Final da
IIª Grande Guerra
08 de Maio de 1945
Trabalho e pesquisa de Carlos Leite Ribeiro
Arte Final: Iara
Melo
"A Europa, enlouquecida, rugia.
A América do Norte parecia dormir
Lá ao longe, no horizonte,
Do outro lado do mar.
A Terra girava,
Como um grande astro doido
No qual a paz dependia apenas
Do inseguro equilíbrio
De forças demandadas.
E, de repente.
O equilíbrio rompeu-se ..."
(Jean Guéhenna)
Em 8 de Maio de 1945, o almirante Karl Dönitz
comunica à população alemã ter acabado de assinar, em
Berlim, a capitulação do Terceiro Reich. Assim terminava
a Segunda Guerra Mundial na Europa, cinco anos e meio
após Hitler ter invadido a Polónia.
"Nós, abaixo-assinados, que negociamos em nome
do Alto Comando alemão, declaramos a capitulação
incondicional, diante do Alto Comando do Exército
Vermelho e ao mesmo tempo diante do Alto Comando das
forças expedicionárias aliadas, de todas as nossas
Forças Armadas na terra, na água e no ar, assim como
todas as demais que no momento estão sob ordens alemãs.
Assinado em 8 de maio de 1945 em Berlim. Em nome do Alto
Comando alemão: Keitel, Friedeburg, Stumpf..."
O comunicado, transmitido pela Rádio do Reich
na manhã de 9 de maio de 1945 em poucas palavras,
encerrava a Segunda Guerra Mundial na Europa. Todos os
sobreviventes respiraram aliviados. Mas aquilo que a
maioria – também dos alemães – sentiu como libertação,
significava para outros vergonha e afronta, ou até mesmo
a própria catástrofe.
Mas não teria a catástrofe, de fato, começado
já em 30 de janeiro de 1933, com a chegada de Adolf
Hitler ao poder? Teria sido realmente possível evitá-la,
após os sucessos de política exterior do Führer até o
outono europeu de 1938?
Início bem-sucedido - As vitórias-relâmpago
sobre a Polónia, França e Noruega haviam cegado os
alemães – acima de qualquer coisa, a própria liderança
nazista. O ataque à União Soviética, em 22 de junho de
1941, resultava do delírio provocado pelas fáceis
conquistas militares.
"Do quartel-general do Führer, o Alto Comando
informa: em defesa contra o ameaçador perigo do leste, a
Wehrmacht (Forças Armadas) atacou, às 3 horas da manhã
de 22 de junho, a violenta marcha das tropas inimigas.
Uma esquadrilha da Luftwaffe bombardeou o inimigo
soviético ainda ao alvorecer."
Os esmagadores sucessos iniciais da Operação
Barba-Roxa, nome secreto do assalto alemão à União
Soviética, também pareciam levar o Reich a mais um
triunfo militar. Em 3 de outubro de 1942, ao inaugurar a
obra assistencial de inverno, Hitler zombou das reacções
da imprensa estrangeira:
"Se nós avançamos mil quilómetros, não se pode
chamar isto exactamente de fracasso (risos) (...). Por
exemplo, nos últimos meses – e é em apenas alguns meses
que se pode sensatamente promover uma guerra neste país
– nós avançamos até o Rio Don, o descemos e chegamos
finalmente ao Volga. Cercamos Stalingrado e vamos
tomá-la – no que os Srs. podem confiar (aplausos
entusiásticos) (...)"
A virada - Era a primeira vez que Hitler
mencionava publicamente o nome da cidade que viria,
quatro meses mais tarde, mudar o destino da guerra. Se
na ocasião muitos generais acreditavam no sucesso
militar da ofensiva, no momento da capitulação do Sexto
Exército em Stalingrado restavam poucos optimistas, que
ofuscados pela realidade ainda estavam convictos de um
fim vitorioso para a Alemanha de Hitler.
A derrota das tropas alemãs na África do
Norte, no mesmo ano, e o desembarque dos Aliados na
Normandia, em junho de 1944, reverteram o destino
militar do Exército alemão.
Último boletim - Um dia após a capitulação
incondicional, a emissora de rádio do Reich da cidade de
Flensburg, onde residia o grande almirante Dönitz, que
após o suicídio de Hitler exerceu interinamente o posto
de chanceler do Reich até 23 de maio, levou ao ar o
último boletim da Wehrmacht, elogiando a heróica
resistência dos últimos batalhões na foz do Rio Vístula:
"Vinte horas e três minutos. No ar, a emissora
do Reich de Flensburg e sua rede de afiliadas. Hoje,
transmitimos o último boletim da Wehrmacht sobre esta
guerra. Do quartel-general do grande almirante, em 9 de
maio de 1945, o Alto Comando informa que..."
O que todos os boletins oficiais das Forças
Armadas sempre haviam omitido, passou gradualmente a
ficar claro a partir de 8 de maio de 1945. Além dos
monstruosos danos materiais e da destruição irreparável
de obras de arte, a Grande Guerra consumira não menos
que 55 milhões de vidas humanas.
Norbert Ahrens
Cronologia de 1933 a 1945
Janeiro 28 - Na Alemanha, cai o governo de
Kurt von Schleicher, no seguimento do fracasso de
conciliar o centro e a esquerda.
30 - Adolf Hitler torna-se o chanceler da
Alemanha; o seu governo inclui dois outros nazis,
Hermann Goering (ministro sem pasta) e Wilhelm Frick
(ministro do interior); Franz von Papen é
vice-chanceler, Constantin von Neurath, ministro dos
negócios estrangeiros.
Fevereiro 16 - Receando as ameaças germânicas,
a Checoslováquia, a Roménia e a Jugoslávia
reorganizam-se, instituindo um conselho permanente.
23/12 Março - O exército japonês avança em
direcção ao sudoeste, da Manchúria até Jehol (Chengde -
a noroeste da Grande Muralha), avançando mais tarde em
direcção ao sul.
27 - Um fogo destrói o Reichstag em Berlim;
embora este tenha sido provocado por um trabalhador
holandês Marinus van der Lubbe, os nazis denunciam o
fogo como uma conspiração comunista e usam-no como
pretexto para suspenderem as liberdades civis e a
liberdade de imprensa.
Março 4 - Cerimónia de tomada de posse de F.
D. Roosevelt como trigésimo segundo presidente dos EUA;
este declara que a única coisa de que devemos ter medo é
do próprio medo.
5 - Eleições gerais na Alemanha, nas quais os
nazis obtém 288 lugares; os sociais-democratas, 120; os
comunista, 81; os centristas, 74; o Partido Nacional
Popular, 52; outras formações políticas, 32.
7 - Engelbert Dolfuss, chanceler da Áustria,
suspende o parlamento austríaco.
12 - Aberto o campo de Oranienburg, arredores
de Berlim, não sendo, no entanto considerado um campo de
concentração.
20 - A Alemanha abre o primeiro campo de
concentração para inimigos do regime nazi perto de
Munique (Dachau).
23 - Acto oficial permite que Hitler tenha o
poder ditatorial.
27 - O Japão anuncia que abandonará a
Sociedade das Nações a partir de 1935.
Abril 1 - Boicote Nazi às lojas de Judeus.
Maio 10 - Nazis queimam livros na Alemanha.
Julho 14 - Partido Nazi declarado partido
unicamente na Alemanha.
Setembro 25 - Criação do Secretariado de
Propaganda Nacional (SPN), sob a direcção de António
Ferro e supervisão directa de Salazar.
Outubro 14 - Alemanha sai da Sociedade das
Nações e da conferência sobre o desarmamento.
1934
Fevereiro 9 - É assinado um pacto entre a
Grécia, a Turquia, a Roménia e a Jugoslávia, para
prevenir possíveis invasões dos Balcãs pelas grandes
potências.
Março 16/17 - São assinados os protocolos de
Roma entre a Itália, a Áustria e a Hungria, para formar
um bloco Danubiano para fazer face à 'Pequena Entente'
(Checoslováquia, Roménia e Jugoslávia).
Junho 11 - Conferência sobre desarmamento de
Genebra termina em fracasso.
29/30 - Na Alemanha, dá-se A Noite das Facas
Longas que consiste numa limpeza interna do Partido Nazi
com o intuito de aniquilar o poder das SA ou tropas de
assalto; entre aqueles que foram assassinados incluem-se
Ernst Roehm, chefe das SA, o general Kurt von Schleicher,
mais de 70 outros líderes nazis e muitos outros (as
execuções prosseguem até 2 de Julho).
Julho 25 - Nazis assassinam o chanceler
austríaco Dollfuss, na tentativa de golpe de estado.
30 - Kurt Schuschnigg é nomeado chanceler
austríaco.
Agosto 2 - O presidente alemão Hindenburg
morre com 87 anos de idade.
19 - Realiza-se o plebiscito na Alemanha sobre
a atribuição do poder executivo exclusivamente a Adolf
Hitler como führer, 89,9% dos votantes aprovam a
mudança.
Setembro 9 - Manifestações antifascistas em
Hyde Park, Londres.
18 - A URSS é admitida na Sociedade das
Nações.
Dezembro 1 - Na URSS, dá-se o assassínio de
Sergei Kirov, o quarto responsável da hierarquia
comunista, provavelmente com a conveniência de Estaline;
o assassino, 13 cúmplices e mais 103 outras pessoas são
executadas sumariamente.
1935
Janeiro 15/17 - Na URSS, Grigory Zinoviev, Lev
Kamenev e 17 outros comunistas fundadores do partido são
julgados e presos por responsabilidade moral no
assassínio de Kirov, em 1934; milhares de outros são
presos por todo o país.
Março 16 - Hitler viola o Tratado de Versalhes
ao introduzir o recrutamento militar obrigatório.
Abril 4/14 - Os primeiros-ministros de Itália,
França e Reino Unido conferenciam em Stresa, no noroeste
de Itália, onde emitem um protesto contra o rearmamento
alemão e concordam em actuar em conjunto contra a
Alemanha.
Maio 2 - É assinado o tratado franco-soviético
de assistência mútua, válido por um período de cinco
anos.
16 - É assinado um pacto de assistência mútua
entre a URSS e a Checoslováquia.
Julho 13 - Pacto comercial entre a URSS e os
EUA.
Setembro 15 - Na Alemanha, no célebre comício
do Partido Nazi em Nuremberga, Hitler anuncia as leis
anti-semitas de Nuremberga: a legislação definirá o que
são judeus, bani-los-á das suas profissões e proibirá o
casamento e as relações com não-judeus; a suástica
torna-se a bandeira oficial da Alemanha.
Outubro 2 - Itália invade a Etiópia.
7 - O conselho da Sociedade das Nações declara
e denuncia a Itália como agressor.
7/17 - Golpe de estado, sem derramamento de
sangue, em Viena, de Kurt Schuschnigg, em colaboração
com o príncipe Starhemberg, contra Emil Fey, ministro do
interior, e os seus aliados nazis.
19 - A Sociedade das Nações impõe sanções a
Itália.
Novembro 4 - Acordo económico germano-polaco.
Dezembro 1 - Chang Kai-shek é eleito
presidente do executivo chinês.
1936
- É criada a Mocidade Portuguesa.
- Na Alemanha, Adolf Hitler anuncia um segundo
plano quadrienal para tornar o país auto-suficiente em
matérias-primas.
- A televisão alemã transmite os Jogos
Olímpicos de Berlim, incluindo a vitória de Jesse Owens
(afro-americano dos EUA) na corrida dos 200 metros.
Janeiro 6/25 Março - Reatamento dos trabalhos
da conferência naval de Londres; o Japão retira-se a 15
de Janeiro, porque os outros países recusam aceitar o
seu pedido de estabelecer um limite máximo comum no
número de unidades da marinha de guerra.
Fevereiro 10 - A alemã Gestapo é colocada
acima da lei.
Março 7 - Tropas alemãs ocupam a zona
desmilitarizada da Renânia, violando, deste modo, o
Tratado de Versalhes (pela segunda vez).
Abril 23 - É criada uma colónia penal no
Tarrafal, ilha de S. Vicente (Cabo Verde). Destina-se a
presos políticos e sociais; os primeiros prisioneiros
chegam em Outubro.
Maio 5 - As forças de Mussolini ocupam a
capital da Etiópia, Addis Abebam pondo fim à guerra da
Etiópia.
9 - A Etiópia é formalmente anexada pela
Itália.
Julho 17 - Revolta militar no Marrocos
espanhol, liderada por Francisco Franco, para
salvaguardar a religião e os valores tradicionais;
outras revoltas ocorrem por toda a Espanha, dando origem
à guerra civil espanhola.
Agosto 1 - Iniciam-se os Jogos Olímpicos em
Berlim.
Setembro 30 - É criada a Legião Portuguesa.
Outubro 1 - Franco declarado o chefe de estado
espanhol.
Novembro 1 - No seguimento da visita do
ministro dos negócios estrangeiros italiano Ciano a
Berlim, o primeiro-ministro Benito Mussolini proclama o
eixo Roma-Berlim.
3 - Nas eleições presidenciais
norte-americanas, F. D. Roosevelt, democrata, é
reeleito.
25 - A Alemanha e o Japão assinam o pacto
anti-Comintern; os dois países acordam em trabalhar em
conjunto contra o comunismo internacional; a Alemanha
também reconhece o regime japonês na Manchúria.
1937
Junho 11- O líder soviético Estaline inicia
uma limpeza aos generais do exército vermelho.
Novembro 5 - Hitler revela os planos de guerra
durante a Conferência de Hossbach.
1938
Março 12/13 - Alemanha anuncia a união com a
Áustria.
Agosto 12 - O exército alemão é mobilizado.
Setembro 30 - O primeiro ministro britânico
Chamberlain tenta acalmar Hitler em Munique.
Outubro 15 - O exército alemão ocupa os
Sudetas; Demissão do governo checo.
Novembro 9/10 - Noite de Cristal (Kristallnacht).
1939
Janeiro 30 - Hitler ameaça os Judeus durante o
discurso no Reichstag.
Março 15/16 - Nazis ocupam a Checoslováquia.
28 - Termina a guerra civil espanhola.
Maio 22 - Nazis assinam o Pacto de Aço com a
Itália.
Agosto 23 - Nazis e soviéticos assinam um
pacto de não-agressão.
25 - Reino Unido e Polónia assinam um Tratado
de Assistência Mútua.
31 - Marinha britânica é mobilizada; Inicia-se
a evacuação de civis.
Setembro 1 - Nazis invadem a Polónia.
3 - Reino Unido, França, Austrália e Nova
Zelândia declaram guerra à Alemanha.
4 - A RAF ataca a marinha alemã.
5 - Estados Unidos da América proclamam
neutralidade; Tropas alemãs atravessam o rio Vistula na
Polónia.
10 - Canadá declara guerra à Alemanha;
Inicia-se a batalha do Atlântico.
17 - Soviéticos invadem a Polónia.
27 - Varsóvia rende-se perante os Nazis;
Reinhard Heydrich torna-se o líder de Departamento de
Segurança do Reich.
29 - Polónia dividida entre Nazis e
soviéticos.
Outubro - Nazis iniciam a eutanásia com
doentes e deficientes na Alemanha.
8 - Falhada a tentativa de assassinato de
Hitler.
30 - Soviéticos atacam a Finlândia.
Dezembro 14 - União Soviética retirada da
Sociedade das Nações.
1940
Janeiro 8 - Início do racionamento no Reino
Unido.
Março 12 - Finlândia assina um tratado de paz
com os soviéticos.
Abril 9 - Nazis invadem a Dinamarca e a
Noruega.
Maio 10 - Nazis invadem a França, Bélgica,
Luxemburgo e os Países Baixos; Winston Churchill
torna-se o primeiro ministro britânico.
15 - Holanda rende-se perante os Nazis.
26 - Início da evacuação das tropas aliadas a
partir de Dunquerque.
28 - Bélgica rende-se perante os Nazis.
Junho 3 - Alemães bombardeiam Paris; Fim da
evacuação de Dunquerque.
10 - Noruega rende-se perante os Nazis; Itália
declara guerra ao Reino Unido e a França.
14 - Alemães entram em Paris.
16 - Marechal Pétain torna-se o primeiro
ministro francês.
18 - Hitler e Mussolini encontram-se em
Munique; Soviéticos iniciam a ocupação dos estados
bálticos.
22 - França assina o armistício com os Nazis.
23 - Hitler visita Paris.
28 - Reino Unido reconhece o general Charles
de Gaulle como o líder francês.
Julho 1 - Os barcos-U alemães atacam os navios
mercantes no Oceano Atlântico.
5 - O governo francês de Vichy rompe relações
com o Reino Unido.
10 - Inicia-se a Batalha da Inglaterra.
23 - Soviéticos invadem a Lituânia, Letónia e
Estónia.
Agosto 3/19 - Itália ocupa a Somália
britânica.
13 - Bombardeamentos alemães contra campos
militares e fábricas britânicas.
15 - Batalhas aéreas sobre o Reino Unido.
17 - Hitler desenrola o bloqueio das ilhas
britânicas.
23/24 - Primeiro ataque aéreo sobre o centro
de Londres.
25/26 - Primeiro ataque aéreo sobre Berlim.
Setembro 3 - Hitler estuda a invasão do Reino
Unido.
7 - Inicia-se o Blitz alemão contra o Reino
Unido.
13 - Itália invade o Egipto.
15 - Ataques aéreos violentos sobre Londres,
Southampton, Bristol, Cardiff, Liverpool e Manchester.
27 - Pacto Tripartido assinado pela Alemanha,
Itália e Japão (Eixo).
Outubro 7 - Tropas alemãs entram na Roménia.
12 - Alemães adiam a Operação Ceilão até à
Primavera de 1941.
28 - Itália invade a Grécia.
Novembro 5 - Roosevelt reeleito presidente dos
Estados Unidos.
10/11 - Ataque de torpedos arrasam com a frota italiana
estacionada em Taranto (Itália)
14/15 - Alemães bombardeiam Coventry (Reino
Unido).
20 - Hungria adere ao Eixo.
23 - Roménia adere ao Eixo.
Dezembro 9/10 - Britânicos iniciam uma
ofensiva no Norte de África contra os italianos.
29/30 - Alemães atacam violentamente Londres.
1941
Janeiro 22 - Tobruk, no Norte de África, cai
para os britânicos e os australianos.
Fevereiro 11 - As tropas britânicas avançam
para dentro da Somália italiana.
12 - O general alemão Erwin Rommel chega a
Trípoli, no Norte de África.
14 - As primeiras unidades alemãs (Afrika
Korps) chegam ao Norte de África.
Março 7 - Tropas britânicas chegam à Grécia.
Abril 3 - Regime pro-Eixo estabelece-se no
Iraque.
6 - Nazis invadem a Grécia e a Jugoslávia.
14 - Rommel ataca Tobruk.
17 - Jugoslávia rende-se perante os Nazis.
27 - Grécia rende-se perante os Nazis.
Maio 1 - O ataque alemão a Toburk é repelido.
10 - Rudolph Hess braço direito do Führer
viaja até à Escócia.
10/11 - Ataque pesado alemão sobre Londres; Os
britânicos bombardeiam Hamburgo.
15 - Começa a operação Brevidade (operação de
contra-ataque no Egipto).
24 - Bismark afunda o navio britânico Hood.
27 - Marinha britânica afunda o navio Bismark.
Junho - As SS iniciam assassínios em massa.
4 - Governador pro-Aliados instala-se no
Iraque.
8 - Aliados invadem a Síria e o Líbano.
14 - Estados Unidos congelam todas as posses
de alemães e italianos na América.
22 - Alemães atacam a União soviética, sendo o
início da Operação Barbarossa.
28 - Alemães capturam Minsk.
Julho 10 - Alemães atravessam o rio Dnieper na
Ucrânia.
12 - Acordo de assistência mútua entre os
britânicos e os soviéticos.
14 - Britânicos ocupam a Síria.
26 - Roosevelt congela as posses dos japoneses
nos Estados Unidos e suspende relações.
31 - Goering avisa Heydrick para preparar a
Solução Final.
Agosto 1 - Estados Unidos anunciam o embargo
de petróleo contra os estados agressores.
14 - Roosevelt e Churchill anunciam a Carta do
Atlântico.
20 - Inicia-se o cerco Nazi em Leninegrado.
Setembro 1 - Nazis obrigam os Judeus a usarem
estrelas amarelas.
3 - Primeiro uso experimental de câmaras de
gás em Auschwitz.
19 - Nazis ocupam Kiev.
29 - Nazis matam 33.771 Judeus em Kiev.
Outubro 2 - Inicia-se a Operação Furacão
(alemães avançam para Moscovo).
16 - Alemães ocupam Odessa.
24 - Alemães ocupam Kharkov.
30 - Alemães chegam a Sevastopol.
Novembro 13 - O porta-aviões (Ark Royal) é
afundado em Gibraltar por um barco-U.
20 - Alemães ocupam Rostov.
27 - Tropas soviéticas retomam Rostov.
Dezembro 5 - Ataque alemão a Moscovo é
abandonado.
6- Exército soviético lança um grande
contra-ataque a Moscovo.
7 - Ataque japonês a Pearl Harbor; Hitler
anuncia o desenrolar da Noite e Nevoeiro.
8 - Estados Unidos e Reino Unido declaram
guerra ao Japão.
11 - Alemanha declara guerra aos Estados
Unidos.
19 - Hitler fica com completo poder no
exército alemão.
1942
Janeiro 1 - Declaração dos Estados Unidos
assinada por 26 nações aliadas.
13 - Alemães iniciam a ofensiva ao longo da
costa este dos EUA com os barco-U.
20 - Heydrick, líder das SS, está presente na
Conferência de Wannsee para coordenar a Solução Final
para a Questão Judaica.
21 - O contra-ataque de Rommel a El Agheila
inicia-se.
26 - Primeiras forças americanas chegam ao
Reino Unido.
Abril - Japoneses-americanos são colocados em
centros de realojamento.
23 - Ataques aéreos alemães iniciam-se contra
as catedrais das cidades britânicas.
Maio 8 - A ofensiva de Verão alemã inicia-se
em Crimea.
26 - Rommel inicia uma ofensiva contra a Faixa
de Gaza.
27 - O líder das SS Heydrick é atacado em
Praga.
30 - Bombardeamentos britânicos contra
Colónia.
Junho - Assassínios em massa de Judeus
iniciam-se em Auschwitz.
4 - Heydrick morre de hemorragias.
5 - Alemães cercam Sevastopol.
10 - Nazis aniquilam Lidice como vingança pela
morte de Heydrich.
21 - Rommel captura Toruk.
25 - Eisenhower chega a Londres.
30 - Rommel chega a El Alamein, próximo do
Cairo (Egipto).
Julho 1/30- Primeira Batalha de El Alamein.
3 - Alemães ocupam Sevastopol.
5 - A resistência soviética em Crimea termina.
9 - Alemães iniciam a caminhada até
Estalinegrado na URSS.
22 - Primeiras deportações para o Gueto de
Varsóvia; Aberto o campo de extermínio de Treblinka .
Agosto 7 - O general britânico Bernard
Montgomery toma comando do oitavo exército no Norte de
África.
12 - Estaline e Churchil encontram-se em
Moscovo.
17 - Primeiro ataque aéreo americano na
Europa.
23 - Ataque aéreo alemão a Estalinegrado.
13 - Início da Batalha de Estalinegrado.
Outubro 5 - Testemunhas oculares alemãs
observam assassínios em massa das SS.
18 - Hitler ordena a execução dos Comandos
britânicos.
Novembro 1 - Aliados quebram a linha do Eixo
em El Alamein.
8 - Invasão americana do Norte de África.
11 - Alemães e italianos ocupam Vichy em
França.
19 - Início do contra-ataque soviético a
Estalinegrado.
Dezembro 2 - Professor Enrico Fermi instala um
reactor nuclear em Chicago.
13 - Rommel retira as forças alemãs de El
Agheila.
16 - Soviéticos derrotam as forças italianas
no rio Don (URSS).
17 - O secretário-geral britânico dos
estrangeiros Eden dá a conhecer à Câmara dos
Representantes as execuções em massa de Judeus por parte
dos Nazis; Estados Unidos anunciam que esses crimes vão
ser vingados.
31 - Batalha do Mar de Barents entre navios
alemães e britânicos.
1943
Janeiro 2/3 - Alemães iniciam a retirada do
Cáucaso.
10 - Soviéticos iniciam um ataque contra os
alemães em Estalinegrado.
14/24 - Conferência de Casablanca entre
Churchill e Roosevelt. Durante a conferência Roosevelt
anuncia que a guerra terminará com o render
incondicional dos alemães.
23 - O oitavo exército de Montgomery ocupa
Trípoli.
27 - Primeiro ataque aéreo americano contra os
alemães em Wilhemshabem.
Fevereiro 2 - Alemães rendem-se em
Estalinegrado, sendo a primeira grande derrota das
forças armadas de Hitler.
8 - Soviéticos ocupam Kursk.
16 - Soviéticos retomam Kharkov.
18 - Nazis prendem em Munique o líder da
resistência Rosa Branca.
Março 2 - Alemães iniciam a retirada da
Tunísia.
15 - Alemães retomam Kharkov.
16/20 - Clímax da Batalha do Atlântico com 27
navios mercantes afundados por barcos-U alemães.
Abril 6/7 - Forças do Eixo retiram da Tunísia
devido à associação das forças americanas e britânicas.
19 - As SS atacam a resistência no Gueto de
Varsóvia.
Maio 7 - Aliados ocupam a Tunísia.
13 - As tropas alemãs e italianas rendem-se no
Norte de África.
16 - Termina a resistência judaica no Gueto de
Varsóvia.
16/17 - Ataque aéreo britânico a Ruhr.
22 - Doenitz suspende operações com barcos-U
no Atlântico Norte.
Junho 11 - Himmler ordena a destruição de
todos os guetos judaicos na Polónia.
Julho 5 - Alemães iniciam a sua última
ofensiva contra Kursk.
9/10 - Aliados aterram na Sicília.
19 - Aliados bombardeiam Roma.
22 - Americanos capturam Palermo e Sicília.
24 - Ataque aéreo britânico em Hamburgo.
25/26 - Mussolini é preso e o governo fascista
italiano cai; Marechal Pietro Badoglio toma o poder e
negocia com os Aliados.
27/28 - Ataque aéreo dos Aliados causa um
grande incêndio em Hamburgo.
Agosto 12/17 - Alemães retiram-se da Sicília.
17 - Ataques aéreos americanos em Regensburg e
Schweinfurt na Alemanha; Aliados chegam a Messina
(Sicília).
23 - Soviéticos reocupam Kharkov.
Setembro 8 - Rendição italiana é anunciada.
9 - Aliados chegam a Salermo e a Taranto.
11 - Alemães ocupam Roma.
12 - Alemães resgatam Mussolini.
23 - Mussolini restabelece o governo fascista.
Outubro 1 - Aliados entram em Nápoles
(Itália).
4 - Himmler discursa em Posen.
13 - Itália declara guerra à Alemanha; Segundo
ataque aéreo em Schweinfurt.
Novembro 6 - Soviéticos recapturam Kiev na
Ucrânia.
18 - Grande ataque aéreo britânico a Berlim.
28 - Roosevelt, Churchil e Estaline
encontram-se em Teerão.
Dezembro 24/26 - Soviéticos lançam ofensiva na
frente da Ucrânia.
1944
Janeiro 6 - Tropas soviéticas avançam para a
Polónia.
17 - Primeiro ataque a Cassino (Itália).
22 - Aliados chegam a Anzio.
27 - Fim do cerco a Leninegrado após 900 dias
de cerco.
Fevereiro 15/18 - Aliados bombardeiam o
Mosteiro em Monte Cassino.
Março 4 - Tropas soviéticas iniciam uma
ofensiva na frente da Bielorússia; Primeiro grande
bombardeamento de dia em Berlim, por parte dos Aliados.
15 - Início da segunda tentativa aliada de
capturar Monte Cassino.
18 - Britânicos lançam 3000 toneladas de
bombas num ataque aéreo sobre Hamburgo (Alemanha).
Abril 8 - Tropas soviéticas começam a ofensiva
para libertar Crimea.
Maio 9 - Tropas soviéticas recapturam
Sevastopol.
11 - Ataque aliado a Norte de Roma.
12 - Alemães rendem-se em Crimea.
15 - Alemães retiram-se da Linha Adolf Hitler.
25 - Alemães retiram-se de Anzio.
Junho 5 - Aliados entram em Roma.
6 - Desembarque na Normandia (Dia D).
10 - Nazis aniquilam com a cidade de
Oradour-sur-Glane (França)
13 - Primeiro V-1 alemão lançado sobre o Reino
Unido.
22 - Inicia-se a Ofensiva de Verão soviética.
27 - Tropas americanas libertam Cherbourg.
Julho 3 - Batalha de Hedgerowa na Normandia;
Soviéticos capturam Minsk.
9 - Tropas britânicas e do Canadá capturam
Caen.
18 - Tropas americanas chegam a St. Lô.
20 - Tentativa alemã de homicídio de Hitler
falha.
24 - Tropas soviéticas libertam o primeiro
campo de concentração em Majdanek.
25/30 - Operação Cobra (tropas americanas
invadem St. Lô).
28 - Tropas soviéticas ocupam Brest-Litovsk.;
Tropas americanas ocupam Coutances.
Agosto 1 - Tropas americanas chegam a
Avranches.
4 - Anne Frank e a sua família são presos pela
Gestapo em Amsterdão (Holanda).
7 - Alemães iniciam um grande contra-ataque
contra Avranches.
15 - Operação Dragão inicia-se (invasão Aliada
no Sul de França)
19 - Revolta da resistência em Paris.
19/20 - Ofensiva soviética nos Balcãs
inicia-se com o ataque à Roménia.
25 - Libertação de Paris.
29 - Cidadãos eslovacos revoltam-se.
31 - Tropas soviéticas ocupam Bucareste.
Setembro 1/4 - Verdun, Dieppe, Artois, Rouen,
Abbeville, Antuérpia e Bruxelas são libertas pelos
Aliados.
4 - Finlândia e a União Soviética assinam um
cessar-fogo.
13 - Tropas americanas chagam à frente de
Siegfried.
17 - Lançamento de pára-quedistas na Holanda.
26 - Tropas soviéticas ocupam a Estónia.
Outubro 10/29 - Tropas soviéticas capturam
Riga.
14 - Aliados libertam Atenas; Rommel
suicida-se.
21 - Rendição maciça em Aachen.
30 - Último uso das câmaras de gás em
Auschwitz.
Novembro 20 - Tropas francesas movimentam-se
para chegar ao Rhine.
24 - Captura francesa de Estrasburgo.
Dezembro 4 - Guerra civil na Grécia; Atenas
colocada sob a Lei Marcial.
27 - Tropas soviéticas cercam Budapeste.
1945
Janeiro 1/17- Alemães retiram das Ardennes.
17 - Tropas soviéticas capturam Varsóvia.
26 - Tropas soviéticas liberatam Auschwitz.
Fevereiro 4/11 - Roosevelt, Churchill,
Estaline encontram-se em Malta.
13/14 - Dresden é destruída por um violento
incêndio depois de bombardeamentos dos Aliados.
Março 6 - Última ofensiva alemã da guerra
inicia-se para defender os campos petrolíferos na
Hungria.
7 - Aliados invadem Colónia e estabelecem uma
ponte sobre o Rhine em Remagen.
30 - Tropas soviéticas capturam Danzig.
Abril - Aliados descobrem arte Nazi roubada e
preciosidades escondidas em minas de sal.
1 - Tropas americanas cercam os alemães em
Ruhr; Ofensiva aliada no Norte da Itália.
12 - Aliados libertam os campos de
concentração de Buchenwald e Belsen; Presidente
Roosevelt morre. Truman torna-se o presidente dos EUA.
16 - Tropas soviéticas começam o ataque final
a Berlim; Americanos entram em Nuremberga.
18 - Forças alemãs em Ruhr rendem-se.
21 - Soviéticos chegam a Berlim.
28 - Mussolini é capturado; Aliados chegam a
Veneza.
29 - Americanos libertam Dachau.
30 - Adolf Hitler suicida-se.
Maio 2 - Tropas alemãs em Itália rendem-se.
7 - Rendição incondicional de todas as forças
alemãs perante os Aliados,
8 - Dia da Vitória na Europa.
9 - Hermann Goering é capturado pelas forças
americanas.
23 - Himmler suicida-se; Governo alemão
improvisado.
Junho 5 - Aliados dividem a Alemanha e Berlim,
formando e controlando um governo.
26 - As Nações Unidas aprova a Declaração dos
Direitos do Homem em São Francisco.
Julho 1 - As tropas americanas, britânicas e
francesas movimentam-se para Berlim.
16 - Primeiro teste americano da bomba
atómica; Conferência de Potsdam inicia-se.
26 - Atlee sucede Churchill como primeiro
ministro britânico.
Agosto 6 - Primeira bomba atómica lançada em
Hiroshima, Japão.
8 - Soviéticos declaram guerra ao Japão e
invadem a Manchúria.
9 - Segunda bomba atómica lançada em Nagasaki,
Japão.
14 - Terceira bomba atómica lançada em
Tsuchizaki, Japão; os japoneses rendem-se
incondicionalmente.
Setembro 2 - Japoneses assinam o acordo de
rendição; Dia da vitória no Japão.
Outubro 24 - Nações Unidas é oficialmente
fundada.
Novembro 20 - Julgamento dos crimes de guerra
de Nuremberga inicia-se.
1946
Outubro 16- Hermann Goering comete suicídio
duas horas antes da sua execução já agendada.
Em 23 de agosto de 1939, o ditador nazista
Hitler e o comunista Stalin assinaram um pacto de
não-agressão. Alemanha e União Soviética se
comprometeram a não atacar um ao outro e se manter
neutros se um deles fosse atacado por uma terceira
potência.
O noticiário nas telas dos cinemas, muito
utilizado como meio de propaganda na Alemanha nazista,
informava: "As missões militares das potências
ocidentais ainda estavam em Moscou quando o ministro de
Relações Exteriores do Reich, von Ribbentrop, chegou à
capital soviética. Depois de uma recepção cordial, o
ministro foi para a embaixada alemã e apresentou-se mais
tarde no Kremlin, onde foram assinados, na presença de
Stalin, os pactos de não-agressão e de consultações".
O que foi noticiado como óbvio, em 23 de
agosto de 1939, era sensacional não só para a maioria
dos alemães, mas também para as potências ocidentais,
Grã-Bretanha e França. Afinal, a União Soviética vinha
sendo, há anos, apontada pela propaganda nazista como
inimigo político dos alemães. E como poderia ser
diferente de uma hora para outra?
Hitler: renunciamos ao uso da violência
Hitler disse no Parlamento em Berlim: "Os
senhores sabem que a Rússia e a Alemanha são governadas
por duas doutrinas diferentes. Mas, no momento em que a
União Soviética não pensa em exportar a sua doutrina, eu
não vejo mais motivo que nos impeça de uma tomada de
posição. Por isso decidimos firmar um pacto que exclui o
uso de todo tipo de violência entre nós por todo o
futuro".
No seu discurso no Reichstag, Hitler não disse
uma palavra sobre o que a Alemanha e a União Soviética
assinaram de fato em 23 de agosto de 1939. Pois o
chamado pacto Hiltler-Stalin não consistia só na parte
oficial em que os dois ditadores se comprometiam em não
apoiar os inimigos um do outro, mas também num protocolo
adicional secreto. Nesta parte ficou combinada uma
divisão da Polônia e da Finlândia, e os Estados Bálticos
e a Bessarábia foram prometidos à União Soviética.
Oito dias antes do ataque alemão contra a
Polónia, o protocolo falava, previamente, de uma
"reorganização político-territorial" do Estado polonês e
de uma invasão pelas tropas da Wehrmacht, como esclarece
o historiador alemão Karl-Dietrich Bracher.
"Já em maio de 1939, Hitler disse a
comandantes militares que não poderia mais alcançar
novos êxitos sem derramamento de sangue. Quer dizer que
estava escolhido o caminho para a guerra. Agora então só
se poderia falar sobre quais as possibilidades de
marchar para a guerra por um caminho plausível e sem
grandes riscos."
Guerra contra o Ocidente
Joseph Goebbels, ministro da propaganda
nazista, já profetizava o fim da guerra contra o Leste
Europeu em fevereiro de 1940: "Dois fronts de guerra - a
nossa grande perdição - já faz parte do passado. Agora a
nação alemã vai se voltar exclusivamente para o
Ocidente. É para lá que dirigimos as nossas metas, todas
as nossas esperanças e também todos os nossos desejos",
disse o ministro da Propaganda numa manifestação
gigantesca do Partido Nazista.
Poucos meses depois, as tropas alemãs
invadiram a Bélgica, Holanda, Luxemburgo e, finalmente,
também a França. Stalin observava tudo passivamente.
França e Inglaterra haviam entabulado negociações
secretas com a União Soviética, em 1939, mas, ao
contrário de Hitler, não se dispuseram a deixar o Leste
da Europa sob domínio de Moscou. Relações comerciais com
a Alemanha também eram de importância decisiva para a
União Soviética e Stalin assegurou a importação de
máquinas e tecnologia militar, assinando um acordo
económico com os nazistas.
Hitler ataca URSS de surpresa
Hitler, por sua vez, firmou o pacto de
não-agressão principalmente com o propósito de ganhar
tempo para os seus planos de guerra. No final de 1940,
ele deu instruções concretas, sob o código Barba-Roxa,
para sua campanha contra a União Soviética. Em 22 de
junho de 1941, as tropas nazistas atacaram, de surpresa,
a União Soviética.
O pacto Hitler-Stalin – uma aliança entre dois
ditadores e dois Estados com regimes completamente
opostos –, que deveria possibilitar aos dois parceiros
conquistas territoriais e políticas de grandes
proporções e, ao mesmo tempo, mudar o equilíbrio
político na Europa, foi uma mácula na história. O pacto
Hitler-Stalin favoreceu a eclosão da Segunda Guerra
Mundial
Sabine Kinkartz/ef
A invasão da Polónia pelas tropas de Hitler
marcou o começo da Segunda Guerra Mundial, na madrugada
de 1º de setembro de 1939.
A Alemanha, derrotada na Primeira Guerra
Mundial, havia perdido seus territórios ultramarinos, a
Alsácia Lorena e parte da Prússia. As altas
indemnizações impostas pelos aliados causaram o colapso
da moeda e desemprego em massa, factores que, explorados
pelos nazistas, contribuíram para o fortalecimento de
Hitler no poder (assumido em 1933).
As relações entre a Alemanha e a Polónia já
eram tensas desde a República de Weimar. Nenhum governo
do Reich e nenhum partido alemão concordavam com a nova
delimitação da fronteira leste do país (com um corredor
polonês, neutro, unindo o país com a Prússia Oriental),
imposta no Tratado de Versalhes.
Ambicionando as matérias-primas da Roménia, do
Cáucaso, da Sibéria e da Ucrânia, Hitler começou a
expansão para o Leste. Embora as potências ocidentais
temessem o perigo nazista, permitiram seu crescimento
como forma de bloqueio ao avanço comunista soviético.
Conquistas passo a passo
Em 1935, a Alemanha havia reiniciado a
produção de armamentos e restabelecido o serviço militar
obrigatório, contrariando o Tratado de Versalhes. Ao
mesmo tempo, aproximou-se da Itália fascista de Benito
Mussolini; de Francisco Franco, na Espanha; do Japão; e
anexou a Áustria (Anschluss), em 1938, por tratar-se de
um povo de língua alemã.
No ano seguinte, com a conivência da França e
da Inglaterra, incorporou a região dos Sudetos, que
abrigava minorias alemãs, na Tchecoslováquia. Por fim,
aproveitou o cepticismo ocidental em relação à União
Soviética e assinou com Josef Stalin um acordo de
não-agressão e neutralidade de cinco anos.
Estava aberto o caminho para atacar a Polónia,
exigindo a devolução da zona conhecida por "corredor
polonês", do porto de Danzig (neutra, a futura Gdansk),
que unia a Alemanha à Prússia Oriental.
Diante da negativa da Polónia em ceder Danzig,
as tropas alemãs invadiram o país em 1º de setembro de
1939 e travaram uma guerra-relâmpago (blitzkrieg) com a
frágil resistência local. Dois dias depois, a Inglaterra
e a França declararam guerra à Alemanha, eclodindo a
Segunda Guerra Mundial.
No dia 10 de maio de 1940, a Alemanha iniciou
a grande ofensiva ocidental. Enquanto os soldados
invadiam a Bélgica e a Holanda, a Força Aérea de Hitler
bombardeava os portos dos dois países vizinhos. A
exemplo da Polónia, Dinamarca e Noruega, também desta
vez funcionou o conceito da Blitzkrieg. A Holanda
capitulou em poucos dias e o rei da Bélgica assinou a
rendição a 28 de maio.
O Caso Amarelo, denominação dada pelos
estrategistas alemães à ofensiva ocidental, começou na
madrugada de 10 de maio de 1940. Depois que aviões
alemães jogaram minas diante dos portos belgas e
holandeses durante a noite, foi iniciada a invasão pelas
tropas alemãs de infantaria às 5h35m. A linha de frente
estendia-se de Nimwegen até a fronteira sul de
Luxemburgo.
Na verdade, Hitler já queria atacar um ano
antes, mas adiou a data da invasão num total de 29
vezes. Enquanto ele assegurava a amizade da Alemanha aos
pequenos países do oeste nos seus discursos oficiais, os
preparativos para a guerra estavam sendo feitos, há
muito tempo, secretamente. Uma ordem de Hitler, datada
de 9 de outubro de 1939, determinava:
"Na ala norte da frente ocidental, tem de ser
preparada uma operação de ataque através dos territórios
luxemburguês-belga e holandês. Esse ataque deve ser
levado a cabo da maneira mais forte e o mais cedo
possível. O objetivo dessa operação de ataque é vencer o
máximo possível de forças do exército francês e, ao
mesmo tempo, conquistar o máximo possível de território
holandês, belga e norte-francês como base para uma
promissora operação aérea e marítima contra a
Inglaterra."
Apesar de as fantasias de Hitler em relação ao
"espaço vital" estarem voltadas principalmente para o
leste, uma guerra contra os países europeus ocidentais
parecia-lhe inevitável. Em muitos dos seus discursos,
ele expressara sua absurda "teoria" da vida como um
combate:
"A Terra é um trofeu que passa de mão em mão.
Este trofeu é sempre entregue aos povos que o merecem e
que, na luta da vida, mostram-se suficientemente fortes
para assegurar a própria base existencial. O direito a
este barco é dado de maneira igual a todas as pessoas.
Quem quiser viver, tem de impor-se. E quem não pode
impor-se, não tem valor para viver e fracassará. Este é
um princípio duro, mas justo. A Terra não está aí para
povos covardes, para fracos e para preguiçosos, mas a
Terra está aí para aqueles que a tomarem."
Seguindo este lema cínico, as Forças Armadas
alemãs atacaram pela segunda vez, no prazo de 25 anos,
os países neutros Holanda, Bélgica e Luxemburgo. Irado
mas de mãos atadas, o governo belga protestou contra a
invasão no dia 10 de maio:
"Apesar de a Alemanha não ter feito nenhuma
declaração de guerra, o exército alemão acabou de
transpor as fronteiras belgas e atacou o exército belga
com enormes forças de combate. Nas relações entre os
dois países, nada indicava a possível iminência de um
conflito. Na sua declaração de 13 de outubro de 1937, o
governo alemão expressara solenemente a firme intenção
de não desrespeitar a inviolabilidade e a integridade da
Bélgica, em nenhuma circunstância."
Como já ocorrera na Polónia, na Dinamarca e na
Noruega, o conceito da Blitzkrieg parecia dar certo
também neste caso. A Holanda capitulou já após cinco
dias, em 15 de maio. A rainha e seus ministros formaram
um governo de exílio, em Londres. No dia 17 de maio,
Bruxelas foi ocupada sem luta. A 28 de maio, o rei belga
assinou a capitulação e foi tomado como prisioneiro de
guerra pelos alemães. Mais de 300 mil homens das tropas
belgas, holandesas e francesas, que já estavam cercados
pelas unidades blindadas alemãs em Dunquerque,
conseguiram salvar-se nos dias 24 e 25 de maio, cruzando
o Canal da Mancha para a Grã-Bretanha. Eles constituíram
o contingente básico de um novo exército, que continuou
a lutar posteriormente, junto com os britânicos.
Rachel Gessat/am
No dia 11 de novembro de 1942, as tropas
alemãs e italianas ultrapassaram a linha de demarcação
das regiões de paz e invadiram a parte ainda não ocupada
do território francês, quebrando o armistício de 1940.
Um dia antes, Hitler havia em vão convidado a França a
lutar contra ingleses e norte-americanos.
Com a invasão da Polónia em 1939, Adolf Hitler
deu início a uma nova fase na sua política externa. A
partir de então, o mundo deveria ser reestruturado como
ele queria, o espaço sonhado pelo Führer deveria ser
enfim construído e os adversários derrotados deveriam
ser subjugados, com o objectivo de edificar finalmente o
sonho nazista de domínio do mundo.
"O espaço adequado à grandeza de uma nação é o
fundamento de todo poder. Por um tempo, pode-se abdicar
dele, mas chega a hora em que a solução do problema
aparece, de uma forma ou de outra", declarou Hitler a
seus generais em meados de 1939, acrescentando que
outras vitórias não seriam "alcançadas sem derramamento
de sangue".
Depois de derrotar a Polónia, Hitler fez uma
proposta de paz à Inglaterra e à França, durante um
discurso na sede do governo alemão, a 6 de outubro de
1939. O acordo deveria considerar as conquistas já
alcançadas pelo regime nazista. As duas potências
ocidentais, que ao aceitar a oferta estariam abdicando
de qualquer influência na constelação das relações de
poder na Europa, rejeitaram a proposta. Até então,
Inglaterra e França não haviam participado da guerra de
maneira activa.
Com arsenal insuficiente e sem a menor vontade
de entrar no conflito, a França esquivava-se da guerra
mantendo-se dentro dos limites da Linha Maginot, uma
imensa linha de fortificações e trincheiras, construída
em 1930, próxima à fronteira alemã. Os franceses
resumiam a sua participação bélica a voos ocasionais de
reconhecimento sobre o vizinho território alemão. Grande
parte do continente europeu já se encontrava ocupado
pelas tropas alemãs.
Diferença entre adversário e inimigo
As relações entre Alemanha e Rússia haviam se
estremecido após a divisão da Polónia e a anexação dos
países Bálticos. Cresciam as discórdias entre os dois
países em relação à demarcação das áreas de interesse de
cada um. Com a operação militar Barba-Roxa, a União
Soviética tornou-se o novo alvo de ataque dos alemães.
Hans-Günter Stark, comandante da 91ª Divisão, explica a
diferença entre os conceitos "inimigo" e "adversário" na
Alemanha de Hitler: "Ingleses e franceses eram
adversários. Nós não os víamos como inimigos. Já os
russos, os soviéticos, eram inimigos cerrados e
ideológicos".
No dia 8 de novembro de 1942, Hitler discursou
para os "velhos combatentes" na cervejaria
Löwenbräukeller, de Munique, em memória ao fracassado
golpe de 1923. Hitler mostrava-se completamente
convencido da teoria de conspiração que teria envolvido
a situação: "Da arte de governar dos nossos adversários
e das terríveis consequências trazidas por ela, surgiu o
movimento nacional-socialista. A conspiração de então
foi coordenada pelos judeus, pelo capitalismo e pelo
bolchevismo. Nós a queríamos eliminar e nós a
eliminamos. E tão logo ela foi eliminada, o resto do
mundo começou a cercar-nos novamente. Antes fora contra
a Alemanha imperial, hoje é contra a Alemanha nazista.
Antes, o inimigo era o imperador, hoje sou eu".
Dois dias depois, em 10 de novembro de 1942,
Hitler encontrou-se com o primeiro-ministro francês
Laval. O Führer o convidara a Munique, com o propósito
de sondar se o governo francês de Vichy estaria disposto
a lutar ao lado dos alemães, contra ingleses e
americanos. A tentativa foi vã. A França não estava
disposta. Um dia depois, a 11 de novembro de 1942, as
tropas alemãs e italianas ultrapassaram a linha de
demarcação das regiões de paz e invadiram a parte ainda
não ocupada do território francês.
Os franceses reagiram com veemência. Embora o
marechal Pétain tentasse atenuar os efeitos da ocupação,
através de concessões, os impulsos de resistência vieram
rapidamente à tona em todo o país. Os patriotas
franceses fundaram o maquis, o exército da Resistência,
que se mantinha escondido em regiões intransitáveis,
para dali empreender ataques armados contra o regime
nazista alemão. A Grã-Bretanha mostrou disposição de
ajudar, fornecendo armas e munições às milícias
francesas. A Resistência foi tão bem organizada e bem
sucedida que muitos povoados e áreas do país puderam ser
libertados da ocupação alemã.
O juramento feito por Hitler, no início de sua
carreira política, de que o novembro de 1918 nunca mais
se repetiria, confirmava-se de maneira terrível.
Quarenta milhões de mortos na Europa, inclusive na União
Soviética; o extermínio de judeus, ciganos, bem como de
eslavos e adversários políticos considerados pelo regime
nazista como "incapazes para a vida". Esse foi o
terrível balanço da violência e do ódio que guiaram o
governo de Hitler até a sua capitulação em maio de 1945.
Doris Bulau / sv
No dia 10 de julho de 1943, as tropas aliadas
desembarcaram na Sicília, iniciando os combates da
Segunda Guerra Mundial no continente europeu. O êxito
contra as tropas nazistas no norte da África havia
levado os EUA e a Inglaterra a estender os combates para
a Europa. A Operação Husky foi a maior operação de
desembarque marítimo na história militar até então. Um
mês mais tarde, toda a Sicília estava nas mãos dos
Aliados.
A decisão para um ataque à Sicília foi tomada
em janeiro de 1943, na conferência de Casablanca.
Encorajados pelos êxitos obtidos contra as tropas de
Hitler no Norte da África, os Aliados – liderados pelo
presidente americano Roosevelt e pelo primeiro-ministro
britânico Churchill – decidiram transferir a frente de
batalha para o continente europeu. Especialmente os
britânicos insistiam num ataque à Itália, já cansada da
guerra, a fim de enfraquecer a Alemanha.
O objectivo era abrir a região do Mar
Mediterrâneo para a livre operação dos navios aliados,
bem como a criação de bases aéreas mais próximas à
Alemanha. Em fevereiro de 1943, Churchill e o general
americano Eisenhower decidiram que a Sicília seria
conquistada com uma ofensiva maciça.
Para chegar mais próximos à Sicília, os
Aliados tomaram inicialmente Pantelleria – o "Gibraltar
italiano". A fortaleza insular capitulou no dia 11 de
junho, após oito dias sob bombardeio. Nos dois dias
seguintes, capitularam também as ilhas vizinhas
Lampedusa e Linosa: em meados de junho, a Itália já
tinha perdido todos os postos avançados ao sul da
Sicília.
No dia 3 de julho, os Aliados iniciaram um
bombardeamento de área na Sicília. Na manhã de 9 de
julho, as grandes frotas do Leste e do Oeste reuniram-se
ao sul de Malta, tomando curso à costa siciliana. De
repente, houve uma mudança do tempo. Um forte vento
norte e o mar agitado ameaçavam tornar impossível o
desembarque. Mas o vento amainou na madrugada de 10 de
julho: começou então a maior acção de desembarque
marítimo de toda a história das guerras, até então – a
Operação Husky.
A enorme força militar aproximou-se da costa
siciliana na escuridão total. Meio milhão de soldados
estavam prontos para a acção. Com a utilização de
barcaças de desembarque recém-desenvolvidas e de
veículos anfíbios, deveria ser levado para terra o maior
número possível de homens, bem como 600 tanques de
guerra e 1800 canhões. Os soldados italianos e alemães
estavam dormindo, esgotados pelo estado de alerta dos
dias e noites anteriores.
Eles acreditavam estar seguros, em virtude do
mau tempo reinante. A defesa da Sicília estava sob
responsabilidade do 6º Exército italiano, comandado pelo
general Guzzoni, bem como de cinco divisões da Guarda
Costeira. Das Forças Armadas alemãs, encontrava-se na
ilha uma divisão de granadeiros e uma parte da Divisão
Blindada Hermann Göring.
Começa a invasão através do mar
Um total de 405 mil homens encontravam-se
estacionados na Sicília, a maior parte deles na parte
ocidental da ilha. O ataque ocorreu no sul. No sudoeste,
desembarcou o 7º Exército americano, comandado pelo
general Patton, no extremo sul, as tropas canadenses e
no sudeste da ilha, as companhias do 8º Exército
britânico, sob o comando do general Montgomery. Começara
a invasão do continente europeu na Segunda Guerra
Mundial.
O comando da Wehrmacht comunicou a Berlim, no
dia 10 de julho: "Começou o ataque à Sicília. Ele
encontrou uma grande resistência em terra e no ar. As
lutas prosseguem".
No dia 18 de julho, 12 aeroportos estavam nas
mãos dos Aliados, o oeste da ilha estava ocupado pelos
americanos, Palermo foi tomada a 22 de julho. Mas a
Sicília ainda não estava conquistada. O avanço dos
britânicos no leste da ilha foi detido no vale do Etna.
A região era infestada por malária, o terreno acidentado
e as tropas alemãs tinham grande experiência de combate.
Saindo do oeste, no entanto, o Exército americano
avançava implacavelmente rumo a Messina – a ponte para o
continente.
Quando os dois exércitos se preparavam para
dar o golpe final, os alemães retiraram as suas tropas,
na calada da noite, para a região segura do continente.
Nas primeiras horas da manhã de 17 de agosto, as tropas
americanas ocuparam Messina, as tropas britânicas
chegaram pouco depois. Após 38 dias de combate, a ilha
estava nas mãos dos Aliados. Balanço da operação: 130
mil italianos, 37 mil alemães e 31 mil soldados aliados
foram mortos ou feridos.
O desembarque na Sicília significou o fim do
regime fascista na Itália. Já no dia 24 de julho,
Mussolini foi preso. E enquanto o novo governo negociava
uma capitulação da Itália, sem informar os alemães, duas
divisões britânicas atravessavam o Estreito de Messina,
no dia 3 de setembro. A invasão do continente europeu
fora bem sucedida.
Eva Lenhart
O dia 6 de junho de 1944 entrou para a
história como o Dia "D". Neste dia, os aliados
ocidentais iniciaram a ofensiva contra as tropas alemãs
no Canal da Mancha. Foi a maior operação de desembarque
da história militar.
Durante anos, a decisão por uma grande
ofensiva sobre o Canal da Mancha foi motivo de fortes
controvérsias entre os aliados ocidentais. Inicialmente,
não houve consenso quanto à proposta da União Soviética
de abrir uma segunda frente de batalha na Europa
Ocidental, a fim de conter as perdas russas nos
violentos combates contra as Forças Armadas alemãs.
Somente no final de 1943, decidiu-se em Teerã planejar
para a primavera seguinte a chamada Operação Overlord -
a maior operação aeronaval da história militar.
Nos meses seguintes, mais de três milhões de
soldados norte-americanos, britânicos e canadenses
concentraram-se no sul da Inglaterra para atacar os
alemães na costa norte da França. Além disso, dez mil
aviões, sete mil navios e centenas de tanques anfíbios e
outros veículos especiais de guerra foram preparados
para a operação.
Operação anunciada pelo rádio
A 6 de junho de 1944, foi anunciada pelo rádio
a chegada do "Dia D" - o Dia da Decisão. A operação
ainda havia sido adiada por 24 horas, devido ao mau
tempo no Canal da Mancha e, por pouco, não fora
suspensa. Antes do amanhecer, pára-quedistas e caças
aéreos já haviam bombardeado trincheiras alemãs e
destruído vias de comunicação. Uma frota de
aproximadamente 6500 navios militares atracou num trecho
de cerca de 100 quilómetros nas praias da Normandia, no
nordeste da França.
Ao final do primeiro dia da invasão, mais de
150 mil soldados e centenas de tanques haviam alcançado
o continente europeu. Graças à supremacia aérea dos
aliados, foi possível romper a temível "barreira naval"
de Hitler e estabelecer as primeiras cabeceiras de
pontes. As perdas humanas - 12 mil mortos e feridos -
foram menores do que esperadas, visto que o comando
militar alemão fora surpreendido pelo ataque.
Alemães esperavam adiamento da operação
Os nazistas previam uma invasão, mas não
sabiam onde ela ocorreria. Também não chegaram a um
consenso sobre a melhor maneira de enfrentá-la. Por
causa do mau tempo, eles esperavam que a operação fosse
adiada para o verão europeu. Em função de manobras
simuladas pelos aliados, Hitler concentrara o 15º
exército na parte mais estreita do Canal da Mancha, onde
previa ser atacado. As demais tropas alemãs permaneceram
no interior do país, em vez de serem estacionadas na
costa, como havia pedido inutilmente o marechal-de-campo
Erwin Rommel. Graças a esses erros estratégicos, os
aliados escaparam de uma violenta contra-ofensiva alemã.
Apesar disso, o avanço das tropas aliadas
enfrentou forte resistência. A cidade de Caen, que os
ingleses pretendiam libertar já no dia do desembarque,
só foi entregue pelos alemães no dia 9 de junho, quase
toda destruída. As defesas nazistas no interior da
França só foram rompidas a 1º de agosto, uma semana
depois do previsto.
O "Dia D", comandado pelo general Dwight D.
Eisenhower, foi o ataque estratégico que daria o golpe
mortal nas forças nazistas. "Esse desembarque faz parte
de um plano coordenado pelas Nações Unidas - em
cooperação com os grandes aliados russos - para libertar
a Europa. A hora da libertação chegou", profetizou o
próprio Eisenhower, a 2 de junho.
Paris foi libertada a 25 de agosto, Bruxelas,
a 2 de setembro. A fronteira alemã anterior ao início da
guerra foi cruzada pelos aliados em Aachen a 12 de
setembro, ao mesmo tempo em que eram realizados
bombardeios aéreos contra cidades industriais alemãs. No
início de 1945, os soviéticos (pelo leste) e os
norte-americanos (pelo oeste) fizeram uma verdadeira
corrida para ver quem chegava primeiro a Berlim, para
comemorar a vitória definitiva sobre a Alemanha nazista.
Matthias Schmitz / gh
No dia 2 de maio de 1945, as rádios inglesas
interromperam sua programação para anunciar uma notícia
vinda de Moscou: Berlim fora conquistada pelas tropas
russas. Em janeiro de 1945, o regime de Hitler havia
mobilizado o resto de suas forças sob o lema "lutar até
o último homem".
Dois anos após o início da Segunda Guerra
Mundial, em outubro de 1941, as Forças Armadas alemãs
estiveram a poucos quilómetros de Moscou, mas não
conseguiram ocupar a capital da União Soviética. Em 22
de abril de 1945, o ministro da propaganda nazista,
Joseph Goebbels, declarava Berlim como "frente de
batalha". Onze dias depois, a capital alemã estava em
poder do Exército Vermelho.
No dia 2 de maio de 1945, a rádio britânica
interrompeu sua programação com o anúncio do fim da
guerra: "Berlim caiu. O marechal Josef Stalin acaba de
anunciar a ocupação completa da capital da Alemanha,
Berlim, a capital do imperialismo germânico e da
agressão."
A ofensiva soviética em direcção a Berlim
começou em janeiro de 1945. No dia 12 daquele mês, o
Exército Vermelho preparou sua ofensiva no Rio Vístula
(o mais longo da Europa Oriental, com 1047 km). Uma
semana depois, soldados soviéticos pisavam em solo
alemão.
O regime de Hitler mobiliza suas últimas
forças, sob o lema "lutar até o último homem, vencer ou
morrer". Implorando, a propaganda nazista apelava ao
espírito de civismo: os soldados precisavam de tudo nas
frentes de batalha, de roupas e cobertores a alimentos e
dinheiro. Os últimos reservistas foram convocados para a
guerra.
Mas as tropas soviéticas avançavam
rapidamente. Em pouco tempo, chegaram ao Rio Oder (hoje
fronteira entre Alemanha e Polónia e República Checa), a
60 quilómetros de Berlim. Desesperados, os habitantes da
capital alemã tentavam se esconder em abrigos antiaéreos
ou fugir. O sonho da vitória final de Hermann Göring
tornava-se cada vez mais distante.
Apelo - A 30 de janeiro de 1945, Hitler fez
seu último discurso público. "Espero que os habitantes
das cidades forjem as armas para a guerra; que os
agricultores, com o maior sacrifício possível, forneçam
o pão para os soldados e operários dessa luta. Espero
que as mulheres e meninas continuem apoiando essa
batalha com o mesmo fanatismo demonstrado até agora.
Apelo à juventude alemã confiante", disse.
Adolescentes de 12 anos e homens idosos ainda
foram mandados para o front nos últimos dias de abril
para a mais terrível batalha da guerra. Mas eles não
tinham condições de resistir ao Exército Vermelho,
fortemente armado.
A 20 de abril, os primeiros disparos dos
soviéticos atingiram a cidade de Berlim, enquanto Adolf
Hitler festejava seu aniversário com a cúpula do regime
nazista. Poucos dias depois, a artilharia soviética
chegava à periferia da capital alemã e declarava estado
de sítio.
Os dirigentes do governo alemão não apareciam
mais em público. Surgiram os primeiros panfletos de
grupos de resistência na capital do Reich. O patriotismo
alemão já se esfacelava há tempo. Gradualmente, as
unidades do Exército Vermelho foram tomando a cidade.
Muitos moradores fugiram em pânico, mas havia também a
esperança de ver a Alemanha livre da loucura nazista.
No dia 30 de abril, o Reichstag, a antiga sede
o parlamento alemão, foi tomado pelas tropas soviéticas.
No centro da cidade, lutava-se por cada quarteirão.
Roubos, saques e violações sexuais - embora
expressamente proibidos por Moscou - também marcaram a
vitória soviética.
Terminada a batalha de Berlim, Adolf Hitler e
Joseph Goebbels se suicidaram. Poucas horas antes de
matar-se, Hitler ainda nomeara o almirante Karl Dönitz
para sucedê-lo no cargo.
Doris Bulau/gh
No dia 2 de setembro de 1945, uma delegação
japonesa liderada pelo ministro do Exterior Mamoru
Shigemitsu assinou no navio de guerra norte-americano
Missouri a declaração de capitulação de seu país na
Segunda Guerra Mundial. Pouco antes, a Força Aérea dos
Estados Unidos havia arrasado as cidades de Hiroshima e
Nagasaki com bombas nucleares.
"...o inimigo começou a lançar uma nova e
aterrorizante bomba, capaz de matar muitas pessoas
inocentes e cujo poder de destruição é incalculável. Se
continuássemos a lutar, isto significaria não apenas o
fim da nação japonesa, mas também levaria ao extermínio
completo da civilização humana... "
Essas as palavras do imperador Hirohito,
pronunciadas alguns dias após o lançamento das bombas
atómicas sobre Hiroshima e Nagasaki. No dia 2 de
setembro de 1945, o império japonês capitulou. "Nós
ganhamos um jogo", foi o comentário de Harry S. Truman,
então presidente norte-americano, sobre o lançamento das
bombas, logo após a assinatura da rendição japonesa
efectuada no navio de guerra dos EUA Missouri.
Até então, o império japonês se impunha com
uma estratégia agressiva: em 1937, tomou a China. No dia
7 de dezembro de 1941, realizou um ataque-surpresa,
destruindo a esquadra norte-americana ancorada na base
naval de Pearl Harbor, no Havaí.
Meio ano depois, o Japão ocupou o Sudeste da
Ásia e a maior parte do Pacífico Ocidental, um enorme
território que chegava até a fronteira da Índia e da
Austrália. Tais façanhas foram possíveis graças ao
acordo de 1939, que criou o eixo Alemanha-Itália-Japão e
ao pacto de não-agressão com a União Soviética.
Fanatismo, apesar da derrota
A virada militar a favor dos Aliados ocorreu
quando os americanos venceram as batalhas navais de
Midway e do Mar do Coral, em 1942. O resultado foi que o
Japão perdeu sua supremacia aérea e marítima na região.
Apesar da evidente derrota, os mais fanáticos teimavam
em continuar resistindo, à medida em que os aliados se
aproximavam da ilha.
O lançamento das bombas nucleares, em agosto
de 1945, e o fato de a Rússia declarar guerra ao Japão
levaram o imperador Hirohito a exigir de seu governo o
fim incondicional da guerra, apesar da resistência de
outros dirigentes políticos e militares.
Até hoje, existem dúvidas quanto à real
necessidade de fazer uso das bombas atómicas já no final
da guerra. Muitos americanos ainda acreditam que seu
lançamento foi necessário para obrigar a rendição
japonesa e evitar a morte de milhares de soldados de seu
país.
Entretanto, o historiador e ex-funcionário do
Departamento de Estado norte-americano, Gar Alperovitz,
é de outra opinião: "Eu acho que o presidente sabia de
outras possibilidades de acabar com a guerra até mais
rapidamente. Na verdade, é preciso que se diga: quando
lançou a bomba, o presidente muito provavelmente
sacrificou também a vida de americanos". Apesar da
rendição, ainda levou um bom tempo para que os japoneses
se distanciassem da própria política expansionista.
Michael Marek / ms
Já no final da Primeira guerra Mundial, as
condições objectiva para a deflagração de uma nova
guerra haviam sido criadas. A implantação do socialismo
e sua consolidação. Na URSS, os acordos de Paz, a crise
de 1929, e a intensificação do nacionalismo- condição
básica ao desenvolvimento dos partidos nazista e
facista- criaram uma instabilidade permanente no
continente europeu. Hitler contestou a ordem mundial
definida pela Primeira guerra e formou com a Itália e o
Japão uma nova aliança militar, conhecida como EIXO. Em
1938, a Alemanha ocupou a Áustria e em 1939, quando a o
exército alemão invadiu a Polónia, os Aliados declararam
guerra à Alemanha As forças do Eixo tiveram
significativo avanço nos dois primeiros anos de guerra.
No final de 1941, os Estados unidos e a URSS entraram na
guerra ao lado das tropas aliadas. Em maio de 1945,
quando o exército soviético ocupou Berlim, a Alemanha se
rendeu incondicionalmente. Terminada a Guerra, os países
europeus estavam falidos, as suas cidades, destruídas e
a produção industrial e agrícola, totalmente
desorganizada.
Liberdade – Paul Éluard
Nos meus cadernos da escola, / Na minha carteira, nas
árvores, / Sobre a areia e sobre a neve.
Escrevo o teu nome .
Em todas as páginas lidas / Em todas as páginas em
branco, Pedra, sangue, papel ou cinza,
Escrevo o teu nome.
Na selva e no deserto, / Nos ninhos e nas giestas, / Na
memória de minha infância
Escrevo o teu nome.
Nas maravilhas das noites, / No alvo pão de cada dia, /
No matrimónio das estações,
Escrevo o teu nome.
Nos campos e no horizonte, / E sobre as asas dos
pássaros / E no moinho das sombras
Escrevo o teu nome.
Em cada raio da aurora, / Sobre o mar e sobre os barcos,
/ Na montanha enlouquecida,
Escrevo o teu nome.
Na saúde recuperada, / No perigo desaparecido, / Na
esperança sem lembranças,
Escrevo o teu nome.
E pelo poder de uma palavra / A minha vida recomeça. /
Eu renasci para conhecer-te,
Para dizer o teu nome:
LIBERDADE !
Segunda Guerra Mundial
Quando ocorreu no Brasil a decretação do
"Estado de Guerra", por ocasião da Segunda Guerra
Mundial, o Rio Grande do Norte, devido a sua
privilegiada posição geográfica, foi o local escolhido
pelos militares norte-americanos para instalação de uma
base aérea.
Assim, construíram ao lado da BASE AÉREA
BRASILEIRA, o PARNAMIRIM FIELD, o campo que mais ajudou
a ganhar a guerra, pois foi a maior mobilização técnica
obtida pelos Estados Unidos fora do seu território.
Parnamirim, era um local típico de interior, onde a vida
era vivida tranqüilamente.
Uma das belezas do nordeste brasileiro é, sem
dúvida, o clima. Quente e seco, com temperatura
constante, em Parnamirim: de dia, faz um sol forte e
abrasador, mas o vento, vindo do oceano Atlântico, torna
o clima suportável, e as noites são agradáveis O céu
quase sempre limpo, sem nuvens, nos encanta tanto em
noite de lua como de escuridão.
O campo foi ligado à cidade do Natal, por uma
estrada de rodagem, que se conhecia como "a pista",
completamente asfaltada, verdadeira obra prima, quer
pela construção, quer pelas belezas do panorama
desenrolado no decorrer da viagem, que pode ser feita de
ônibus, ou caminhão, da Base para a cidade, e
vice-versa.
Os norte americanos, auxiliados por milhares
de operários brasileiros, dentro de poucas semanas
construíram essa estrada que honra a política de Boa
Vizinhança e que resiste ao tempo.
Ao final da Segunda Guerra Mundial,
Parnamirim, também ficou conhecido mundialmente como o
"Trampolim da Vitória".
O Trampolim nesse tempo vivia numa intensa
movimentação. Durante a campanha da África foi que o
Trampolim deu provas do seu alto valor.
Os aviões chegavam e, após curto espaço de
tempo, atravessavam o Atlântico. Geralmente, os
aparelhos vinham preparados com tanques suplementares.
Alguns deles, como as "Fortalezas Voadoras", (B-17 e
B-18), os B-24, os B-25, faziam o vôo direto a Dakar.
Outros, para atingirem a África, pousavam antes na ilha
de Ascensão.
Os Douglas do A. T. C, (ataque ao solo e
cargas) passavam também pelo Trampolim aos milhares. Os
maiores e mais possantes aviões de caça e bombardeios
passaram pelo "Parnamirim Field" - como dizem os filhos
do Tio Sam.
Pistas de dois mil metros facilitavam as
descidas imediata, de 250 aviões, mil e quinhentos
edifícios abrigavam 10.000 homens, além de todos os
serviços modernos, todos os recursos técnicos possíveis
ao gênero e ao dinheiro, estavam acumulados em
Parnamirim.
Quando Von Paulus cercava Stalingrado,
trezentos aviões desciam vindos do norte, e subiam, na
escuridão das noites, voando alto, rumo à África, em
rotas desconhecidas, levando auxílio que valiam vitórias
para a resistência desmoralizando o ímpeto agressivo do
alemão.
. Mistério quanto ao numero das armas.
No bairro de Santos Reis, às margens do Rio
Potengi, na entrada da boca da barra, foi instalada uma
base fluvial, a Rampa, para receber e facilitar as
operações com os aviões anfíbios.
Nesse período a cidade do Natal, capital do
Estado, teve grande crescimento urbano e algumas
mudanças nos hábitos da população, como, por exemplo: os
homens, como meu pai, vestiam terno de linho inglês, no
dia-a-dia, passaram a adotar "slick", de linho, bem mais
compatível com o clima, além de palavras em inglês serem
introduzidas no vocabulário da população, e o dólar no
comércio - o crescimento da cidade foi acelerado
vertiginosamente.
Menina de mais ou menos seis anos de idade,
conheci o Almirante Ary Parreiras, na Casa Leite,
comprando material para iniciar a construção da Base
Naval, que atuou no controle das comunicações com a
África, através do Atlântico.
O Presidente Roosevelt esteve em visita à Base
Americana, e à cidade do Natal - juntamente com o
Presidente Getúlio Vargas, se hospedaram no Grande
Hotel, no antigo bairro da Ribeira.
Muitos artistas famosos de Hollywood vieram
fazer show para os militares, na base de Parnamirim.
O general Charles Gerhardt disse - "Vale a
pena lembrar que a Base Aérea do Natal teve mais
importância na vitória desta guerra do que qualquer
outro lugar"
Na Igreja de São Pedro, perto da nossa casa,
foi instalada uma sirene para, em casos de bombardeio,
tocar, avisando a população, mas nas noites de blecaute,
vez por outra, ela disparava, levando pessoas
desesperadas a correrem pelas ruas, em busca de abrigos,
construídos no quintal de algumas casas.
Nas janelas colocavam-se cortinas pretas para
poder acender velas, e a claridade não ser vista do lado
de fora, senão o militar que fazia a ronda batia na
janela, chamando a atenção do morador, o que uma vez me
aconteceu. Que susto!.
Lembro de um blecaute, numa noite de lua,
mamãe sentada no batente que dava para o quintal, ficou
abraçada com minha irmã mais velha e eu, que tremíamos
de medo, sem mesmo saber de quê, até adormecermos.
Soldado do Exército, o irmão mais novo de
papai, ficava de sentinela nas praias e, vez por outra,
chegava com a notícia de que haviam avistado um
submarino japonês na costa do Rio Grande do Norte.
Encontrávamos americanos em todos os lugares.
No caminho do colégio, ganhei cliclets de dois
americanos.
Várias moças namoraram, engravidaram e algumas
casaram com norte americano, inclusive duas amigas da
minha mãe, que freqüentavam nossa casa e foram morar nos
Estados Unidos.
O Lu, namorado de uma delas, certa vez, levou
"coca-cola" para as crianças. Até hoje não gosto desta
bebida...
Que transformações haveria no mundo, se a
campanha da África não tivesse o fim que teve...
Finda a guerra, os americanos do norte
retornaram ao seu país, deixando o Parnamirim Field
completamente aparelhado com viaturas, aviões,
construções, que ainda hoje, podem ser vistas, creio eu,
como sinal de gratidão á terra e ao povo que os acolheu
e lutou ao seu lado pela democracia.
Consultas: Internet e Livro "História da
Cidade do Natal". Autor: Luiz da Câmara Cascudo/1947.1º
ed.
Trabalho e pesquisa de Carlos Leite Ribeiro - Marinha
Grande - Portugal