Alfredo dos Santos Mendes

Nome:  Alfredo dos Santos Mendes

Profissão: Reformado

Quer falar um pouco da terra onde mora?
Muito embora as minhas raízes sejam cem por cento lisboetas, pois vi a luz do dia pela primeira vez há 75 anos, no castiço bairro de Alcântara, decidi em 1995, fixar residência na cidade de Lagos Algarve. Quanto aos meus conhecimentos sobre a sua cultura, infelizmente nada posso dizer, pois por incúria da minha parte, lamentavelmente nunca me debrucei sobre tal. Que me desculpem os algarvios!

Quando começou a escrever?
Não sei exactamente que idade tinha quando me aventurei a escrever uns simples versinhos. Porém, recordo perfeitamente, que aos 10 ou 11 anos de idade, já sentia o bichinho da poesia germinar dentro de mim, ao ponto de por altura dos festejos dos "Santos Populares", me atrever a compor umas (espécies) de quadras subordinadas ao tema: as fogueiras e os namoricos, que por tradição, enfeitavam os vasos de manjericos, e que não saíram nada mal. Curiosamente, essa tradição ainda hoje se mantém. Creio que a partir desse momento nunca mais deixei de escrever. Só lamento que a grande maiorias dos "poemas?" que então escrevi, e foram muitos, apenas existam pouco mais de uma dúzia, que foram escritos em 1954, quando me encontrava a cumprir o serviço militar, e que os dactilografei em folhas A4. Todos os outros que se encontravam escritos à mão, numa sebenta dos meus tempos de escola, para meu desgosto, perdi-lhes no rasto.

Teve a influência de alguém para começar a escrever?
Tive uma infância muito ligada à leitura. Comecei por ler toda a colecção de Júlio Dinis. O seu modo de escrever, inserindo nos diálogos o modo de falar de cada região, fascinou-me. Recordo também, que era raro Júlio Dinis não incluir nos seus livros, um pouco de poesia. Posso dizer que Júlio Dinis, serviu-me de trampolim para outros voos. Camilo Castelo Branco, ensinou-me a gostar ainda mais da leitura. Na poesia, o seu soneto (AMIGOS), marcou-me de tal modo, que ainda hoje passados mais de 60 anos, ainda não esqueci. A partir de certa altura tornei-me viciado na leitura. Fernando Pessoa, Florbela Espanca, assim como o nosso ilustre poeta popular: António Aleixo, foram os grandes responsáveis pela minha iniciação na construção de poemas.

Lembra-se do seu 1º trabalho literário?
Um soneto que escrevi em 1952, dedicado à minha irmã, no dia do seu casamento.

Tem livro (s) impresso (s) (editora e ano)?
Nunca editei nenhum livro, dado os seus elevados custos.

Tem livro(s) electrónico(s) (e-books) ?
Um, editado por Anna Müller

Fale-nos um pouco de si, como pessoa humana?
É o pedido mais difícil que me podem fazer. No entanto creio poder dizer, que me sinto um privilegiado, por ter nascido numa época em que o respeito e amor ao próximo se sobrepunha a todos os outros valores, incutindo na minha formação humana, a maior riqueza que se pode desejar. Saber respeitar o próximo como a si mesmo! Considero-me por isso, uma pessoa sociável, orgulhando-me de  possuir uma agenda recheada de nomes de grandes amigos.

Projectos literários para o ano 2009 ?
Se possível, continuar a escrever poesia, poesia, poesia.

Como Escritor (a)?

Tem prémios literários? Tenho quatro primeiros prémios. Três segundos, e algumas menções honrosas.

Tem Home Page própria (não são consideradas outras que simplesmente tenham trabalhos seus)?
Com muita pena minha, ainda não consegui realizar esse sonho.

Conhece as vantagens que os Autores do CEN têm em ter sua Home Page ou (e)  Livro (s) electrónicos, nos nossos sites?
Sim

Que conselho daria a uma pessoa que começasse agora a escrever ?
Que lêsse alguma poesia de poetas consagrados. Aprendesse um pouco sobre a composição de um poema. Se enveredasse pelo soneto, redondilha, em que a rima e a métrica são essenciais, estudá-las a preceito. Depois, pegar na caneta e escrever!

Para terminar este trabalho, queira fazer o favor de mandar um pequeno (e original) trabalho seu (em prosa ou em verso) ?: -
 
DIREITOS HUMANOS

Cortaram meu cordão umbilical!
Fiquei um ser liberto nesse dia!
Foi como receber a alforria…
O ter deixado o ventre maternal!

A vida não seria mais igual!
O conforto uterino acabaria!
Seria mais um ser que enfrentaria…
A crueza de um mundo desigual!

Iria ser exposto à crueldade!
Teria de enfrentar a sociedade,
Aonde proliferem seres ufanos!

Teria no futuro, de gritar:
A todo aquele que gosta de humilhar.
Senhor, respeite os DIREITOS HUMANOS!

Lagos, 17 /11/2008
Alfredo dos Santos Mendes

2009
 

 Índice de autores