- Profissão: - Trabalhei por 34 anos nos
escritórios da Eletropaulo S. A, concessionária de serviços de
eletricidade, ali ingressando como "Office boy" e me aposentando como Chefe
de Divisão.
- Quer falar um pouco da terra onde mora?: - Sim, claro, uma terra da qual
falo com um orgulho que chega a ser jacobino, em especial quando nos
referimos a São Paulo, cidade em que nasci, capital de um Estado ímpar,
dentro do Brasil. Conta-se que certa vez Júlio Diniz entrou num trem (ou
comboio), em Portugal, e sentou-se numa daquelas poltronas que ficam
vis-à-vis com a outra, na qual viajava uma morena muito bonita, aquem
gentilmente perguntou:
– Perdoa-me a curiosidade: a senhorita é brasileira? – Eu? - respondeu-lhe
ela, – Eu sou paulista! Daí o encanto do escritor ao ver a altivez com que
ela afirmava ser paulista antes de declinar a sua nacionalidade brasileira.
Nós, paulistas, não sei se feliz, ou infelizmente, padecemos desse
defeito.
- Quando começou a escrever?: - Desde os 13 anos de idade, quando já
garatujava alguns versos às garotas do ginásio em que conosco estudavam.
- Teve a influência de alguém para começar a escrever?: - Todo poeta as têm
ainda que alguns o neguem. Influíram no meu estilo Olavo Bilac, Guilherme de
Almeida e Vicente de Carvalho
- Lembra-se do seu 1º trabalho literário?: - Não, pois meus primeiros poemas
eram muito prosaicos, fracos mesmo, e resolvi destruí-los depois de adquirir
uma experiência maior na arte de elaborá-los.
- Projectos Literários para 2012 / 2013?: - Para 2012 editar um e-book de
meus poemas, duetos e entrelaces eróticos, que já atingem, só neste
particular, o total de 112.
Para 2013 editar um livro em gráfica, condensando meus e-books e demais
poemas escritos posteriormente aos e-books citados.
- Tem livro(s) impressos editados há mais de três anos e que não estão em
e.book?. - Não; o que tenho é uma quantidade apreciável de poemas dispersos
à espera de edição, conforme cito no quesito anterior.
- Fale-nos um pouco de si, como pessoa humana?: - Sou aposentado, como já
disse acima, mas não vivo só, pois me casei com a saudade após o falecimento
de minha esposa há pouco menos de 8 anos, revés que tenho suportado bem
graças ao Espiritismo, que nos ensina a inexistência da morte e a crença de
que não se vive apenas uma vez. Sentimental ao extremo, tenho um coração que
se quebra à toa, comovendo-me até às lágrimas se assisto a um filme ou
documentário comovente, se presencio maus tratos a crianças, velhos e
animais, ou quando leio algum texto mais tocante de Chico Xavier. Aprecio
cinema, teatro, leitura, viagens, amizades e um bailinho quando se me
oferece a oportunidade. Adoro música, em especial orquestrada, e saio da
atração terrestre diante de um parque florido, de um lago em repouso, do
veludo negro da noite alfinetado de estrelas, ou da voz noturna do mar
sussurrando madrigais à lua!
- Como Escritor (a)?: - Como escritor, dou a mim mesmo a classificação de
razoável; como poeta não devo ser tão mau, pois os comentários favoráveis
que recebo superam em muito eventuais críticas que me dirigem.
- Tem prémios literários?: - Participei, com outros poetas, da VI Antologia
“Palavras de Poetas”, da editora “Physis”. Fui premiado no I e II Concurso
Nacional de Poesia ”Menotti Del Picchia”, bem assim no XI Certame Cultural
de Poesias da Secretaria de Educação de Guarulhos – SP, e também no Concurso
de Poesias do C.T.A., de São José dos Campos – SP.
- Tem Home Page própria (não são consideradas outras que simplesmente tenham
trabalhos seus)?: - Não tenho blog ou site. Participo, sim de diversos sites
e grupos, onde tenho, em muitos deles, vários poemas em páginas pessoais.
- Conhece bem o conteúdo (enorme) do Portal CEN - "Cá Estamos Nós"?:
- Sim,
claro, e têm sido constantes os meus comentários no Livro de Visitas sobre a
boa qualidade das matérias apresentadas e o empenho demonstrado por seu
dirigente em difundir a cultura à comunidade lusófona que o frequenta.
- Que conselho daria a uma pessoa que começasse agora a escrever ?: - Que
procurasse ler intensivamente os autores clássicos, pois além de se adquirir
riqueza de vocabulário, aprende-se muito mais gramática ao conhecer-lhes as
obras que a decorar as complicadas e confusas regras norteadoras
do vernáculo. Aos principiantes, penso ser de fundamental importância,
contarem com o suporte de bons dicionários da língua portuguesa, de rimas
(se forem poetas de estilo clássico), de sinônimos e antônimos, e,
sobretudo, de boas enciclopédias, se bem que neste sentido a Internet nos
oferece, hoje, fartos recursos.
CONTRA-SENSO
Humberto Rodrigues Neto
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Quem dera, oh... Deus, o ser humano fosse
mais fraternal e mais cristão, de sorte
que não herdasse o instinto de Mavorte,
contrário à vida, que é tão bela e doce!
Quanta alma pura fez de Ti o suporte,
e ao mal que nos judia contrapôs-se!
Quanta alma vil, de Ti distante, pôs-se
a criar engenhos de tortura e morte!
Estranha grei de gênios e estafermos,
num conúbio de crentes com pagãos,
eis o que é o homem nos exatos termos!
Sujeito a instintos nobres ou malsãos,
concebe a Ciência pra salvar enfermos
e inventa a Guerra pra matar os sãos! |
2012
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