Independência do Brasil
7 de setembro
Carlos Leite Ribeiro
Independência
do Brasil Carlos Leite Ribeiro
07 de Setembro de 1822
(...) Em 1807, Napoleão Bonaparte assina em Fontainebleau com a Espanha um tratado, que
suprimia o reino de Portugal da carta política da Europa, e, dividia o território
português em três Estados, um dos quais devia de pertencer ao rei da Etruria, o segundo
ao príncipe da Paz, reservando a França o terceiro para si.
E assim, um exército comandado pelo general francês de
nome Junot, invadiu Portugal em 1807. Na véspera da sua entrada em Lisboa, em 29 de
Novembro, a Família Real Portuguesa e sua Corte, assim como muitos fidalgos, já haviam
embarcado para o Brasil, levando consigo riquezas incalculáveis (*1).
Enquanto o povo português lutava heroicamente para
expulsar o invasor (*2), o príncipe regente ocupava-se a administrar e a desenvolver o
Brasil, que lhe ficou devendo grandes progressos. Em 1816, morreu no Rio de Janeiro, D.
Maria l, mas nem mesmo assim D. João Vl se decidiu a voltar para Portugal. A Revolução
de 1820, substituiu a regência por uma Junta Provisória e convocou "Cortes".
Estas redigiram uma constituição, a qual mereceu a aprovação de D. João Vl e também
a quis aplicar no Brasil, já então elevado a reino. Em Abril de 1821, finalmente,
resolveu regressar a Portugal, deixando a representá-lo no Brasil, seu filho
primogénito, o príncipe D. Pedro. Quando chegou a Lisboa, o rei jurou a Constituição,
que sua mulher, D. Carlota Joaquina (*3) se recusou a reconhecer, sendo por isso exilada
para a Quinta do Ramalhão (entre o Estoril e Sintra), onde com seu filho, o infante D.
Miguel, promoveu em 1823, uma conta revolução (Vilafrancada (*4) que estabeleceu
o absolutismo. Entretanto, em Setembro de 1822, D. Pedro proclamou a independência do
Brasil, aceitando o título de Imperador. Em 1824, o movimento revolucionário
"Abrilada" (*5), obrigou D. João Vl a recolher a bordo de um navio inglês.
Este novo acto de ingratidão e de revolta de seu filho afectaram profundamente o velho
rei, cuja saúde muito se ressentira do dissabor que lhe causara a perda do Brasil. D.
João Vl faleceu no dia 10 de Março de 1826, deixando o reino confiado a uma regência
presidida por sua filha, a infanta D. Isabel Maria.
(*1) A CORTE NO BRASIL:
Para além da instabilidade que provocou a ausência da
Corte, verificou-se ainda a saída para o Brasil de muitas riquezas. Além disto, grandes
proprietários nobres e figuras do alto clero que acompanharam a Família Real, passaram a
ter os seus rendimentos enviados para o Brasil, empobrecendo ainda mais Portugal e o seu
povo.
(*2) GUERRA PENINSULAR:
As três invasões francesas.
(*3) D. CARLOTA JOAQUINA DE BOURBON:
Nasceu em Madrid (Espanha) em 1775, filha do rei Carlos
lV de Espanha. Casou em 1785, tendo 10 anos apenas, com o príncipe D. João, mais tarde
D. João Vl. Sem educação intelectual, dotada de grande ambição, foi um joguete na
agitada política da época, tendo apoiado (e tido) aventuras e conspirações. Esteve
exilada na Quinta do Ramalhão, e, mais tarde no Paço de Queluz (10 Km de Lisboa), onde
viria a falecer em 1830.
(*4) VILAFRANCADA:
Nome por que ficou conhecida a contra revolução de Maio
de 1823, para abolir o regime constitucional. O infante D. Miguel fez-se aclamar por um
corpo de tropa, o Absolutismo, em Vila Franca de Xira (30 Km a norte de Lisboa). D. João
Vl partiu para esta localidade, aderiu ao movimento e assim, o regime absolutista ficou
novamente estabelecido.
(*5) ABRILADA:
A revolta política de 30 de Abril de 1824, na qual o
infante D. Miguel e sua mãe a rainha D. Carlota Joaquina, tentaram fazer abdicar D. João
Vl, para restabelecer o absolutismo. A tentativa malogrou-se graças à intervenção do
corpo diplomático.
infante foi demitido do seu cargo de generalíssimo e
exilado para o estrangeiro (Viena de Áustria). A rainha foi desta vez internada no Paço
de Queluz.
D. Pedro 4º
Cognome histórico o "Rei Soldado" *****
reinou de 1826 a 1828 Vigésimo oitavo rei de Portugal e 1º Imperador do Brasil. Nasceu
em Lisboa em 1798. Filho de D. João Vl e de D. Carlota Joaquina. Em 1807, ainda criança,
acompanhou a Família Real na sua fuga para o Brasil. Casou em 1816 com D. Maria
Leopoldina, arquiduquesa de Áutria. Quando em 1812, D. João Vl regressou a Portugal,
ficou D. Pedro regente do Brasil, já então levado a Reino. Logo começou neste país a
agitação revolucionária, no sentido da sua independência. As medidas reaccionárias e
violentas das "Cortes" de Lisboa, ainda mais excitaram os espíritos e a
exaltação chegou ao cúmulo quando as "Cortes" chamaram a Portugal o príncipe
regente, determinando que o Governo do Rio de Janeiro passasse para uma junta governativa.
Cedendo aos desejos da nação brasileira, D. Pedro desobedeceu às "Cortes"
portuguesa (*1). Começaram então as contra revoluções: na Bahia travaram-se
conflitos entre as tropas que obedeciam ao Governo da metrópole, e as que já reconheciam
a autoridade do príncipe regente. Este foi aclamado "DEFENSOR PERPÉTUO DO
BRASIL", e daí a poucas semanas, a 7 de Setembro de 1822, proclamou nas margens do
Ipiranga (*2) a independência do ESTADO DO BRASIL, sendo coroado em 1 de Dezembro do ano
seguinte, Imperador do Brasil.
Seguiu-se uma curta campanha militar (*3) que terminou
com a retirada das tropas portuguesas para a metrópole. Em Abril de 1823, reuniu-se a
Assembleia Constituinte, em que o Imperador, em Outubro seguinte, encarregou uma comissão
de 10 membros para redigir uma constituição que foi aclamada e jurada em Março de 1824.
As tropas fieis ao Imperador, saíram vitoriosas da revolução do Pernambuco (*4);
seguindo-se depois uma guerra com a Argentina, que terminou em 1827. Entretanto, falecera
em Lisboa D. João Vl, e, D. Pedro depois de autorgar ao Reino uma Carta Constitucional,
idêntica à do Brasil, abdicou da coroa de Portugal em favor de sua filha, D. Maria da
Glória, princesa do Grão Pará. As lutas entre partidos políticos portugueses
tornaram-se violentas e, em 1831, desgostoso de os não poder conciliar, o Imperador
abdicou da coroa do Brasil em seu filho, o príncipe D. Pedro de Alcântara, que então
contava cinco anos e poucos meses. Passou o Governo brasileiro para uma regência
provisória e o Imperador embarcou para Portugal. Ao chegar a Portugal, tomou o título de
Duque de Bragança e tratou logo de reconquistar o trono português para sua filha, de que
o infante D. Miguel (seu irmão) se tinha apoderado. Organizou, em Belle Isle (Paris
França), uma expedição de emigrantes portugueses e oficiais estrangeiros,
desembarcando em 8 de Julho de 1832, no Mindelo. Tempos depois entrou na cidade do Porto e
ali sustentou um cerco de mais de um ano, repelindo vitoriosamente todos os ataques das
tropas miguelistas. Entretanto, o Duque da Terceira tomou Lisboa, e, quando D. Pedro
chegou à capital de Portugal, foi delirantemente aclamado pelo povo. A convenção de
Évora Monte confirmou a causa liberal, mas, D. Pedro poucos meses sobreviveu ao seu
triunfo, vindo a falecer em 1834, com grande consternação de todos os portugueses.
(*1) F I C O !!!:
Foi a resposta dada pelo príncipe regente, D. Pedro, em
9 de Janeiro de 1822, a José Clemente Pereira, presidente do Senado da Câmara do Rio de
Janeiro, quando este lhe entregou uma petição popular de oito mil assinaturas, pedindo
ao príncipe que não partisse para Portugal, como lhe havia ordenado as
"Cortes" portuguesas. A sua resposta textual, foi esta: "... como é para
bem de todos e felicidade geral para a nação, diga ao povo que F I C O !!!". A
História reteve esta última parte da frase, que talvez se possa considerar como a
primeira palavra da Declaração da Independência do Brasil.
(*2) IPIRANGA:
Rio do Estado de São Paulo, afluente do Juguiá. Foi nas
suas margens que em 7 de Setembro de 1822, quando regressava de São Paulo ao Rio de
Janeiro, o príncipe regente, D. Pedro, ao receber o despacho de Lisboa, noticiando a
decisão tomada pelas "Cortes" portuguesa, soltou um brado que ficou célebre:
"Independência ou Morte !". Ficou conhecida pelo grito do Ipiranga.
(*3) GUERRA DA INDEPENDÊNCIA:
Nome dado ao conjunto de operações militares que se
seguiram à aclamação e coroação do príncipe D. Pedro, como primeiro Imperador do
Brasil, e, que deram como resultado a evacuação das tropas portuguesas, entre 1822 e
1823.
Cerco da cidade da Bahia, defendida pelo brigadeiro
português, Madeira de Melo, os combates em volta dessa praça e finalmente a retirada do
exército português, a bordo de uma esquadra, foram os episódios principais dessa luta.
Recordamos as palavras de Madeira de Melo ao embarcar para o regresso:"... Portugal
tem uma cabeça demasiadamente grande para um corpo tão pequeno !". Queria ele dizer
que Portugal, país tão pequeno e com tão pouca gente, como podia ter e aguentar o
enorme Império Colonial que chegou a ter. Recordamos dessa época, uma figura ímpar da
Independência do Brasil:
Maria Quitéria
Maria Quitéria de Jesus Medeiros, filha de um
fazendeiros portugueses, nasceu em Feira de Santana, na Bahia, em 1792. Ela se tornou a
heroína mais respeitada de toda a Guerra da Independência quando, vestida de homem e
usando o nome do cunhado, José Cordeiro de Medeiros, lutou com valentia na saga baiana
para derrotar os colonizadores portugueses e consolidar a independência do Brasil.
Maria Quitéria saiu de casa para lutar no Batalhão dos
Periquitos, comandado pelo avô do poeta Castro Alves. Seus pais, embora portugueses, a
estimularam e a apoiaram em seus objectivos e patriotismo. Sua valentia e destemor puderam
ser confirmados por seus companheiros, entre outras, nas importantes batalhas de Itapuã e
Pirajá. Na primeira, por exemplo, Maria Quitéria, ou soldado Medeiros, como era
conhecida, invadiu sozinha uma trincheira inimiga e acabou levando dois prisioneiros para
o acampamento (...)
(*4) EQUADOR:
Em 1834, rebentou em Pernambuco um movimento
revolucionário, proclamando a união de todas as províncias do norte do Brasil, sob o
nome "Confederação do Equador". Esse movimento, que se alastrava às
províncias do Rio Grande do Norte, Ceará e Paraíba, foi rapidamente anulado pelas
tropas governamentais. Doze dos rebeldes, entre os quais João Guilherme Ratcliff e frei
Joaquim do Amor Divino Caneca, foram executados; Pais de Almeida, o cabecilha principal da
revolta, conseguiu fugir na altura, para mais tarde ser senador do Império (...)
A Bandeira do Brasil
A Bandeira do Brasil foi adotada pelo decreto no 4 de 19
de novembro de 1889. Este decreto foi preparado por Benjamin Constant, membro do Governo
Provisório
Quem foram os responsáveis pela sua criação:
A idéia da nova Bandeira do Brasil deve-se ao professor Raimundo
Teixeira Mendes, presidente do Apostolado Positivista do Brasil. Com ele colaboraram o Dr.
Miguel Lemos e o professor Manuel Pereira Reis, catedrático de astronomia da Escola
Politécnica. O desenho foi executado pelo pintor Décio Vilares.
As cores:
As cores verde e amarelo estão associadas à casa real de
Bragança, da qual fazia parte o imperador D. Pedro I, e à casa real dos Habsburg, à
qual pertencia a imperatriz D. Leopoldina
Círculo interno azul:
Corresponde a uma imagem da esfera celeste, inclinada segundo a
latitude da cidade do Rio de Janeiro às 12 horas siderais (8 horas e 30 minutos) do dia
15 de novembro de 1889.
As estrelas:
Cada estrela representa um estado da federação
Todas as estrelas t&êm 5 pontas
As estrelas não têm o mesmo tamanho; elas aparecem em 5 (cinco)
dimensões: de primeira, segunda, terceira, quarta e quinta grandezas. Estas dimensões
não correspondem diretamente às magnitudes astronômicas mas estão relacionadas com
elas. Quanto maior a magnitude da estrela maior é o seu tamanho na Bandeira.
A faixa branca:
Embora alguns digam que esta faixa representa a eclíptica, ou o
equador celeste ou o zodíaco, na verdade a faixa branca da nossa bandeira é apenas um
lugar para a inscrição do lema "Ordem e Progresso". Ela não tem qualquer
relação com definições astronômicas.
O lema "Ordem e Progresso":
É atribuído ao filósofo positivista francês Augusto Comte,
que tinha vários seguidores no Brasil, entre eles o professor Teixeira Mendes.
Quando foi modificada:
Foi modificada pela Lei no 5443 (Anexo no 1) de 28 de maio de
1968
Foi modificada pela Lei no 5700 de 1 de setembro de 1971
Foi modificada pela Lei no 8421 de 11 de maio de 1992
Você conhece a legislação que rege a forma e o uso da Bandeira
do Brasil?
A forma e o uso das bandeiras nacionais é, em geral, regido por
regras bastante severas. As suas dimensões, sua forma, suas cores, enfim toda a sua
geometria, é regulamentada por alguma lei. No caso da Bandeira do Brasil, é a lei no
5700 de 1 de setembro de 1971 que "dispõe sobre a forma e a apresentação dos
símbolos nacionais".
Note que esta lei fala dos "símbolos nacionais" ou
seja, ela rege o uso e as formas da bandeira, hino, armas e selo nacionais.
Segundo a lei 5700, seção II, temos
SEÇÃO II - Da Bandeira Nacional
Art. 3o
§ 1o - As constelações que figuram na Bandeira Nacional
correspondem ao aspecto do céu, na cidade do Rio de Janeiro, às 8 horas e 30 minutos do
dia 15 de novembro de 1889 (doze horas siderais) e devem ser consideradas como vistas por
um observador situado fora da esfera celeste. [Parágrafo alterado pela Lei 8421, de
11/05/1992]
§ 2o - Os novos Estados da Federação serão representados por
estrelas que compõem o aspecto celeste referido no parágrafo anterior, de modo a
permitir-lhes a inclusão no círculo azul da Bandeira Nacional sem afetar a disposição
estética original constante do desenho proposto pelo Decreto no 4, de 19 de novembro de
1889 [Inclusão de parágrafo pela Lei 8421, de 11/05/1992]
§ 3o - Serão suprimidas da Bandeira Nacional as estrelas
correspondentes aos Estados extintos, permanecendo a designada para representar o novo
Estado, resultante de fusão, observado, em qualquer caso, o disposto na parte final do
parágrafo anterior. [Inclusão de parágrafo pela Lei 8421, de 11/05/1992].

As Estrelas na Bandeira
Nacional do Brasil:
As estrelas que pertencem à
bandeira desde o Decreto Nr 4 são as seguintes:
Constelação |
Estrelas |
Grandeza |
Estado |
Virgem |
Espiga |
1ª |
Pará |
Cão Menor |
Prócion |
1ª |
Amazonas |
Cão Maior |
Sírio |
1ª |
Mato Grosso |
Argos |
Canopo |
1ª |
Goiás |
Cruzeiro do Sul |
Alfa |
1ª |
Minas Gerais |
Beta |
2ª |
R. G. do Sul |
Gama |
2ª |
São Paulo |
Delta |
3ª |
Rio de Janeiro |
Épsilon |
4ª |
Sergipe |
Triângulo |
Alfa |
2ª |
Paraná |
Beta |
3ª |
Paraíba |
Gama |
3ª |
R. G. do Norte |
Escorpião |
Antares |
1ª |
Bahia |
Beta |
3ª |
Maranhão |
Épsilon |
2ª |
Pernambuco |
Lambda |
2ª |
Piauí |
Kapa |
3ª |
Santa Catarina |
Mü |
3ª |
Espírito Santo |
Teta |
2ª |
Ceará |
Iota |
3ª |
Alagoas |
Sigma |
Oitante |
4ª |
Distrito Federal |
Durante a regência de D. Pedro, mais tarde 1º do Brasil (4º de Portugal), a atitude das
Cortes Portuguesa, que desejava manter o Brasil como colónia, fez crescer o movimento
separatista, principalmente a partir do conhecido historicamente o "Dia do Fico"
(09 de Janeiro de 1822), quando D. Pedro, atendendo ao pedido da multidão que se juntou
diante do Paço da Cidade (Rio de Janeiro), aceitou desobedecer às ordens para deixar o
Brasil e voltar para Portugal. Houve uma pequena reacção das tropas portuguesas
aquarteladas no Rio de Janeiro, sob o comando do General Jorge de Avilez, mas a pronta
reacção de D. Pedro (ainda Príncipe) e da multidão que o apoiava, fez desistir aquele
chefe militar. Uma semana depois, D. Pedro nomeou um ministério, conhecido
historicamente, como o Ministério da Independência, do qual fazia parte José Bonifácio
de Andrada e Silva, que, desde logo, por sua ascendência moral sobre o Príncipe, iria
encaminhá-lo decisivamente para a Causa da Independência, defendida com ardor pelas
lojas maçónicas (Grande Oriente e Apostolado) e por muitos brasileiros de todas as
Províncias. Após receber da maçonaria o título de Defensor Perpétuo do Brasil e, de
tomar atitudes contra as medidas das Cortes que visavam em diminuir-lhe a autoridade, D.
Pedro foi a São Paulo, a fim de acalmar os ânimos dentro da própria Junta Governativa
da Província. Quando, tudo estava resolvido, voltava de Santos a São Paulo, recebeu, nas
margens do Rio Ipiranga, enviadas por José Bonifácio, novas ordens chegadas de Lisboa.
Indignado com o seu teor, dirigiu-se à tropa que o acompanhava, declarando proclamada a
Independência do Brasil, a 07 de Setembro de 1882. Uma semana depois, chegava ao Rio de
Janeiro, onde foi recebido por um banho de multidão em festa.
Em 12 de Outubro desse ano, quando comemorava o seu 24º
aniversário, foi aclamado Imperador Constitucional do Brasil, como D. Pedro 1º. (...)
HINO NACIONAL do BRASIL
Musica: Francisco Manuel da Silva
Letra: Joaquim Osório Duque Estrada
Ouviram do Ipiranga às margens plácidas
De um povo heróico o brado retumbante,
E o sol da liberdade, em raios fúlgidos,
Brilhou no céu da Pátria nesse instante.
Se o penhor dessa igualdade
Conseguimos conquistar com braço forte,
Em teu seio ó liberdade,
Desafia o nosso peito a própria morte!
Ó Pátria amada
Idolatrada
Salve! Salve!
Brasil de um sonho intenso, um raio vívido,
De amor e de esperança à terra desce
Se em teu formoso céu risonho e límpido
A imagem do Cruzeiro resplandece
Gigante pela própria natureza
És belo, és forte, impávido colosso,
E o teu futuro espelha essa grandeza,
Terra adorada!
Entre outras mil
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada
Brasil!
Deitado eternamente em berço esplêndido,
ao som do mar e à luz do céu profundo,
Fulguras, ó Brasil, florão da América,
Iluminado ao sol do Novo Mundo!
Do que a terra mais garrida
Teus risonhos lindos campos tem mais flores,
Nossos bosques tem mais vida
Nossa vida no teu seio mais amores
Ó Pátria amada Idolatrada
Salve! Salve!
Brasil, de amor eterno seja símbolo
O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro dessa flâmula
Paz no futuro e glória no passado
Mas se ergues da justiça a clava forte,
Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte,
Terra adorada!
Entre outras mil
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada
Dos filhos deste solo és mãe gentil
Pátria amada
Brasil! |

|
|
|