O
CONHECIMENTO SENSÍVEL E O INTELECTUAL
O conhecimento é o escopo
único das ciências em geral. O sentido
etimológico de “ ciência” é
“conhecimento”. Ciência , portanto, é
conhecimento fundamentado num fato
concreto que traz a certeza da verdade.
A Filosofia é a excelência do
conhecimento, pois representa a
perfeição do próprio conhecimento,
conhecimento obtido, através da análise
das causas do ser.
Conhecer, sob o ponto de vista
filosófico, significa ter a evidência da
causa eficiente, da material, da formal
e da final de um determinado ser *. Por
isso se diz que o conhecimento
filosófico atinge as últimas razões, ou
consequências do ser.
O apaixonado pelo conhecimento diria
que o verdadeiro filósofo, pela
profunda universalidade de sua
sabedoria, lembra a intelectualidade de
um semi-deus.
Grandes filósofos do passado, como
Platão e, principalmente Aristóteles, os
escolásticos e, principalmente, Santo
Tomás de Aquino, distinguiam duas formas
de conhecimento – o sensível e o
intelectual.
a) - O CONHECIMENTO SENSÍVEL
processa-se através dos sentidos. O
objeto deste conhecimento são as coisas
materiais. Desta forma, conhecemos o
que vemos, o que ouvimos, o que
provamos, o que exalamos, o que
apalpamos – tudo o que sentimos.
O conhecimento sensível é a primeira
forma de conhecimento. Através dele,
entramos em contato com a materialidade
do mundo. Ele, o conhecimento sensível,
existe nos seres humanos e também nos
animais irracionais.
Somos dotados de sentidos externos –
visão, audição, olfato, paladar e tato
–, e sentidos internos – álgico,
térmico, cinestésico, quinestésico e
do equilíbrio – , a fim de que possamos
conhecer concretamente as coisas do
mundo.
Portanto, os humanos e outros animais
são possuidores de inteligência
concreta, onde se processa o
conhecimento sensível. Assim sendo, os
irracionais, além dos seus instintos,
possuem essa forma de conhecimento, que
lhes permitem a excelente adaptação ao
meio em que vivem. O cão, por exemplo,
conhece o seu dono, conhece o lar que o
acolheu, atende pelo próprio nome.
Nesta forma de conhecimento, encontra-se
todo adestramento possível que se
processa aos animais das mais diversas
espécies. Nos grandes circos, vemos
macacos, elefantes, cavalos, cãezinhos
etc. executarem atos de aprendizagem,
aparentemente complexos, e ficamos
maravilhados.
b) - CONHECIMENTO INTELECTUAL: Superior
ao sensível é o conhecimento
intelectual. Entretanto, aquele é a base
deste. Sem o conhecimento sensível,
impossível seria o conhecimento
intelectual.
Os escolásticos, repetindo Aristóteles,
diziam: “Nihil est in intelectu quod
prius non fuerit in sensu” (nada se
encontra na inteligência sem que, por
primeiro, tenha passado pelos
sentidos). Certamente, o cego de
nascimento não conhece a beleza da cor,
e o surdo de nascença não sabe, nem por
sonho, o que é o som.
O conhecimento intelectual transcende ao
conhecimento sensível, porém, este é
condição indispensável à existência
daquele.
A causa do conhecimento intelectual é a
inteligência propriamente dita. Por ela
se dá o conhecimento das mais profundas
formas de relações abstratas, tais como
as descobertas científicas, as invenções
de todas as formas, as mais variadas
concretizações da Arte e da Literatura.
Todas as manifestações do “homo faber e
do homo sapiens”, desde as mais simples
às mais complexas, são expressões vivas
do conhecimento intelectual.
Somente os seres humanos são dotados de
conhecimento intelectual, que é a
indescritível capacidade de “intus
légere”, isto é, de ler dentro, de ver o
íntimo, de conhecer a essência do ser,
adquirindo a sabedoria.
Por isso, homens e mulheres, não só
compreendem o que há e o que acontece no
mundo, mas transmitem entre si, através
de formas de linguagem, o que conhecem,
num intercâmbio cultural extraordinário,
que possibilita perfeita socialização
entre pessoas.
C) – CONCLUSÃO: Homens e mulheres de fé
elevam diariamente preces de
agradecimento a Deus, por ter-nos criado
seres humanos, capazes de conhecimentos,
que, na contínua caminhada, nos
proporcionam oásis de felicidade e a
esperança de, um dia, chegarmos à plena
visão e felicidade beatíficas de Deus.
Diante disso, “obrigado, meu Deus, pelos
meus sentidos externos e internos, pela
inteligência que me permite conhecer a
essência dos seres, pela memória
intelectual que me possibilita reter as
maravilhas da existência!
Obrigado, meu Deus, pela vontade que me
dispõe a buscar, cada vez mais, a
perfeição e, através do entendimento e
do amor, alcançar a verdadeira
felicidade!
Que Deus esteja sempre no coração da
humanidade inteira!
Que nos abençoe a todos com sua infinita
misericórdia, em cada minuto de nossas
vidas!
Assim seja!
· Em tempo oportuno, falaremos sobre as
causas.
19/05/09
Lairton Trovão de
Andrade
Subscritor da Liga dos
Amigos do Portal CEN: