A VELHA CASA
Quem
vê aquela casa não imagina
Quão bela foi em tempo já
passado,
Com o seu terreiro todo
ajardinado,
Encostada ao sopé de uma colina.
Embora fosse um tanto pequenina,
Seu interior limpinho e
perfumado,
Deixava o visitante extasiado
E envolvido numa paz divina.
Mas desde quando foi abandonada,
Por sujeira e insetos foi tomada
E nem mais uma planta ali
floresce.
E assim também com a nossa alma
ocorre:
Sem Deus o que de bom tem nela
morre
E o que é ruim com toda força
cresce.
Samuel Freitas de Oliveira
Avaré-SP-Brasil |
O QUE É UM ADEUS?
O adeus é
prenúncio de ansiedade,
Que surgirá nascida de uma
ausência...
É princípio de angústia... É
evidência
De prantos, que virão com
intensidade.
O adeus é um sentir de
vacuidade,
É o interromper de uma
convivência,
É um padecer com a triste
permanência,
Da grande dor que traz uma
saudade.
O adeus é esperança de um
retorno;
É sensação terrível de abandono;
É temor do que ainda não surgiu.
É apreensão que a alma
mortifica;
Sonho de ir também, para quem
fica;
Vontade de regresso à quem
partiu.
Samuel Freitas de Oliveira |

MENINA QUE SE FEZ MULHER
Desperta
menina,
Menina desperta...O sonho
acabou!
Menina moça tu vivias
sorridente,
Eras ingênua até no modo de
falar...
Colhias flores de ilusão,
plantavas sonhos,
Com o coração risonho,
Pela vida a suspirar.
Mas certo dia despertaste à
realidade,
E o teu castelo de areia foi ao
chão,
Pois a paixão que te chegou
inesperada
Não deixou mais nada, nada,
Do teu mundo de ilusão.
Hoje, oh! Menina! Já não sonhas
como outrora,
Nem teus castelos de areia fazes
mais,
Pois compreendeste que a fria
realidade,
Traz a dor, traz ansiedade
E te arranca tantos ais.
Hoje és mulher e não sorris
mais, tão contente,
E até sufocas no teu choro o
coração,
Mas é melhor termos alguém que
traz-nos prantos,
Que prantearmos sem ninguém...
Na solidão..
Samuel Freitas de Oliveira
Avaré-SP-Brasil |