Dia
Internacional da Alfabetização
08 de
Setembro
Trabalho e pesquisa de Carlos Leite Ribeiro
Alfabetização é acção de ensinar o
conjunto de sinais ou letras de uma
língua e a sua utilização na comunicação
escrita. Será a aprendizagem da leitura
e da escrita, portanto, alfabetizar é a
acção de ensinar a ler e a escrever. A
escrita alfabética foi inventada pelos
fenícios, que a utilizavam já no século
XIII antes de Cristo. O alfabeto fenício
foi depois aperfeiçoado pelos gregos,
que transformaram a linguagem escrita
numa combinação de um número limitado de
sinais. O alfabeto utilizado pelo
Ocidente é, basicamente, o latino,
embora com variações consoante os
idiomas. O alfabeto português é
constituído por 23 letras vogais e
consoantes, utilizando-se ainda as
letras K, W, Y, na grafia de vocábulos
estrangeiros. São dois grandes tipos de
alfabeto: o silábico ou consonântico e o
fonemático ou voco-consonântico; no
primeiro (por exemplo semítico), o valor
das vogais é quase posto de parte, pois
a consoante que invoca naturalmente a
vogal associada é lida como o conjunto
das duas, ou seja, constitui uma síbala;
na segundo, dá-se igual valor às
consoantes e às vogais, correspondendo
cada letra do alfabeto a fonemas
diferentes; daí que em cada alfabeto as
letras sejam em número fixo, como é o
caso do alfabeto português.
Existem três níveis distintos de
alfabetização funcional, a saber:
Nível 1, também conhecido como
alfabetização rudimentar, concebe
aqueles que apenas conseguem ler e
compreender títulos de textos e frases
curtas; e apesar de saber contar, têm
dificuldades com a compreensão de
números grandes e em fazer as operações
aritméticas básicas.
Nível 2, também conhecido como
alfabetização básica, concebe aqueles
que conseguem ler textos curtos, mas só
conseguem extrair informações esparsas
no texto e não conseguem tirar uma
conclusão a respeito do mesmo; e também
conseguem entender números grandes,
conseguem realizar as operações
aritméticas básicas, entretanto sentem
dificuldades quando é exigida uma maior
quantidade de cálculos, ou em operações
matemáticas mais complexas.
Nível 3, também conhecido como
alfabetização plena, concebe aqueles que
detêm pleno domínio da leitura, escrita,
dos números e das operações matemáticas
(das mais básicas às mais complexas).
Tempos houve em que a Escola quase se
resumia a ensinar a ler, a escrever e a
contar. E os analfabetos eram os que não
se safavam nesta aprendizagem. Hoje
fala-se muito em analfabetismo
funcional. Não basta saber ler, é
preciso saber utilizar um cartão de
crédito, comprar o bilhete do autocarro
na máquina. E muito mais exigências vão
aparecendo com a Internet e outras novas
tecnologias. Mas, ainda há muito
analfabeto à moda antiga, espalhado pelo
mundo. Os números oficiais ferem a nossa
dignidade. São, de facto, milhões os que
nem sequer sabem ler ou escrever porque
não têm escola ou, se ela existe, não
encontram condições para a frequentar.
Combater a pobreza à escala do mundo é
dar um passo gigantesco a favor da
alfabetização. Os líderes dos oito
países mais industrializados do mundo,
reunidos na Escócia, disseram que
queriam combater todas as formas de
pobreza extrema. E esta é uma delas, a
afectar muitos milhões de pessoas por
esse mundo fora. Os índices de
analfabetismo podem enganar, mas não
deixam de mostrar o rosto de um mundo
marcado por desigualdades gritantes.
Investir na educação torna-se questão de
vida e de morte para milhões de pessoas.
É urgente apostar no combate ao
analfabetismo. A Escola é um grande
espaço de Missão. Sobre os tempos novos
nesta era da informática, outros
desafios se levantam. O mundo começa a
dividir-se entre os que têm acesso às
tecnologias da comunicação (os
info-ricos) e os que passam ao lado
delas (os info-pobres). Há que gerar um
mundo mais justo e solidário para que
palavras como "analfabetismo", seja ele
de que espécie for, não tenham qualquer
espaço nem nos dicionários nem na vida
quotidiana das pessoas e dos povos.
Em Portugal, a elevada taxa de
analfabetismo é um problema que ainda
nos aflige e preocupa. Esta taxa baixou
apenas de 11%, em 1991, para 9%, em 2001
(INE, Censos 2001) o que é um reflexo do
progressivo envelhecimento da população.
Esforços múltiplos têm sido
desenvolvidos para acabar com o
analfabetismo, ampliando o período de
escolaridade obrigatória e realizando
acções várias o que, segundo as
previsões da UNESCO, baixará a taxa de
analfabetismo para 2,8% até 2015.
Método Português de António Feliciano de
Castilho
Com o apoio das autarquias, por sua
iniciativa criaram-se escolas gratuitas,
umas de instrução primária, outras de
instrução secundária e aí se ensaiou
pela primeira vez a leitura repentina
pelo Método Castilho.
Desencantado com a sua experiência
açoriana, a 22 de Fevereiro de 1850
regressou a Lisboa, e dedicou-se com
renovada energia à luta contra os
adversários do seu método de leitura, de
que se publicaram duas edições em 1850,
saindo a terceira em 1853, refundida e
acompanhada de vinhetas, com o título de
Methodo Portuguez Castilho.
A sua actividade motivou grandes
polémicas, em que por vezes Castilho
actuou com grande dureza, como quando
publicou a Tosquia de um Camelo, Carta a
Todos os Mestres das Aldeias e das
Cidades, em 1853, O Ajuste de Contas, em
1854, e Resposta aos Novíssimos
Impugnadores do Methodo Portuguez,
também em 1854. Em 1853 foi nomeado
Comissário Geral de Instrução Primária,
tendo de imediato fomentado a abertura
de cursos públicos em Lisboa, Leiria,
Porto e Coimbra para instruir os
professores no seu método, do qual
publicou em 1854 a quarta edição. A
partir desta data, Castilho dedicou a
maior parte do seu tempo à propaganda do
Método Português, embora continuasse a
sua actividade como escritor e
polemista. Pretendendo alargar o uso a
todo o mundo lusófono, em 1865 foi ao
Brasil com o intuito de propagar, o seu
Método donde voltou nesse mesmo ano,
sendo recebido pelo imperador D. Pedro
II do Brasil, a quem dedicou o seu drama
Camões, e de quem foi sempre amigo, até
à morte. Quando D. Pedro V criou em 1858
as cadeiras do Curso Superior de Letras
de Lisboa, ofereceu a Castilho a cadeira
de literatura portuguesa, que ele não
aceitou.
Em 1861 publicou uma nova edição do Amor
e melancolia, complementada com a Chave
do enigma e com uma autobiografia até
1837. Em 1862 publicou-se a tradução dos
Fastos de Ovídio, em 6 volumes, seguida
de notas escritas a seu convite por
diferentes escritores portugueses. Em
1863 publicou-se a colecção de poesias
Outono. Em 1866 foi a Paris em companhia
de seu irmão, José Feliciano de
Castilho, sendo ali apresentado a
Alexandre Dumas, de quem era apaixonado
admirador. Nesse ano publicou em Paris a
Lyrica d'Anacreonte e em 1867, também em
Paris, promoveu uma edição luxuosa da
tradução das Geórgicas de Virgílio. Em
1868 saíram os Ciúmes do Bardo, com a
tradução em italiano feita pelo próprio
autor. Embora não soubesse alemão,
Castilho empreendeu a tradução do Fausto
de Johann Wolfgang von Goethe, primeira
parte, sobre uma tradução francesa.
Também sem conhecer o inglês, tentou a
tradução de algumas obras de William
Shakespeare. Surgiu uma polémica
violenta, chamada a Questão faustiana.
Existe um grande número de cartas de
Castilho publicadas em jornais e
revistas a este respeito. O título de
visconde de Castilho foi-lhe concedido
em duas vidas por decreto de 25 de Maio
de 1870. Faleceu em Lisboa a 18 de Junho
de 1875. Dada a sua fama, no seu funeral
viram-se representadas todas as classes
da sociedade, os ministros, os seus
colegas académicos da Academia das
Ciências de Lisboa, os representantes
das letras e do jornalismo e os homens
mais ilustres da magistratura, do
professorado e das forças armadas. Para
comemorar o centenário do nascimento do
notável homem de letras, colocou-se em
28 de Janeiro de 1900 uma lápide no
prédio de São Pedro de Alcântara onde
nasceu.
Cartilha Maternal de João de Deus
A Cartilha Maternal é uma obra de
natureza pedagógica, escrita pelo poeta
e pedagogo João de Deus e publicada em
1876, que se destinava a servir de base
a um método de ensino da leitura às
crianças. A Cartilha Maternal é uma das
obras mais vezes reimpressas em
Portugal, tendo sido extensivamente
usada nas escolas portuguesas por quase
meio século, ainda mantendo alguns
seguidores. A publicação da Cartilha
Maternal, que tem o subtítulo de Arte de
Leitura, foi saudada de forma
encomiástica por um país onde o
analfabetismo era uma tragédia nacional,
o ensino mútuo era ainda a norma no
limitado número de escolas existentes e
em que os responsáveis políticos, apesar
de reiterarem que a escola era o meio de
regeneração da sociedade portuguesa,
ainda não se tinha conseguido
reconciliar com a anterior tentativa de
alteração metodológica representada pelo
Método Português de Castilho. Apesar da
veemência e obstinação com que António
Feliciano de Castilho se tinha oposto ao
ensino mútuo e aos métodos de repetição
e soletração ritmada que nele imperavam,
o professorado mostrou enormes
resistências à adopção do seu novo
método. Apesar de ter conseguido que em
1853 fosse criada, na Escola Normal de
Lisboa, uma aula de ensaio do seu
método, a qual persistiu até 1858, o
método não ganhou momento suficiente. A
sua morte em 1875 ditou um ainda maior
apagamento da sua proposta educativa.
Contudo, apesar deste aparente
insucesso, estava aberto o caminho para
as cartilhas. Quando, no ano imediato ao
da morte de Castilho, João de Deus
apresentou a sua Cartilha Maternal, a
intelectualidade e o professorado já
estavam preparados para aceitar a
alteração metodológica. A partir de
1877, começa a difundir-se o chamado
método João de Deus e em 1882, por
decisão parlamentar, é decretado o uso
generalizado da cartilha maternal nas
escolas portuguesas. Esta
obrigatoriedade seria mantida até 1903,
quando o método se tornou facultativo.
Estranhamente, face à resistência oposta
ao Método Português de Castilho pelo
professorado e pela intelectualidade, o
Método de João de Deus tornou-se
rapidamente no método de iniciação à
leitura preferido pelos professores
portugueses. A expansão do método, para
além da extraordinária reputação de João
de Deus, beneficiou da fundação em 1882
da Associação de Escolas Móveis pelo
Método de João de Deus (hoje a
Associação de Jardins-Escolas João de
Deus). Estas escolas funcionaram até
1921, tendo sido frequentadas por perto
de 30 000 alunos. A Cartilha Maternal
foi precursora de uma enorme variedade
de cartilhas, as quais até ao final dos
anos de 1930 foram dos livros com maior
tiragem em Portugal e no Brasil, ainda
sendo reeditadas na actualidade.
Neste link encontra as Cartilhas
portuguesas e brasileiras:
http://www.crmariocovas.sp.gov.br/obj_a.php?t=cartilhas01
Alfabetização - Fonte: Wikipédia, a
enciclopédia livre.
A leitura dinâmica é um conjunto de
técnicas para acelerar a leitura, entre
os quais figuram:
Não verbalização das palavras
(pronunciar as palavras mentalmente
desacelera a leitura, o cérebro é capaz
de ler mais rápido que "pronunciar").
Fixação dos olhos (o movimento muscular
dos olhos toma muito tempo, que poderia
ser aproveitado captando mais palavras)
Acompanhamento do texto com um dedo
(ganha-se atenção e não se perde o ponto
de referência, ajudando a manter o olho
em menos posições fixas)
Tipo de leitura comparativa, baseada na
leitura de diferentes livros sobre um
determinado tema, relacionando-os uns
aos outros e ao tema.
Essa táctica, utilizada em literatura,
consiste em analisar um texto em 3
níveis: superficial, médio e profundo.
No primeiro, vê-se características
literárias como prosa, verso, forma,
etc. No nível médio, estuda-se o tipo de
texto (período literário, escola, etc.)
e seu propósito imediato. O nível
profundo é o estudo das motivações
subjacentes ao texto, suas aspirações
morais, literárias e filosóficas, e como
o texto pode servir de mensagem
atemporal.
De modo geral, um grande problema em
muitas pessoas é não ter o hábito da
leitura.
Ler não é somente juntar letras e formar
palavras, mas também, e,
fundamentalmente, significa saber
interpretar, descodificar a mensagem.
Não se lê apenas através de símbolos do
alfabeto. Existem outros códigos que
produzem textos, tais como: uma obra de
arte, uma cor, um desenho simples, um
gesto ou expressão corporal, um
comportamento ou atitude, uma expressão
de pensamento e, assim por diante. Todas
essas mensagens podem ser interpretadas
de forma diferente por cada indivíduo
leitor, considerando que a
descodificação depende do histórico de
vida de cada pessoa.
Gerar um tema depende de muita leitura e
interpretação das mensagens do
quotidiano. Ter o hábito de observar e
questionar fatos sociais configurados no
dia-a-dia contribui muito para a
elaboração de um bom tema. Todos os
fatos são importantes para quem quer
escrever seja o que for. A opinião é
formada por meio das mais variadas
leituras.
Analfabetismo, como o próprio nome
indica, é o desconhecimento do alfabeto,
ou seja, a incapacidade de ler e
escrever. Segundo a Unesco: "uma pessoa
funcionalmente analfabeta é aquela que
não pode participar de todas as
actividades nas quais a alfabetização é
requerida para uma actuação eficaz em
seu grupo e comunidade, e que lhe
permitem, também, continuar usando a
leitura, a escrita e o cálculo a serviço
de seu próprio desenvolvimento e do
desenvolvimento de sua comunidade."
Para fins estatísticos, analfabeta é a
pessoa acima de 15 anos que não sabe ler
e escrever pelo menos um bilhete
simples. O analfabetismo é um grave
problema na maioria dos países
subdesenvolvidos, comprometendo o
exercício pleno da cidadania e o
desenvolvimento sócio-económico dos
países.
Analfabeto funcional é a denominação
dada à pessoa que, mesmo com a
capacidade de descodificar minimamente
as letras, geralmente frases, sentenças
e textos curtos; e os números, não
desenvolve a habilidade de interpretação
de textos e de fazer as operações
matemáticas. Também é definido como
analfabeto funcional o indivíduo maior
de quinze anos e que possui escolaridade
inferior a quatro anos, embora essa
definição não seja muito precisa, já que
existem analfabetos funcionais com nível
superior de escolaridade.
Analfabeto digital (modernamente)
denomina aquele que é incapaz de obter
informações por meios da informática,
ligadas à era digital, como a Internet
ou qualquer outro meio ligado a
computadores. Tipo de analfabetismo
contemporâneo bastante comum em regiões
que não possuem electricidade e/ou
suporte à rede mundial de computadores,
porém há o caso opcional de desinteresse
pela máquina por algumas pessoas que
contam com fontes mais tradicionais de
informação. Nas próximas décadas,
espera-se uma expansão digital em todos
os sectores económicos e culturais do
globo, podendo causar exclusão social
daqueles que não estão aptos a interagir
com a informação digital.
Trabalho e pesquisa de Carlos Leite Ribeiro
– Marinha Grande – Portugal |
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