-
Quer falar um pouco da terra onde
mora?
- A cidade de Guimarães,
historicamente, associada à fundação
da nacionalidade e identidade
Portuguesa. Guimarães (entre outras
povoações) antecede e prepara a
fundação de Portugal conhecida como
"O Berço da Nação Portuguesa". Aqui
tiveram lugar em 1128 os principais
acontecimentos políticos e
militares, que levariam à
independência e ao nascimento de uma
nova Nação. Por esta razão, está
inscrito numa das torres da antiga
muralha da cidade “Aqui nasceu
Portugal”, referência histórica e
cultural de residentes e visitantes
nacionais.
Guimarães é uma cidade no Distrito
de Braga, sub-região do vale do Ave
(uma das sub-regiões mais
industrializadas do país), com uma
população de 52 181 habitantes,
repartidos por uma malha urbana de
23,5 km², em 20 freguesias e com uma
densidade populacional de 2 223,9
habitantes/km².
É sede de um município com 241,05
km² de área e 158 124 habitantes
(Censos 2011) (em queda se comparada
com a população estimada de 162 592
habitantes em 2009 e aos Censos de
2001), subdividido em 69 freguesias
sendo que a maioria da população
reside na cidade e na sua zona
periférica. O município é limitado a
norte pelo município de Póvoa de
Lanhoso a leste por Fafe, a sul por
Felgueiras, Vizela e Santo Tirso, a
oeste por Vila Nova de Famalicão e a
noroeste por Braga.
É uma cidade histórica, com um papel
crucial na formação de Portugal, e
que conta já com mais de um milénio
desde a sua formação, altura em que
era designada como Vimaranes.
Podendo este topónimo ter tido
origem em Vímara Peres, nos meados
do século IX, quando fez deste local
o seu principal centro governativo
do Condado Portucalense que tinha
conquistado para o Reino da Galiza e
onde veio a falecer.
Guimarães é uma das mais importantes
cidades históricas do país, sendo
que o seu centro histórico está
classificado Património Cultural da
Humanidade, tornando-a
definitivamente um dos maiores
centros turísticos da região. As
suas ruas e monumentos respiram
história e encantam quem a visita.
Fonte. Wikipédia - Enciclopédia
livre.
- Quando começou a escrever?
A minha paixão pela escrita está
ligada à adolescência,
particularmente poesia,
desenvolvendo mais tarde para o
prosa poética e jornalística,
enquanto combatente na guerra
colonial em Angola e colaborador da
Rádio Oficial de Angola (1969/71).
Em África escrevi um dos poemas mais
distinguidos “Justiça” e como
consequência dessa comissão de
serviço, vinte e nove anos depois,
escrevi “Nostalgia entre Angola e o
Puto, onde o autor foi repórter
disfarçado de combatente ao longo de
mais de dois anos, nessa Angola
imensa, onde bem poderia dizer-se
"corre leite e mel" se não fosse a
guerra. Ao longo de 384 páginas,
conto, comento e explico a odisseia
de uma causa que, apesar de tudo,
foi nobre, porque foi humanitária e
sem ódios. E hoje milhares de
combatentes vivem “esquecidos”
apesar de terem sido os verdadeiros
heróis da Pátria! “Nostalgia entre
Angola e o Puto” é um autêntico
documento histórico e uma justa
homenagem aos combatentes, em todos
os tempos!
Transcreve-se uma opinião:
“A leitura deste livro de Angelino
Pereira é um exercício e uma
aprendizagem de Humanismo. Subscrevo
e reforço, com o autor, a questão
capital desta interessante e
oportuna obra: porquê a ganância, a
cobiça e o desprezo pela vida
humana(!?).
Eis um livro escrito com letras de
sangue...um livro que alerta para a
“grandiosa” estupidez da Guerra.
Eis um autor autêntico, um homem que
defende e afirma alguns esquecidos
valores desta cansada Humanidade.
Eis um livro-tiro que vai direito ao
alvo camuflado da Hipocrisia.
«Nostalgia entre Angola e o Puto» é
um livro de Paz, de Liberdade e de
Esperança – um verdadeiro testemunho
de Humanismo. É pois de Humanismo
que o autor tem nostalgia, ontem
como hoje. Parabéns pela coragem e
pela ousadia.
Um abraço deste seu amigo e
admirador.
Ângelo Rodrigues
Cabeça das Mós (uma bonita aldeia do
“Puto”),
16 de Julho de 2000 às 16 horas”
Mas
foi em 1995, depois de várias
publicações em jornais e revistas e
participações em
coletâneas/antologias, que resolvo
editar o meu primeiro livro “no
conto do meu poema”, com contos e
poemas para dar a conhecer algum
trabalho reunido desde a
adolescência.
E a partir daí, foi um “vício”
permanente de escrita que me tem
entusiasmado pela presença de amigos
e mensagens de estímulo que me vão
chegando, e que trazem o ânimo para
continuar. E desta forma não consigo
deixar este jeito de estar no mundo,
mesmo que a crise instalada no meu
país não seja nada favorável, ou
mesmo insustentável, para que o
livro tenha a procura que merece. E
esta falta de leitura agrava cada
vez mais a crise, porque é nos
livros que aprendemos a vida e
encontramos as respostas para tudo.
Como no dizer de Teixeira de
Pascoaes. “A essência das coisas da
natureza é poética e não
científica.” Mas o resultado de
tanta iliteracia está à vista: um
mundo materialista onde o mundo
perdeu o rumo da felicidade, porque
preencheu o espaço dos valores da
Humanidade para se deixar arrastar
pelos vícios da ganância e do
irracionalismo. E o que temos? Um
mundo de terror e morte, de medo
permanente. Isto não é poético, e
sem poesia, não existe o amor.
- Teve a influência de alguém para
começar a escrever?
- Desde muito cedo me apaixonei pela
leitura e muitos são os autores que
li e que me “enfeitiçaram”,
produzindo em mim esta constante
procura de escrita que
insistentemente trabalho sempre que
posso retirar algum tempo ao tempo
do meu sustento. Porque este prazer
fica caro no orçamento de quem vive
à custa do trabalho profissional que
desenvolve. Mas desde muito novo que
conduzo todas as poupanças possíveis
para o património cultural. Foi
principalmente nos clássicos que
aprendi a paixão pela escrita. Li
obras completas de: Camilo Castelo
Branco, Guerra Junqueiro, Júlio
Dinis, Eça de Queiroz, Ferreira de
Castro, Bocage, Luís de Camões,
Aquilino Ribeiro, etc. e outros
contemporâneos; António Damásio,
Bento da Cruz, Miguel de Sousa
Tavares, Mia Couto, Carlos Drummond
de Andrade, Alberto da Cunha Melo,
Jorge Amado, Konsalik, Fritz Kahn,
Régine Dumay... Mas foram os
clássicos e Miguel Torga que mais me
direcionaram para o sentido que
procuro dar à minha escrita,
preocupado com os problemas do mundo
e as causas sociais. Numa filosofia
de vida de bem-estar e felicidade
das pessoas que são a causa
principal e merecimento de quem
passa por este mundo.
A minha proximidade de vida com
amigos das letras, como Barroso da
Fonte (um transmontano que viveu de
perto com Miguel Torga) e Conceição
Campos, entre outros, têm produzido
em mim esta vontade de escrever com
o carinho e amizade que lhes
reconheço como importante para a
minha aventura na arte de escrever e
que espero continuar a merecer.
- Lembra-se do seu 1º trabalho
literário?
- Muito embora eu tenha participado
na coletânea que confirmou a minha
continuidade, “Antologia Poética de
Autores Viamranenes”-1993, na
realidade foi o meu “no conto do meu
poema”-1995 que, em 19 de maio de
1995, confirmei a minha decisão de
continuar a escrever, “até que a voz
me doa”, conforme o jornalista, J.
Guimarães, referindo-se à sessão de
lançamento no Paço dos Duques de
Bragança, em Guimarães, escreveu:
“Cada vez mais se acentua a falta
de apetência para os certames de
índole cultural. Atarefados com
outras “chamadas”, as pessoas,
especificamente, a juventude, vive
arredia de tudo que lhe fale de
cultura, seja cívica, moral ou
espiritual. Não é necessário
recorrer a grande esforço
intelectual para “apalpar” o pulso a
este “cancro” social. O exemplo é o
certame “Ler Guimarães”, ou seja, em
termos correntes é a Feira ou Festa
do Livro. Esta iniciativa não foi um
“fracasso”, pelo menos levou as
mesmas voltas. O autor do “No Conto
do Meu Poema”, pelas suas palavras
se notou uma certa “frieza”, uma
determinada desilusão. Os seus
versos, tudo isso indiciam. Nem o
calor das palmas conseguiu quebrar o
“gelo” duma noite um pouco cálida,
desde o findar da primavera, a
esvair-se no termo do seu espaço.
Mas o poeta, é o mesmo nestas
circunstâncias... em qualquer
situação. É própria da sensibilidade
da sua Alma. Com duas dúzias de
presenças, a apresentação foi feita
pelo próprio autor.
Em síntese, o livro pretende
homenagear, por intermédio da
poesia, os Homens que não escrevem
poemas, mas, incognitamente,
escrevem momento a momento páginas
de ouro, umas alegres outras
tristes, em cada vivencial
existência. Em todo o caso, foi uma
noite de sonho, vivida à luz mortiça
dos candelabros, “alumiada” pela
apagada luz da lua, que a medo
penetrava pelos retalhos vitrálicos
de pálpebras carregadas dos
janelões do Paço dos Duques de
Bragança, onde decorreu a
apresentação do “No Conto do Meu
Poema”, em dia de aniversário das
Bodas Nupciais do poeta.
Os intervalos declamatórios foram
preenchidos pelas notas musicais que
a “Vimúsica” disponibilizou,
dedilhados pelas mãos delicadas das
jovens pianistas Anabela Sofia
Pereira (filha do poeta) e Fátima
Santos (Vimúsica) que executaram
pequenos trechos Pachulky Mozart e
Clementi.
Sintetizando “No Conto do Meu Poema”
é pois uma obra a aconselhar ou a
estimular a uma leitura atenta. No
Ano Internacional da Tolerância, foi
bálsamo a evocação feita pelo Autor,
à Paz entre os Homens, tão
soberanamente personificada naquela
noite."
Esta é a grande lembrança do meu 1.º
trabalho que marcou definitivamente
o meu destino no campo da escrita e
decidiu o caminho que tenho estado a
fazer num continuar até que vida se
acabe para o autor que espera ainda
escrever bons romances e
apaixonantes poemas.
- Projectos Literários para 2012 /
2013?
- O
mais recente romance, publicado em 8
de maio de 2010 e o interesse que
despoletou nos leitores levou-me a
continuar outro projeto que há algum
tempo, ainda durante a escrita de “O
Preço da Vitória”, tinha pensado.
Mensagens de estímulo a projetos que
podem fazer a diferença em tempos de
crise e o combate que é necessário
desencadear contra o que pode
agravar-se exponencialmente e que é
fruto da sociedade de consumo e
marginalização da Pessoa humana: o
abandono, a solidão o arrumar para o
lixo os “velhos” que já não
produzem, esquecendo-se que eles
foram os geradores de riqueza no seu
tempo ativo. Fruto de uma sociedade
de memória curta.
Assim, o projeto quase concretizado
tem o título “ENCONTROS DE VIDAS”
que vai ter a sua festa de
lançamento no próximo mês de março
na CEC- Capital Europeia da Cultura
– Guimarães 2012. Vai ser publicado
também em inglês com o título
“Meetings of Lives” e pretende-se
aproveitar o Ano Cultura da Cidade e
do País para chamar a atenção para
vários problemas sociais que afetam
as pessoas de bem e que podem ser
resolvidos com a forma simples que o
poeta aponta no seu romance, tão
simples como a vida se nos deixarem
viver. Porque é sempre mais difícil
ser quando não nos deixam ser.
Ninguém é dono do mundo nem da vida.
A Natureza tem remédio para tudo se
lhe dermos tempo para rejuvenescer.
Bem como está escrito na contracapa
dos “ENCONTROS DE VIDAS”:
“Quem não deseja a felicidade? Nem
sempre a vida nos sorri! É preciso
procurar. Sair fora do meio e
aproveitar as oportunidades, tantas
vezes únicas, mas determinantes para
podermos encontrar o que não
conseguiríamos se não tivéssemos
mudado. Francisco saiu da Luz para
salvar a sua aldeia e, depois de
tanto dar, salva a terra que herdou
e recebe o mundo, porque as pessoas
são o universo de tudo e ele
encontra finalmente o paraíso, no
encontro de vidas.
Neste Encontros de vidas, o sétimo
livro de Angelino Pereira, todos
percebem que a inevitabilidade da
velhice acontece porque a natureza
tem necessariamente que renovar a
vida.
A atual paixão do autor é o Romance,
para onde pretende transportar as
emoções dos seus leitores.”
Colaborador em vários jornais, tem
também participado em palestras e
tertúlias prosaicas e poéticas.
Colaborador em vários jornais,
muitas são também as suas
participações em coletâneas e
antologias entre as quais: Asas
Vivas; Mãos Dadas, volumes I, II, e
III; Antologia Poética de Autores
Vimaranenses; Poesis I, II, XI e
XII; (De) Corrente, Poesia a Onze;
Os 30 autores do CD “Assim Se Diz”;
coautor da Coletânea Poesia a doze
“Resist (ir) Assim”, da colectânea
de contos “conta-me estórias”;
Tempera (Mental), Poesia a dezasseis
e VERBUM, conto & poesia. Participou
também nas 10 Antologias poéticas
"Poetas de Sempre", publicações
2000, 2001, 2002, 2003, 2004, 2005,
2006, 2007, 2008 e 2009.
É autor de Sete livros “No Conto do
Meu Poema”, editado em 1995;
“Mensagem no Tempo”, editado em
1997; “Nostalgia entre Angola e o
“Puto”, editado de 2000,“O Problema
da Gente São as Pessoas”, publicado
em 4 de Dezembro de 2004;
“Renascer”, publicado e apresentado
em 23 de Abril de 2006, dia Mundial
do Livro e dos direitos de autor; “O
Preço da Vitória”, um romance com
sucesso, em 2.ª edição. E AGORA:
“Encontros de Vidas”. Simplesmente
apaixonante!
Angelino Pereira, é membro n.º 905
da Associação Portuguesa de
Escritores e Beneficiário n.º 16251
da Sociedade Portuguesa de
Escritores. E tem merecido alguns
prémios e distinções desde Março de
1985 quando recebeu uma Menção
Honrosa da Câmara Municipal de
Guimarães por um trabalho de
pesquisa histórica sobre a
nacionalidade portuguesa, com título
“24 de Junho Dia 1 de Portugal”
Voltou a ser galardoado em 22 de
Junho de 1985 pela escola Secundária
Francisco de Holanda em parceria com
a Câmara Municipal de Guimarães com
o 1.º prémio em Poesia.
Desde então várias distinções, tem
merecido, como:
Tem sido em vários anos: 4
primeiros, 3 segundos, 3 terceiros,
2 quartos e 1 quintos prémios, nas
Competições Culturais do Clube de
Pessoal da EDP, entre várias menções
honrosas; 1.º prémio em poesia do
Instituto Superior da Maia, em 1997;
1.º Prémio, em quadras populares no
1.º Encontro Nacional de Poetas, em
Guimarães, em 2001, entre várias
Menções Honrosas em anos seguintes,
na modalidade de quadras populares,
alusivas ao Gerês, entre outros…
Mas a sua atual paixão é o Romance,
para onde pretende transportar as
emoções dos seus leitores.
- Conhece o novo projeto do Portal
CEN, "SEBO LITERÁRIO CEN"?
- Penso que estou minimamente
informado através do blogue: http://www.caestamosnos.org/sebo/sebo_autores.htm
e de outros amigos que têm
colaborado e me informado. Com
certeza agora, mais de perto e
contactado pelo Mestre Carlos Leite
Ribeiro, vou continuar a acompanhar
os objetivos de um trabalho que vejo
como uma grande oportunidade para
dar a conhecer de língua
portuguesa... Com muita alegria pela
minha participação, bem como pela
partilha da Arte e de Amizade saúdo
a todos com um grande abraço e meu
propósito de tudo fazer no meu
humilde contributo para o
enriquecimento e divulgação da
Cultura. Bem-haja
Ao dispor
Angelino Pereira.