LOAS À FILOSOFIA

Abril de 2009

Lairton Trovão de Andrade

 

 

 

TEORIA FILOSÓFICA DO CONHECIMENTO



Depois de termos discorrido sobre as teorias extravagantes do Ceticismo e do Idealismo, que atualmente têm apenas algum valor histórico, por terem propiciado debates à Filosofia, ainda que possivelmente histéricos, atenhamo-nos mais um pouco nos princípios irrefutáveis do Realismo Filosófico.

Antes, porém, recordemos:
Para o Ceticismo, não existe o conhecimento, porque de nada se pode ter certeza, diz ele, uma vez que tudo está num vir-a-ser constante, e não há realidade, sobre a qual se possa fazer alguma afirmação ou negação estável.

Igualmente, para o Idealismo, o conhecimento não atinge a realidade do mundo exterior. Ora, neste caso, o conhecimento é conhecimento de nada, absolutamente vazio, porque não corresponde à realidade alguma. Consequentemente, o fim do idealismo deveria ser o abismo do ceticismo.

Entretanto, o conhecimento existe. Assim atesta naturalmente  o senso comum, bem como toda atividade intelectual e técnica dos seres humanos.

Todo ser humano, mesmo dentre os mais simples e iletrados, riria de nós, se  lhe disséssemos que tudo o que existe não passa de sombra irreal, fruto da nossa imaginação e que, se algo existisse, não poderíamos conhecer, pois, só podemos conhecer o que está dentro da nossa mente, isto é, nossas ideias.

Ora, apresenta-se aqui gravíssimo equívoco,  pois conceber ideias, sem os correspondentes conhecimentos dos seres do mundo, é mera contradição.

Sob o ponto de vista da sã Filosofia, a ideia representa conhecimento da realidade que se encontra no mundo em que vivemos, realidade exterior, portanto, à nossa mente.

Os manuais de Filosofia definem a ideia “como simples representação intelectual de um objeto”.

Para haver conhecimento, é preciso que, antes de tudo, exista o objeto e, depois, o sujeito cognoscente.
 
Assim, é complexo e impressionante o processo em que se dá o conhecimento:  De um lance imediato, a inteligência humana  capta as qualidades ou a essência de alguma coisa, fazendo com que aquilo que existe na realidade exterior passe a existir, de forma virtual, na mente do cognoscente, produzindo o milagre do conhecimento.
 
Assimilar intelectualmente as realidades, formando ideias, representa o passo primeiro e fundamental para a aquisição de conhecimentos. (Os passos seguintes são o juízo e o raciocínio, que não serão tratados aqui). 
 
A criança, por sua própria natureza, também elabora ideias, dentro dos seus limites intelectuais em desenvolvimento.
 
Outrossim, a ideia é de natureza universal, em contraposição à imagem, que também é uma elaboração mental, mas de natureza singular. 
 
No processo de formação de ideia, a inteligência humana apreende as qualidades, ou notas características de determinado ser – é a compreensão.
 
Na ideia de “homem”, por exemplo, podemos encontrar as seguintes características que fazem a compreensão: Animalidade, racionalidade, liberdade, risibilidade, etc..
 
Em seguida, podemos considerar os indivíduos que possuem a mesma compreensão.
Trata-se da extensão da ideia. Assim, a ideia de homem é extensiva a todos os seres humanos de todas as idades, de todas as raças,  –   todos os humanos indistintamente.
 
Por ser extensiva a inúmeros seres de natureza comum, a ideia é, portanto, universal.
 
A idéia que tenho de “animal” (substância, ser vivo, irracional, sensitivo, dotado de locomoção, etc..) é extensiva a todos os seres vivos, que têm sentidos externos e internos, além de um complexo centro nervoso.
 
Podemos manifestar as ideias, através de termos ou palavras.
 
Somente os seres humanos têm potencialidade de falar, porque somente eles elaboram ideias e podem, de alguma forma, manifestá-las.
 
Os animais irracionais são carentes de inteligência abstrata, por isso não têm ideias e, consequentemente, não falam. 
 
A rigor, nem o papagaio fala. Ele apenas pronuncia “poucas palavras”, frutos da sua memorização concreta de imagens auditivas, proveniente de treinamento repetitivo, feito por algum ser humano inteligente e curioso.
 
Quando se diz que alguém fala como papagaio, é sinal de que apenas pronuncia palavras, mas não tem compreensão das mesmas, fala sem saber o que diz –  não tem conhecimentos.
 
E, porque o conhecimento existe, foi possível os seres humanos, através do labor conjunto, edificarem a universalidade das ciências e das tecnologias, possibilitando maiores índices de qualidade de vida numa evolução próspera e contínua.
O poder intelectual de conhecer e de se conhecer são das maiores dádivas que o Criador do Universo propiciou ao ser humano, colocando-o, através deste miraculoso instrumento, no caminho que poderá conduzi-lo à verdadeira e perene felicidade.
 
Diante disso, cada ser humano deveria  agradecer a Deus por ter nascido e se desenvolvido como pessoa capaz de adquirir conhecimentos de toda ordem possível.
 
Para encerrar, é necessário que celebremos:
Bendito seja Deus que nos concedeu inteligência, para conhecermos as maravilhas do universo; que nos enriqueceu com a graça da compreensão ao semelhante e, através dele, podermos agradecer, louvar e adorar o SENHOR SUPREMO DA CRIAÇÃO DO UNIVERSO!
       
 Obs.: Para não sermos demasiadamente cansativos, em outra oportunidade, falaremos  sobre o conhecimento sensível e intelectual.
Obrigado!
 
 
Lairton Trovão de Andrade
Subscritor da Liga dos Amigos do Portal CEN:


 
 
 
 
 

 

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