- Nome: Carlos H. T. Couto
- Profissão: Militar R/R – Força Aérea Brasileira.
- Quer falar um pouco da terra onde mora?
Moro no subúrbio da incomparável Cidade de Rio de Janeiro, num
Bairro chamado Campo Grande, mas que chamamos carinhosamente de Big
Field. O Bairro tem porte de Cidade, farto comércio, muitas opções
de lazer e cultura, boa rede hospitalar pública e privada e farta
condução, e é cercado de serras, algumas com cachoeiras.
- Quando começou a escrever?
- Teve a influência de alguém para começar a escrever?
De um professor de português, chamado professor Carvalho. Ele
promovia concorridos concursos de redação nos colégios que
lecionava.
- Lembra-se do seu 1º trabalho literário?
Lembro-me bem que foi uma redação, intitulada “ O que ser quando
crescer”, parodiava várias profissões, ano 1972, Colégio Estadual
Charles Dickens, não foi um grande trabalho literário, mas com ela
ganhei o concurso de redação. Me achei o máximo.
- Tem livro (s) impresso (s) (editora e ano)?
Não.
- Tem livro(s) electrónico(s) (e-books) ?
- Fale-nos um pouco de si, como pessoa humana?
Sou tranqüilo, não tenho religião, não acredito muito em Deus e acho
que ele pensa o mesmo a meu respeito, quase sempre bem humorado,
procuro fazer e manter amizades, amo minha família e sou amado por
ela, não levo desaforo prá casa( explico; Moro em apartamento), e na
verdade vejo a vida com otimismo, acreditando que o melhor está
sempre por acontecer.
- Tem prémios literários? Não.
- Tem Home Page própria (não são consideradas outras que
simplesmente tenham trabalhos seus)?
Não.
- Conhece as vantagens que os Autores do CEN têm em ter sua Home
Page ou (e) Livro (s) electrónicos, nos nossos sites?
Não conheço.
- Que conselho daria a uma pessoa que começasse agora a escrever ?
Deixe que o coração dite.
- Para terminar este trabalho, queira fazer o favor de mandar um
pequeno (e original) trabalho seu (em prosa ou em verso) ?:
Maldito Convite.
Um amigo me fez um convite inusitado. –“Vamos comigo até o hospital
psiquiátrico visitar meu irmão”? –Não, respondi, não vou porque
sempre saio desses lugares um pouco deprimido. Amigo –“ Mas você não
precisa entrar, é só prá fazer companhia, você fica no corredor”.
Ponderei, ponderei e acabei indo.
Corredor comprido, alguns bancos, claridade não muito boa e
enfermarias de ambos os lados. Me sentei e meu amigo desapareceu por
uma daquelas portas. Confesso que estava totalmente desconfortável,
parecendo prever o pior.
E aí escutei: “Psiu”. De novo, “psiu”. Não deve ser comigo. “Ei,
você”. Procurei de onde estava vindo. Vinha de uma porta com grades,
em frente.
“Se aproxime por favor, não tenha medo”. Me aproximei até a
distância que considerei segura. Não tinha a aparência de doente, os
cabelos penteados, dentição perfeita, voz firme, boa dicção, roupa
alinhada. Não fosse o fato de estar trancado, não provocaria
suspeitas.
“Amigo, disse-me ele, sei que estás pensando que sou louco, não
lhe culpo e caso estivesse na sua posição pensaria o mesmo, mas na
verdade nem todos que aqui estão são loucos. Muitos são colocados
aqui por parentes gananciosos que visam ficar com bens, heranças e
dinheiro. É o meu caso, só que antes de me internarem eu escondi a
minha parte da herança em dinheiro. E eu divido o dinheiro em três
partes, uma é minha, outra é sua e outra do advogado, você só
precisa me ajudar. Acredite amigo é dinheiro para um homem nunca
mais trabalhar na vida, é muito dinheiro”.
Me desarmou, já não pensava mais em perigo, dinheiro sempre faz
com que fiquemos relaxados. Então ele continuou falando.
“ Meus advogados não sabem que estou aqui, e eu preciso que você os
procure e comunique a minha internação, para que eles me libertem”.
Fiquei fascinado com a possibilidade de conseguir uma grana fácil.
“ Se aproxime, se aproxime que vou lhe dizer o endereço ao pé do
ouvido”. Me aproximei. Ele pegou em ambas as orelhas e começou a
bater a minha cara na grade, gritando.
“Gosta um bocado de um dinheirinho, né filho da puta, gosta um
bocado de um dinheirinho, né filho da puta”. Minutos depois fui
socorrido pelos enfermeiros, pareceu uma eternidade. |
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