
Os Dinossauros
Trabalho e pesquisa
de Carlos Leite Ribeiro
Ao longo de 100 milhões de anos os
Dinossauros foram os senhores do
Mundo. Centenas de tipos diferentes
surgiram e muitos extinguiram-se
antes do final da sua era.
Estes iam desde o minúsculo
carnívoro Procompsognathus, que
caminhava apoiado apenas sobre os
membros posteriores, até ao
Brachiosaurus, fitófago. Gigante de
75 toneladas que se deslocava
apoiado nas quatro patas.
Encontravam-se distribuídos pelos
períodos geológicos em que os seus
fósseis apareceram pela primeira
vez.
Os dinossauros gigantes, ao sejam os
Diplodocus, Camarasaurus e
Brachiosaurus, eram fitófagos e
atingiram o seu ponto máximo durante
o período Jurássico. Os seus
predadores eram carnívoros de duas
patas, como o Megalosaurus, o
Dilophosaurus e o Ceratosaurus, que
no período Cretácico aumentaram de
dimensões. Os maiores eram os
Tyrannosaurus da América do Norte e
da Mongólia e o estranho Spinosaurus
do Egipto, com crista no dorso que
seria provavelmente um regulador de
temperatura.
Pensa-se que os Pachycephallosaurus
lutariam entre si batendo com os
crânios endurecidos.
- Porque se teria por fim extinguido
este grande grupo de répteis ?
A resposta mais provável é que se
teria verificado uma descida na
temperatura da Terra, e os enormes
fitófagos morreram de frio, e, os
carnívoros, privados das suas
presas, morreram de fome.
Os dinossauros, apesar da sua
diversificação, todos pareceram
subitamente.

Alvinópolis – Cidade da Chita
Ana Teresinha Drumond Machado
A chita estampa história de distantes
ares.
Nas terras lusitanas lançou sua semente,
virou canteiro, empós, em múltiplos
lugares.
A chita enfeita a mulata faceira,
encobre da menina o corpo glamoroso,
e adorna o estilo da jovem matreira.
A chita “dá pano pra manga” da gente
alegria , festa quente, cultura e arte.
Entre cores vibrantes ostenta a'lma
“caliente”
A chita é explosão de múltiplas flores,
perfaz espaços tradutores de tradições
da virginal candura aos mil primores.
A chita é opulência e diversidades
culturais:
mamulengos, teatros, folclore,
designers,
vestidos, toques e retoques fulgor(ais)
A chita traz cheiro e encantamento
mineiro.
É nordestina, alvinopolense, é
Mascarenhas,
enfim, a chita tem a cara tropical do
brasileiro.
2008/30/Julho
Vale lembrar que nossa Alvinópolis
celebrará, no dia 27/06, o Dia da Chita.
Com carinho de
Ana Teresinha

Faroleiros de Almas
Rita Velosa
Assim somos nós, faroleiros de almas:
Iluminando os penhascos,
Clareando os abismos,
Perscrutando segredos,
Fincados em meio ao nada,
Presos no mar revolto
Girando, girando, girando...
Focando os perigos,
Alertando os incautos,
Orientando os perdidos;
Uma luz de esperança no mundo,
Faroleiros de almas!
Mas quem acenderá uma luz para nós?
Nossa dor é grande:
Vemos demais, sentimos demais
E nada podemos fazer por nós mesmos.
Solitários em alto mar,
Brilhando e consumindo-nos loucamente,
No desespero da lucidez,
Em chama interna,
Luz eterna,
No calor da esperança,
Girando, girando, girando...
Perscrutando desesperadamente!

Festas vespertinas
Benedita Azevedo
Nas vespertinas festas nos domingos,
Quando eu queria muito o teu amor,
Dancei gostoso rock, joguei bingos
Te esperando namoro me propor.
Dançávamos bolero, ou mesmo tango,
E ao som daquele rock fui dançando...
Para o salão sozinha, e então eu mango
Do teu jeito sem graça rebolando.
Até que um dia escuto teu lamento,
Porque não poderias nem me ver
Assim, me divertindo em tal evento.
Eu era adolescente e bem feliz
Nas vespertinas festas pude ter
A tua companhia enquanto quis.
Praia do Anil, 19 de abril de 2009

O sabor da noite
Lígia Antunes Leivas
O sabor da noite
A noite saboreia-se a si mesma. Não
para...
Ansiosa, procura um sonho...
último desejo de saciar-se em seus
devaneios.
- Ficar só?... nunca!
Sai pelas ruas.
Entra onde parece achar guarida.
Senta. Um lugar comum
...a mesa, o balcão, o banco, um bar
qualquer.
Ao fundo, Sinatra e "My way",
Elis numa canção cujo título se perdeu.
Tipos variados transitam no espaço
exíguo.
Cada qual traz na face a palavra
não-dita,
reflexo mudo do que lhe vai na alma, no
coração.
A noite voltará amanhã
...tantos outros (des)encantos.
A solidão refaz-se sem mudanças.
Retrato que guardei na memória
duma figura típica que circulava pelo
meu velho Chiado
(escrito em 1996)

A DOIDA
Carmo Vasconcelos
Chamam-lhe "a doida" quando passa...
Chapéu desbotado, xaile de seda desfiada
saia de lamé , sem brilho, esfarrapada
que um velho alfinete d'ama prende e
laça.
Cambaleiam com ela os sapatos já sem
saltos
outrora reluzentes de verniz e tacões
altos.
Nas magras mãos, as luvas pardas, rotas
fazendo acenos de menina rua fora
balanceando uma carteira de abas soltas
que lhe deu uma vez uma Senhora.
Ladram-lhe os cães, riem-se os
gaiatos...
As velhas faces, peles caídas, enrugadas
de um vermelho rançoso inda pintadas
com sobras de bâton achado em rua
sinuosa
descartado, talvez, por qualquer dama
duvidosa;
colar de contas roxas enfiadas num
cordel
e na ilharga, amarrotada, uma flor
murcha de papel.
"Que vergonha!" , murmuram as
Senhoras...
Mas ela, surda, ausente, caminha para a
sua festa
transportando consigo tudo o que lhe
resta.
Chegada a noite, vem a fria e dura
solidão.
Seus olhos cansados e os pés alquebrados
procuram tréguas nas pedras do chão.
Parece um embrulho, um monte de
entulho...
Não dorme, delira de febre, trémula de
frio
mas nesse delírio feito de visões pelas
madrugadas
revê sua vida, tão rica, pelo mundo
estafada.
E em esgares de prazer, solta
gargalhadas!
Pois só ela sabe
como foi linda, o quanto foi amada!
Lisboa/Portugal
(In "Geometrias Intemporais", publicado
em Maio/2000 - Vega-Editora)

Conceito da ética em versos
Josias Alcantara
Vamos desenhar valores
e o entendimento da ética,
conduzindo seus rigores com sublimidade
eclética,
para honrar a honestidade, no conceito e
na moral,
com responsabilidade e atitude
fraternal!
Vamos clamar por justiça e justificar os
atos
que o orgulho às vezes atiça,
distorcendo vários fatos.
Vamos buscar a verdade, que habita
dentro de nós,
para que a luz da humildade interprete a
nossa voz!
Vamos guiar nossa luta, com coragem,
transparência,
inserindo na conduta, o melhor da
competência...
para a troca de direito, que existir na
profissão,
tornar-se o elo e respeito, no abraço e
aperto de mão!
Vamos pesquisar anseios de encontro à
cidadania
e justificar os meios, que dão vida a
poesia?
Josias Alcantara
Delegado da U.B.T - Colatina -ES

SONHADORA
Sonho que sou a poetisa eleita,
Aquela que diz tudo e tudo sabe.
Que tem a inspiração pura e perfeita,
Que reúne num verso a imensidade.
Quadra de: Florbela Espanca
Glosado por: A. Mendes
Adormeço em lençóis de branco linho.
Invoco a minha musa com carinho,
E sinto que ao meu lado ela se deita.
A noite se transforma em poesia.
Eu fico envolta em tanta fantasia...
Sonho que sou a poetisa eleita!
Que cultivo poemas a meu jeito.
Que fertilizo amantes no meu peito...
Não quero que o amor em mim acabe!
Que sou douta na vida e na paixão.
Eu quero ser no mundo a ilusão:
Aquela que diz tudo e tudo sabe!
Que venham mil palavras me beijar.
Humedecer meus lábios e deixar,
De prazer minha boca satisfeita.
Enlear o meu corpo em forte laço.
Me perder na volúpia de um abraço...
Que tem a inspiração pura e perfeita!
Quero acordar depois serenamente.
Ser eu, apenas eu, unicamente.
E não ter pelo sonho uma saudade.
'screvendo poesia me proponho,
Condensar minha vida num só sonho.
Que reúne num verso a imensidade!
Lagos, 27/08/01
Alfredo dos Santos Mendes
1º Prémio
Jogos Florais de Almeirim 2001

Glosando Olavo Bilac
Gislaine Canales
AMOR E LUZ
MOTE:
O amor que a teu lado levas
a que lugar te conduz,
que entras coberto de trevas
e sais coberto de luz?
O amor que a teu lado levas
é grande, é forte, é bonito,
com sua força, tu o elevas,
à potência de infinito!
Esse amor só de alegria
a que lugar te conduz,
se ele ilumina o teu dia
com as luzes que produz?
É com ele que tu enlevas
tudo e todos, de repente,
que entras coberto de trevas
e sais bem mais reluzente!
É nesse amor abençoado,
que esqueces a tua cruz,
relembrando o teu passado,
e sais coberto de luz!

Antes que a noite chegue
Heralda Víctor
Antes que a noite cale minha voz
Quero registrar meu verso adormecido,
Resgatar meu sentimento mais bonito
Amando e sendo amada outra vez.
Antes que a noite chegue a me chamar
Quero olhar os campos, o azul do céu, o
mar
Do pôr- do- sol em cálice recolher magia
Mesclar as cores numa flor que nasce
Deixar meu canto numa melodia...
Antes que a noite venha me solicitar
Quero fazer ciranda como em criança
Dar colo aos filhos que gerei deixando
Meu perfume de lembrança.
Antes que a noite venha e eu tenha que
ir
Quero saber por quantas vezes fui amada,
Confessar ao pé do ouvido quanto amei
Ouvir que sou a eterna namorada...
Antes que a noite me convide a ir embora
Quero sentir o arrepio da madrugada
No percurso da derradeira caminhada
Num tempo sem mensurar a hora...
Antes que noite me cubra com seu véu,
Quero explicar ao mundo porque vim
Brindar em risos provocando o vento
Por meu estigma ter ficado em ti.
Antes que para sempre fique adormecida
Contudo sem ter perdido a esperança,
Contrita, num credo pedirei ainda:
Conceda-me, oh Deus! Um instante mais de
vida
Para ver o meu amor mesmo à distância...

LOUCURA
Patricia Neme
Um relógio,
em marcha austera,
sempre igual no passo a passo,
arrasta ranços de outrora,
exala anseios do agora
e aponta o chão de um amanhã...
Que eu nem sei se vale à pena,
se a saudade me avassala,
num consome rotineiro...
Meu Deus,
que de amor me desfaço,
corpo e alma,
por inteiro...
Um relógio,
em passo amargo...
sem atraso, sem cansaço,
vai tangendo minha vida
em uníssono compasso,
verdugo dos meus sonhares,
demarcando meus pesares....
Senhor dos Céus, enlouqueço,
no constante da batida,
sempre,
sempre,
repetida,
lembrando o que nunca esqueço:
tão longe daqueles braços,
eu não sou fim... Nem começo!

Casa Dos Espelhos
Ilze Soares
Nas paredes,
por todos os lados,
refletem imagens,
afinam, achatam,
deformam silhuetas...
Espelhos cômicos,
brincam, nos fazem rir.
Só não espelham o caráter,
muitas vezes mais deformados
que os corpos mostrados.
Não mostram as vontades,
os desejos malvados,
tão bem dissimulados
em corpos bem vestidos.

ARPEJOS SEM PERSPECTIVA
Joaquim Moncks
Minha fúria de mudar o
mundo
tem por baixo um boneco desanimado.
Aos mais de sessenta,
sou um maiacovski sem forças.
Tentei o novo.
Surgiu-se-me o fantasma do Real.
Este mundo de bens de consumo
é a farsa do milênio terceiro.
Mais enricada do que nunca
a criatura humana empobreceu-se
de valores.
Bato à porta do futuro:
meus neurônios alertam
para o visto e o revisto.
Tinge-se de sangue a janela da
esperança.
Mais que nunca
como apontou Charles Baudelaire
a trepada é o lirismo do povo.
A rigor, neste tempo de asperezas
pega-se o automóvel e se passa por cima
do mendigo da esquina.
O braço que estende a mão ao óbolo
duplica-se, triplica-se, multiplica-se.
A fome vai além do gesto.

RECUAR NO TEMPO
Fernando Morais
Há um ano atrás no tempo
neste mesmo lugar
à exacta hora a que me encontro
olhei aquela parede batida pelo sol
e vi os arabescos .
Isso leva-me a reflectir
no imutável processo de tudo o que muda
e se transforma
na capacidade de aperfeiçoamento
do inconstante clima, dos ventos, dos
lugares
da acção do homem sobre o meio .
Tudo está e sempre esteve mudando a todo
o tempo
a gesta da transformação da matéria
põe tudo velho para que seja novo
e a idade das coisas avança na sucessão
de tudo o que gera e é gerado.
Há um ano atrás no tempo
eu tinha uma energia que não tenho
mas hoje possuo um método que é novo
de me analisar e de ver as paredes
batidas
pelo sol
e tudo isto faz jus à minha pertinácia
e ao andar do corpo de acordo com o
clima
e o clima ri-se de mim e explica :
que me importa se o dia de hoje neste
sítio, a esta hora
é igualzinho ao do ano passado .
O que lhe interessa é se em tudo o que
passou
durante um ano, houve ou não a
imponderável harmonia
da Natureza. Porque enquanto esta
harmonia existir
é sinal de que o homem não se destruiu
nem foi destruído
e o escorrer do tempo se fez sem
novidade.
apesar de tudo estar a mudar a todos os
segundos
e a transformar-se por fora e por dentro
.

Só Saudade!...
Luciano Spagnol
Ao acordar vi que a vida não estava por
inteiro
Seus beijos, carinhos, e o seu sorriso
brejeiro
Tinham partido com a sua breve despedida
E pela solidão a minha alma foi invadida
Me vi incompleto,carente e sem fantasia
O seu olhar não estava a vigiar o meu
dia
O meu coração ficou fingindo ter alegria
A minha emoção pulsando com batida fria
Vi então, que sem você eu não posso mais
ficar
Pois, foi o seu amor que me ensinou o
que é amar
E ao seu lado foi que sem medo eu passei
a sonhar
O sentimento voa, transcende, é pura
afetividade
Há muito tempo perdida me devolveste a
felicidade
Transformando tudo, e sem você, é só
saudade!...
Rio, 11'20"
02/03/2009

NÃO CONSIGO VIVER SEM FAZER VERSOS
Raymundo de Salles Brasil
Ler e reler meus versos vale a mim
Que o que eu escrevo, revisar preciso.
Aos outros valerá? Fico indeciso.
E penso, muitas vezes, dar-lhes fim.
Pois tudo que eu escrevo, de improviso
(Eu tenho essa impressão, pra mim ruim)
Alguém já o fizera melhor, sim,
Um trabalho brilhante e mais conciso.
Não vejo como expor meu verso à venda,
Pois tudo que ele diz já fora exposto
Por gênios do passado e virou lenda.
Mas muito além desses senões diversos,
Um problema é maior, bem mais que um
gosto,
Não consigo viver sem fazer versos.
7/06/2009

NAS ASAS DA IMAGINAÇÃO
Regina Bertoccelli
Nas asas da imaginação
Minha alma encantada
Busca sentir toda emoção
Voando na madrugada...
Nas asas da imaginação
Meus versos livres e soltos
Falam de minha paixão
Em ternura são envoltos...
Nas asas da imaginação
Não há sonhos proibidos
Sempre chega a inspiração
Despertando os sentidos...

Flor de esperança
(Maria Beatriz Silva)
A FÉ:
É esperança a cada manhã
É olhar sem medo
O caminho desconhecido
È crer que vivemos além do que pensamos
È usar a força e a coragem
Que existe dentro de nós
Quando tudo parece perdido
É perceber que a vida é muito mais
É mover montanhas
Enfrentar perigos
Ser capaz de vencer o medo
É buscar a Deus
É um porto seguro
É vencer a angústia
De perguntas sem respostas
È compartilhar alegrias recebidas
É inverter o rumo da vida
Que não nos foi destinado
É seguir em paz a cada amanhecer
Na certeza de que o melhor vai acontecer
É ter um sonho para realizar
É caminhar até onde for permitido chegar
É ter esperança e amor
Para recomeçar quando preciso for
É deixar para trás
Tudo que a tristeza causou
De um passado morto, sem destino, sem
cor
É crer que muito ainda temos a nosso
favor
É buscar a luz interior
É acreditar e agradecer a Deus
Por ser um vencedor

AMOR A CAMISETA
Ilda Maria Costa Brasil - Porto
Alegre - RS
Porto Alegre,
Capital do Rio Grande do Sul,
mobilizada contra o uso de
drogas, sugeri a Marcinha
fumante inveterada, já na faixa
dos 50, fizesse um tratamento
para abandonar o vício. Seus
pulmões agradeceriam.
Após consultas,
exames e reuniões, minha amiga
decidiu internar-se a fim de
começar vida nova. Chegado o
dia, acompanhei-a. No
Hospital, fomos recebidos por
dois gentis enfermeiros que nos
conduziram a um amplo salão,
onde alguns pacientes, divididos
em pequenos grupos,
entretinham-se a jogar;
canastra, dominó, o jogo da
velha, exceto um senhor.
Visivelmente alterado, de pé,
frente à TV assistia ao jogo do
Palmeiras com o São Paulo.
Impaciente, aplaudia boa jogada
do São Paulo, fazia caretas para
jogadores do time adversário,
mostrava o dedo médio da mão
direita em riste, xingava a mãe
do juiz, quando este apitava
falta contra seu time do
coração. Curiosa, perguntei a um
dos atendentes, porque o
"torcedor" não sentava. Foi
quando um jogador de canastra
adiantando-se:
- Qual é, dona,
cara bom torcedor, aplaude seu
time de pé - fica melhor para
enxergar a goleira, po.
De repente, gol do
Palmeiras. Qual surpresa minha,
quando o senhor, rapidamente,
bate na tela da TV, e a gritar
toca no ombro de alguns,
estende a mão aos jogadores do
São Paulo, anda meia dúzia de
passos, retorna. Procura alguém.
Súbito, encontra, pois com
certeiro pontapé na TV, altura
"Seus Documentos" do meia
esquerda do Palmeiras, grita:
- Isto, seu filho
da P... é para aprenderes a não
chutar em gol, quando em
impedimento.
Chocada, peguei
minha amiga pelo braço e falei:
- Teu mal é só o
cigarro! Vamos. |

A FESTA DE SÃO JOÃO NO PORTO
Hermoclydes Siqueira Franco
A minha alma é um balão
que viaja a Portugal
quando é noite de São João,
para a festa, sem igual...
E chega ao Porto, bonito,
que mantém a tradição,
em seu vibrar infinito,
de alegrar a multidão!...
As ruas, cheias de povo,
as casas ficam vazias...
Todos desfilam, de novo,
entre gritos e alegrias...
A ponte até balanceia,
no vai-e-vem para Gaia...
O alho-porro marteleia
à espera que um balão caia...
E, assim, passa a noite inteira,
de fogo, cascata e dança...
Ao apagar-se a fogueira,
nasce, em mim, uma esperança:
Quem sabe, em dois mil e dez,
minha alma possa, contente,
vencer o mar, de revés,
e na festa estar presente?...

Um Talvez
Sandra Almeida
Prometo um dia
o infinito azul te dando boas vindas
sol descansando em tua pele
jardins floridos te acenando
Prometo um dia
cobrir-te de versos líricos
estilo contemporâneo
sem rimas, sem métricas.
Nesse dia me farei poema
refazendo a cena da espera
com ares de donzela
mas... estarei nua!

Nosso Encontro
Jandeilson Galvão Bezerra
Se canto, amor,
Se sonho, clamor,
Se amo, ardor,
Se chamo, com dor,
Se ardo, paixão.
Apaixono, amor?
Amo, favor?
Apaimorar, silêncio, paixão + amar.
Se silêncio, teu sou,
Se falo, teu estou,
Se canto, pra ti.
O que não sou, estou,
Sincero, a te olhar,
Percebo, te amar,
Agindo, te conquistar,
Olhando, teu distanciar.
E se no fim, me olhas,
Te encantas, não há distâncias,
Neste amar, separação,
É só distância, a contemplar,
Os meus escritos, admirar,
O nosso encontro, finalizando,
Como um canto, de amor ou dor?

FESTA JUNINA
SoninhaBB
É festa junina
mês de balão
todos fazem fogueira
saudamos São João
Cabelo de chiquinha
vestido quadriculado
muito laço de fita
cheinho de rendado
Dança de quadrilha
com direito a casamento
vamos entrar no túnel
curtir bem o momento
Quero pé-de-moleque
também muita paçoca
canjica bem gostosa
ter casinha de palhoça
Vou fazer pescaria
jogar com as argolas
acertar bem no alvo
encher minha sacola
Vou brincar com estalinhos
iluminar com estrelinhas
soltar muito buscapé
alegrar minha menininha

O meu muito obrigada a todos, até a
próxima edição.
P
articipem enviando os vossos trabalhos
para
iarameloportalcen@sapo.pt

Foto
topo da página:
Grutas de Alvados - Portugal
Fundo
Musical: CANTEIROS
Composição: Cecília Meirelles e Raimundo Fagner
( Baseado no Poema "Marcha" de Cecília Meirelles )
Formatação e Arte Final: Iara
Melo