- Nome: Donzilia da
Conceição Ribeiro Martins
- Profissão: Professora aposentada
- Quer falar um pouco da terra onde mora?
Moro em Paredes há 38 anos. É uma cidade
bonita
situada no refrescante e bucólico Vale do
Sousa. Faz parte da rota do Românico.
Chamam-lhe também cidade rota dos móveis. Mas
gostava de falar mais da minha terra que é Murça distrito de Vila Real. Tem um célebre
monumento magalítico a "Porca de Murça" bons
vinhos generosos e óptimo azeite. De vez em
quando vou lá matar saudades e quantas tenho
de cada pedaço de chão que me viu nascer e
crescer. É para lá que quero ir quando
morrer.
- Quando começou a escrever?
Devia ter 14 anos. Já na escola era boa
aluna nas redacções e o meu maior sonho era
estudar para ser professora e poder ter
muitos livros. Nesse tempo escrevi um
caderno de poemas e coisas, Prosas bonitas,
mas que emprestei à minha amiga para tirar
frases para as cartas ao namorado... e
desapareceu. Que pena!
- Teve a influência de alguém para começar a
escrever?
Tive de muitos livros que li e ia trazer
cada 15 dias à praça onde vinha a Biblioteca
itinerante da Gulbenkiam.
- Lembra-se do seu 1º
trabalho literário?
Lembro. Já citei acima. Não era bem
literário era mais afectivo.
- Tem livro (s) impresso (s) (editora e
ano)?
Tenho 7 livros editados. O 1º foi em 1991,
Poesia; o 2º em 2003 resultante duma
investigação nos arquivos municipais; o 3º
em 2004 também poesia; o 5 º em 2006 também
poesia; Em 2007 publiquei um de contos e em
2008 um infantil (infanto-juvenil) em 2009
outro também para crianças. Excepto os 2
primeiros foram todos editados pela Editora
cidade berço do Dr. Barroso da Fonte,
Guimarães.
- Projectos Literários para 2009 / 2010?
Tenho já completamente pronto a editar novo
livro género crónicas mas com fio condutor
cuja personagem é uma criança de 7 anos.
- Tem livro(s) electrónico(s) (e-books) ?
Não. Ainda não, porque sou ainda pouco dada
às novas tecnologias. Vou caminhando muito
lentamente, mas havemos de chegar lá...
- Como vão ser editados?:
Ainda não sei. Espero que alguma editora me
apresente melhores propostas.
- Fale-nos um pouco de si, como pessoa
humana?
Como pessoa humana sou simples, honesta,
trabalhadora, lutadora, e adoro ler e
viajar.
Tenho uma filha professora de inglês e um
filho professor universitário, e 3 adoráveis
netos um rapaz e 2 meninas. Segundo o que
meu editor escreve nas capas dos livros, sou
muito mais que isso. Mas ele exagera...
- Tem prémios literários?
Tenho. Alguns 1ºs e 2ºs prémios e muitas
menções honrosas. Mas concorro pouco por
falta de tempo e paciência de seguir regras.
Sou muito livre em poesia.
- Tem Home Page própria (não são
consideradas outras que simplesmente tenham
trabalhos seus)?
Tenho uma página de blog mas há muito tempo
que não actualizo, bem como o curriculum que
está na varanda das Estrelícias.
- Conhece as vantagens que os Autores do CEN
têm em ter sua Home Page ou (e) Livro (s)
electrónicos, nos nossos sites?
Li e fiquei a conhecer. Por isso me
inscrevi. Tenho sempre sede de sabedoria e
queria saber mais e mais.
- Que conselho daria a uma pessoa que
começasse agora a escrever ?
Que leia. Sem ler não se escreve. E de
preferência boa poesia porque quem lê poesia
faz arte.
- Para terminar este trabalho, queira fazer
o favor de mandar um pequeno (e original)
trabalho seu (em prosa ou em verso) ?:
Uma lágrima
De alegria, de emoção, de dor e evasão.
Um lavar de alma, uma descompressão.
Um rio de sódio a sulcar o altar da tua boca
em ruborosos círios de amor,
uma gota de chuva pendurada no beiral da
ansiedade
qual mar de infinitos sulcando a distância
das idas e vindas do mar naufragado.
Uma saudade às pedras lavadas, da rua da
infância.
Uma lágrima!!!
Num abraço afagado, num beijo molhado.
Pedaço de nuvem voando no espaço intemporal.
Uma flor pousada em teus lábios espargindo
perfume
Uma rosa a florir do teu seio o ciúme.
Uma barca vogando no azul com estrelas
dentro
Enchendo de lágrimas o mar.
Um som, um cântico, um poema,
uma mão acesa na luz do luar
da tua lágrima para o meu olhar.
Geladas algumas. Frívolas outras. Quente e
rubras, tantas!
Toda a dor as solta ao vento,
todas trazem um lamento, ninguém as quer
apanhar.
Sobem e voam! Dispersam-se nos espaços
siderais
ao encontro do sol. Ele as queima e as bebe
em ecos de ais.
São mães da dor, filhas do amor…
Depois, em grinaldas de esplendor as
estrelas se apagam
numa explosão de sal e sombra…
As lágrimas!!! Bebe-as. Não as seques.
Elas precisam correr na tua boca.
Póvoa 7/07/09
Donzília martins
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