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GOSTO
Mercília Rodrigues
Do gosto apaixonado de teu beijo,
Em momentos de intensa sedução,
Sugo néctar do êxtase em profusão.
Porque gosto de sentir que te desejo !
Aprisiona-me em laços de louca orgia
Imanta-me com teu corpo sedutor...
Eu enlouquecida em letargia,
Seguro-me para não morrer de amor !
Amo o gosto perdido de paixão ,
Quando amante teus braços me consomem,
O mundo foge. És pura sedução!
As horas, não mais letárgicas, somem.
Despede-te adormecendo teu cansaço.
Eu, feliz, a aninhar-me, em terno abraço !
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...E EU TE AMEI
Mercília Rodrigues
Nessa divinal luz de uma vivência,
Num despertar mágico da existência
Fez-se vida numa expressão do amor...
E o céu aberto cobriu-se em esplendor!
Enquanto a razão adormecida hibernou,
a aurora do amor imerso que imanta,
nos corações em que a luz se instalou,
ungiu-se na fé e força da alavanca!
Por labirintos da vida... segui.
Muita luz iluminando o caminho,
vencendo os desafios, eu antevi:
esperava-me à beira do destino!
Trazia as mãos raladas pelos espinhos.
O coração palpitante, tão inquieto!
Amei-te entre urzes e desalinhos...
Mas a luz que me seguia bem de perto,
um atalho, no emaranhado, eu achei
para entregar-te o amor que resguardei!
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DÁ-ME TUA ,MÃO !
Mercília Rodrigues
Dá-me tua sabedoria, senhora !
Dá-me a mão !Há abismo conflitante .
Não vejo qualquer ponte no agora .
Minha visão se turva oscilante...
Enredada por estranhos caminhos
a desvairar, neste sentir deserto ,
carregando os medos em desalinhos,
e aflito coração, sem rumo certo.
O saber de tua mão a me guiar na estrada,
será bússola a me livrar da dor.
Acolhe-me, com tua alma iluminada,
Leva-me, senhora, ao encontro do amor !
Um amor grandioso a esperar além
destes penhascos que me arranham a alma
e que por sempre me buscar também,
reconhecer-me-á na tua mão que acalma !
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ADENTRAR
Mercília Rodrigues
O que haverá lá fundo de seu eu?
Quero tentar adentrar o mistério...
Labirinto infinito do que é seu.
Sinto nuances à tona, nada sério!
Quisera ter o dom dessa magia...
Tal minha insegurança em lhe querer,
Areia, textura fugidia em praia fria,
Fugir por entre os dedos, a escorrer.
Fico aqui em superfície que extravia
As profundezas dessa sua história!
Eu a arranhando por estradas proibidas,
Porque nem você é dono dessa glória!
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À ESPERA
Mercília Rodrigues
Paro o relógio do tempo !
Recuso-me a prosseguir .
Nem quero sequer pensamento
que me faça deste tempo sair ...
O passado já foi soberano
reinou enquanto ficou,
pois marcou só desengano
que por si mesmo apagou .
O amanhã, apenas sonhos .
Tempo de inconsistência
e no futuro não ponho
do certo qualquer presença !
Hoje quero o tudo e todo ...
As flores que se derramam,
as águas que não são lodo,
o abraço dos que se amam !
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