Ano V –  Junho de 2009
 
Edição e Arte Final:
 
 
 

 
 
 

 

Os Dinossauros

Trabalho e pesquisa de Carlos Leite Ribeiro


Ao longo de 100 milhões de anos os Dinossauros foram os senhores do Mundo. Centenas de tipos diferentes surgiram e muitos extinguiram-se antes do final da sua era.
Estes iam desde o minúsculo carnívoro Procompsognathus, que caminhava apoiado apenas sobre os membros posteriores, até ao Brachiosaurus, fitófago. Gigante de 75 toneladas que se deslocava apoiado nas quatro patas. Encontravam-se distribuídos pelos períodos geológicos em que os seus fósseis apareceram pela primeira vez.
Os dinossauros gigantes, ao sejam os Diplodocus, Camarasaurus e Brachiosaurus, eram fitófagos e atingiram o seu ponto máximo durante o período Jurássico. Os seus predadores eram carnívoros de duas patas, como o Megalosaurus, o Dilophosaurus e o Ceratosaurus, que no período Cretácico aumentaram de dimensões. Os maiores eram os Tyrannosaurus da América do Norte e da Mongólia e o estranho Spinosaurus do Egipto, com crista no dorso que seria provavelmente um regulador de temperatura.
Pensa-se que os Pachycephallosaurus lutariam entre si batendo com os crânios endurecidos.
- Porque se teria por fim extinguido este grande grupo de répteis ?
A resposta mais provável é que se teria verificado uma descida na temperatura da Terra, e os enormes fitófagos morreram de frio, e, os carnívoros, privados das suas presas, morreram de fome.
Os dinossauros, apesar da sua diversificação, todos pareceram subitamente.

 

 

Alvinópolis – Cidade da Chita

Ana Teresinha Drumond Machado


A chita estampa história de distantes ares.
Nas terras lusitanas lançou sua semente,
virou canteiro, empós, em múltiplos lugares.
 
A chita enfeita a mulata faceira,
encobre da menina o corpo glamoroso,
e adorna o estilo da jovem matreira.
 
A chita “dá pano pra manga” da gente
alegria , festa quente, cultura e arte.
Entre cores vibrantes ostenta a'lma “caliente”
 
A chita é explosão de múltiplas flores,
perfaz espaços tradutores de tradições
da virginal candura aos mil primores.
 
A chita é opulência e diversidades culturais:
mamulengos, teatros, folclore, designers,
vestidos, toques e retoques fulgor(ais)
 
A chita traz cheiro e encantamento mineiro.
É nordestina, alvinopolense, é Mascarenhas,
enfim, a chita tem a cara tropical do brasileiro.
 
2008/30/Julho

Vale lembrar que nossa Alvinópolis celebrará, no dia 27/06, o Dia da Chita.
Com carinho de
Ana Teresinha

 

 

Faroleiros de Almas
Rita Velosa

Assim somos nós, faroleiros de almas:
Iluminando os penhascos,
Clareando os abismos,
Perscrutando  segredos,
Fincados em meio ao nada,
Presos no mar revolto
Girando, girando, girando...
Focando os perigos,
Alertando os incautos,
Orientando os perdidos;
Uma luz de esperança no mundo,
Faroleiros de almas!
Mas quem acenderá uma luz  para nós?
Nossa dor é grande:
Vemos demais, sentimos demais
E nada podemos fazer por nós mesmos.
Solitários  em alto mar,
Brilhando e consumindo-nos loucamente,
No desespero da lucidez,
Em chama interna,
Luz eterna,
No calor da esperança,
Girando, girando, girando...
Perscrutando desesperadamente!
 





Festas vespertinas
Benedita Azevedo


Nas vespertinas festas  nos domingos,
Quando eu queria muito o teu amor,
Dancei gostoso rock, joguei bingos
Te esperando namoro me propor.

Dançávamos bolero, ou mesmo tango,
E ao som daquele rock fui dançando...
Para o salão sozinha, e então eu mango
Do teu jeito sem graça rebolando.

Até que um dia escuto teu lamento,
Porque não poderias nem me ver
Assim, me divertindo em tal evento.

Eu era adolescente e bem feliz
Nas vespertinas festas pude ter
A tua companhia enquanto quis.

Praia do Anil, 19 de abril de 2009
 





O sabor da noite
Lígia Antunes Leivas


O sabor da noite
A noite saboreia-se a si mesma. Não para...
Ansiosa, procura um sonho...
último desejo de saciar-se em seus devaneios.
- Ficar só?... nunca!
Sai pelas ruas.
Entra onde parece achar guarida.
Senta. Um lugar comum
...a mesa, o balcão, o banco, um bar qualquer.
Ao fundo, Sinatra e "My way",
Elis numa canção cujo título se perdeu.
Tipos variados transitam no espaço exíguo.
Cada qual traz na face a palavra não-dita,
reflexo mudo do que lhe vai na alma, no coração.

A noite voltará amanhã
...tantos outros (des)encantos.
A solidão refaz-se sem mudanças.

Retrato que guardei na memória
duma figura típica que circulava pelo meu velho Chiado
(escrito em 1996)

 

 

A DOIDA
Carmo Vasconcelos


Chamam-lhe "a doida" quando passa...

Chapéu desbotado, xaile de seda desfiada
saia de lamé , sem brilho, esfarrapada
que um velho alfinete d'ama prende e laça.
Cambaleiam com ela os sapatos já sem saltos
outrora reluzentes de verniz e tacões altos.
Nas magras mãos, as luvas pardas, rotas
fazendo acenos de menina rua fora
balanceando uma carteira de abas soltas
que lhe deu uma vez uma Senhora.

Ladram-lhe os cães, riem-se os gaiatos...

As velhas faces, peles caídas, enrugadas
de um vermelho rançoso inda pintadas
com sobras de bâton achado em rua sinuosa
descartado, talvez, por qualquer dama duvidosa;
colar de contas roxas enfiadas num cordel
e na ilharga, amarrotada, uma flor murcha de papel.

"Que vergonha!" , murmuram as Senhoras...

Mas ela, surda, ausente, caminha para a sua festa
transportando consigo tudo o que lhe resta.

Chegada a noite, vem a fria e dura solidão.
Seus olhos cansados e os pés alquebrados
procuram tréguas nas pedras do chão.

Parece um embrulho, um monte de entulho...

Não dorme, delira de febre, trémula de frio
mas nesse delírio feito de visões pelas madrugadas
revê sua vida, tão rica, pelo mundo estafada.

E em esgares de prazer, solta gargalhadas!
Pois só ela sabe
como foi linda, o quanto foi amada!

Lisboa/Portugal
(In "Geometrias Intemporais", publicado em Maio/2000 - Vega-Editora)




Conceito da ética em versos

Josias Alcantara
 

Vamos desenhar valores e o entendimento da ética,
conduzindo seus rigores com sublimidade eclética,
para honrar a honestidade, no conceito e na moral,
com responsabilidade e atitude fraternal!

Vamos clamar por justiça e justificar os atos
que o orgulho às vezes atiça, distorcendo vários fatos.
Vamos buscar a verdade, que habita dentro de nós,
para que a luz da humildade interprete a nossa voz!

Vamos guiar nossa luta, com coragem, transparência,
inserindo na conduta, o melhor da competência...
para a troca de direito, que existir na profissão,

tornar-se o elo e respeito, no abraço e aperto de mão!
Vamos pesquisar anseios de encontro à cidadania
e justificar os meios, que dão vida a poesia?

Josias Alcantara
Delegado da U.B.T - Colatina -ES

 



SONHADORA

Sonho que sou a poetisa eleita,
Aquela que diz tudo e tudo sabe.
Que tem a inspiração pura e perfeita,
Que reúne num verso a imensidade.

Quadra de: Florbela Espanca
Glosado por: A. Mendes

Adormeço em lençóis de branco linho.
 Invoco a minha musa com carinho,
E sinto que ao meu lado ela se deita.
A noite se transforma em poesia.
Eu fico envolta em tanta fantasia...
Sonho que sou a poetisa eleita!

Que cultivo poemas a meu jeito.
Que fertilizo amantes no meu peito...
Não quero que o amor em mim acabe!
Que sou douta na vida e na paixão.
Eu quero ser no mundo a ilusão:
Aquela que diz tudo e tudo sabe!

Que venham mil palavras me beijar.
Humedecer meus lábios e deixar,
De prazer minha boca satisfeita.
Enlear o meu corpo em forte laço.
Me perder na volúpia de um abraço...
Que tem a inspiração pura e perfeita!

Quero acordar depois serenamente.
Ser eu, apenas eu, unicamente.
E não ter pelo sonho uma saudade.
'screvendo poesia me proponho,
Condensar minha vida num só sonho.
Que reúne num verso a imensidade!

Lagos, 27/08/01
Alfredo dos Santos Mendes
1º Prémio
Jogos Florais de Almeirim 2001

 



Glosando Olavo Bilac
Gislaine Canales

AMOR E LUZ

MOTE:

O amor que a teu lado levas
a que lugar te conduz,
que entras coberto de trevas
e sais coberto de luz?


O amor que a teu lado levas
é grande, é forte, é bonito,
com sua força, tu o elevas,
à potência de infinito!

Esse amor só de alegria
a que lugar te conduz,
se ele ilumina o teu dia
com as luzes que produz?

É com ele que tu enlevas
tudo e todos, de repente,
que entras coberto de trevas
e sais bem mais reluzente!

É nesse amor abençoado,
que esqueces a tua cruz,
relembrando o teu passado,
e sais coberto de luz!
 



Antes que a noite chegue
Heralda Víctor


Antes que a noite cale minha voz
Quero registrar meu verso adormecido,
Resgatar meu sentimento mais bonito
Amando e sendo amada outra vez.

Antes que a noite chegue a me chamar
Quero olhar os campos, o azul do céu, o mar
Do pôr- do- sol em cálice recolher magia
Mesclar as cores numa flor que nasce
Deixar meu canto numa melodia...

Antes que a noite venha me solicitar
Quero fazer ciranda como em criança
Dar colo aos filhos que gerei deixando
Meu perfume de lembrança.

Antes que a noite venha e eu tenha que ir
Quero saber por quantas vezes fui amada,
Confessar ao pé do ouvido quanto amei
Ouvir que sou a eterna namorada...

Antes que a noite me convide a ir embora
Quero sentir o arrepio da madrugada
No percurso da derradeira caminhada
Num tempo sem mensurar a hora...

Antes que noite me cubra com seu véu,
Quero explicar ao mundo porque vim
Brindar em risos provocando o vento
Por meu estigma ter ficado em ti.

Antes que para sempre fique adormecida
Contudo sem ter perdido a esperança,
Contrita, num credo pedirei ainda:
Conceda-me, oh Deus! Um instante mais de vida
Para ver o meu amor mesmo à distância...





LOUCURA
Patricia Neme


Um relógio,
em marcha austera,
sempre igual no passo a passo,
arrasta ranços de outrora,
exala anseios do agora
e aponta o chão de um amanhã...
Que eu nem sei se vale à pena,
se a saudade me avassala,
num consome rotineiro...
Meu Deus,
que de amor me desfaço,
corpo e alma,
por inteiro...

Um relógio,
em passo amargo...
sem atraso, sem cansaço,
vai tangendo minha vida
em uníssono compasso,
verdugo dos meus sonhares,
demarcando meus pesares....
Senhor dos Céus, enlouqueço,
no constante da batida,
sempre,
sempre,
repetida,
lembrando o que nunca esqueço:
tão longe daqueles braços,
eu não sou fim... Nem começo!
 





 


Casa Dos Espelhos
Ilze Soares


Nas paredes,
por todos os lados,
refletem imagens,
afinam, achatam,
deformam silhuetas...

Espelhos cômicos,
brincam, nos fazem rir.
Só não espelham o caráter,
muitas vezes mais deformados
que os corpos mostrados.

Não mostram as vontades,
os desejos malvados,
tão bem dissimulados
em corpos bem vestidos.




 


ARPEJOS SEM PERSPECTIVA

Joaquim Moncks
 

Minha fúria de mudar o mundo
tem por baixo um boneco desanimado.
Aos mais de sessenta,
sou um maiacovski sem forças.
Tentei o novo.
Surgiu-se-me o fantasma do Real.

Este mundo de bens de consumo
é a farsa do milênio terceiro.
Mais enricada do que nunca
a criatura humana empobreceu-se
de valores.
Bato à porta do futuro:
meus neurônios alertam
para o visto e o revisto.

Tinge-se de sangue a janela da esperança.
Mais que nunca
como apontou Charles Baudelaire
a trepada é o lirismo do povo.

A rigor, neste tempo de asperezas
pega-se o automóvel e se passa por cima
do mendigo da esquina.
O braço que estende a mão ao óbolo
duplica-se, triplica-se, multiplica-se.
A fome vai além do gesto.

 



RECUAR NO TEMPO
Fernando Morais


Há um ano atrás no tempo
neste mesmo lugar
à exacta hora a que me encontro
olhei aquela parede batida pelo sol
e vi os arabescos .

Isso leva-me a reflectir
no imutável processo  de tudo o que muda
e se transforma
na capacidade de aperfeiçoamento
do inconstante clima, dos ventos, dos lugares
da acção do homem sobre o meio .

Tudo está e sempre esteve mudando a todo o tempo
a gesta da transformação da matéria
põe tudo velho para que seja novo
e a idade das coisas avança na sucessão
de tudo o que gera e é gerado.

Há um ano atrás no tempo
eu tinha uma energia que não tenho
mas hoje possuo um método que é novo
de me analisar  e de ver as paredes batidas
pelo sol

e tudo isto faz jus à minha pertinácia
e ao andar do corpo de acordo com o clima
e o clima ri-se de mim e explica :
que me importa se o dia de hoje neste sítio, a esta hora
é igualzinho ao do ano passado .
O que lhe interessa é se em tudo o que passou
durante um ano, houve ou não a imponderável harmonia
da Natureza. Porque enquanto esta harmonia existir
é sinal de que o homem não se destruiu
nem foi destruído
e o escorrer do tempo se fez sem novidade.

apesar de tudo estar a mudar a todos os segundos
e a transformar-se por fora e por dentro .




Só Saudade!...
Luciano Spagnol


Ao acordar vi que a vida não estava por inteiro
Seus beijos, carinhos, e o seu sorriso brejeiro
Tinham partido com a sua breve despedida
E pela solidão a minha alma foi invadida

Me vi incompleto,carente e sem fantasia
O seu olhar não estava a vigiar o meu dia
O meu coração ficou fingindo ter alegria
A minha emoção pulsando com batida fria

Vi então, que sem você eu não posso mais ficar
Pois, foi o seu amor que me ensinou o que é amar
E ao seu lado foi que sem medo eu passei a sonhar

O sentimento voa, transcende, é pura afetividade
Há muito tempo perdida me devolveste a felicidade
Transformando tudo, e sem você, é só saudade!...

Rio, 11'20"
02/03/2009
 



NÃO CONSIGO VIVER SEM FAZER VERSOS
Raymundo de Salles Brasil

Ler e reler meus versos vale a mim
Que o que eu escrevo, revisar preciso.
Aos outros valerá? Fico indeciso.
E penso, muitas vezes, dar-lhes fim.

Pois tudo que eu escrevo, de improviso
(Eu tenho essa impressão, pra mim ruim)
Alguém já o fizera melhor, sim,
Um trabalho brilhante e mais conciso.

Não vejo como expor meu verso à venda,
Pois tudo que ele diz já fora exposto
Por gênios do passado e virou lenda.

Mas muito além desses senões diversos,
Um problema é maior, bem mais que um gosto,
Não consigo viver sem fazer versos.

7/06/2009



NAS ASAS DA IMAGINAÇÃO
Regina Bertoccelli


Nas asas da imaginação
Minha alma encantada
Busca sentir toda emoção
Voando na madrugada...

Nas asas da imaginação
Meus versos livres e soltos
Falam de minha paixão
Em ternura são envoltos...

Nas asas da imaginação
Não há sonhos proibidos
Sempre chega a inspiração
Despertando os sentidos...



 

Flor de esperança (Maria Beatriz Silva)

A FÉ:

É esperança a cada manhã
É olhar sem medo
O caminho desconhecido
È crer que vivemos além do que pensamos

È usar a força e a coragem
Que existe dentro de nós
Quando tudo parece perdido
É perceber que a vida é muito mais

É mover montanhas
Enfrentar perigos
Ser capaz de vencer o medo
É buscar a Deus

É um porto seguro
É vencer a angústia
De perguntas sem respostas
È compartilhar alegrias recebidas

É inverter o rumo da vida
Que não nos foi destinado
É seguir em paz a cada amanhecer
Na certeza de que o melhor vai acontecer

É ter um sonho para realizar
É caminhar até onde for permitido chegar
É ter esperança e amor
Para recomeçar quando preciso for

É deixar para trás
Tudo que a tristeza causou
De um passado morto, sem destino, sem cor
É crer que muito ainda temos a nosso favor

É buscar a luz interior
É acreditar e agradecer a Deus
Por ser um vencedor
 


 


AMOR A CAMISETA
Ilda Maria Costa Brasil - Porto Alegre - RS

              Porto Alegre, Capital do Rio Grande do Sul, mobilizada contra o uso de drogas, sugeri a Marcinha fumante inveterada, já na faixa dos 50, fizesse um tratamento para abandonar o vício. Seus pulmões agradeceriam.
              Após consultas, exames e reuniões, minha amiga decidiu internar-se a fim de começar vida nova. Chegado o dia, acompanhei-a. No
Hospital, fomos recebidos por dois gentis enfermeiros que nos conduziram a um amplo  salão,  onde alguns pacientes, divididos em pequenos grupos, entretinham-se a jogar; canastra, dominó, o jogo da velha,  exceto um senhor. Visivelmente alterado,  de pé, frente à TV  assistia ao jogo do Palmeiras com o São Paulo. Impaciente, aplaudia boa jogada do São Paulo, fazia caretas para jogadores do time adversário, mostrava o dedo médio  da mão direita em riste,  xingava a mãe do juiz, quando este apitava falta contra seu time do coração. Curiosa, perguntei a um dos atendentes, porque o "torcedor" não sentava. Foi quando um jogador de canastra adiantando-se:
              - Qual é, dona, cara bom torcedor, aplaude seu time de pé - fica melhor para enxergar  a goleira, po.
              De repente, gol do Palmeiras. Qual surpresa minha, quando o senhor, rapidamente,  bate na tela da TV, e a gritar  toca  no ombro de alguns, estende a mão aos jogadores do São Paulo, anda  meia dúzia de passos, retorna. Procura alguém. Súbito, encontra, pois com certeiro pontapé na TV, altura "Seus Documentos" do meia esquerda do Palmeiras, grita:
               - Isto, seu filho da P... é para aprenderes a não chutar em gol, quando em impedimento.
               Chocada, peguei minha amiga pelo braço e falei:
               - Teu mal é só o cigarro! Vamos.


A FESTA DE SÃO JOÃO NO PORTO
Hermoclydes Siqueira Franco


A minha alma é um balão
que viaja a Portugal
quando é noite de São João,
para a festa, sem igual...

E chega ao Porto, bonito,
que mantém a tradição,
em seu vibrar infinito,
de alegrar a multidão!...

As ruas, cheias de povo,
as casas ficam vazias...
Todos desfilam, de novo,
entre gritos e alegrias...

A ponte até balanceia,
no vai-e-vem para Gaia...
O alho-porro marteleia
à espera que um balão caia...

E, assim, passa a noite inteira,
de fogo, cascata e dança...
Ao apagar-se a fogueira,
nasce, em mim, uma esperança:

Quem sabe, em dois mil e dez,
minha alma possa, contente,
vencer o mar, de revés,
e na festa estar presente?...

 



Um Talvez
Sandra Almeida


Prometo um dia
o infinito azul te dando boas vindas
sol descansando em tua pele
jardins floridos te acenando

Prometo um dia
cobrir-te de versos líricos
estilo contemporâneo
sem rimas, sem métricas.

Nesse dia me farei poema
refazendo a cena da espera
com ares de donzela
mas... estarei nua!

 



Nosso Encontro
Jandeilson Galvão Bezerra


Se canto, amor,
Se sonho, clamor,
Se amo, ardor,
Se chamo, com dor,
Se ardo, paixão.

Apaixono, amor?
Amo, favor?
Apaimorar, silêncio, paixão + amar.

Se silêncio, teu sou,
Se falo, teu estou,
Se canto, pra ti.

O que não sou, estou,
Sincero, a te olhar,
Percebo, te amar,
Agindo, te conquistar,
Olhando, teu distanciar.

E se no fim, me olhas,
Te encantas, não há distâncias,
Neste amar, separação,
É só distância, a contemplar,
Os meus escritos, admirar,
O nosso encontro, finalizando,
Como um canto, de amor ou dor?




FESTA JUNINA
SoninhaBB


É festa junina
mês de balão
todos fazem fogueira
saudamos São João

Cabelo de chiquinha
vestido quadriculado
muito laço de fita
cheinho de rendado

Dança de quadrilha
com direito a casamento
vamos entrar no túnel
curtir bem o momento

Quero pé-de-moleque
também muita paçoca
canjica bem gostosa
ter casinha de palhoça

Vou fazer pescaria
jogar com as argolas
acertar bem no alvo
encher minha sacola

Vou brincar com estalinhos
iluminar com estrelinhas
soltar muito buscapé
alegrar minha menininha
 
 

 

 

O meu muito obrigada a todos, até a próxima edição.

Participem enviando os vossos trabalhos para

iarameloportalcen@sapo.pt

 

 

 

 

Foto topo da página:
Grutas de Alvados - Portugal

Fundo Musical: CANTEIROS
Composição: Cecília Meirelles e Raimundo Fagner
( Baseado no Poema "Marcha" de Cecília Meirelles )

Formatação e Arte Final: Iara Melo

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