Literatura através dos tempos Barroco
(01) – Classicismo (02) – Expressionismo
(03) – Humanismo (04) – Naturalismo (05)
– Realismo (06) – Romantismo (07) –
Simbolismo (08) – Surrealismo (09).
(01) - Barroco:
Iniciou-se em 1580, com a unificação da
Península Ibérica. No Brasil o Barroco
teve início em 1601, com a publicação do
poema épico Pro-sopopéia, de Bento
Teixeira. Suas principais
características são o culto exagerado da
forma, o que implica no uso das figuras
de linguagem (principalmente metáfora,
antítese e hipérbole) e o conflito entre
o terreno e o celestial. A literatura
Barroca possui como marcos estilísticos
o Exagero, a Dualidade e a
Religiosidade. O Movimento Barroco se
deu no meio de diversos acontecimentos
históricos importantes tais como: a
descoberta das terras americanas,
mudança do comércio mundial,
solidificação da Inquisição e do poder
do Clero e o Absolutismo Político. Seus
principais autores são Padre António
Vieira e Gregório de Matos. No estilo
encontramos o pessimismo, exagero
emocional, as contradições imperam (uso
de antíteses, paradoxos e oximoros). Já
o dualismo estilístico é caracterizado
pelos estilos cultista e conceptiva.
(02) - Classicismo:
características gerais:
Imitação dos autores clássicos gregos e
romanos da antiguidade - Uso da
mitologia dos deuses e o uso de musas
como inspiração - Racionalismo:
Predomínio da razão sobre os
sentimentos - Uso de linguagem sóbria,
simples, sem excesso de figuras de
linguagem - Universalismo -
Nacionalismo - Neoplatonismo amoroso -
Busca do equilíbrio formal - Introdução
de versos decassílabo (medida nova)
(03) - O
Expressionismo designa um movimento
cultural que se manifestou nos finais de
século XIX nos mais diversos campos
artísticos como as artes visuais, o
teatro, a literatura e o cinema.
(04) - Humanismo: De
1418 a 1527, cultivou-se a
historiografia, a prosa doutrinária, o
teatro, a poesia e as novelas de
cavalaria. O humanismo foi um movimento
ideológico de transição que modificou o
pensamento medieval, preparando-o para a
vinda do renascimento.
(05) - Naturalismo: Os
autores expõem e comprovam as doutrinas
científicas da época. É o Determinismo
Hereditário, o Determinismo do meio
ambiente e social. O realismo produziu
os romances de tese documental, e o
naturalismo, os de tese experimental. O
naturalismo acrescenta às
características do Realismo extrema
preocupação científica, materialismo, o
resultado do meio ambiente físico e
social e da hereditariedade
(Determinismo). A temática do
Naturalismo dá preferência aos aspectos
mais cruentos e sórdidos da vida humana:
o crime, as taras, a miséria, isso para
retratar o anormal e o patológico.
Assim, podemos dizer que o Naturalismo é
um Realismo levado aos extremos.
(06) - Realismo:
Motivados pelas teorias científicas e
filosóficas da época, os escritores
realistas desejavam retratar o homem e a
sociedade em sua totalidade. Não bastava
mostrar a face sonhadora e idealizada da
vida como fizeram os românticos; era
preciso mostrar a face nunca antes
revelada: a do quotidiano massacrante,
do amor adúltero, da falsidade e do
egoísmo humano, da impotência do homem
comum diante dos poderosos. Uma
característica comum ao Realismo é o seu
forte poder de crítica, adoptando uma
objectividade que faltou ao romantismo.
Grandes escritores realistas descrevem o
que está errado de forma natural. Se um
autor desejasse criticar a postura da
Igreja católica, não escreveria um
soneto anticristão, porém escreveria
histórias que envolvessem-na de forma a
inserir nessas histórias o que eles
julgam ser a Igreja Católica e como as
pessoas reagem a ela. Em lugar do
egocentrismo romântico, verifica-se um
enorme interesse de descrever, analisar
e até em criticar a realidade. A visão
subjectiva e parcial da realidade é
substituída pela visão que procura ser
objectiva, fiel, sem distorções. Dessa
forma os realistas procuram apontar
falhas talvez como modo de estimular a
mudança das instituições e dos
comportamentos humanos. Em lugar de
heróis, surgem pessoas comuns, cheias de
problemas e limitações.
(07) - O romantismo
seria dividido em 3 gerações:
(1ªgeração). As características centrais
do romantismo viriam a ser o lirismo, o
subjectivismo, o sonho de um lado, o
exagero, a busca pelo exótico e pelo
inóspito de outro. Também destacam-se o
nacionalismo, presente da colectânea de
textos e documentos de carácter
fundacional e que remetam para o
nascimento de uma nação, facto atribuído
à época medieval, a idealização do mundo
e da mulher e a depressão por essa mesma
idealização não se materializar, assim
como a fuga da realidade e o escapismo.
(2ª geração) Eventualmente também serão
notados os pessimismos e um certo gosto
pela morte, religiosidade e naturalismo.
(3ª geração) Seria a
fase de transição para outra corrente
literária, o realismo, onde denuncia os
vícios e males da sociedade, mesmo que o
faça de forma enfatizada e irónica, com
o intuito de pôr a descoberto realidades
desconhecidas que revelam fragilidades.
(08) - Simbolismo: A
partir de 1881, na França, poetas,
pintores, dramaturgos e escritores em
geral, influenciados pelo misticismo
advindo do grande intercâmbio com as
artes, pensamento e religiões orientais
- procuram reflectir em suas produções a
atmosfera presente nas viagens a que se
dedicavam. Marcadamente individualista e
místico, foi com desdém apelidado de
"decadentismo" - clara alusão à
decadência dos valores estéticos então
vigentes e a uma certa afectação que
neles deixava a sua marca. Em1886 um
manifesto traz a denominação que viria
marcar definitivamente os adeptos desta
corrente: simbolismo.
(09) - O surrealismo
foi por excelência a corrente artística
moderna da representação do irracional e
do subconsciente. Suas origens devem ser
buscadas no didactismo e na pintura
metafísica de Giorgio De Chirico. Este
movimento, a exemplo de seus
predecessores, pregou a transgressão dos
valores morais e sociais, a nulidade das
academias e a dessacralização do
artista, com uma ressalva: ao nihilismo
fundamentalista do dadaísmo opôs uma
atitude esperançosa e comprometida com
seu tempo. A publicação do Manifesto do
Surrealismo, assinado por André Breton
em Outubro de 1924, marcou
historicamente o nascimento do
movimento. Nele se propunha a
restauração dos sentimentos humanos e do
instinto como ponto de partida para uma
nova linguagem artística. Para isso era
preciso que o homem tivesse uma visão
totalmente introspectiva de si mesmo e
encontrasse esse ponto do espírito no
qual a realidade interna e externa são
percebidas totalmente isentas de
contradições.
A Literatura em
Portugal, associa-se à ideia de
fingimento, a partir do poema de
Fernando Pessoa “O poeta é um fingidor”.
Diz António José Saraiva: “Realidade sem
fingimento não é literatura porque a
realidade sozinha não fala nem finge.
Para haver literatura é preciso que haja
coisas distintas: a que é fingida e o
fingimento dela”. Ou, como escreve
Almada Negreiros: “ O poeta representa
com o santo os únicos casos humanos onde
a realidade não se sobrepõe ao homem”.
Mas já Camões pressentira essa diferença
entre a realidade e o poema. Ao pedir às
Tágides “um som alto e sublimado” e uma
“fúria grande e sonora” para o seu poema
épico, sugere a existência de uma arte
de linguagem que se rege por princípios
de eloquência diversa daqueles
praticados no falar comum.
Desde Aristóteles, a
retórica, reflexão geral sobre as
estratégias do comunicação,
especializou-se em poética, ou
codificação dos diferentes géneros da
escrita, restringindo-se apenas à
elocutto, ornamento, arte de dizer, em
detrimento da inventio – invenção,
procura de argumentos; e dadispositio –
disposição, ordenação. Estabeleu-se uma
hierarquia, do estilo nobre (ou sublime)
ao estilo baixo (ou trivial) passando
pelo medíocre, correspondente às três
classes da sociedade – nobres,
burgueses, camponeses. Para simplificar,
podem caracterizar-se as obras
literárias a partir dos pronomes
pessoais e dos tempos verbais nelas
dominantes. Ao eu (presente) corresponde
o género lírico, ao tu o teatro – cómico
ou trágico, segundo a natureza dos
personagens; ao ele – passado, a epopeia,
o texto narrativo. Os teóricos
aplicaram-se em definir as regras que
convém a cada género e a designar cada
uma das suas categorias internas – é
este, essencialmente, o objecto das
“artes poéticas. De modo que se
estabelece um pacto, um contrato de
leitura, entre o autor, inscrevendo o
seu texto num dado conjunto, e o leitor,
que sabe precisamente o tipo de emoções
que deve esperar, ou a que princípios
estéticos se apela sob uma dada
etiqueta. Mas qualquer codificação
rigorosa acaba por desagradar ao
verdadeiro criador, que procura
libertar-se dela ou situar-se noutro
lugar; do mesmo modo o leitor cansa-se
das formas convencionais.
Prosa e poesia: a
poesia distingue-se do discurso lógico e
prático, destinado a nomear os objectos
reais, , a exprimir as suas relações
evidentes, a definir os fins e os meios
de acção. Distingue-se da prosa como uma
linguagem eurítmica e eufónica, próxima
do canto. Mas, sendo também um discurso
na medida em que é linguagem, o canto
poético tem sempre um peso para a prosa,
do mesmo modo que esta é sempre capaz de
se elevar para a poesia. O exame das
etimologias permite traçar com mais
segurança uma tal linha de demarcação: à
prosa (oratio pró – r- sa), discurso
que vai “direito” ao seu referente;
opõe-se a mensagem essencialmente
organizada pelo regresso (vertere,
versus), o pôr em correspondência ou em
ressonância de unidade de linguagem, no
texto poético. Assim, critérios
estruturais presidiam à distinção entre
um tipo poético e tipos narrativos,
descritivos ou argumentados. A
versificação já não surge assim a não
ser como uma manifestação particular e
institucionalizada do princípio mais
geral de repetição.
Regras Poéticas e
regra social: Da Idade Média à época
clássica, a poesia aparece
frequentemente submetida a uma arte de
dizer que tem por objecto a procura do
belo medido segundo o rigor da submissão
às regras – regra poética, mas também
regra social. O poeta é alternadamente o
protegido do senhor, do príncipe ou do
rei. O século XVIII, não pensando que as
“luzes” possam vir da poesia,
manospreza-a. As convulsões políticas e
sociais dos finais dos séculos XVIII e
XIX suscitam um questionamento radical
do homem, que experimenta subitamente
uma dívida para com o mundo e consigo
próprio: o princípio da unidade - do
mundo, do homem, rompe-se; a poesia dá
conta disso. Os românticos lançam o
primeiro grito de alarme para denunciar
as contingências de uma arte, que já não
pode satisfazer a expressão da
multiplicidade das aparências
descobertas. Mas permanecem ainda
submetidos à lei do verso, ao regime do
género. Situação que se vai modificando
nos séculos seguintes.
O Romance: A narrativa
romanesca é essencialmente prosaica, se
tomarmos o adjectivo na sua dupla
acepção: “escrito em prosa” e
“anti-idealista”. Mesmo redigido em
verso, o romance toca sempre na prosa
pela utilização de uma linguagem
corrente, de uma linguagem que, sem ser
a de toda a gente, é utilizada
quotidianamente por algumas classes
privilegiadas: na sua origem, o fenómeno
narrativo chamado “romance” é grafado
numa linguagem românica, meio erudita,
meio popular, língua nacional falada e
lida por aqueles que querem ser os
criadores e os chefes de uma nação. Os
factores linguísticos, políticos e
sociais que determinam o aparecimento do
romance no Ocidente cristão têm os seus
homólogos nas terras do Islão, no Japão
ou na China. Prosaico é-o também o
romance enquanto confronta tantos os
seus heróis como os seus leitores com
todos os aspectos da existência dos
homens, nos planos social, psicológico e
moral. Assim, nas suas origens, os
romances de cavalaria relatam as
aventuras que um herói atravessa para
obter o bem pelo qual luta – na maior
parte das vezes, o amor de sua dama – e
já não os grandes feitos realizados ao
serviço de uma causa, como celebram as
canções de gesta.
O romance e a
história: seja ele o aliado ou a negação
do determinismo histórico, o romance é
uma ficção de carácter histórico, a qual
considera o homem comprometido num
futuro e numa história colectiva. O
romance de educação que descreve a
formação moral e intelectual de um
herói, é uma das grandes tradições do
romance europeu. Do confronto com a
história resulta uma grande variedade de
tipos humanos, heróis de romance e
representantes da sua época: do
ambicioso, ao homem revoltado até ao
homem estranho a si próprio. Esta
relação com a história e com um futuro
aberto traduz-se no plano narrativo. O
romance recria as condições de
experiência do presente histórico:
aumento das percepções do mundo,
incertezas e obscuridade do futuro.
O sabor do real faz
parte do prazer da leitura de romances,
e podemos pensar que o sucesso do
romance realista do século XIX tinha
igualmente a ver com o apetite de
conhecimento de leitores para os quais
os romances, publicados em folhetins na
imprensa, constituíam a principal
abertura ao mundo. Com o impulso das
ciências humanas e da história das
mentalidades, por um lado, da
multiplicação dos meios de informação,
por outro, os romancistas do século XX
perderam o apanágio desta função de
instrução. Reinvestiram nas funções de
imaginação, estética e crítica, passando
pela questionação do romance tradicional
– daí o divórcio observado entre
“romance de consumo” e “romance de
criação”. Mas a leitura de romances é
também a entrega ao “romanesco”, terreno
de jogo intelectual com as mil e uma
convenções através das quais se instaura
a ilusão do real. Com isto, o romance
surge sempre como o paraíso da leitura e
o lugar de emergência de todas as
possibilidades.
Várias obras de vários autores, já de
domínio público: