André Barros com sua
esposa Patrícia Werneck

Trabalho e pesquisa de Carlos Leite Ribeiro
André Barros é filho do saudoso jornalista e ex-senador, Artur da Távola e foi
jogador da escolinha de futebol do Flamengo, no Rio de Janeiro. Em 1983, estreou
nos palcos na peça Os Meninos da Rua Paulo, a convite do irmão Duda Monteiro -
hoje editor de desporto da TV Globo - e de Marcos Palmeira, seu amigo de
infância. Gostou tanto da experiência, que no ano seguinte abandonou a Faculdade
de Psicologia para estudar teatro na Casa de Artes de Laranjeiras. Cursou
Jornalismo até o quinto período, mas abandonou para se dedicar à carreira de
actor. No cinema, por Batimam e Robim, ganhou os prémios de Melhor Actor no Rio
Cine Festival e no Festival de Gramado. Na televisão, André fez papéis marcantes
em novelas, como o romântico Trajano Cantuária em Força de Um Desejo, e o
cafajeste Joel em Celebridade.
André Barros, depois de um relacionamento longo com Mariana Ximenes, é casado
com a actriz Patrícia Werneck.
Fonte: Luís Edmundo Araújo
Quando era criança, sonhava ser jogador de futebol do Flamengo, seu time do
coração. Chegou a ser da escolinha do clube, mas os treinos caseiros no quarto,
com os dois irmãos, eram abortados por um argumento certeiro do pai, o
jornalista e ex-senador Arthur da Távola. “Ele dizia para pararmos a bagunça
porque tinha um escritor trabalhando ao lado”, lembra André. O escritor era
Gilberto Braga, na época vizinho de Arthur na Rua Teixeira de Mello, em Ipanema,
zona sul carioca, e hoje o criador de Joel, o jornalista de carácter duvidoso de
Celebridade vivido por André.
Gilberto Braga foi vizinho do actor durante dois anos, quando escreveu Escrava
Isaura, até hoje um dos maiores sucessos da tv. “Meu escritório dava para a
janela do quarto dele”, conta o autor, que além de Joel, escreveu personagens
para André em Anos Rebeldes e Força de um Desejo. “É um excelente actor. Basta
comparar seu trabalho em Força, onde fazia um herói romântico (Trajano Cantuária),
com o cafajeste Joel”, completa Gilberto.
Os elogios do autor de Celebridade não existiriam se André não tivesse
abandonado a faculdade de psicologia, cursada durante dois anos até 1984, para
estudar teatro na Casa de Artes de Laranjeiras (CAL). Um ano antes, já tinha
estreado nos palcos na peça Os Meninos da Rua Paulo, a convite do irmão Duda
Monteiro.
Filho e irmão de jornalistas, o actor tem aturado as brincadeiras pelo péssimo
carácter de seu personagem. “O Duda diz que eu estou acabando com a carreira
dele”, diverte-se André. Além da familiaridade com a profissão de Joel adquirida
em casa, ele chegou a fazer faculdade de jornalismo, há 10 anos. Abandonou
quando faltava um ano e meio para se formar, mas pensa em voltar. “A profissão
de actor é instável. É bom ter outras alternativas”, diz André. Desde 1993, ele
tem a sua alternativa. Irmão de Leonardo Monteiro de Barros (o Leo presentemente
reside em Hamburgo - Alemanha), um dos sócios da Conspiração Filmes, o actor
trabalha há 11 anos como assistente de direcção. Além de vários filmes
publicitários sob a direcção de Breno Silveira, José Henrique Fonseca e Andrucha
Waddington, entre outros, trabalhou em videoclips e no filme Gémeas, com
Andrucha. “Na entressafra da profissão de actor, vou para a Conspiração. Me dá
um aliviada poder fazer várias coisas dentro da indústria do entretenimento, na
frente e atrás das câmaras”, diz. A carreira de cineasta é outra alternativa,
mas só a longo prazo. “Ainda quero aprender um pouco mais até encarar a direcção
de um ”, afirma André.
Seus trabalhos e personagens na TV
2006 JK - (Clóvis Pinto)
2003 Celebridade - (Joel Cavalcanti):
Número de episódios: 221 capítulos
"Celebridade" foi uma telenovela brasileira, produzida pela Rede Globo e escrita
por Gilberto Braga, com co-autoria de Leonor Bassères e Ricardo Linhares e
colaboração de Sérgio Marques, Márcia Prates, Maria Helena Nascimento, Denise
Bandeira. André Barros e Ângela Chaves. Teve direcção geral de Dennis Carvalho.
Exibida originalmente de 13 de Outubro de 2003 a 26 de Junho de 2004, a trama
totalizou 221 capítulos (foi exibida posteriormente na Globo Internacional com
180 capítulos).
Contou com Malu Mader e Marcos Palmeira como protagonistas. Cláudia Abreu, Fábio
Assunção, Deborah Evelyn e Márcio Garcia como antagonistas. Deborah Secco,
Juliana Paes, Marcelo Faria e Hugo Carvana como co-protagonistas.
A trama tem como eixo central a rivalidade entre duas mulheres: a bem-sucedida
empresária e ex-modelo Maria Clara Diniz, dona da produtora Mello Diniz, e a
dissimulada e invejosa Laura Prudente da Costa, que se aproxima de Maria Clara
dizendo ser sua maior fã e consegue um emprego em sua empresa.
Na verdade, Laura é uma arrivista, que não quer apenas tomar tudo da outra, mas
transformar-se em uma nova Maria Clara. Na trama, a razão do ódio de Laura pela
patroa é que ela é filha da verdadeira musa da canção que fez de Maria Clara uma
mulher rica e famosa, enquanto ela e a mãe amargaram uma vida miserável. Maria
Clara, porém, sempre acreditou que a música Musa de verão fora composta por seu
ex-noivo Wagner em sua homenagem. Para realizar o plano de destruir a rival,
Laura conta com a ajuda de Marcos, seu amante e cúmplice. Eles começam a
trabalhar, respectivamente, como assistente e motorista de Maria Clara, e aos
poucos vão se infiltrando na vida da “celebridade”. A dupla de vilões Laura e
Marcos - a “Cachorra” e o “Michê”, como eles se chamavam mutuamente aprontaram
muito.
Laura se alia também a Ubaldo Quintela, seu padrasto e verdadeiro autor da
música que fez tanto sucesso. Em liberdade condicional, depois de passar 15 anos
preso pelo assassinato de Wagner – por ele ter roubado a autoria de sua canção
-, Ubaldo agora quer se vingar da rica produtora e de seu patrocinador, o
todo-poderoso empresário Lineu Vasconcelos, amigo nos tempos de juventude e
actualmente dono de um império de comunicação.
O Grupo Vasconcelos, presidido por Lineu, controla publicações como a revista de
celebridades Fama, e banca os eventos musicais produzidos por Maria Clara no
Espaço Fama. Ubaldo sabe que Lineu foi o responsável por sua prisão, e acredita
que ele e Maria Clara enriqueceram às suas custas. A autoria da canção Musa de
verão foi roubada por Wagner, noivo de Maria Clara, com a cumplicidade do irmão
dele, Ernesto, e Lineu tirou proveito da tramóia. A música havia sido composta
por Ubaldo para Marília, mãe de Laura.
Ao saber da verdade sobre a autoria da música que lhe rendeu tanto dinheiro,
Maria Clara abre mão de todos os seus bens, passando-os para o nome de Ubaldo.
Com isso, Laura, como filha reconhecida de Ubaldo, assume a produtora e todos os
negócios da Mello Diniz e passa a morar na mansão de sua rival, junto com
Marcos, a avó Hercília e o padrasto. A partir de então, há uma reviravolta na
trama: Maria Clara descobre todas as armações de Laura - como se envolver em
tráfico para incriminar a rival, e ter comandado um curto rapto contra ela no
primeiro capítulo da trama - e, além de lutar para reconquistar seu espaço no
mercado da música, ela passa a ter como objetivo desmascarar a vilã. Maria Clara
abre, então, com a ajuda dos amigos, uma casa de samba no Andaraí, o Sobradinho,
que logo se transforma em um grande sucesso.
Em seus percalços, Maria Clara tem ainda de enfrentar Beatriz, filha de Lineu,
moça mimada e egoísta, casada com o cineasta Fernando Amorim, e que não mede
muito as consequências quando está em jogo o risco de perder o marido. De volta
ao Brasil após anos morando na Europa, a relação do casal mostra sinais de
desgaste. A fragilidade da relação aumenta quando os dois precisam lidar com o
trauma da perda do filho Fábio, que morre após sofrer um acidente numa
corredeira. Maria Clara conhece Fernando por acaso, apaixona-se por ele e é
correspondida. Os dois vivem um romance cheio de idas e vindas, devido às
armações de Beatriz, que conta com Laura como aliada. Maria Clara chega a
terminar o relacionamento com Hugo, seu namorado, para ficar com Fernando, mas
as vilãs Laura e Beatriz colocam o rapaz pelado e desacordado na cama da ex,
Fernando o flagra e decide abandoná-la. É aí que Maria Clara descobre que está
grávida de Fernando, mas decide mentir que a criança é de Hugo. Ela fica amiga
de Hugo em sua gravidez e acabam se envolvendo novamente, tanto é que, Hugo e
Maria Clara fazem uma viagem romântica a Búzios linda cidade litorânea do Rio de
Janeiro. Numa tempestade, Maria Clara começa a sentir as contracções do parto.
Hugo a leva para um cabana abandonada no meio da estrada e com um canivete faz o
parto de Maria Clara, que fica feliz em ver que a filha nasceu bem. Depois de
alguns meses Maria Clara volta com Fernando e desmente o que falara, deixando
Hugo arrasado, pois mesmo sabendo que a criança não era sua, ele iria cuidar e
registar como se fosse.
Outro grande vilão da história é o ambicioso e pouco escrupuloso Renato Mendes,
editor da revista Fama e sobrinho de Lineu, que sonha um dia assumir a
presidência do Grupo Vasconcelos. Renato se envolve com Laura, que vê nele um
aliado a mais para destruir Maria Clara. Quando se dá conta de que está sendo
usado por Laura, Renato arma uma vingança: com imagens comprometedoras nas mãos,
ele a chantageia, os dois se casam contra a vontade da vilã, e o editor
transforma sua vida em um inferno. Renato chega a colocar seguranças 24 horas
por dia vigiando a mulher, obriga-a a fazer o que ele quer e a manda dormir em
um colchete no chão do quarto. Tempos depois, Laura vira o jogo, e é Renato quem
vai para o colchete.
A cena de maior Ibope da novela, entrou para a história da televisão brasileira.
Após Laura roubar a ideia de Maria Clara e ganhar um importante troféu que
deveria ser da inimiga, a mocinha se tranca com a vilã no banheiro de uma boate
e dá-lhe uma inesquecível surra, enumerando cada uma de suas maldades enquanto
lhe bate.
A certa altura da trama, Lineu é assassinado e diversos personagens passam a ser
suspeitos do crime. O mistério “Quem matou Lineu Vasconcelos?” só é desvendado
no último capítulo, após a morte de outro personagem, o jornalista Queiroz.
Laura confessa ter matado Lineu porque ele lhe roubara as provas que
confirmariam a autoria de Ubaldo na música Musa de verão. Antes, porém, ela
tenta dar sua última cartada, sequestrando a filha de Maria Clara e Fernando.
Encurralados pela polícia, Laura e Marcos acabam mortos por Renato Mendes, que
também tem suas falcatruas reveladas e é preso. Sua prisão estampa as capas das
revistas e jornais.
O núcleo de personagens ambientado no bairro do Andaraí, na zona norte do Rio, é
responsável pelos momentos cómicos da história. Nele, destacam-se Darlene e
Jaqueline Joy, manicuras do salão de cabeleireiro de Salvador, que vivem em
busca da fama. As duas utilizam qualquer artifício para conseguir uma notinha
nas revistas e colunas sociais. Apesar de amigas, Darlene e Jaqueline disputam o
amor do bombeiro Vladimir que, ao contrário delas, detesta ser o centro das
atenções. Ele passa a novela tentando recuperar seu cargo, já que tinha sido
expulso da corporação após ter algumas fotos, em que aparece somente de sunga,
publicadas em uma revista gay. Vladimir fez as fotos ignorando sua utilização.
As trapalhadas de Darlene para ficar famosa movimentam vários núcleos da novela.
Uma delas envolve o famoso nadador Caio, irmão de Renato Mendes. Ele morre
durante um treinamento, e a manicura tem uma ideia que considera brilhante:
inventar que está grávida do rapaz. Para viabilizar seu mirabolante plano,
Darlene consegue fazer com que Tadeu a ajude a roubar de uma clínica o sémen
congelado de Caio. Acontece que Tadeu se atrapalha e troca as ampolas, e Darlene
acaba fazendo uma inseminação artificial com o sémen de Tadeu. Resultado: certa
de que alcançará a tão desejada fama como mãe do filho do nadador, ela dá à luz
gémeos negros como Tadeu, os “bombonzinhos” – como Darlene passa a chamá-los –
Marlin e Darlin.
A sacoleira Eliete, irmã de Vladimir e amiga de Maria Clara desde os tempos de
escola, foi outra personagem que se destacou no núcleo do Andaraí, atingindo em
cheio o gosto dos telespectadores por conta de seus traços populares. O
trambiqueiro Nelito e a fútil Ana Paula, irmã de Maria Clara, com os quais
Eliete formou um triângulo amoroso, também caíram no gosto popular.
O drama do carente e solitário Inácio também merece destaque. Filho mais velho
de Beatriz e Fernando, o rapaz sofre com a rejeição da mãe, principalmente
depois da morte do irmão Fábio, pela qual se sente culpado. Os motivos dessa
rejeição só são revelados nos últimos capítulos, quando se descobre que ele, na
verdade, é fruto de uma relação que Beatriz teve com o primo Renato antes de se
casar com Fernando, somente para engravidar e assegurar o casamento com o futuro
marido. Inácio vive um triângulo amoroso com a centrada Sandrinha e o
irresponsável Paulo César.
Cristiano é um jornalista de grande sucesso, versado em cultura brasileira e
MPB, viúvo, que vê sua carreira ir por água abaixo após se entregar à bebida por
não suportar a morte da mulher. Ele consegue se reerguer com a comovente ajuda
do filho Zeca e o amor discreto de sua vizinha Noémia, passa a frequentar um
grupo de alcoólatras anónimos e acaba virando director da revista Contemporânea,
outra publicação do grupo Vasconcelos. Cristiano enfrenta na justiça o
mau-carácter Renato, irmão de sua falecida mulher, que disputa com ele a guarda
de Zeca porque, na verdade, quer administrar a fortuna que o garoto herdou da
mãe. O embate entre Cristiano e Renato também levanta outra discussão, a que
contrapõe ética à falta de escrúpulos no jornalismo.
O Fim
Celebridade chegou ao fim com vários casamentos e a punição dos vilões. Maria
Clara e Fernando ficam juntos, enquanto Beatriz, após descobrir a verdadeira
face de Laura, reconhece que perdeu Fernando e viaja sozinha para a Europa.
Inácio vence sua fragilidade, perdoa a mãe por tê-lo rejeitado e termina ao lado
de Sandra. Darlene desiste de correr atrás da fama e se casa com Vladimir, que é
reincorporado ao cargo e transformado em celebridade por seus actos heróicos.
Jaqueline fica com o fotógrafo Bruno. O casal Cristiano e Noémia também tem
final feliz, assim como Eliete e Nelito. Ana Paula, após muitas armações para
continuar rica, acaba vendendo roupas e objetos no Andaraí, juntamente com
Yolanda, a avó trambiqueira de Renato Mendes.
2000 Aquarela do Brasil - (Raimundo)
1999 Força de Um Desejo - (Trajano Cantuária)
Em reprise, "Força de um Desejo" foi reapresentada na sessão Vale a Pena Ver de
Novo entre 26 de Setembro de 2005 e 10 de Fevereiro de 2006, às 14h30,
compactada em 100 capítulos. A reprise foi a primeira novela da Globo a usar o
recurso Closed Caption (processo que permite aos deficientes auditivos
acompanhar os programas transmitidos).
Originalmente a reprise ficaria no ar até Dezembro de 2005. Graças a boa
audiência da trama, que subiu para a casa dos 20 pontos, Força de um Desejo foi
esticada até meados de Fevereiro de 2006, sendo concluída, então, com 100
capítulos. Além do que, a trama ganhou um bloco a mais por capítulo, chegando a
ficar no ar até depois das 16h00 da tarde. O bloco foi retirado da novela das
19h00 da época, Bang Bang, que amargava péssimos índices de audiência; por esse
motivo ele foi inserido à reprise de Força de um Desejo, que agradava em termos
de ibope.
1998 Labirinto - (Beto)
1997 Você Decide - (O Desfalque)
1996 O Campeão - (Tasso)
1993 Guerra sem Fim - (Guará)
1992 Anos Rebeldes - (Bernardo)
1988 Olho por Olho - (Xuxa)
1988 Colégio Brasil - (Dan)
Seus trabalhos e personagens no cinema
2003 O Homem do Ano - (Marlênio)
2002 As Três Marias - (João Capadócio)
1995 Cinema de Lágrimas
1993 Batimam e Robim - (Mário/Robim)
1990 Stelinha
André Barros é casado com Patrícia Werneck
Fonte: Wagner Carneiro
Em “Paraíso Tropical”, ela faz uma moça a romântica e sonhadora Camila. Com
traços delicados e voz doce, Patrícia Werneck já provou que sua interpretação é
bastante convincente. Por isso ninguém acredita quando a actriz revela seu
verdadeiro perfil: ela tem inacreditáveis 27 anos, é casada há dois anos e meio
e, ao contrário de sua personagem, é bastante segura. “Tenho cara de nova. No
começo da carreira até me aconselharam a mentir a idade”, conta Patrícia, ao
emendar rapidamente que preferiu não seguir o conselho para não ficar restrita
aos papéis da garota.
Em seu primeiro trabalho de destaque na telinha – antes Patrícia tinha feito uma
participação no seriado “Mandrake”, da HBO, e actuado na terceira fase da
mini-série “JK”, da Globo, como Silvinha – a actriz carrega o peso de ser uma
das apostas de Gilberto Braga. “Não penso nisso porque pode me atrapalhar. Dou o
melhor de mim para tentar suprir o que o autor imaginou para a personagem”,
afirma a actriz, sem esconder o entusiasmo em saber que sua performance está
agradando.
Para fazer Camila, a actriz voltou aos seus 19 anos, época em que sonhava com
grandes paixões, com um casamento feliz e alguns filhos. A moça assume que, da
mesma maneira que sua personagem, preferia relações duradouras, namoros sérios,
não gostava de sair com vários caras. “Só não dei a mesma sorte de ser tão
disputada como a Camila é na novela”, brinca, ao elogiar a beleza dos jovens
atores com quem contracena, Paulinho Vilhena e Gustavo Leão.
A repercussão trazida por um papel na novela das oito é algo novo, mas que não
assusta Patrícia. Acostumada a usar os longos e encaracolados cabelos pretos
sempre presos, ao contrário da personagem, a actriz conta que as pessoas olham
insistentemente por um tempo, para confirmar se é realmente a “menina da
novela”. Os comentários sobre as situações que ela vivencia na tela também são
muito comuns. “Todo mundo pergunta como aguento o mala do Fred e a chata da
minha mãe”, revela, aos risos. Ela conta também que o público a chama de Camila,
porque não conhece ainda a sua caminhada na profissão.
O gosto pela actuação teve início cedo. Aos 12 anos, Patrícia começou a estudar
no Tablado, famosa escola de teatro no Rio de Janeiro. Ela admite, entretanto,
que levava isso como um hobby, porque encarava a profissão de actriz como algo
muito distante. Não havia ninguém na família que tivesse enveredado para esse
lado. “E achava que actor vivia eternamente duro também”, completa.
Aos 14 anos, chegou a fazer testes para cinema contrariada, por indicação de um
professor. Não aconteceu e ela acabou se formando em Marketing, mas nunca
abandonou os palcos. Um segundo teste veio aos 21 anos e também não deu certo,
mas um “clic” mudou suas perspectivas. “Foi nessa ocasião que achei viável
encarar essa história como uma profissão”, diz.
E a partir de uma viagem para Nova York, a carreira artística começou a ser
traçada. Ela foi morar um ano nos Estados Unidos para fazer especialização em
Marketing. Acabou fazendo um curso de teatro. Lá, tornou-se amiga de Luana
Piovani que, ao voltar para o Brasil, tinha planos de produzir a peça “Alice no
País das Maravilhas”. Pintou o convite para integrar o elenco do espectáculo e,
de lá para cá, o marketing ficou para trás. “Uma coisa puxou a outra. Quando fui
para o exterior, queria dar uma tacada certeira e acabei dando sorte”, comemora
a actriz, ao recordar o lugar e o momento onde tudo começou.
Ainda pequena, Patrícia Werneck não sabia, mas sua mãe já achava que ela levava
jeito para seguir a carreira artística. “Eu fazia shows em casa, me apresentava
como se fosse a Madonna”, recorda, às gargalhadas. A actriz conta ainda que a
mãe sempre foi testemunha da felicidade que a filha sentia ao ir para as aulas
de teatro e do desânimo que era a hora de ir para o trabalho. “Por isso, ela me
deu total apoio quando resolvi levar a sério a actuação”, completa.
Apaixonada pelos palcos, Patrícia tem o desejo de produzir suas próprias peças e
encarnar personagens de peso. “E a tv tem o lado bom de dar visibilidade, o que
facilita na hora de a gente ir em busca de patrocínio”, argumenta a actriz.