Trabalho e pesquisa de Carlos
Leite Ribeiro
O relógio é um aparelho de
medição de tempo, que marca as horas
e também pode marcar os segundos e
até fracções de segundos.
Teria sido Anaximandro de Mileto (o
inventor do relógio ??? (*),
discípulo de Tales. Geógrafo,
matemático, astrónomo e político. Os
relatos dexográficos nos dão conta
de que escreveu um livro intitulado
“Sobre a Natureza”; contudo,
infelizmente, esse livro se perdeu.
Atribui-se a Anaximandro a confecção
de um mapa do mundo habitado, a
introdução na Grécia do uso do
Gnômon (relógio solar) e a medição
das distâncias entre as estrelas e o
cálculo de sua magnitude (é o
iniciador da astronomia grega).
Anaximandro acreditava que o
princípio de tudo é uma coisa
chamada ápeiron, que é algo
infinito, tanto no sentido
quantitativo (externa e
espacialmente), quanto no sentido
qualitativo (internamente). Esse
a-peiron é algo insurgido (não
surgiu nunca, embora exista) e
imortal. Além de definir o
princípio, Anaximandro se preocupa
com os "comos e porquês" das coisas
todas que saem do princípio. Ele diz
que o mundo é constituído de
contrários, que se auto-excluem o
tempo todo. O tempo é o "juiz" que
permite que ora exista um, ora
outro.
(*)Favorino (D. Laércio, II, 1)
relata que Anaximandro de Mileto foi
o inventor do gnômon. No entanto,
segundo Heródoto (II, 29), teriam
sido os babilónios: «os gregos
adquiriram dos babilónios o
conhecimento da esfera celeste, do
gnômon e das doze partes do dia».
Anaximandro de Mileto terá sido
assim, possivelmente, apenas o
introdutor do gnômon na Grécia. Na
China, Shen Kuo melhorou e aferiu o
gnómon.
O gnômon deve ter sido o mais antigo
instrumento astronómico construído
pelo homem. Em sua forma mais
simples, consistia apenas de uma
vara fincada, geralmente na
vertical, no chão. A observação da
sombra dessa vara, provocada pelos
raios solares, permitia materializar
a posição do Sol no céu ao longo do
tempo. Observando a sombra da
gnômon ao longo de um dia, os
antigos astrónomos puderam perceber
que ela era muito longa ao amanhecer
e que ia mudando tanto de direcção
como de comprimento ao longo do dia.
Verificaram que o instante em que a
sombra era a mais curta do dia,
correspondia ao instante que dividia
a parte clara do dia em duas
metades. A esse instante deram o
nome de Meio-dia e a direcção em que
a sombra se encontrava nesse
instante recebeu o nome de Linha do
Meio-dia ou seja, linha meridiana.
A linha horizontal perpendicular à
linha meridiana chamara de linha
Leste-Oeste, sendo que a direcção
Leste foi nomeada aquela que
correspondia a do lado do nascer do
Sol, ficando o Oeste para o lado
oposto. De pé, com os dois braços
esticados na horizontal, e apontando
o direito para o leste, definia-se o
Norte como sendo a direcção da linha
meridiana à frente da pessoa e Sul
para trás. Assim foram definidos os
pontos cardeais Norte, Sul, Leste e
Oeste. A observação da variação
cíclica do comprimento da sombra
mínima ao longo do tempo, permitiu
definir o conceito de estações e de
Ano das Estações. Ao intervalo de
tempo necessário para que o
comprimento da sombra completasse um
ciclo chamaram de Ano das Estações.
Observaram que quando a sombra ao
meio-dia era a mais longa de todas,
era uma época fria, enquanto que, na
época da sombra mais curta, era uma
época mais quente. Definiram que o
início do Inverno ocorria quando a
sombra ao meio-dia era a mais
longa; o início do Verão ocorria
quando essa sombra era a mais curta.
Para definir os instantes dos
inícios da primavera e do Outono,
usaram a posição da sombra no
instante em que ela dividia ao meio
o ângulo formado pelas posições do
Sol nos inícios do verão e do
inverno.
O Gnomon servia para várias
aplicações, tais como:
- Determinar a direcção Norte-Sul
(ou o meridiano local): para isto,
mede-se a sombra do Gnomon ao longo
de um dia; a direcção Norte-Sul será
aquela correspondente à menor
sombra. Para poder determinar bem
esta direcção é necessário se fazer
várias medidas próximas à passagem
meridiana. Como o nosso Gnomon será
portátil, é necessário orientá-lo em
relação a algum marco local, uma vez
que queremos determinar a direcção
Norte-Sul de determinado local.
- Determinar a latitude do local;
- Determinar a data do início das
estações do ano.
Ao longo dos séculos outros tipos de
relógio começaram a aparecer
Relógio de Clepsidra (ou relógio
Hidráulico): Consiste em dois
recipientes, colocados em níveis
diferentes: um na parte superior
contendo o líquido, e outro, na
parte inferior, com uma escala de
níveis interna, inicialmente vazio.
Através de uma abertura parcialmente
controlada no recipiente superior, o
líquido passa para o inferior,
observando-se o tempo decorrido pela
escala. Este tipo de instrumento
evoluiu tecnicamente de forma a
permitir uma medição do tempo com
maior exactidão. A clepsidra mais
antiga foi encontrada em Karnak, no
Egipto, datando do reinado de
Amenhotep III. Outros exemplares
foram identificados na Grécia
antiga, (c. 500 a.C.). Na China, o
astrónomo Y. Hang inventou uma
clepsidra que indicava os movimentos
dos planetas.
Relógio de Azeite: A exemplo da
clepsidra, onde a água, baixando de
nível em um recipiente pelo gotejar,
marcava as horas que passavam, o
Relógio de Azeite também se baseia
nesse mesmo princípio. Porém, o
líquido - azeite - baixa de nível ao
ser consumido por combustão. A
similaridade existe, apenas
diferindo na maneira de como o
líquido decresce em seu depósito.
Esse relógio de azeite era
construído a partir de uma lamparina
de estranho, com um depósito de
cristal ou de porcelana translúcida,
que continha o azeite. A lamparina,
do tipo sem mecha, funcionava como
uma lâmpada comum de azeite e era
alimentada pelo óleo do depósito, o
qual possuía um tubo de aspiração;
com a queima do azeite na lamparina,
o nível deste abaixava no depósito
permitindo constatar-se a descida
contínua do líquido. Na parte
externa do depósito, em sentido
vertical, havia uma faixa graduada,
marcada com algarismos romanos, que
representavam as horas. Com a
lamparina acesa, o nível do óleo
decrescendo no depósito assinalava
as horas. Estes relógios eram
usados, principalmente, no período
nocturno, uma vez que a lamparina
servia para iluminar o ambiente e o
depósito devidamente demarcado
assinalava a hora. Os relógios de
azeite apresentavam uma relativa
precisão de funcionamento,
considerada razoavelmente boa para a
época.
Relógio de Areia (ou de Ampulheta):
A criação da ampulheta, também
chamada relógio de areia, foi sem
dúvida uma decorrência natural da
necessidade que o homem teve de
possuir um aparelho transportável
para a medição do tempo. O
desenvolvimento da fabricação do
vidro, alguns séculos antes do
início da era cristã, provavelmente
gerou a ideia da criação de uma
clepsidra transportável, toda
fechada, à prova de vazamento,
certamente construída, como era
tradicional, por dois vasos um em
sentido superior ao outro e ligados
internamente por um orifício por
onde a água escoasse. Daí
internamente por um orifício por
onde a água escoasse. Daí a
substituição da água pela areia e
desenvolvimento do desenho da
ampulheta, como hoje a conhecemos,
terá sido um passo natural, uma vez
que a areia, construída de
partículas sólidas, sem dúvida se
apresentava como o material ideal
para esse fim devido à sua
mobilidade e estabilidade elevada em
relação à água das clepsidras. Os
períodos de tempo registados pela
ampulheta apresentavam uma precisão
relativa, considerada razoável para
determinados fins. Ela foi empregada
especialmente quando se tratava de
medições de curta duração, uma vez
que sua pouca precisão não permitia
observações de maior amplitude.
Tinha no entanto características
importantes e valiosas: era
facilmente transportável e seu
manejo muito simples, podendo ser
usada em qualquer lugar com muita
comodidade.
Relógio Mecânico: É atribuído ao
povo chinês a primazia na criação de
um escape mecânico. O seu inventor
seria o monge budista, notável
matemático e astrónomo de seu tempo
I-Hsing (682-727). Presume-se que o
aparecimento de relógios totalmente
mecânicos, tenha sido na Europa ao
final do século XIII. O relógio
mecânico de pesos deriva o da
clepsidra (relógio hidráulico), com
mecanismos de engrenagens, que,
provavelmente, sejam dotadas de
algum elemento regulador que
contenha o movimento do sistema,
mantendo sua rotação dentro de um
ritmo simétrico. A tão decantada
engenhosidade do homem foi posta à
prova quando se concluiu que, para
construir um relógio essencialmente
mecânico, precisava-se contar um
elemento regulável que contivesse o
andamento das suas engrenagens,
mantendo-as dentro de uma rotação
tal, que permitisse fazer girar a
última roda do trem de engrenagens,
tão vagarosa e regularmente, que
propiciasse, com segurança, a
contagem de um razoável espaço de
tempo. Era fácil regular o escape da
água de uma clepsidra: bastava
aumentar ou diminuir o orifício onde
escoava o líquido. Mas, ao tentar
criar um escape mecânico, o homem
sentiu a magnitude de um problema
simples, mas que demorou vários
séculos para ser desvendado. O
escapamento, como regulador da
marcha dos relógios mecânicos, foi o
órgão que permitiu o evento desses
relógios, já que as engrenagens já
eram conhecidas há tempo, tal como o
movimento de um conjunto de
engrenagens por meio de um peso. Os
relógio mecânicos, desde o início
até fins da Idade Média(1300-1450),
empolgaram de tal forma o homem, que
foram considerados como símbolos do
equilíbrio, da sabedoria e da
virtude, Boa parte dos relógios
construídos nesse período, e mesmo
posteriormente, apresentavam figuras
e desenhos alusivos a esse nobres
qualidades que o homem deveria
possuir; isto quando não se referiam
directamente à inexorabilidade do
escoar do tempo, como é o caso do
relógio da catedral de Estrasburgo.
Relógio de pulso (ou relógios
individuais): Os primeiros relógios
utilizados foram os relógios de
Bolso. Eram muito raros e tidos como
verdadeiras jóias, pois poucos
tinham um. Os relógios de bolso eram
símbolo da alta aristocracia, ou, de
burguesia endinheirada.
O Relógio mais famoso do Mundo
Big Ben, o relógio mais famoso do
mundo faz parte do conjunto
arquitectónico do Parlamento
Britânico, em Londres, na torre de
St. Stephen de 98 metros. O Big Ben
foi projectado por Edmund Beckett
Denison e instalado em 1859. Os
ponteiros dos quatro mostradores
medem 2,7 m e 4,7 m e o sino,
responsável pelo som das badaladas,
pesa 13 toneladas. O relógio
trabalha coordenado com o Royal
Greenwich Observatory. Seu nome
homenageia Sir Benjamin Hall, o
primeiro comissário de obras.
A marca do relógio é Tower Clock, ou
Clock Tower, e é muito conhecido
pela sua precisão e tamanho. Certa
vez um bando de pássaros pousou no
seu ponteiro e o atrasou em cinco
minutos.