Andréa Motta

Natural de São Paulo, sou paranaense de coração, totalmente apaixonada pela cidade de Curitiba. Advogada com diversas pós graduações, amante da Literatura em especial da Poesia, bem como, do mar e da fotografia.

Natureza Íntima

© Andréa Motta

Sou pedra plantada.
Quando pedra, sou dura,
implacável com as palavras.

Sou água a correr.
Quando água, sou como um riacho sereno
a deslizar em silêncio.

Sou vulcão em constante erupção.
Quando vulcão, sou imaginação.
Trago na pele, no rosto e,
na alma a cor da paixão.

Sou cigana livre de preconceitos.
Sou nômade, vivo as margens dos rios
minh' alma tem asas brancas e vermelhas,
p'ros vôos desta vida incerta.

Tenho os olhos tristes e a voz embargada,
em simultâneo a alegria duma criança.
No peito trago contudo, a inabalável certeza
de amar-te eternamente.

Ab-reação
© Andréa Motta
 
Hoje eu gostaria de escrever coisas bonitas
que fizessem meu coração sorrir,
no entanto, o grito amarrado na alma
é muito mais forte abduzindo-me da condução do desejo.
Lembro-me de um tempo não muito distante
perdido no passado quando tudo fluia em harmonia
foram dias de paz, paz interior onde não havia espaço
para a dor
            medo
                  melancolia,
só a rebeldia que me é inata
possuia lugar cativo..
esta pelo menos nunca me abandonou,
como também nunca atrapalhou meu sonhos
Havia uma força intima imensa
uma vontade de crescer
de percorrer as serras interioranas
de descobrir todas as belezas do mundo
Aos poucos fui percebendo a verdadeira face do universo
tão diferente daquela que povoava meus pensamentos,
uma realidade fria e calculista onde cada ser dito racional,
vive em exacerbada paixão de interreses próprios.
E a cada nova revelação passei a refrear meus sentidos
deixei-me engolir para não sofrer.
Reclusa em imagens que brotavam da minha própria consciência,
criei asas imaginárias, construi castelos suntuosos,
semei flores em todas as janelas
caminhei entre campos férteis e tridimensionais
 
Fiz-me justiça, fui valente,
coloquei de lado armas e defesas.
Fiz-me água cristalina
Fiz-me vida.
Todavia, enganei-me mais uma vez.
Os sonhos podem até impulsionar o mundo
mas, não passam de reações inconscientes,
libertação fictícia
Hoje não há palavras bonitas
não há sorriso nos olhos
tampouco estrelas desnudas
a vista em telhados de vidro
Há somente a intensa e crua
verdade de cada um armazenada
em preto e branco.

 
S
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