Angelino Pereira

 

 

Profissão: Professor no Ensino Superior

- Quer falar um pouco da terra onde nasceu?

Novelas é uma das 38 freguesias que constituem o concelho de Penafiel, localizada no seu extremo noroeste. É uma freguesia vizinha da sede de concelho, sendo delimitada por esta e ainda por Bustelo, Santiago de Subarrifana e por terras dos concelhos de Lousada e Paredes.
Até ao século XV, a freguesia de Novelas esteve integrada no julgado medieval de Aguiar de Sousa. Os Sousas tinham aqui residência, dos quais se destaca Gonçalo Mendes de Sousa, mordomo-mor da corte até ao final do reinado de D. Sancho I. Novelas também já esteve no concelho de Lousada e no de Barcelos. A sua paróquia foi um curato da apresentação do Mosteiro de Bustelo.
O topónimo Novelas é um derivado de noval que provém do português arcaico. Noval significa arroteia.
O orago é o São Salvador, a quem dedicavam uma festa no mês de Agosto. 
Atividades económicas: A inauguração, a 29 de Julho de 1875, da linha do Douro mudou, para sempre, a face de Novelas. Ainda hoje uma parte da população trabalha nos Caminhos de Ferro Portugueses. Existe alguma indústria e algum comércio. Uma grande parte das pessoas trabalha na cidade de Penafiel e no Porto. 
Educação: Possui duas Escolas Primárias, ambas com cantina, as quais incluem também o ensino pré-escolar. Terminada a aprendizagem ao nível do 4º ano, normalmente os jovens procuram a continuidade dos estudos na Cidade de Penafiel. De assinalar ainda as actividades de Ocupação dos Tempos Livres (Inglês, Informática e Música) a funcionar na sede da Junta de Freguesia de Novelas. 
Saúde: A população da Freguesia recorre à sede do concelho que fica a três quilómetros, para ter a assistência no respectivo posto médico. Sendo que para os casos mais graves, a solução passa pelo Hospital Padre Américo. Estando também a decorrer uma vez por semana na sede da Junta de Freguesia consultas de rotina, efetuadas por uma enfermeira, às pessoas com mais idade. 
Cultura: A Associação Recreativa Novelense tem uma maior afirmação nas áreas de desporto, mas complementa a sua ação com espetáculos de variedades, festas e encontros. O Grupo de Teatro de Novelas é dos mais carismáticos de Penafiel. 
Festas e Romarias: Freguesia que tem Divino Salvador como padroeiro, ao qual se dedica uma Festa, em Agosto.
(Fonte:
http://novelas.pt/index.php?pagina=historia
)
 
Foto: Junta de Freguesia de Novelas
 
- Quer falar um pouco da terra onde mora?
- A cidade de Guimarães, historicamente, associada à fundação da nacionalidade e identidade Portuguesa. Guimarães (entre outras povoações) antecede e prepara a fundação de Portugal conhecida como "O Berço da Nação Portuguesa". Aqui tiveram lugar em 1128 os principais acontecimentos políticos e militares, que levariam à independência e ao nascimento de uma nova Nação. Por esta razão, está inscrito numa das torres da antiga muralha da cidade “Aqui nasceu Portugal”, referência histórica e cultural de residentes e visitantes nacionais.
Guimarães é uma cidade no Distrito de Braga, sub-região do vale do Ave (uma das sub-regiões mais industrializadas do país), com uma população de 52 181 habitantes, repartidos por uma malha urbana de 23,5 km², em 20 freguesias e com uma densidade populacional de 2 223,9 habitantes/km².
É sede de um município com 241,05 km² de área e 158 124 habitantes (Censos 2011) (em queda se comparada com a população estimada de 162 592 habitantes em 2009 e aos Censos de 2001), subdividido em 69 freguesias sendo que a maioria da população reside na cidade e na sua zona periférica. O município é limitado a norte pelo município de Póvoa de Lanhoso a leste por Fafe, a sul por Felgueiras, Vizela e Santo Tirso, a oeste por Vila Nova de Famalicão e a noroeste por Braga.
É uma cidade histórica, com um papel crucial na formação de Portugal, e que conta já com mais de um milénio desde a sua formação, altura em que era designada como Vimaranes. Podendo este topónimo ter tido origem em Vímara Peres, nos meados do século IX, quando fez deste local o seu principal centro governativo do Condado Portucalense que tinha conquistado para o Reino da Galiza e onde veio a falecer.
Guimarães é uma das mais importantes cidades históricas do país, sendo que o seu centro histórico está classificado Património Cultural da Humanidade, tornando-a definitivamente um dos maiores centros turísticos da região. As suas ruas e monumentos respiram história e encantam quem a visita.
Fonte. Wikipédia - Enciclopédia livre.

- Quando começou a escrever?

A minha paixão pela escrita está ligada à adolescência, particularmente poesia, desenvolvendo mais tarde para o prosa poética e jornalística, enquanto combatente na guerra colonial em Angola e colaborador da Rádio Oficial de Angola (1969/71). Em África escrevi um dos poemas mais distinguidos “Justiça” e como consequência dessa comissão de serviço, vinte e nove anos depois, escrevi “Nostalgia entre Angola e o Puto, onde o autor foi repórter disfarçado de combatente ao longo de mais de dois anos, nessa Angola imensa, onde bem poderia dizer-se "corre leite e mel" se não fosse a guerra. Ao longo de 384 páginas, conto, comento e explico a odisseia de uma causa que, apesar de tudo, foi nobre, porque foi humanitária e sem ódios. E hoje milhares de combatentes vivem “esquecidos” apesar de terem sido os verdadeiros heróis da Pátria! “Nostalgia entre Angola e o Puto” é um autêntico documento histórico e uma justa homenagem aos combatentes, em todos os tempos!
Transcreve-se uma opinião:
“A leitura deste livro de Angelino Pereira é um exercício e uma aprendizagem de Humanismo. Subscrevo e reforço, com o autor, a questão capital desta interessante e oportuna obra: porquê a ganância, a cobiça e o desprezo pela vida humana(!?).
Eis um livro escrito com letras de sangue...um livro que alerta para a “grandiosa” estupidez da Guerra.
Eis um autor autêntico, um homem que defende e afirma alguns esquecidos valores desta cansada Humanidade. Eis um livro-tiro que vai direito ao alvo camuflado da Hipocrisia. «Nostalgia entre Angola e o Puto» é um livro de Paz, de Liberdade e de Esperança – um verdadeiro testemunho de Humanismo. É pois de Humanismo que o autor tem nostalgia, ontem como hoje. Parabéns pela coragem e pela ousadia.
Um abraço deste seu amigo e admirador.
Ângelo Rodrigues
Cabeça das Mós (uma bonita aldeia do “Puto”),
16 de Julho de 2000 às 16 horas”
 
Mas foi em 1995, depois de várias publicações em jornais e revistas e participações em coletâneas/antologias, que resolvo editar o meu primeiro livro “no conto do meu poema”, com contos e poemas para dar a conhecer algum trabalho reunido desde a adolescência.
E a partir daí, foi um “vício” permanente de escrita que me tem entusiasmado pela presença de amigos e mensagens de estímulo que me vão chegando, e que trazem o ânimo para continuar. E desta forma não consigo deixar este jeito de estar no mundo, mesmo que a crise instalada no meu país não seja nada favorável, ou mesmo insustentável, para que o livro tenha a procura que merece. E esta falta de leitura agrava cada vez mais a crise, porque é nos livros que aprendemos a vida e encontramos as respostas para tudo. Como no dizer de Teixeira de Pascoaes. “A essência das coisas da natureza é poética e não científica.” Mas o resultado de tanta iliteracia está à vista: um mundo materialista onde o mundo perdeu o rumo da felicidade, porque preencheu o espaço dos valores da Humanidade para se deixar arrastar pelos vícios da ganância e do irracionalismo. E o que temos? Um mundo de terror e morte, de medo permanente. Isto não é poético, e sem poesia, não existe o amor.

- Teve a influência de alguém para começar a escrever?

- Desde muito cedo me apaixonei pela leitura e muitos são os autores que li e que me “enfeitiçaram”, produzindo em mim esta constante procura de escrita que insistentemente trabalho sempre que posso retirar algum tempo ao tempo do meu sustento. Porque este prazer fica caro no orçamento de quem vive à custa do trabalho profissional que desenvolve. Mas desde muito novo que conduzo todas as poupanças possíveis para o património cultural. Foi principalmente nos clássicos que aprendi a paixão pela escrita. Li obras completas de: Camilo Castelo Branco, Guerra Junqueiro, Júlio Dinis, Eça de Queiroz, Ferreira de Castro, Bocage, Luís de Camões, Aquilino Ribeiro, etc. e outros contemporâneos; António Damásio, Bento da Cruz, Miguel de Sousa Tavares, Mia Couto, Carlos Drummond de Andrade, Alberto da Cunha Melo, Jorge Amado, Konsalik, Fritz Kahn, Régine Dumay... Mas foram os clássicos e Miguel Torga que mais me direcionaram para o sentido que procuro dar à minha escrita, preocupado com os problemas do mundo e as causas sociais. Numa filosofia de vida de bem-estar e felicidade das pessoas que são a causa principal e merecimento de quem passa por este mundo.
A minha proximidade de vida com amigos das letras, como Barroso da Fonte (um transmontano que viveu de perto com Miguel Torga) e Conceição Campos, entre outros, têm produzido em mim esta vontade de escrever com o carinho e amizade que lhes reconheço como importante para a minha aventura na arte de escrever e que espero continuar a merecer.
 
- Lembra-se do seu 1º trabalho literário?

- Muito embora eu tenha participado na coletânea que confirmou a minha continuidade, “Antologia Poética de Autores Viamranenes”-1993, na realidade foi o meu “no conto do meu poema”-1995 que, em 19 de maio de 1995, confirmei a minha decisão de continuar a escrever, “até que a voz me doa”, conforme o jornalista, J. Guimarães, referindo-se à sessão de lançamento no Paço dos Duques de Bragança, em Guimarães, escreveu:
 “Cada vez mais se acentua a falta de apetência para os certames de índole cultural. Atarefados com outras “chamadas”, as pessoas, especificamente, a juventude, vive arredia de tudo que lhe fale de cultura, seja cívica, moral ou espiritual. Não é necessário recorrer a grande esforço intelectual para “apalpar” o pulso a este “cancro” social. O exemplo é o certame “Ler Guimarães”, ou seja, em termos correntes é a Feira ou Festa do Livro. Esta iniciativa não foi um “fracasso”, pelo menos levou as mesmas voltas. O autor do “No Conto do Meu Poema”, pelas suas palavras se notou uma certa “frieza”, uma determinada desilusão. Os seus versos, tudo isso indiciam. Nem o calor das palmas conseguiu quebrar o “gelo” duma noite um pouco cálida, desde o findar da primavera, a esvair-se no termo do seu espaço. Mas o poeta, é o mesmo nestas circunstâncias... em qualquer situação. É própria da sensibilidade da sua Alma. Com duas dúzias de presenças, a apresentação foi feita pelo próprio autor.
Em síntese, o livro pretende homenagear, por intermédio da poesia, os Homens que não escrevem poemas, mas, incognitamente, escrevem momento a momento páginas de ouro, umas alegres outras tristes, em cada vivencial existência. Em todo o caso, foi uma noite de sonho, vivida à luz mortiça dos candelabros, “alumiada”  pela apagada luz da lua, que a medo penetrava pelos retalhos vitrálicos de pálpebras carregadas  dos janelões do Paço dos Duques de Bragança, onde decorreu a apresentação do “No Conto do Meu Poema”, em dia de aniversário das Bodas Nupciais do poeta.
Os intervalos declamatórios foram preenchidos pelas notas musicais que a “Vimúsica” disponibilizou, dedilhados pelas mãos delicadas das jovens pianistas Anabela Sofia Pereira (filha do poeta) e Fátima Santos (Vimúsica) que executaram pequenos trechos Pachulky Mozart e Clementi.
Sintetizando “No Conto do Meu Poema” é pois uma obra a aconselhar ou a estimular a uma leitura atenta. No Ano Internacional da Tolerância, foi bálsamo a evocação feita pelo Autor, à Paz entre os Homens, tão soberanamente personificada naquela noite."
Esta é a grande lembrança do meu 1.º trabalho que marcou definitivamente o meu destino no campo da escrita e decidiu o caminho que tenho estado a fazer num continuar até que vida se acabe para o autor que espera ainda escrever bons romances e apaixonantes poemas.        

- Projectos Literários para 2012 / 2013?

 
- O mais recente romance, publicado em 8 de maio de 2010 e o interesse que despoletou nos leitores levou-me a continuar outro projeto que há algum tempo, ainda durante a escrita de “O Preço da Vitória”, tinha pensado. Mensagens de estímulo a projetos que podem fazer a diferença em tempos de crise e o combate que é necessário desencadear contra o que pode agravar-se exponencialmente e que é fruto da sociedade de consumo e marginalização da Pessoa humana: o abandono, a solidão o arrumar para o lixo os “velhos” que já não produzem, esquecendo-se que eles foram os geradores de riqueza no seu tempo ativo. Fruto de uma sociedade de memória curta.
Assim, o projeto quase concretizado tem o título “ENCONTROS DE VIDAS” que vai ter a sua festa de lançamento no próximo mês de março na CEC- Capital Europeia da Cultura – Guimarães 2012. Vai ser publicado também em inglês com o título “Meetings of Lives” e pretende-se aproveitar o Ano Cultura da Cidade e do País para chamar  a atenção para vários problemas sociais que afetam as pessoas de bem e que podem ser resolvidos com a forma simples que o poeta aponta no seu romance, tão simples como a vida se nos deixarem viver. Porque é sempre mais difícil ser quando não nos deixam ser. Ninguém é dono do mundo nem da vida. A Natureza tem remédio para tudo se lhe dermos tempo para rejuvenescer.
Bem como está escrito na contracapa dos “ENCONTROS DE VIDAS”:  
“Quem não deseja a felicidade? Nem sempre a vida nos sorri! É preciso procurar. Sair fora do meio e aproveitar as oportunidades, tantas vezes únicas, mas determinantes para podermos encontrar o que não conseguiríamos se não tivéssemos mudado. Francisco saiu da Luz para salvar a sua aldeia e, depois de tanto dar, salva a terra que herdou e recebe o mundo, porque as pessoas são o universo de tudo e ele encontra finalmente o paraíso, no encontro de vidas.
Neste Encontros de vidas, o sétimo livro de Angelino Pereira, todos percebem que a inevitabilidade da velhice acontece porque a natureza tem necessariamente que renovar a vida.
A atual paixão do autor é o Romance, para onde pretende transportar as emoções dos seus leitores.”
Colaborador em vários jornais, tem também participado em palestras e tertúlias prosaicas e poéticas. Colaborador em vários jornais, muitas são também as suas participações em coletâneas e antologias entre as quais: Asas Vivas; Mãos Dadas, volumes I, II, e III; Antologia Poética de Autores Vimaranenses; Poesis I, II, XI e XII; (De) Corrente, Poesia a Onze; Os 30 autores do CD “Assim Se Diz”; coautor da Coletânea Poesia a doze “Resist (ir) Assim”, da colectânea de contos “conta-me estórias”; Tempera (Mental), Poesia a dezasseis e VERBUM, conto & poesia. Participou também nas 10 Antologias poéticas "Poetas de Sempre", publicações 2000, 2001, 2002, 2003, 2004, 2005, 2006, 2007, 2008 e 2009.
É autor de Sete livros “No Conto do Meu Poema”, editado em 1995; “Mensagem no Tempo”, editado em 1997; “Nostalgia entre Angola e o “Puto”, editado de 2000,“O Problema da Gente São as Pessoas”, publicado em 4 de Dezembro de 2004; “Renascer”, publicado e apresentado em 23 de Abril de 2006, dia Mundial do Livro e dos direitos de autor; “O Preço da Vitória”, um romance com sucesso, em 2.ª edição. E AGORA: “Encontros de Vidas”. Simplesmente apaixonante!

Angelino Pereira, é membro n.º 905 da Associação Portuguesa de Escritores e Beneficiário n.º 16251 da Sociedade Portuguesa de Escritores. E tem merecido alguns prémios e distinções desde Março de 1985 quando recebeu uma Menção Honrosa da Câmara Municipal de Guimarães por um trabalho de pesquisa histórica sobre a nacionalidade portuguesa, com título “24 de Junho Dia 1 de Portugal”
Voltou a ser galardoado em 22 de Junho de 1985 pela escola Secundária Francisco de Holanda em parceria com a Câmara Municipal de Guimarães com o 1.º prémio em Poesia.
Desde então várias distinções, tem merecido, como:
Tem sido em vários anos: 4 primeiros, 3 segundos, 3 terceiros, 2 quartos e 1 quintos prémios, nas Competições Culturais do Clube de Pessoal da EDP, entre várias menções honrosas; 1.º prémio em poesia do Instituto Superior da Maia, em 1997;
1.º Prémio, em quadras populares no 1.º Encontro Nacional de Poetas, em Guimarães, em 2001, entre várias Menções Honrosas em anos seguintes, na modalidade de quadras populares, alusivas ao Gerês, entre outros… 
Mas a sua atual paixão é o Romance, para onde pretende transportar as emoções dos seus leitores. 

- Conhece o novo projeto do Portal CEN, "SEBO LITERÁRIO CEN"?

- Penso que estou minimamente informado através do blogue: http://www.caestamosnos.org/sebo/sebo_autores.htm e de outros amigos que têm colaborado e me informado. Com certeza agora, mais de perto e contactado pelo Mestre Carlos Leite Ribeiro, vou continuar a acompanhar os objetivos de um trabalho que vejo como uma grande oportunidade para dar a conhecer de língua portuguesa... Com muita alegria pela minha participação, bem como pela partilha da Arte e de Amizade saúdo a todos com um grande abraço e meu propósito de tudo fazer no meu humilde contributo para o enriquecimento e divulgação da Cultura. Bem-haja
Ao dispor
Angelino Pereira.
2012

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