- Nome – Carolina Ramos
- Profissão - Professora –
Aposentada
- Quer falar um pouco
da terra onde mora?
Santos, Estado de São Paulo, Brasil, é a
cidade em que nasci e onde até hoje
moro. Cidade histórica, chamada Pátria
da Liberdade e da Caridade, com muitos
filhos ilustres cujas ações justificam
essa denominação. Terra de poetas de
renome. Enfim, Santos é uma cidade
linda, não só dito por mim, com jardins
à beira-mar que foram incluídos no livro
Guiness por sua beleza e extensão. É
também o maior porto da América Latina,
com intenso entra e sai de navios a
levar e a trazer mercadorias de todo o
mundo. Ponto turístico, bastante
aprazível e procurado. Em poucas
palavras, esta é Santos, minha cidade
muito amada.
- Teve a influência
de alguém para começar a escrever?
Desde a infância, sempre gostei muito de
ler, desenhar e escrever. Filha única,
minha vida à volta do colégio era um
pouco solitária. Meus principais amigos
eram os livros, os gatos e os cachorros
que me cercavam.
Meus pais também gostavam de ler, embora
não tivessem vida intelectual ativa. Os
bons poetas da linha acadêmica e
romântica, com certeza devem ter me
influenciado quando, depois de
deliciar-me com seus versos, voltei-me
para a poesia e comecei a rabiscar os
meus.
- Lembra-se do seu
primeiro trabalho literário?
Lembro-me, sim. Eu tinha apenas 11 anos
de idade. Terminara o primário e
ingressava no ginásio. A professora de
língua portuguesa, muito competente,
tinha a fama de ser muito severa, também
logo às primeiras aulas, deu à classe,
como tarefa de casa, uma narração a
fazer, “A morte do sabiá”. Derramei
minha alma na composição! E ao receber
de volta o meu trabalho, desapontou-me a
nota 6 e a reprimenda, sem direito a
defesa: ”Isto foi feito com a mão do
gato!” Menina tímida, que eu era,
aquela desconfiança da professora
despertou em mim uma reação infantil.
Passei a escrever pouco e com frases
curtas, para que ela acreditasse que o
trabalho era feito pela criança que eu
não deixara de ser. Essa professora, a
quem devo muito, foi minha grande
incentivadora, no depois. E sua atitude,
embora na ocasião tivesse consequências
negativas, situo como sendo o primeiro
prêmio literário que recebi! Assim,
creio não errar se afirmo ter sido ele
o primeiro trabalho literário de minha
lavra.
- Tem livro(s)
impresso(s) (editora e ano)?
Tenho 15 livros publicados. O primeiro,
“Sempre” de Poesias, em
1968 editado pela gráfica Bignardi, que
também imprimiu, em 1969, Cantigas
feitas de Sonho,Trovas e
1ª ed . Espanha, poema épico. Em sequência, todos pela
EditorAção, de 1989 a 2009 Rui
Ribeiro Couto – Vida e Obra (Biografia);
Trovas que Cantam por mim;
Interlúdio (contos);
Paulo Setúbal - Vida e Obra,
(biografia) co-autoria/Cláudio de
Cápua; Espanha 2ª ed.;
Evocação - Histórico s/
Associação das Ex-Alunas do Col. São
José - co-autoria Maria Edith
Prata Real; Feliz Natal (contos natalinos); Príncipe
da Trova (Biografia e História da
Trova no Brasil); Saga de uma Vida
(biografia); Um Amigo Especial
(ficção para a juventude);
Júlia Lopes de Almeida
(biografia). Liberdade
– Sonho de Todos (prosa e
verso) EditoraAção, 2010. No prelo:
Destino (poesias) Editora
Ação, 2011.
- Projetos Literários
para 2011/2012?
Pretendo, após que venha à luz o livro
Destino – (poesia
lírica, cívica e versos livres)
dedicar-me a outras obras já começadas
de contos, trovas, biografias e
folclore. Por ora, juntamente com a
Prefeitura Municipal estou promovendo os
XV Jogos Florais de Santos, por
iniciativa da União Brasileira de
Trovadores, Seção de Santos, a que tenho
a honra de presidir, envolvendo em arte
e cultura não só o Brasil como o
Exterior.
-Tem
livro(s) electrónico(s) (e-books)?
Não tenho.
Como vão ser
editados?
Possivelmente pela EditorAção
Fale-nos um pouco de
si, como pessoa humana.
Que mais posso dizer de mim, que não
seja afirmar que não gosto de falar de
mim?! Gosto das artes em geral. Não sei
viver, escrever ou descansar sem ouvir
música. Gosto, da verdade e da justiça.
Gosto de gente calma, compreensiva,
sincera e leal. Abomino a mentira, a
hipocrisia, a arrogância, a prepotência
e a violência. Amo as crianças, porque
são puras e transparentes e gosto de ser
amada por elas. Gosto de fazer amigos e
amo os animaizinhos, também, porque são
meigos e leais. Amo meu marido, meus
filhos e meus netos. E creio num Deus
que tudo pode.
- Como escritor(a)?
Não consigo viver sem escrever. Rilke
explica isso melhor do eu. Escrevo
mentalmente, mesmo quando ocupada em
tarefas domésticas. E concorro, como
hobby a Concursos Literários e de
Poesias, porque gosto de concorrer, não
pelo desejo de chegar à frente de
alguém, mas por hábito, quase um vício.
Se ganho, que bom! O que nem sempre
acontece.
- Tem prêmios
literários?
Vários, de poesia , trova e prosa. No
Brasil, Portugal e Moçâmedes.
-
Tem Home Page ou (e) Livro (s)
etectrónicos, nos nossos sites?
Não tenho. Já tive Home Page, pretendo
reativa-la.
- Conhece as
vantagens que os Autores do CEN têm em
ter sua Home Page ou Livro(s)
electrónicos, nos nossos sites?
-
Acredito ser esse um bom veículo de
divulgação.
Que conselho daria a
uma pessoa que começasse agora a
escrever?
Leia muito. Estude sempre a língua que
lhe serve de veículo. E escreva para si
mesmo, antes de tudo. Não desanime se
ouvir críticas negativas.
Use-as para crescer. Se não gostarem do
que escreve, escreva ainda! Muito
principalmente se o ato de escrever o
alenta e o ajuda a gostar da vida.
- Para terminar este
trabalho, queira fazer o favor de mandar
um pequeno (e original) trabalho seu em
prosa ou em verso)?
-
Aqui vai um soneto.
Cântico de Fé
Carolina Ramos
Manhã de sol, fragrante a maresia!
A
vida a pedir vida, de asa ao vento...
Cada suspiro alenta o novo dia
e
cada instante vale o novo alento!
O
sonho espera na amplidão vazia...
E
o vazio recua no momento
em
que o Amor se antecipa, na alegria
de
recompor os sonhos em fragmento!
Ouro jorra do azul! Rebrilha o sol!
Desdobram-se as alvuras do arrebol
e
em taça cristalina a aurora dá-se!
O
céu é fonte a transbordar de luz!
E,
enquanto a Deus entrego a minha cruz,
eu
bebo Fé nesta manhã que nasce! |
2011
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