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Pelo
representante do CEN para o Estado da Bahia,
Prof. Marco Bastos
Prezados amigos.
Esse é o Relatório referente às Palestras a
que compareci por solicitação do CEN.
abraços.
Marco Bastos.

PALESTRAS :
UMA LEITURA NOVA E ATUAL DOS SOFISTAS
Professor Germano
Machado
COMO FALAR POESIA
Publicitário José
Abbade.

INTRÓITO
Comparecemos em 25/08/2012 por solicitação
do Prof. Carlos Leite Ribeiro, presidente do
Portal CEN – Cá Estamos Nós, e a convite do
Prof. Germano Machado, diretor do CEPA, a
duas Palestras realizadas na sala que a
Faculdade 2 de Julho, tradicional unidade
baiana de ensino, cede ao CEPA - Círculo de
Estudo Pensamento e Ação, para a realização
de suas Reuniões regulares, nas tardes de
sábado.
Para esse evento foram programadas duas
palestras: a primeira conduzida pelo ilustre
Prof. Germano, tratando do tema: Uma Leitura
Atual dos Sofistas; a segunda proferida pelo
publicitário José Abbade sobre o assunto:
Como Falar Poesia.
SOBRE O CEPA: Fundado em 1951, é “uma
instituição cultural que se liga a algumas
correntes do pensamento social. político e
filosófico”.Vivenciou diferentes períodos da
vida política do País, atuando no Estado da
Bahia / Brasil. Ao longo de sua existência
foi alvo de discussão no sentido de
caracterizá-lo como movimento de
direita/integralista ou se enquadrava
como sendo da esquerda democrata/não comunista.
Adaptou-se a diferentes conjunturas: entre
1951 e 1968, caracterizou sua atuação pelo
que denomina “fase política” (atividades
políticas e culturais) e entre 1981 e 1986,
fase chamada de “reabertura” na qual é
ausente o caráter político-formal. Neste
período orienta-se para a literatura,
filosofia e teologia, dedicando-se também à
produção editorial.
Informações foram obtidas no livro O CEPA –
Círculo de Estudo Pensamento e Ação;
Pensamento político e organização de um
movimento cultural baiano nos períodos de
1951 – 1968 e 1981 – 1986 /Joaquim da Costa
Munduruca Neto, Salvador: Editora CEPA,
2012. Monografia apresentada à Faculdade de
Filosofia e Ciências Humanas da UFBA, em
2003:
- Livro redigido com base em documentos
pesquisados nos arquivos do CEPA, cedidos
pelo Prof. Germano Machado, fundador e
dirigente da Instituição. Período de
abrangência: desde a fundação do Movimento
até os anos 80. A partir dos anos 90 “o
referido movimento pareceu perder vigor
político”.
- Objetivo da monografia: Incursão na
história enfocando movimentos culturais
baianos principalmente dos que apresentaram
maior tônus político.
- Princípios básicos do CEPA: nacionalismo
não xenófobo, trabalhismo cristão,
espiritualismo ecumênico, democracia.
- Conceitos difundidos pelo CEPA: “elite de
massa”, ascetismo individual e comunitário,
reformismo social e político, liberdade sem
libertarismo, anti-comunismo.
- A tese do livro: acredita ter demonstrado
o caráter pluralista, não doutrinário e
democrático do movimento, e aponta que no
CEPA havia quadros de formação
sócio-política e cultural variada, o que
impedia qualquer sentido mistificador,
sectário ou monolítico, não obstante seu
estigma de movimento político interessado em
proselitismo ideológico.
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Da Esq. para Dir.:
Ivan
de Almeida, José Abbade, Prof.
Germano, Nildes Trigueiros,
Marco Bastos, Luiz Menezes |
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RELATÓRIO DA
PALESTRA
UMA LEITURA NOVA E ATUAL DOS SOFISTAS
Professor Germano
Machado
No século XX, o pensamentode Jacques
Maritain e Gilson, dá um tom diferente
ao que se estabeleceu e se estabelece
como Sofista no sentido negativo.
“Em
filosofia, Sofisma, argumento
aparentemente válido, mas, na realidade
não conclusivo, e que supõe má fé ou
parte de quem o apresente (Silogismo
Crítico)” No Dicionário de Antonio
Geraldo Cunha – Dicionário Etimológico
Nova Fronteira da Língua Portuguesa –
1982”.Essa definição para Sofista dos
Séculos XIV e XV apresenta várias
derivações negativas (verbo sofismar,
sofismável) e em contraponto às
negativas cita “sofisticação” do
francêsdo século XVI que ganha
conotações positivas: sinônimo de valor,
delicadeza, luxo. Enquanto na Grécia
Antiga, através de Sócrates/Platão,
Sofismo traz em si sentido meramente
negativo, considera-se que pode
compreender sentidos negativos,
positivos ou a serem analisados.
Na metade do século V, a.C., as novas
ideias, costumes variados novas crenças
e leis, a que o mundo grego passa a
perceber em função do seu
desenvolvimento em tráficos e colônias,
expandem a problemática para as
discussões filosóficas. Em meio a
guerras, Atenas acentua sua constituição
democrática e nos tribunais, assembleias,
órgãos da vida pública, há discussões
sobre toda essa mobilidade de
pensamento. Aparecem os Sofistas –
professores ou mestres sem nível social.
Jovens possuidores de bens pagam àqueles
vagabundos que tanto discutem para
aprenderem sobre um Humanismo que
abrange o caráter humano e político dos
problemas gregos, antecedentes e atuais
à época.
A filosofia pré-socrática chegou a seu
termo com a sofística, movimento de
ideias, polêmico em seus princípios, no
século V, AC. O sofismo não tem
localização geográfica própria: seus
adeptos procedem da Itália Meridional,
da Ásia Menor, da Sicília e da Grécia
territorial. Ainda hoje desperta o
interesse geral; na filosofia aborda a
política, trata da causa primeira, dos
quatro elementos, dos átomos, e estudam
o homem em profundidade, expressando os
pensamentos em linguagem rebuscada.
Platão escreve o texto Protágoras e
questiona-se: Se Platão/Sócrates
condenam os Sofistas, por sofismarem,
por que fazer um livro inteiro sobre
Protágoras?
Protágoras(480-410 aC.): ensinava a
relatividade do conhecimento; afirmava:
“O homem é a medida de todas as coisas”,
e, “Para cada um é verdadeiro o que lhe
parece, e de acordo com suas mutáveis
condições, portanto, não existe um
critério absoluto de verdade para
distinguir o verdadeiro do falso” –
preceitos considerados equivocados por
certas escolas de Filosofia.
Górgias (484-385 aC.): Para quem: “A lei
é uma simples convenção, variável
segundo os lugares, as épocas e os
interesses”. Conceito discutido à luz de
sofisma negativo, mas também como algo
sofisticado (positivo), Rousseau no
século XVIII afirma o mesmo de modo
diferente. Cálices, Hípias, Antifonte,
Pródico, sofistas com tendências céticas
– uns afirmavam a existência de um
critério absoluto, jurídico e moral, a
própria lei natural, opondo-se a
Protágoras, do que resultam divergências
e não convergências sofísticas no
sentido negativo. Para alguns “a lei da
natureza é o direito do mais forte”.
Trasímaco o afirmava, o Super-Homem é
audaz e tirano, o que no século XX
corresponde aos regimes totalitários
(fascismo, nazismo, stalinismo
comunista, etc) e a palavra Super-homem
foi usada por Nietzsche. Hipias e
Antifonte afirmaram: “o princípio de
igualdade e fraternidade humana está
acima das diferenças de nações e de
classes” – o que se considera bastante
democrático.
Essas afirmações, quando positivas, no
caso de natureza, democracia, elevação
humanística, ligam-se a vários sofistas,
muitos deles tendo a concepção severa de
vida, em que o bem e a virtude se
identificam com o trabalho oposto ao
vício e à moleza.
Alguns autores, como I.F. Stone,
americano, afirmam que o grande sofista,
no sentido negativo ou polêmico, seria
Sócrates. Gilson, frente à afirmativa de
Sócrates de que “a sabedoria não está no
saber mais coisas do que outros, mas no
saber que não sabe, enquanto outros
creem saber o que não sabem, teria um
fundo sofístico (sofisticado)”.
Aos sofistas houve o anti-sofismo de
Sócrates/Platão, e Platão ultrapassa o
pensamento filosófico grego e vai
completar-se no Século IV d.C. com
Agostinho de Hipona.
Os
sofistas, embora de origem não nobre, se
atribuem o encargo de instruir muitos
filhos de aristocratas na Gramática, na
Literatura, na Filosofia, na Retórica e
na Religião, necessários ao que exigia a
vida na pólis dos cidadãos (nobres e
aristocracia) que se dedicavam à
atividade política.
(Sínteses, excertos e resumo da palestra
proferida. Adaptação de Marco Bastos
para o Portal CEN – Cá Estamos Nós.)
Salvador, 25 de Agosto de 2012.
Marco Bastos.
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Publicitário José Abbade |
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