ESTUDANTE
Pessoa que segue estudos. Na prática
corrente usa-se mais para designar
aquele que segue estudos superiores; por
vezes usado como sinónimo de aluno,
embora este termo seja geralmente
reservado à designação de estudante do
ensino superior.
À semelhança de outros países, em
Portugal têm surgido movimentos
estudantis quase sempre em oposição às
forças governamentais no poder; só no
século XX, por exemplo, contam-se as
greves de apoio ao movimento
republicano, as manifestações
integralistas durante a república
democrática, as agitações estudantis de
1933-1945 e os grupos universitários
pró-instauração da democracia, como
consequente MUD juvenil (1945-1952) e o
apoio ao general Humberto Delgado, em
1957, conducentes à crise académica de
1962, período invulgarmente conturbado
da vida estudantil portuguesa, gerado
por grupos universitários fortemente
politizados oriundos das grandes
cidades, que defendiam a autonomia
universitária efectiva e a reforma do
ensino mediante mudanças fundamentais na
situação política do momento. Teve
especial intensidade nos períodos de
1965 e 1969-1970 e não abrandou com as
reformas do ensino implantadas entre
1969 e 1974.
O Dia do Estudante foi fixado apenas em
1987 pela Assembleia da República em 24
de Março, embora as suas origens
remontem à crise académica de 1962,
época em que os estudantes,
principalmente os dirigentes
associativos, sofreram bastante para que
hoje se possa e participar em
manifestações livres das reivindicações
dos estudantes, num ambiente democrático
de respeito pelos direitos, liberdades e
garantias.
A Lei de Bases do Sistema Educativo
estabelece nos seus artigos 6.º a 8.º
que em Portugal o ensino básico é
universal e gratuito, com uma duração de
9 anos escolares, sendo obrigatória a
frequência para as crianças entre os 6 e
os 15 anos de idade. A lei estabelece os
seguintes objectivos para aquele nível
de ensino:
Assegurar uma formação geral comum a
todos os portugueses que lhes garanta a
descoberta e o desenvolvimento dos seus
interesses e aptidões, capacidade de
raciocínio, memória e espírito crítico,
criatividade, sentido moral e
sensibilidade estética, promovendo a
realização individual em harmonia com os
valores da solidariedade social;
Assegurar que nesta formação sejam
equilibradamente inter-relacionados o
saber e o saber fazer, a teoria e a
prática, a cultura escolar e a cultura
do quotidiano;
Proporcionar o desenvolvimento físico e
motor, valorizar as actividades manuais
e promover a educação artística, de modo
a sensibilizar para as diversas formas
de expressão estética, detectando e
estimulando aptidões nesses domínios;
Proporcionar a aprendizagem de uma
primeira língua estrangeira e a
iniciação de uma segunda;
Proporcionar a aquisição dos
conhecimentos basilares que permitam o
prosseguimento de estudos ou a inserção
do aluno em esquemas de formação
profissional, bem como facilitar a
aquisição e o desenvolvimento de métodos
e instrumentos de trabalho pessoal e em
grupo, valorizando a dimensão humana do
trabalho;
Fomentar a consciência nacional aberta à
realidade concreta numa perspectiva de
humanismo universalista, de
solidariedade e de cooperação
internacional;
Desenvolver o conhecimento e o apreço
pelos valores característicos da
identidade, língua, história e cultura
portuguesas;
Proporcionar aos alunos experiências que
favoreçam a sua maturidade cívica e
sócio-afectiva, criando neles atitudes e
hábitos positivos de relação e
cooperação, quer no plano dos seus
vínculos de família, quer no da
intervenção consciente e responsável na
realidade circundante;
Proporcionar a aquisição de atitudes
autónomas, visando a formação de
cidadãos civicamente responsáveis e
democraticamente intervenientes na vida
comunitária;
Assegurar às crianças com necessidades
educativas específicas, devidas,
designadamente, a deficiências físicas e
mentais, condições adequadas ao seu
desenvolvimento e pleno aproveitamento
das suas capacidades;
Fomentar o gosto por uma constante
actualização de conhecimentos;
Participar no processo de informação e
orientação educacionais em colaboração
com as famílias;
Proporcionar, em liberdade de
consciência, a aquisição de noções de
educação cívica e moral;
Criar condições de promoção do sucesso
escolar e educativo a todos os alunos.
A mesma lei dispõe que o ensino básico
compreende três ciclos sequenciais,
sendo o 1.º de quatro anos, o 2.º de
dois anos e o 3.º de três anos,
organizados nos seguintes termos:
No 1.º ciclo, o ensino é globalizante,
da responsabilidade de um professor
único, que pode ser coadjuvado em áreas
especializadas;
No 2.º ciclo, o ensino organiza-se por
áreas interdisciplinares de formação
básica e desenvolve-se predominantemente
em regime de professor por área;
No 3.º ciclo, o ensino organiza-se
segundo um plano curricular unificado,
integrando áreas vocacionais
diversificadas, e desenvolve-se em
regime de um professor por disciplina ou
grupo de disciplinas.
A articulação entre os ciclos obedece a
uma sequencialidade progressiva,
conferindo a cada ciclo a função de
completar, aprofundar e alargar o ciclo
anterior, numa perspectiva de unidade
global do ensino básico, integrando-se
os objectivos específicos de cada ciclo
nos objectivos gerais do ensino básico,
de acordo com o desenvolvimento etário
correspondente, tendo em atenção as
seguintes particularidades:
Para o 1.º ciclo, o desenvolvimento da
linguagem oral e a iniciação e
progressivo domínio da leitura e da
escrita, das noções essenciais da
aritmética e do cálculo, do meio físico
e social e das expressões plástica,
dramática, musical e motora;
Para o 2.º ciclo, a formação
humanística, artística, física e
desportiva, científica e tecnológica e a
educação moral e cívica, visando
habilitar os alunos a assimilar e
interpretar crítica e criativamente a
informação, de modo a possibilitar a
aquisição de métodos e instrumentos de
trabalho e de conhecimento que permitam
o prosseguimento da sua formação, numa
perspectiva do desenvolvimento de
atitudes activas e conscientes perante a
comunidade e os seus problemas mais
importantes;
Para o 3.º ciclo, a aquisição
sistemática e diferenciada da cultura
moderna, nas suas dimensões humanística,
literária, artística, física e
desportiva, científica e tecnológica,
indispensável ao ingresso na vida activa
e ao prosseguimento de estudos, bem como
a orientação escolar e profissional que
faculte a opção de formação subsequente
ou de inserção na vida activa, com
respeito pela realização autónoma da
pessoa humana.
A lei permite ainda que em escolas
especializadas do ensino básico possam
ser reforçadas as componentes de ensino
artístico ou de educação física e
desportiva, sem prejuízo da formação
básica.
A conclusão com aproveitamento do ensino
básico confere o direito à atribuição de
um diploma, sendo certificado o
aproveitamento de qualquer ano ou ciclo,
quando solicitado.
Assim, em Portugal o ensino básico,
corresponde aos primeiros nove anos de
escolaridade, abrangendo a faixa etária
dos 6 aos 14/15 anos, e está dividido em
três ciclos, correspondentes aos níveis
1 e 2 do ISCED 1997 (CINE):
1.º Ciclo do Ensino Básico (ISCED, nível
1A) (correspondente ao antigo ensino
primário), com uma duração de 4 anos;
2.º Ciclo do Ensino Básico (ISCED, nível
1B) (correspondente ao antigo ciclo
preparatório), com uma duração de 2
anos;
3.º Ciclo do Ensino Básico (ISCED, nível
2) (correspondente à antiga primeira
parte do ensino secundário), com uma
duração de 3 anos.
Em Portugal, o ensino secundário engloba
o 10.º, 11.º e 12.º anos de
escolaridade.
A frequência deste nível não é
obrigatória.
Antes da reforma do ensino, englobava,
também o 7.º, 8.º e 9.º anos de
escolaridade, que constituem,
actualmente, o 3.º ciclo do Ensino
Básico.
O estabelecimento de ensino para este
nível é a Escola Secundária.
Os cursos de ensino secundário
actualmente em Portugal são organizados
em modalidades distintas.
Cursos científico-humanísticos
São direccionados exclusivamente para o
prosseguimento de estudos, através do
ingresso no ensino superior
(universitário ou politécnico).
Destinam-se a alunos que concluíram o
9.º ano ou equivalente, e desejem
ingressar no ensino secundário para
obter o diploma de conclusão do
secundário, sem obter qualificação
profissional.
Os quatro cursos científico-humanísticos
têm um elenco de disciplinas em comum:
Português
Língua Estrangeira I (Inglês), II
(Francês) ou III (Espanhol ou Alemão) -
unicamente nos 10.º e 11.º anos
Filosofia - unicamente nos 10.º e 11.º
anos
Educação Física
Área de Projecto - unicamente no 12.º
ano
As disciplinas específicas de cada curso
são:
Ciências e tecnologias
Matemática A - 3 anos
Física e Química A - 10º e 11º anos
Biologia e Geologia - 10º e 11º anos
Geometria Descritiva A - 10º e 11º anos
Física - 12º ano
Química - 12º ano
Biologia - 12º ano
Geologia - 12º ano
Ciências socioeconómicas
Matemática A - 3 anos
Economia A - 10º e 11º anos
Geografia A - 10º e 11º anos
História B - 10º e 11º anos
Economia C - 12º ano
Geografia C - 12º ano
Sociologia - 12º ano
Línguas e humanidades
História A - 3 anos
Geografia A - 10º e 11º anos
Matemática Aplicada ás Ciências Sociais
(MACS) - 10º e 11º anos
Literatura Portuguesa - 10º e 11º anos
Alemão
Língua Estrangeira I ou II ou III - 10º
e 11º anos
Latim A - 10º e 11º anos
Geografia C - 12º ano
Sociologia - 12º ano
Filosofia A - 12º ano
Psicologia B - 12º ano
Latim B - 12º ano
Língua Estrangeira I ou II ou III - 12º
ano
Literaturas de Língua Portuguesa - 12º
ano
Artes visuais
Desenho A - 3 anos
Geometria Descritiva A - 10º e 11º anos
Matemática B - 10º e 11º anos
História da Cultura e das Artes - 10º e
11º anos
Oficina de Artes - 12º ano
Oficina Multimédia B - 12º ano
Materiais e Tecnologias - 12º ano
Cursos profissionais
São cursos profissionalizantes que estão
voltados tanto para a inserção no mundo
do trabalho quanto para o prosseguimento
de estudos, seja em cursos de
especialização tecnológica ou no ensino
superior. Destinam-se a alunos que
concluíram o 9.º ano e desejem ingressar
no ensino secundário e simultaneamente
obter uma qualificação profissional.
Existem centenas de cursos profissionais
no país, e normalmente estão ajustados
ao mercado de trabalho da região onde
são leccionados.
Cursos artísticos especializados
Oferecem formação nas áreas da dança, da
música e das artes visuais e dos
audiovisuais, em nível secundário com a
duração de três anos lectivos,
correspondentes aos 10.º, 11.º e 12.º
anos de escolaridade. Estão voltados
tanto para a perspectiva do
prosseguimento de estudos (em cursos de
especialização tecnológica ou de ensino
superior) quanto para a inserção no
mercado de trabalho.
Cursos do ensino recorrente
É uma modalidade da educação de adultos,
que proporciona uma segunda oportunidade
de formação que permita conciliar os
estudos com o exercício de uma
actividade profissional. Funciona em
sistema de módulos (cursos
científico-humanísticos, cursos
tecnológicos e cursos artísticos
especializados) e de unidades
capitalizáveis (cada disciplina está
organizada por unidades, quando o aluno
completa uma unidade, realiza uma prova
de avaliação visando capitalizar a
unidade e passar a frequentar a unidade
seguinte, deste modo um aluno que
interrompa os estudos, poderá retornar
para a unidade imediatamente a seguir à
última que capitalizou).
Formação pós-secundária não-superior
Os cursos de especialização tecnológica,
embora possam ser ministrados em escolas
secundárias já não se situam no nível do
ensino secundário.
O que um estudante deve saber …?
Senhor, eu sou estudante, e por sinal,
inteligente.
Prova isto o fato de eu estar aqui,
conversando com você.
Obrigado pelo dom da inteligência e pela
possibilidade de estudar.
Mas, como você sabe, Cristo, a vida de
estudante nem sempre é fácil.
A rotina cansa e o aprender exige uma
série de renúncias: o meu cinema, o meu
jogo preferido, os meus passeios, e
também alguns programas de TV; além de
namorar as minhas fãs.
Eu sei que preparo hoje o meu amanhã.
Por isso lhe peço, Senhor, ajuda-me a
ser bom estudante.
Dê-me coragem e entusiasmo para
recomeçar a cada dia.
Abençoe a mim, a minha turma e os meus
professores. Amém.
O Estatuto do Estudante
O estudante está sempre a estudar, se
não está a estudar está a raciocinar.
O estudante não se deixa dormir, o
despertador é que não toca.
O estudante nunca chega tarde, demora-se
nos transportes.
O estudante nunca falta às aulas, não
comparece por motivos de força maior.
O estudante nunca é posto fora da aula,
é necessária a sua presença noutro
local.
O estudante nunca diz mal do professor,
faz uma observação com um objectivo
construtivo salientando os seus
defeitos.
O estudante nunca copia, recolhe dados.
O estudante nunca reprova, renova a sua
experiência.
O estudante nunca se mete em problemas,
os problemas é que vão ao seu encontro.
O estudante nunca destrói o material
escolar, este, lentamente, é que se vai
degradando devido à sua má qualidade.
O estudante nunca conspira contra o
professor, o professor é que tem o
complexo da conspiração.
O estudante nunca se porta mal na aula,
o conceito de comportamento é que
difere.
O estudante nunca mente, apresenta a
verdade sob outro ponto de vista.
O estudante nunca falsifica uma
assinatura, deixa descansar o seu
encarregado de educação que vê nele um
grande futuro.
O estudante nunca apalpa as colegas,
estuda anatomia.
O estudante nunca engana o professor,
demonstra-lhe a sua astúcia.
O estudante nunca faz ronha, o médico é
que, devido à sua impreparação, não
descobre a sua doença.
O estudante nunca bate nos colegas,
demonstra a sua personalidade.
O estudante nunca fuma, investiga os
efeitos nocivos do tabaco.
O estudante não lê revistas na aula,
estuda-as.
O estudante sabe sempre a matéria, se
não responde é para não inferiorizar o
professor.
O estudante não bebe, saboreia.
O estudante não come, alimenta-se.
O estudante não dorme, medita.
O estudante não vive, sobrevive.
O estudante é e será sempre um exemplo
para a sociedade!
Oração à Santa Matemática
Avé Matemática
Cheia de teorias e definições
Maldita sois vós entre as disciplinas
Benditos os alunos que adormecem nas
aulas
Santa Matemática
Mãe das negativas
Rezai pelas nossas cábulas
Agora e na hora dos pontos
Ámen!
Oração aos Professores
(para ser rezada à entrada das aulas)
Professores nossos que estais nas aulas
Santificadas sejam as vossas notas
Venha a nós a vossa sabedoria
Sejam feitos os copianços
Assim nos pontos como nos exames
Os períodos de cada dia nos dai hoje
Perdoai-nos as nossas brincadeiras
Assim como nós perdoamos as aulas que
não nos chateiam
E não nos deixeis reprovar, mas
livrai-nos dos exames.