
Dia das Mentiras
01 de Abril |


Existem várias explicações e opiniões para o 1º de Abril, conhecido pelo Dia das
Mentiras.
Uma delas, refere que começou em
França, pois havia a celebração do equinócio da Primavera que marcava o Ano Novo.
Em 1564, o rei francês Carlos IX
mudou o calendário para o que usamos hoje - o Gregoriano e o Ano Novo passou a começar a
1 de Janeiro.
Aos que ainda celebravam o ano novo
em Abril chamavam-lhes tolos (em inglês são os "April's Fools'").
Como no ano novo anterior (Abril) se trocavam prendas, começaram a dar-se, nesta altura,
prendas para gozar com os outros.
Na Escócia a ideia de pregar
partidas foi bem aceite e a mais praticada (ainda hoje) é a de mandar alguém caçar
gambuzinos (cuckoo hunt - caça ao cuco).(*)
(*) "Durante o 1º Encontro do Cen, em Maio de 2004, em Fortaleza CE, a Vilma Matos
organizou uma caçada ao gambuzino, na Praia de Iracema. Como o dia estava muito ventoso,
não apanhámos muitos, mas mesmo assim, o von Trina apanhou cerca de 100, o Baçan
apanhou quase tantos como ele, o Pedro Mulder, consegui apanhar um! O casal Rosélia /
Celestino apanhou meia dúzia, assim como a Manuela Madeira. O Carlos, como estava
engripado, não pode acompanhar a caçada. Á noite, fomos todos comer este saboroso
legume petrificado, em casa da Maria Angélica. O caso mais aborrecido foi a Lena
Ommundsen ter partido um dente postiço":
Outra explicação fala de um
festival romano, o da Cerelia, que celebra a história de Proserpina. Parece que
Proserpina estava a colher lírios no vale quando foi raptada por Plutão, o deus romano.
A mãe dela, Ceres, ficou tão atrapalhada que começou a procurá-la sem muito método (e
sem resultados) - tudo isto tem a ver com a caça aos gambuzinos, que é a ideia de
procurar algo que nunca se vai achar.
Em muitos países, comemora-se este dia noutra data.
No México é a 28 de Dezembro. Na Roma antiga era a 25 de Março. Na Índia é a 31 de
Março.
Em França, este dia chama-se
"poisson d'avril" (peixe de Abril) e as crianças fazem um jogo típico que é o
de colar ou prender um peixe recortado em papel nas costas de alguém, sem essa pessoa dar
por isso. Quando ela nota, grita-se: " Poisson d'avril! Poisson d'avril!".
Uma outra explicação francesa diz
que, dantes, era o dia em que fechava a época da pesca e era a última hipótese para os
pescadores que não tinham pescado nada... Então atiravam-se peixes aos rios para os
safar da vergonha de não levarem nada para casa.
"É neste dia do ano em que nos lembramos aquilo que somos nos restantes 364
dias."
"Provérbio "No dia 1 de
Abril vai o tolo onde não há-de ir".
"Diz-se que o bom mentiroso
não cora, não se engasga e mente tão bem que acredita na falsidade que está a
contar."
Quem é que não conta uma mentirinha de vez em quando? Às vezes mesmo sem querer a gente
acaba contando uma mentira e ninguém fica sabendo disso... veja agora algumas das dessas
mentiras:
- Satisfação garantida ou seu dinheiro de volta.
- Não nos procure, nós o
procuraremos.
- Pode deixar que eu te ligo.
- Puxa, como você emagreceu!
- Fique tranqüilo, vai dar tudo
certo!
- Quinta-feira sem falta o seu
carro vai estar pronto.
- Pague a minha parte que depois eu
acerto contigo.
- Eu só bebo socialmente.
- Isso é para o seu próprio bem.
- Eu estava passando por aqui e
resolvi subir.
- Estou te vendendo a preço de
custo.
- Não vou contar prá ninguém.
- Não é pelo dinheiro, é uma
questão de princípios.
- Somos apenas bons amigos.
- Que lindo é o seu bebê.
- Pode contar comigo!
- Você está cada vez mais jovem.
- Eu nem reparei que era o dia das
Mentiras
Claro que você não será capaz de pôr sal nas escovas de dentes. Nem pôr pasta de
dentes (ou algo do género - mas que não seja demasiado nojento - margarina, maionese,
ketchup, ...) nas maçanetas das portas...
Mas nós vimos cara e não vimos corações. Se você fizer, como não foi aconselhado por
nós, a responsabilidade é inteiramente sua ...
Digamos que você sabe que alguém só fala mentira em tudo que diz. Todas as suas
afirmativas são 100% mentira. É simplesmente impossível esta pessoa nos enganar, porque
nós já saberemos que suas afirmativas são todas falsas. Se esta pessoa nos disser que
podemos beber o que está num copo que não nos fará mal, nós jamais beberemos deste
copo, pois sabemos que 100% do que ela diz é mentira. Do mesmo modo, se eu só lhe disser
a verdade o tempo todo, também será impossível enganá-lo, pois você saberá que o que
está no copo pode ser bebido, se assim eu lhe afirmar. O engano nada mais é do que a
maligna mistura de verdade com mentira. O engano se constitui em lançar algumas verdades
como arma de credibilidade, para em seguida lançar mentira, propiciando que a mentira
seja tomada como verdade, simplesmente porque veio junto a algumas verdades. Esta técnica
de misturar a verdade com mentiras é a mais antiga de todas, mas parece bem eficaz,
porque vem enganando a humanidade desde o primeiro homem até os dias de hoje.
O DIA DA MENTIRA - José Augusto Carvalho
Abril vem de aprilis, nome de um dos espíritos que seguiam o carro de Marte, deus da
guerra, que deu nome ao mês de março. Assim, aprilis não se relaciona com abrir (latim:
aperire), mas com o grego Apros ou Afros, designativo de Afrodite, nome grego da deusa
Vénus a quem Abril era dedicado, ou com o sânscrito áparah, que significa
"posterior" (aparentado com o gótico afar ou aftra, que significa
"depois"), pois Abril era o segundo mês do ano, no calendário civil de Rômulo
(daí os nomes Setembro, Outubro, Novembro e Dezembro para os meses sete, oito, nove e
dez, respectivamente). A relação de aprilis com aperire (abrir) surgiu posteriormente,
na vigência do calendário de Numa Pompílio, que instituiu os meses de Janeiro e
Fevereiro, por ser Abril o mês da Primavera, em que "todas as coisas se abrem".
Nas modificações efectuadas por
Numa Pompílio no calendário de Rômulo, o ano civil tinha um erro de dez dias em
relação ao ano solar, por isso ele tentou corrigir o erro acrescentando um mês de dez
dias entre 23 e 24 de Fevereiro. Mas essa solução trouxe tantos problemas que, em 44
a.C., Júlio César resolveu modificar novamente o calendário, dando ao ano a duração
de 12 meses ou 365 dias, de acordo com o calendário egípcio. Foi um astrónomo de
Alexandria, chamado Sosígenes, que descobriu que o ano civil tinha seis horas menos que o
ano solar.
Assim, Roma instituiu que a cada
quatro anos seria acrescentado um dia em Fevereiro. O dia 24 de Fevereiro era chamado
"sexto das calendas", isto é, o sexto dia antes do dia primeiro, que era
chamado "calendas". Assim, com o dia adicional (acrescentado após o dia 24, com
a mesma numeração), houve dois sextos (=bissexto) das calendas.
A reforma que Carlos IX empreendeu
na França em 1564 provocou confusão, mas não foi responsável pela origem do dia das
mentiras. Carlos IX apenas obrigou os franceses a seguir o calendário Juliano (com o ano
começando a primeiro de Janeiro). Até então, e desde Carlos Magno, era o calendário de
Rômulo (com o ano começando a primeiro de Março) que vigorava na França.

Trabalho e pesquisa de Carlos Leite Ribeiro -
Marinha Grande - Portugal
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