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FILHO
E o que mais quer a mãe,
A não ser o amor do filho.
Deu a ele a luz do mundo,
Guiou seus passos.
Zelou, velou, chorou, amou.
Dedicou-se a vida toda assim.
Passam-se os anos e o filho cresce,
Acertou ou não, a mãe deu o melhor de si!
Fez o melhor, não dá para discutir.
E o filho sai bom? Às vezes, não...
Ah! Se mãe fosse santa,
Nenhum filho padeceria.
Não, nem sempre é assim...
Nem Maria conseguiu o que quis,
O filho segue seu destino!
Às vezes seguem caminhos tão longe,
Nem sempre o final será feliz...
Genha Auga
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OLHAR PELA JANELA
Quando se abrem as janelas, sente-se o cheiro da
chuva. Uma nuvem cinza paira no céu.
Lá embaixo, homens e mulheres seguem
apressadamente. Crianças a correr prá lá e prá
cá, o velhinho a se espreguiçar aos olhares do
cão, o gato a espreitar borboletas voando.
Meados de outubro, ao sabor da primavera, o
colorido das flores preguiçosas balançam ao
vento quente que sopra brincalhão.
O tempo se vai nesse cenário que tem a magia de
nunca ser o mesmo pois a cada momento, a cada
olhar, surgem movimentos que desfaz tudo. Vem o
escurecer, o pátio ilumina-se de luzes redondas
como se fossem luas cheias e na madrugada, com o
piscar de luzes a acender, o silêncio é
mansamente quebrado pelo sussurrar de um ou
outro que na madrugada ousam espreitar nas
janelas para observar este movimento quase que
rotineiro do lugar.
Ali tudo parece ser sempre o mesmo, mas cada
olhar certamente não vê igual, cada alma sente
diferente, cada pensamento voa, até que todas as
janelas se fecham e se apagam.
Ao raiar do sol, num céu azul de nuvens brancas
como pedaços de algodão, recomeça o dia e as
pessoas saem para a vida animadamente.
Borboletas reaparecem e junto delas, o beija
flor a aguçar o olhar do gato novamente a
espreitar, o cão e o velhinho.
Ao olhar por janelas, muitos cenários irão se
descortinar mas, além desse mundo que a vista
alcança, há lugares distantes, onde luzes são
bombas, crianças não comem e pessoas vivem com
medo.
O cenário é modificado pelo barulho das ruas e
acontecimentos em dias ou noites que,
desgraçadamente, acordam pessoas do sono ou dos
“sonhos”, fazem-nas lembrar-se das nuvens que
ameaçam destruir suas casas, ventos que podem
ceifar vidas e da dor que sentem todos os dias.
Dessas janelas, o cenário que se vê é assim;
almas num vazio a chorar, gente que não pode
enxergar, um lugar onde o progresso parece
esquecer-se delas e, quando as janelas se
fecham, todos dormem e sonham outros sonhos. Não
podem mudar essa realidade.
Estão presas...
Genha Auga |

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Poesia da Mulher
Anda
a passos largos; o caminho é árduo.
Rastros de melancolia...
Pensa no que precisa e não se enfraquece
Quer ser atendida, quer ser ouvida
Diminui os passos e sente que Deua a empurra
Não se desespera, entrega-se e voa...
Nessa relação de Deus e a mulher
Quando o medo lhe tira a alma,
A mão divina lhe mostra a grandeza
E nas adversidades e aflições
Quando tudo parece pior
Acontece o milagre...
“Ele” lhe põe à frente seu tributo natural;
Guerreira, alicerce da família,
Raízes entrelaçadas com sentimento e
cumplicidade
Engrandece a vida do homem e a sua própria.
Asssim faz, não é missão e sim vocação.
Sabe lidar com seu fraco para ser forte,
Não rema contra maré; cansa os braços
Amadurece, esquece a dor.
Coloca-se divinamente no universo.
Tem a natureza do aprimorar,
Mãe da Terra traz ao mundo o amor,
Amor que enfrenta desafetos,
Amor que se fortalece na trilha da jornada.
Abraça os filhos, cuida do pai,
Vela tambem pela mãe.
Seu gesto nobre muda o caráter de menino
Muda o destino do homem
Esssa é a mulher,
Beleza eterna onde a vida se renova.
Genha Auga |

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Semente do
Futuro
Genha Auga – Jornalista MTB 15.320
Mostre a sementinha para uma criança e explique
sua função...
Certamente ela a colocará na terra e com
encantamento a verá brotar, cuidará dela,
acompanhará seu crescimento, aproveitará sua
colheita, entenderá o que representa essa
pequena vida e sua importância para o
desenvolvimento do ser humano.
Explique-lhe sobre o lixo e ela dará o destino
certo a ele separando-o adequadamente.
Mostre maneiras simples de viver a vida e,
naturalmente, excluirá os shoppings, televisão,
computadores do confinamento tecnológico e
consumista a que está submetida.
Leia junto todos os dias com a criança e ela
gostará de poesias, se distrairá com histórias e
não com supérfluos. Ensine-a comer e sentirá,
com prazer, o sabor da comida.
Deixe-a ter vida de criança e se tornará um
adulto consciente e responsável. Sem infância,
será “criança grande”, exigente, carente,
insegura e os pais, geralmente ausentes,
indiretamente, a tornará vulnerável aos apelos
avassaladores da vida.
Os adultos querem salvar a Terra dos males que
causaram a ela, mas são escravos do próprio
corpo e do que tem. Querem viver cada vez mais,
porém, não sabem o que fazer com seu próprio
lixo, não se respeitam e não tem limites. Vivem
discursando que não fazem nada de mau, mas não
conseguem fazer o bem.
É necessário treinar o olhar para desenhar o
futuro de uma criança e ela poderá contribuir
para a preservação da natureza. Aprendendo, ela
será o exemplo e cobrará atitudes dos seus
governantes e de seus pais.
Precisamos de uma nova geração, que cause
impactos, mostrando caminhos para a prática de
medidas satisfatórias e que resultem em mudanças
que assegurem a preservação do meio ambiente. Dê
a criança doses de atitudes ao longo da vida e
irão tirar da caldeira nossa fauna e flora e a
esperança se renovará a cada dia.
Mudando hábitos, encerraremos esse ciclo que é
uma máquina de moer gente, pois a Terra, ao
contrário do homem, não morre, recupera-se. Essa
é nossa esperança para acabar com a “política
hipócrita” que tenta impedir o verdadeiro
equilíbrio da natureza com atitudes imediatistas
que visam apenas o lucro, sem medir
consequências.
Hoje, a humanidade está tomada pelo medo do que
vem pela frente.
O futuro, minha gente, é para se esperar e não
para se temer.
Genha Auga |

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