TRISTÃO ALENCAR PEREIRA OLEIRO

 


 
REFLEXÕES

(DIAS DE GLÓRIA)


Junta trabalho, perseverança e uma grande dose de esperança;
Soma humildade, paz e confiança e terás uma parte do que é preciso;
Polvilha caridade, simplicidade e alegria aos atos do teu dia-a-dia;
Sonha, mas sonha muito além dos limites;
Agora, aglutina estes ingredientes até formar a massa,
Acrescentando carinho, respeito e muito amor
Livre de dor, de ódio ou rancor.
Aí tens a argamassa forte, livre e disposta
Para construir a muralha da vitória.
Construção momento a momento,
Um mundo de realização e encantamento,
Sem passado, nem futuro; sólidos dias de glória...


 


CAMINHOS DE PEDRA

 "Abadia dos Beneditinos no Mont Saint Michel - França"

 

Passo a passo, degrau por degrau cruzamos portas pesadas, ferragens que
rangem. Nossos pensamentos viajam no tempo e sentimos a presença exuberante de santos e colunas que petrificam cenários e mostram madeira curada, mosteiro em paisagem.

Voam colibris em flores de pano, recordam o passado, riqueza e paz, entoam os ventos canções sem fim, e gaivotas disputam caminhos sem direção, glórias vividas há tempos atrás.

Lembranças chegam sem ter partido, pedras empilhadas, obras retomadas,
seculares... Emolduram almas gélidas andantes do frio. Destinos se cruzam em confusa armação, fluente aragem no ar perfumado.

Terraços escondem jardins, flores cultivam beleza e musgos se prendem aos muros.
Energia desce dos céus ornando imensa grandeza. Paredes tingidas de verde, sombrias, perpetuam clausuras, testemunhos que choram os Votos cumpridos, arrastando grilhões.

Monges ao Criador oram pedindo perdão por nossas faltas. Humanidade redimida ao longo dos séculos, lembrança e espelho da vida, alicerce da divina esperança.

Caminhos de pedra, sacrifícios da fé.
 

 
 
 
CONDIÇÃO (SUB) HUMANA


Enrodilhado nas desventuras
pobre menino de rua
passando frio, bebendo chuva
amassando barro da vida crua.
Pedindo sobras não basta
faltando sempre tudo
choraminga dissabores
desiguais descobertas
agasalhos e cobertas
nunca chegam
invernos que não passam
Sabores, a boca não sente
cheiros, do olfato fogem
herança maldita
pobreza insólita
ser humano assim
igual ser animal
social em vertical,
abandono real
.

2011

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