seu nome terras para a agricultura.
Eram as chamadas sesmarias. Após a fundação da cidade do Rio de Janeiro
em 1565, houve uma luta sangrenta para expulsar os franceses comandados por
Nicolau Durand Villegagnon (1510-1575). Nessa guerra, morreu o fundador da
cidade Estácio de Sá (1520-1567). O seu tio Mem de Sá (1504-1572), o então
governador-geral do Brasil, foi quem comandou a expulsão definitiva dos
corsários franceses. Depois, ele resolveu regressar para Salvador, a capital
da colônia. Antes de embarcar, nomeou outro sobrinho para governar o Rio de
Janeiro: Salvador Correia de Sá (1547-1631). Salvador administrou a cidade
de 1567 a 1598; com excepções dos períodos de 1573 a 1575 governado por
Cristóvão de Barros e 1576 a 1577, por António Salema. Logo que assumiu a
capitania, Salvador doou sesmarias no Rio de Janeiro para portugueses que
combateram os franceses durante a fundação da cidade. Jerónimo Fernandes e
Julião Rangel de Macedo receberam, naquele ano de 1567, terras na futura
região de Jacarepaguá. Os primeiros sesmeiros de Jacarepaguá, entretanto,
não cultivaram os solos recebidos. Em 1594, os filhos do Governador Salvador
Correia de Sá, Gonçalo Correia de Sá e Martim Correia de Sá, que na época
que o progenitor concedeu a sesmaria a Jerónimo e Julião ainda não eram
nascidos, fizeram petição ao pai-governador para a concessão da sesmaria de
Jacarepaguá para eles, alegando que, passados quase trinta anos, os antigos
sesmeiros não tomaram posse da mesma. Julião Rangel, amigo do governador e
principal auxiliar da longa administração de Salvador Correia, achou justa a
pretensão de Gonçalo e Martim. Assim, o administrador da cidade outorgou as
terras aos filhos. A carta da sesmaria foi passada no dia 9 de Setembro de
1594 pelo tabelião da cidade. Em 26 de Maio de 1597, foi confirmada pelo rei
Felipe II ( “2º rei da ocupação espanhola de 1580 a 1640). Os dois irmãos
dividiram a região de comum acordo. A parte de Gonçalo compreendeu as terras
desde a Barra da Tijuca, passando pela Freguesia, Taquara e Camorim, até o
Campinho. A parte de Martim, a partir do Camorim, atravessando a Vargem
Pequena e Vargem Grande, até o Recreio dos Bandeirantes. Martim Correia de
Sá dedicou-se à política. Foi governador do Rio de Janeiro em dois períodos:
1602 a 1608 e 1623 a 1632. Casou-se com a espanhola Maria de Mendonza e
Benevides. O primogénito dessa união foi Salvador Correia de Sá e Benevides,
que iniciou a dinastia dos Viscondes de Asseca, de grande importância na
história de Jacarepaguá. Enquanto o irmão Martim governava o Rio, Gonçalo
ocupava a sua sesmaria. Construiu o Engenho do Camorim e arrendou boa parte
das suas propriedades a terceiros. Assim, os domínios de Gonçalo se
transformaram rapidamente em povoações, enquanto os de Martim até hoje têm
grandes vestígios rurais. Nas primeiras décadas do século XVII, as
imediações da Pedra do Galo já possuíam razoável povoamento, em virtude dos
diversos arrendamentos feitos por Correia de Sá. A chegada dos primeiros
escravos no Rio de Janeiro aconteceu em 1614. A maioria veio para os grandes
foros que surgiam em Jacarepaguá. Um dos principais foreiros foi Rodrigo da
Veiga, que criou o Engenho D’Água por volta do ano de 1616, bem antes de
Gonçalo Correia de Sá fundar o Engenho do Camorim em 1622. Três anos depois,
em 1625, Gonçalo ergueria a Capela de São Gonçalo do Amarante nas terras
desse engenho. Mais tarde, o Padre Manuel de Araújo construiria, no alto da
Pedra do Galo, a Igreja de Nossa Senhora da Pena. Então, lá em baixo, no
lugar chamado Porta D’Água, começaria a surgir o primeiro núcleo
populacional de Jacarepaguá. Até então a viagem para Jacarepaguá era
somente feita pelo mar, pela Barra da Tijuca e lagoas. Os viajantes,
todavia, ficavam na dependência de embarcações de algum calado, para
enfrentar o mar. A fim de que esses pioneiros do século XVII pudessem levar
a produção de seus engenhos e fazendas para a longínqua Freguesia de São
Sebastião do Rio de Janeiro com mais facilidade, foram abertos caminhos que
deram origens aos actuais logradouros. As mercadorias atravessavam o Vale do
Marangá (actual região da Praça Seca) até o porto fluvial de Irajá (local
onde surgiu a Freguesia de Irajá). Daí seguiam em pequenos barcos pelo Rio
Irajá e Baía da Guanabara para atingir o cais da actual Praça Quinze.
Gonçalo Correia de Sá casou-se com Dona Esperança da Costa. Dessa união
nasceu a filha Vitória de Sá. Em 1628, chegou ao Rio de Janeiro o fidalgo
espanhol Dom Luís Céspedes Xeria, que viajava desde Madri para Assunção, a
fim de assumir o cargo de governador do Paraguai. Céspedes foi hóspede
oficial da cidade, pois, na época, Portugal e Espanha estavam unificados
sobre a mesma coroa. No dia 21 de Março de 1628, em grande festa na casa do
então governador do Rio de Janeiro - Martim Correia de Sá, Céspedes casou-se
com Vitória Correia de Sá, filha de Gonçalo e sobrinha de Martim. Como dote
de casamento, Gonçalo doou parte de sua sesmaria de Jacarepaguá a Dom Luís
Céspedes. Os irmãos Correia de Sá faleceram anos depois: Martim em 1632 e
Gonçalo em 1634. Nesse mesmo ano de 1634, a mulher de Gonçalo, D. Esperança,
e a filha Vitória venderam a propriedade a Salvador Correia de Sá e
Benevides, filho do falecido Martim. Dona Vitória, entretanto, não se desfez
de tudo. Ela continuou com a parte que o marido recebera de seu pai como
dote de casamento. Essa grande fracção de terras seria doada, em testamento
feito por ela no dia 30 de Janeiro de 1667, ao Mosteiro de São Bento. Até os
dias de hoje há brigas judiciais por posses de terrenos, por causa das
diversas cadeias sucessórias que se formaram a partir do século XVII.
Salvador Correia de Sá e Benevides (1601-1688) era general e lutou pelos
interesses portugueses contra os holandeses em Angola. Ocupou em três
períodos o governo do Rio de Janeiro: 1637 a 1642, 1648 a 1649 e 1659 a
1660. Proporcionou grandes desenvolvimentos em suas terras de Jacarepaguá ao
vender muitas delas e auxiliar os compradores a fundar engenhos. Ele faleceu
em Lisboa no dia 1 de Janeiro de 1688. Com o desenvolvimento da região
foi criada em 6 de Março de 1661 pelo governador do Rio de Janeiro, João
Correia de Sá, a Freguesia de Nossa Senhora do Loreto e Santo António de
Jacarepaguá. Essa freguesia foi a quarta do Rio de Janeiro. A primeira fora
a de São Sebastião, instituída no dia 20 de Janeiro de 1569, quatro anos
após a fundação da cidade. A segunda, em 1634, a da Candelária. E a
terceira, em 1644, a de Irajá. A sede inicial da Freguesia de Jacarepaguá
foi a capela da fazenda do Capitão Rodrigo da Veiga. A igreja matriz de
Nossa Senhora do Loreto foi construída pelo Padre Manoel de Araújo. Na
inauguração, houve grande festa, na qual compareceram o governador do Rio de
Janeiro Dom Pedro de Melo, o prelado da província Manoel de Souza Almada e o
Provedor Diogo Correia.
No final do século XVII, o juiz de órfãos Francisco Teles Barreto de Meneses
e sua mulher Dona Inês de Andrade Souto Maior, pentavós do Barão da Taquara,
eram proprietários da Fazenda da Taquara. Ele foi contemporâneo do General
Salvador Correia de Sá e Benevides. No decorrer do século XVIII, a família
Teles Barreto de Meneses expandiu muito seus domínios em Jacarepaguá,
comprando outros engenhos. Ao final desse século, eles eram os maiores donos
de terras da região, que, na época, era chamada de planície dos onze
engenhos. Eram fábricas de produção de açúcar. Em documento apresentado ao
vice-rei Dom José Luís de Castro (1744-1819) - Conde de Resende, o
sargento-mor Sebastião José Guerreiro França narra que, em 1797, a freguesia
de Jacarepaguá possuía 252 residências. Sua população total era de 1.905
habitantes (437 homens, 562 mulheres e 906 escravos). O comércio era formado
por três lojas de fazenda (armarinho), setenta vendas e mercearias e cinco
açougues. No início do século XIX, o café expandiu-se bastante na
província do Rio de Janeiro. Em Jacarepaguá, foram criadas muitas fazendas
para sua plantação, além de ser cultivado também nos solos férteis dos
antigos engenhos de açúcar. O político brasileiro Francisco Maria Gordilho
Veloso Barbuda - Marquês de Jacarepaguá, possuía terras no bairro para essa
cultura. Muito amigo de Dom Pedro I (1798-1834), ocupou diversos cargos de
confiança no Governo brasileiro, após a independência. É bem provável que o
imperador em suas andanças pela região tenha visitado a fazenda do Marquês
de Jacarepaguá. O historiador Carlos Oberacker em seu livro "A Imperatriz
Leopoldina - Sua Vida e Sua Época", narra que a primeira esposa de Dom Pedro
I era exímia caçadora. E acompanhou o marido em caçadas na planície de
Jacarepaguá durante a lua-de-mel. Na sacristia da Igreja Nossa Senhora da
Pena existe uma cadeirinha, que, segundo a tradição, serviu à Dona
Leopoldina. Mais tarde, essa mesma cadeirinha foi usada por Dona Teresa
Cristina, esposa do Imperador Dom Pedro II (1825-1891). O autor do Hino
Nacional Brasileiro, Francisco Manuel da Silva (1795-1865) também possuía
grande sítio em Jacarepaguá. Conta a lenda que o músico se inspirou no canto
de um pássaro existente em sua chácara de Jacarepaguá para compor o hino em
1831. (...)
Trabalho e pesquisa de Carlos Leite Ribeiro – Marinha
Grande – Portugal

Urca e Pão de Açúcar – Rio de Janeiro
Pesquisa de Carlos Leite
Ribeiro
Um dos primeiros locais do Rio de
Janeiro a ser habitado pelos portugueses ainda no século XVI, a Urca foi
palco da antológica Revolta da Vacina, em 1904, e da Intentona Comunista,
bem mais tarde, em 1935. Já nessa época, a noite do bairro adquirira vida
com o Cassino da Urca, casa que lançou Carmen Miranda, e que atraiu vedetas
e figurões como Beijo Vargas, irmão do presidente Getúlio. Quatro anos após
ser fechado devido à proibição do jogo no país, o estabelecimento reabria,
dessa vez sedeando a TV Tupi, primeira emissora brasileira de televisão.
Quem saísse às ruas podia esbarrar com Oscarito, Grande Otelo, Cacilda
Becker e muitos outros.
A Urca é um bairro tradicional do Rio
de Janeiro, possui quase 7 mil habitantes (censo de 2000), distribuídos em
pequenos prédios e casas. O bairro é considerado um dos mais pacatos e com
mais baixos índices de criminalidade e tem como um de seus moradores o
cantor Roberto Carlos.
É no bairro que situa-se o morro do Pão de Açúcar e o seu famoso bondinho.
Na Praia Vermelha, situam-se dois campi da Universidade Federal do Estado do
Rio de Janeiro (UNIRIO), um dos campi da Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ), o Instituto Militar de Engenharia (IME), a Escola de Comando
e Estado-Maior do Exército (ECEME) e a Escola de Guerra Naval (EGN). Também
situa-se na Urca o Teleférico do Pão de Açúcar, o Instituto Benjamin
Constant, o Forte São João e o antigo Cassino da Urca, que após a
promulgação da lei que tornou o jogo de azar ilegal no Brasil foi sede da TV
Tupi do Rio de Janeiro.
A história do povoamento das terras do que hoje é conhecido como bairro da
Urca remonta ao início da própria cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro.
Os franceses comandados por Villegagnon invadiram a baía de Guanabara,
levando Portugal a enviar uma expedição para expulsá-los. Esta expedição
chegou com o Capitão-mor, Estácio de Sá, e seus homens à entrada da barra do
Rio de Janeiro em no dia 1 de Março de 1565. 0 local do desembarque, onde
Estácio de Sá deu por fundada a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro (
em homenagem ao Rei Dom Sebastião), foi a pequena faixa de terra na "várzea",
entre os morros Cara de Cão e Pão de Açúcar, que é a actual praia de Fora,
nos terrenos da Fortaleza de São João. Após o desembarque foi erguida uma
ermida de taipa e sapê para entronizar a imagem de São Sebastião. O
fundador, Estácio de Sá, morto em 1567, foi enterrado nessa mesma capela, e
aí ficou ate 1583, quando seu corpo foi trasladado para o Morro do Castelo,
onde a cidade já se achava estabelecida. Localizavam-se as primeiras casas e
igrejas da cidade na área onde hoje funcionam a Fortaleza de São João e a
Escola de Educação Física do Exército.
Com a mudança da cidade para o Morro do Castelo, a Vila ou
Cidade Velha, como passou a ser chamada, passou a ser usada somente na defesa da
baía de Guanabara.
Os primeiros prédios que ocuparam a Praia Vermelha tinham, por sua localização,
por objectivo a defesa militar. Assim, logo no início do século XVIII, foi
construído um forte. A partir de 1856, instalam-se, sucessivamente, na Praia
Vermelha, o Batalhão de Engenheiros e a Escola Militar e de Aplicação.
Finalmente, em 1938, a cidade e seus habitantes têm a Praia Vermelha para uso
civil, com a abertura da Praça General Tibúrcio.
Até o final do século XIX, o bairro da Urca simplesmente não existia, porque as
águas da baia de Guanabara batiam directamente nas rochas que circundam os
morros da Urca e o Pão de Açúcar. Para ter acesso a praia de fora e a fortaleza
de São João, era necessário ir directamente por mar.
Entre 1870 e 80, o comerciante português Domingos Fernandes Pinto sonhou em
transformar o local num novo bairro, ou melhor, numa nova cidade, com os prédios
obedecendo "a um novo estilo, elegante e artístico". Em 2 de Março de 1895, ele
assinou contrato com o município para a construção de um cais, ligando a praia
da Saudade, em frente ao Instituto Benjamim Constant, à Escola de Aprendizes de
Artilheiros, na Fortaleza de São João. Mas esta obra foi embargada pelo
Exército, com a alegação de que a obra prejudicaria a defesa do Forte. (Como se
viu mais tarde, o bairro em aterro criou um acesso mais directo àquela área
militar). Em 1919 foi assinado um novo contrato com a Prefeitura, mas Domingos
Fernandes Pinto não pôde cumpri-lo.
Em 1921 o engenheiro Óscar de Almeida Gama constitui a Sociedade Anónima Empresa
da Urca, para construção de um cais, ligando a praia da Saudade(na entrada do
bairro) à Fortaleza de São João, nos termos do contrato de 1919. Entre as
cláusulas do contrato para a construção do bairro da Urca estava construir uma
escola para 200 alunos, que veio a ser a Escola Minas Gerais.
A Avenida Portugal foi oficialmente inaugurada pelo Presidente Epitácio Pessoa
e, na mesma época, a antiga praia da Saudade recebia a denominação de Avenida
Pasteur e, logo depois, a Prefeitura concedeu terrenos de aterro ao longo da
costa para sociedades desportivas, surgindo, entre outras, o Fluminense Yachting
Club, actual Iate Clube do Brasil.
O plano geral de arruamento e loteamento da Urca foi aprovado em 1922.
Pão de Açúcar
O Pão de Açúcar é uma espectacular
formação rochosa, na entrada da Baía de Guanabara, de onde se tem uma vista
deslumbrante sobre a cidade, especialmente do pôr-do-sol. Com 395m de altura, o
acesso ao morro é feito por um teleférico, com capacidade para 75 pessoas, que
parte da estação da Praia Vermelha.
O Pão de Açúcar é circundado por uma
vegetação característica do clima tropical, especificamente um resquício de Mata
Atlântica com espécies nativas que em outros pontos da vegetação litorânea
brasileira já foram extintas.
Há várias versões históricas a respeito da origem do nome Pão de Açúcar. Segundo
o historiador Vieira Fazenda, foram os portugueses que deram esse nome, pois
durante o apogeu do cultivo da cana-de-açúcar no Brasil (século XVI e XVII),
após a cana ser espremida e o caldo fervido e apurado, os blocos de açúcar eram
colocados em uma forma de barro cónica para transportá-lo para a Europa, que era
denominada pão de açúcar. A semelhança do penhasco carioca com aquela forma de
barro teria originado o nome.
O penedo teve ao correr do tempo, cronologicamente, os seguintes nomes:
“Pau-nh-açuquã” da língua Tupi, dado pelos Tamoios, os primitivos habitantes da
Baía de Guanabara, significando “morro alto, isolado e pontudo”; “Pot de beurre”
dado pelos franceses invasores da primeira leva; “Pão de Sucar” dado pelos
primeiros colonizadores portugueses; “Pot de Sucre” dado pelos franceses
invasores da segunda leva. Ortograficamente, segundo a anterior ortografia da
Língua Portuguesa, “Pão de Assucar”, era com ss.
O nome Pão de Açúcar generalizou-se, a partir da segunda metade do século XIX,
quando o Rio de Janeiro recebeu as missões artísticas do desenhista e pintor
alemão Johann Moritz Rugendas e do artista gráfico francês Jean Baptiste Debret
que, em magníficos desenhos e gravuras, exaltaram a beleza do Pão de Açúcar.

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