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O avião
aproximava-se rapidamente do Aeroporto Internacional de Campinas
(Viracopos), nome curioso. Estava na hora de dar uma vista de
olhos pelos apontamentos que levava, sobre Campinas. Quando a
hospedeira do ar mandou “apertar os cintos”, sorri e pensei que
estava a ouvir algum político português.
“A cidade de Campinas, cujas origens remontam ao início do
século XVIII, assistiu na sua longa evolução a diferentes fases
económicas. Na fase inicial foi simplesmente pouso de rota que
servia as bandeiras e entradas. Posteriormente a mascates,
tropeiros, comerciantes e soldados. Na segunda fase, o ciclo da
cana iria prolongar-se até meados do século XIX, Nesse período,
Campinas experimentou um primeiro surto demográfico: de 658
habitantes, em 1767, passou para 2.185 em 1797, data em que foi
elevada a vila, com o nome de São Carlos. Em 1842, ano em que
obteve o estatuto de cidade, com o nome atual, ainda dominava a
cultura da cana, mas a cultura do café já se ia introduzindo na
região. Era a terceira fase que se iniciava. Em 1870 a produção
do município já chegava a 1.300.000 arrobas de café. Com o café,
chegaram os trilhos da Companhia Paulista de Estradas de Ferro,
em 1872. A partir de 1875, Campinas tornou-se o ponto inicial de
uma nova estrada de ferro à Mojiana. Principal entroncamento
ferroviário do interior paulista e capital regional. Campinas
atingiu tal vulto comercial que chegou a ameaçar e a disputar à
cidade de São Paulo a condição de primeira cidade e capital
provincial. Provam-no o rápido desenvolvimento da cidade, a
instalação de iluminação e gás, em 1879; e de esgosto e
abastecimento de água, em 1891. Esgotados os solos locais, a
exportação do café passou adiante”.
Na saída do aeroporto, a nossa simpática entrevistada já nos
esperava, não há muito tempo, como me disse.
Guta: Que prazer em conhece-lo pessoalmente, Carlos. Não o
julgava tão alto!
Carlos: Quando estou sentado, de fato fico mais baixo.
Guta: Convido-o a dar uma volta pela minha cidade – aceita?
Carlos: Para mim será um enorme prazer para mais, com uma “guia
turística” como a Guta!
Entrámos no carro e lá fomos dar umas voltinhas à bela cidade de
Campinas, no Estado de São Paulo.
Entretanto, a nossa entrevistada começou a dissecar sobre
Campinas:
Guta: “Moro na cidade de Campinas, um município brasileiro no
interior do Estado de São Paulo distando da capital 96 km. Somos
1 088 611 de habitantes numa área de 795,697 km².
Campinas foi fundada
em 1774. Entre o final do século XVIII e o começo do século XX,
a cidade teve o café e a cana-de-açúcar como importantes
atividades econômicas. Porém, desde a década de 1930, a
indústria e o comércio são as principais fontes de renda, sendo
considerada um polo industrial regional. Atualmente é formada
por quatro distritos, além da sede, sendo ainda subdividida em
14 administrações regionais, cinco regiões e vários bairros.
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Escola
Estadual Carlos Gomes |
Prefeitura Municipal de Campinas |
Monumento
Maestro Carlos Gomes |
Décima cidade mais
rica do Brasil, hoje é responsável por pelo menos 15% de toda a
produção científica nacional, sendo o terceiro maior polo de
pesquisa e desenvolvimento brasileiro. Tem também diversos
atrativos turísticos, com valor histórico, cultural ou
científico, como museus, parques e teatros. A Orquestra
Sinfônica Municipal de Campinas, fundada em 1974, é considerada
como uma das principais do país”.
Parámos no Bar do Carioca, que é daqueles típicos botequins de
bairro com mesas de madeira e de plástico. Foi nesse simpático e
alegre ambiente que começámos a entrevista.
Carlos: A cultura será uma botija de oxigénio?
Guta: Sem dúvida! A cultura nos leva vida afora e nos dá forças
para enfrentar as adversidades
Carlos: Que vício gostaria de não ter?
Guta: O de ser ciumenta!
Carlos: De que mais se orgulha?
Guta: De ter garra pra tudo, de lutar pela vida e de ser leal.
Carlos: Qual foi o maior desafio que aceitou até hoje?
Guta: Trabalhar com pequenos deficientes.
Carlos: Sua melhor qualidade?
Guta: Ser verdadeira.
Carlos: Seu maior defeito?
Guta: Sou teimosa e chata.
Carlos: Uma imagem do passado que não quer esquecer no futuro?
Guta: Minha infância no sítio Santa Rita e o nascimento dos meus
filhos.
Carlos: Para si, qual o cúmulo da beleza?
Guta: Um sorriso.
Carlos: E da fealdade?
Guta: Uma mentira.
Carlos: Seus passatempos preferidos?
Guta: Ouvir musica, ler, e o computador.
Carlos: Qual a personagem que mais admira?
Guta: Jesus. Foi um grande homem.
Carlos: O que é para você o termo Esoterismo?
Guta: Para mim , o esoterismo é um conjunto de interpretações
filosóficas que buscam desvendar o oculto.
Carlos: Acredita na reencarnação?
Guta: Acredito
Carlos: Acredita em fantasmas ou em "almas do outro mundo"?
Guta: Não. Acredito em energias positivas e negativas que quando
desencarnam procuram caminhos.
Carlos: O Imaginário será um sonho da realidade?
Guta: Talvez... Depende da situação. Muitas vezes sonhar com
algo pode transformar o impossível em possível. Basta ter fé e
ser persistente em seus propósitos. Mas sempre se lembrando que
Deus é o caminho para as grandes realizações. Se não for bom pra
nós ele nunca permitirá que certos sonhos imaginados se tornem
realidade.
Carlos: E acredita em histórias fantásticas?
Guta: Depende da situação e de quem as conta.
A entrevista estava a correr tão bem que nem reparámos que já
tinha chegado a hora do Almoço. Mudámos de bar e fomos para o
Bar do Marcelino. Um casarão centenário da rua Heitor Penteado.
Foi construído para abrigar um armazém de secos e molhados. Logo
assumiu sua vocação para a boémia. Tem um cardápio recheado de
receitas caseiras, bem brasileiras.
Antes e depois do repasto, continuámos a entrevista.
Carlos: Qual a característica que mais aprecia em si?
Guta: A verdade sempre, mesmo que doa.
Carlos: E nos outros?
Guta: A lealdade o respeito e a verdade.
Carlos: As piadas às louras são injustas?
Guta: Acho que sim. Não gosto de nada que deteriore um ser
humano.
Carlos: O arrependimento mata?
Guta: Se não mata, consome...não sei de ficar de consciência
pesada.
Carlos: O filme comercial que mais gostou?
Guta: Durty Dancing (um musical)
Carlos: Música e autores preferidos?
Guta: Gosto de todos os estilos de musica com raras exceções.
Meu compositor preferido para as clássicas é tchaikovsky com sua
7ª sinfonia.
Carlos: Que livro anda a ler?
Guta: "O último Segredo" de José Rodrigues dos Santos
Carlos: Autores e livros preferidos?
Guta: Dan Brown (O símbolo Perdido), Jorge Amado e todas as suas
obras. Olavo Bilac como poeta
Carlos: O dia começa bem se...?
Guta: Se tem sol e está calor.
Carlos: Que influência tem em si a queda da folha e a chegada do
frio?
Guta: Me deixa um pouco triste. Demoro um pouco a me habituar,
mas logo me adapto, pois faz parte da natureza e é
necessário...mas não gosto muito não.
Carlos: Vamos falar de sua obra Literária?
Guta: Com todo o prazer. "De Cabral a Lula, nomes que fizeram
Historia" / "Bichonário"/ "Coletânea do Saber em Verso e Prosa"
/ "5 livros de Poesias" / Variadas historias infantis com
publicação pela Editora OPET , Editora do Brasil e Editora Scala.
Carlos: Quando era criança...?
Guta: Era feliz...
Carlos: E agora, como se autodefine?
Guta: Uma eterna criança com responsabilidades de adulta. Não
tenho idade, pois acredito apenas em vida. A idade cronológica
não me interessa.
Carlos: Como vai de amores?
Guta: Muito bem. Tenho a alegria de viver entre família, amigos
confiáveis, amo a minha vidinha.
Carlos: Que género de filme daria sua vida?
Guta: Uma comédia romântica.
Carlos: Deus existe?
Guta: Sem nenhuma dúvida existe sim e está sempre presente.
E assim falámos de:
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Maria
Augusta Schimidt
Professora do Ensino Fundamental
Nascida num lindo dia 05 de Maio de 1950
Na Web
www.coletaneadosaber.net |
Do cenário da vida, os sonhos... - de Augusta Schimidt
Do cenário desta vida, fiz meus sonhos de esperança...Sonho de
poder ver o mundo irrigado por caudalosos rios de recordações,
escoando preguiçosamente nossos momentos de alegria, onde as
cordilheiras de emoções, não sejam apenas um marco divisório,
mas elos que unem os povos num só desejo de fraterna
convivência.
Neste sonho vejo lagos de águas cristalina, espelhando os
corações dos homens, verdes mares sem turbulências acolhendo a
navegação de nossas esperanças e o azul do céu induzindo-nos a
vivermos com justiça e paz. As planícies, onde os dourados
trigais repousam, são o alento dos que têm fome.
As alvas flores dos pés de algodão, não são apenas matéria-prima
para as vestes, mas imensas toalhas brancas para o banquete de
nossas ilusões e o solo, forte potencial de preciosos minerais,
provocando a disputa pela busca da riqueza espiritual e da paz.
Ah! Neste meu sonho, vejo também as cavernas, escuras, parecidas
com grandes prisões e nelas o confinamento dos nossos demônios,
maldades e omissões para que nunca se espalhem pelo cenário da
vida.
Também vejo um sol majestoso como a união corpo e alma,
irradiando calor humano a terra.
Neste meu sonho de vida, nas noites escuras, tropeçamos nas
tristezas e quando esbarramos nas desilusões, sopramos ao vento
para que ele germine o mal na terra árida do nosso egoísmo e não
possa florescer nem se multiplicar.
Neste meu sonho de vida, reside a Esperança que derrota a
ganância, a fraude, a ambição desenfreada com um vendaval de
alegria, camaradagem e quando aquecida com o calor do amor
transforma isso tudo em ar puro feito os anjos e reconforta
feito uma brisa suave.
Talvez este meu sonho pudesse se tornar realidade se os homens
soubessem amar sem limites...
Formato de Carlos Leite Ribeiro – Marinha Grande - Portugal
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