Dia Mundial da
Doença de Parkinson

11 de Abril

          Em 11 de Abril de 1755 nasceu James Parkinson, o médico inglês que em 1817, pela primeira vez, identificou e descreveu os sintomas da doença, a qual, por esse motivo, recebeu o seu nome.
          A doença de Parkinson é do foro neurológico, sendo crónica, de evolução lenta e progressiva, na qual se perdem os mensageiros químicos produzidos pelo cérebro, responsáveis pelo controlo dos movimentos. Daí ser classificada entre as chamadas «doenças do movimento».
          A APDPK – Associação Portuguesa de Doentes de Parkinson, que existe desde 1984, comemora regularmente esta data, associando-se às suas congéneres que igualmente o fazem pelo mundo fora.
          Fonte:Jornal Região do Sul
         
É uma doença neurológica crónica e progressiva que afecta principalmente pessoas acima de 65 anos.
          Embora sua causa seja desconhecida, os sintomas da doença são resultantes, na maioria das vezes, da degeneração da substância negra, parte do cérebro que controla e modula os movimentos. Estima-se que cerca de 0,16% da população sofra hoje da doença no mundo.
         
         
A doença de Parkinson pode ser considerada uma das mais complexas desordens neurológicas, atinge aproximadamente 1% da população acima dos 60 anos. É uma doença do sistema nervoso central, que afecta as zonas do cérebro encarregadas do controle e da coordenação do movimento, do tónus muscular e da postura. A lentidão de movimentos e a falta de expressão facial são algumas das características iniciais.
          Quando os tremores começam, eles ficam mais evidentes em posição de descanso e em repouso. Levantar-se ou sentar-se numa cadeira ou na cama começa a ser feito com dificuldade e lentidão. Durante a marcha, os passos ficam curtos e arrastados e a cabeça tende a se abaixar, o que provoca a curvatura acentuada dos ombros e um desequilíbrio geral que pode causar quedas frequentes.
          No mundo das doenças, há uma grande variedade, cada uma delas com os seus sintomas ou mesmo com sintomas idênticos. A designação de doença de Parkinson, deve-se ao médico inglês James Parkinson pois, a primeira vez que falou dela foi em 1817, considerando-a como uma "paralisia agitante".
          A primeira cirurgia, em Portugal foi levada a cabo pela equipa de neurocirurgia do hospital de São João, no Porto, liderada pelo Professor Rui Vaz.
          Trata-se de uma operação pioneira, neste caso a um doente de 47 anos, e que demorou cerca de oito horas, além de ter envolvido uma equipa de 11 elementos.
          Durante a operação foi colocada uma pequena bateria no peito do doente cujo objectivo é gerar estímulos eléctricos que são depois levados ao cérebro do doente através de dois cabos colocados debaixo de pele. Na extremidade desse cabos estão dois eléctrodos colocados em dois núcleos profundos no cérebro. É da estimulação destes núcleos que resulta a melhoria dos sintomas da doença de Parkinson como a tremura e a rigidez muscular.
          De acordo com o neurocirurgião Rui Vaz, esta operação só deve ser feita nos casos em que o tratamento médico à base de fármacos deixa de actuar.

          Afinal o que é a Doença de Parkinson?
          Parkinson é uma doença degenerativa do sistema nervoso central que atinge, sobretudo, pessoas idosas. Caracteriza-se pela destruição de determinadas células nervosas que produzem uma substância chamada dopamina, essencial à coordenação motora. Os primeiros sintomas são rigidez muscular, tremor, ausência de mímica facial, diminuição do piscar, olhar fixo, e movimentos lentos.
          Esta doença não é contagiosa, mas tem uma evolução progressiva que necessita que o doente faça tratamento durante toda a vida. Embora a doença de Parkinson traga dificuldades no dia-a-dia, o doente deve continuar a fazer as suas actividades, até porque o isolamento é seu inimigo.
          As causas da doença ainda não estão totalmente clarificadas. Actualmente, os investigadores ainda não passaram das hipóteses. Perante isto, os efeitos desta doença são: o envelhecimento precoce, infecções por bactérias ou vírus, intoxicações...
          Apesar de não haver qualquer certeza, os investigadores predispõem que a degenerência das células pode ter origem num factor ambiental, ligado a uma disposição genética.
          Em relação à doença de Parkinson, calcula-se que, uma em cada mil pessoas sofra desta doença que se manifesta entre os 45 e os 65 anos. Pensa-se que, entre os 70 e os 80 anos, cerca de 1% da população sofre de Parkinson.
          A doença pode surgir nos homens e nas mulheres de forma igual, no entanto, há investigadores que defendem que os homens são mais atingidos. Os problemas desta doença raramente são notados pelos familiares, é quase sempre a pessoa afectada que dá conta dos primeiros sinais.
          No início os sintomas não são específicos, sendo eles tremores ligeiros dos braços, falta de destreza, sensação de lentidão. Como estes sintomas são também frequentes em outras doenças, as pessoas nem sempre conseguem identificar a doença de Parkinson.
          Para um diagnostico correcto da doença terão que existir os seguintes sintomas:
          Tremores (na maioria são sentidos nas extremidades do corpo);
          Rigidez (os doentes tendem a ficar com as costas inclinadas para a frentes, os braços colados ao corpo e os joelhos gradualmente flectidos);
          Lentidão dos Movimentos ( este é um sinal antecipado da doença. Os parkinsonianos tornam-se naturalmente imóveis, já que sente dificuldade ao iniciar qualquer movimento)
          Instabilidade Postural (posição curvada, pode levar a perder o equilíbrio, por vezes os doentes tropeçam e dão passos em falso).
          Para além destes habituais sintomas, podem também surgir outros tais como:
          Salivação excessiva;
          Transpiração abundante, sobretudo durante a noite,
          Distúrbios sexuais;
          Tensão arterial inferior ao normal;
          Perda de capacidades intelectuais, principalmente a nível da memória, da concentração e da compreensão;
          Problemas de humor: conscientes das suas limitações, cerca de metade dos doentes ficam deprimidos e ansiosos;
          Distúrbios digestivos e de prisão de ventre;
          Fadiga, que limita o doente nas suas actividades normais.
          A evolução desta doença é lenta, mas não tem cura. O doente, aos poucos, é obrigado a reduzir a sua actividade. Esta evolução não é igual de doente para doente. Relativamente à esperança de vida dos parkinsonianos, não é inferior à das pessoas saudáveis. O diagnóstico que é feito à doença de Parkinson é, na maior parte das vezes, através de um exame físico feito pelo médico. Não há exames específicos para diagnosticar esta doença. É importante que os médicos de clínica geral estejam devidamente informados, para que consigam identificar o problema, até porque, os primeiros sintomas não são muito específicos.
          Para iniciar o tratamento a esta doença é necessário ter em conta os seguintes aspectos:
          O nível de incapacidade;
          A forma clínica;
          A idade, o estado de saúde geral do doente e o ambiente que o rodeia.
          Estão disponíveis alguns medicamentos capazes de melhorar, significativamente, a maioria dos sintomas. A escolha do(s) medicamento(s) depende das condições de cada paciente, como a idade, sintomas predominantes e estágio da doença, cujas causas permanecem ainda desconhecidas.
          No tratamento é fundamental fornecer doses de medicamentos mais baixas possíveis, para que a sua eficácia se mantenha por um longo período, visto que ainda não existe uma cura para esta doença. O médico tem que jogar com a variedade de medicamentos existentes para a doença, de forma a que o paciente mantenha a qualidade de vida. Para além de tomar medicamentos, os parkinsonianos devem utilizar outros métodos. Entre eles:
          cinesiterapia - tem como função o movimento físico do paciente para assim combater a rigidez muscular;
          ergoterapia - tem como finalidade ajudar a melhorar a função motora, andar, vestir-se e a actividade mental.
          ortofonia ou terapêutica da fala - é necessária quando o doente é afectado por problemas de fala.
          A natação é uma das actividades também recomendada, porque ajuda na coordenação de movimentos e equilíbrio.
          Há que ter esperança, visto que a investigação científica não pára. Tem-se dedicado á experiência de novas técnicas de cura ou prevenção da doença, entre as quais se evidenciam:
          Um tratamento dito celular, tem como finalidade o implante de células fetais, por injecção no cérebro do doente, esperando que estas consigam produzir a dopamina necessária. Já foi utilizada esta técnica, mas não teve muito sucesso, por isso, o tratamento é considerado uma experiência;
          Um tratamento preventivo da doença de Parkinson, através da terapia genética. Esta tem como base a utilização de um adenovírus (um grupo de vírus) geneticamente modificado, com o objectivo de estimular a sobrevivência dos neurónios.
          Enquanto não existir um tratamento que cure ou previna a doença, é essencial que os médicos estejam atentos aos primeiros sinais. A detenção antecipada é muito importante. É fundamental não se desistir de lutar contra a doença, não se isolando do mundo que nos rodeia, apesar de nem sempre ser fácil. Há entre nós personalidades conhecidas que sofrem de Parkinson, sendo elas o actor norte-americano de 37 anos, Michael J. Fox, o Papa João Paulo II, Cassius Clay ou Mohammed Ali, um mítico pugilista norte-americano dos anos setenta.

          Uma Luz ao fundo do Túnel
          A inclusão de alimentos ricos em vitamina E na dieta diária poderá diminuir os riscos de desenvolver Parkinson, uma doença degenerativa do sistema nervoso central que compromete, sobretudo, o sistema motor. É, pelo menos, essa a conclusão de investigadores de três centros de estudo norte-americanos.
          Estudos anteriores a este - realizado por investigadores da Faculdade de Saúde Pública de Harvard, Hospital das Mulheres e Faculdade de Medicina de Harvard (EUA) - já sugeriam que a doença de Parkinson poderia estar associada a danos nas células cerebrais causados pelas oxidação. O processo através do qual o oxigénio é convertido em energia.
          Nesse sentido, também não é novidade que as vitaminas E, C e os carotenóides apresentam uma poderosa acção anti-oxidante que age na neutralização dos radicais livres - as partículas libertadas pela oxidação, e responsáveis pelos danos nas células. Porém, investigadores norte-americanos sugerem agora que a vitamina E - devido precisamente, ao seu poder anti-oxidante, pode evitar ou mesmo travar o desenvolvimento da doença de Parkinson.
          Vitamina E
          A vitamina E é conhecida pela sua acção anti-oxidante que previne, nomeadamente, o envelhecimento precoce, ajuda a baixar o colesterol e a prevenir doenças do coração.
          É possível encontrar a vitamina E anti-oxidante em frutos com as nozes, vegetais de folhas verdes, no gérmen de trigo, óleos, gordura do leite, gemas de ovo, etc.
          Cristina Serôdio – Intermediária do GAC de Jou
         
         
... CAFEÍNA
          Muito provavelmente a cafeína tem sido utilizada, por seus efeitos sobre o Sistema Nervoso Central, desde o período paleolítico (Barone e Roberts, 1984). Os relatos mais confiáveis, entretanto, referem que ela tem sido consumida há milénios. Os chineses já a consumiam no século IV a.C.
          Nossa cultura atual. reconhece que o café, tal como se conhece hoje, seja originário da Etiópia (antiga Abissínia), difundindo-se na península arábica através do Iémen e, dos árabes, para o resto do mundo.
          Na Europa o café foi mais fortemente introduzido a partir do século XVI pelos espanhóis e holandeses, no período das conquistas ultramarinas (James,...1997). Antes disso o café era consumido de maneira restrita e a bebida nobre era o chá.
          A inclinação periódica de desqualificar o café, muitas vezes em favor do chá, é igualmente antiga. Um fato curioso ocorreu com o rei sueco Gustavo II. O monarca considerava o café uma bebida revolucionária e uma ameaça a civilização. Por causa disso idealizou uma experiência para mostrar as consequências do uso do produto: um prisioneiro condenado à morte seria forçado a beber café diariamente até morrer, enquanto outro condenado beberia chá. Por ironia, os médicos responsáveis pelo estudo morreram primeiro, seguidos pelo assassinato do rei. Quanto aos prisioneiros, o primeiro a falecer foi o bebedor de chá, aos 83 anos (Messias,...2001).
          Ver Cafeína para profissionais da área
          Ver Bibliografia Suicídio e Tranquilizantes
          Fluoxetina no TOC infantil
          Lítio-terapia
          Serotonina
          Convulsoterapia
          Envelhecimento:
          Melatonina
          DHEA
          Pró-hGH
         
          CAFEÍNA
          A cafeína, quimicamente conhecida por 1,3,7-trimetilxantina, é o ingrediente ativo do café, mas pode estar presente em muitas comidas e bebidas. Essa substância pertence ao grupo de compostos das metilxantinas, onde se inclui também o chá. As xantinas são substâncias capazes de estimular o sistema nervoso, produzindo certo estado de alerta de curta duração.
          Além do café, a cafeína também é encontrada em outras bebidas, em proporções menores, tais como naquelas bebidas contendo cacau, cola, chocolate, além do chá e de alguns remédios do tipo analgésico ou contra gripes. Devido à diversidade de produtos que contém cafeína, presente em mais de 60 espécies de plantas do mundo, ela é, seguramente, a droga psicoativa mais popular no mundo (Glass,...1994; Palfai e Jankiewiez, 1991).
          A cafeína é mesmo a substância estimulante de maior consumo em todo mundo. Só nos Estados Unidos, calcula-se que a média de ingestão diária por pessoa seja superior a 150mg, o equivalente a 3,5 kg de café por ano por pessoa.
          Considerando que a cafeína está presente no café, chá, chocolates, refrigerantes à base de cafeína ou medicamentos, pode-se dizer que cerca de 80% da população geral faz uso dessa substância diariamente, embora seja muito difícil quantificar seu consumo (Strain & Griffiths, 2000). Nas últimas décadas, devido ao aumento do consumo de refrigerantes do tipo cola, tem crescido o consumo de cafeína, sobretudo entre os adolescentes.
          De todos os estudos publicados até agora sobre a cafeína, não se pode extrair de forma incontestável, dados que comprovem que essa substância apresenta perigos ao organismo (Boa Saúde). Ao lado de muitas recomendações médicas, técnicas e científicas na direcção de se evitar consumir a cafeína em excesso, a substância pode até actuar de forma terapêutica e ser consumida com a devida prescrição médica.
          Níveis de cafeína por volume
          Café Expresso (2 xícaras)250 a 330 mg
          Café descafeinado1 - 5 mg
          Café preparado por decantação40 - 170 mg
          Café preparado por gotejamento60 - 180 mg
          Café solúvel30 - 120 mg
          Chá preparado20 - 110 mg
          Chá instantâneo25 - 50 mg
          Chocolate2 - 20 mg
          Coca Cola45 mg
          Diet Coke45 mg
          Pepsi Cola40 mg
          Refrigerantes diversos2 - 20 mg
          Medicamentos analgésicos30 - 200 mg
          Remédios para resfriados30 - 100 mg
          A Cafeína no Mundo
          Erick Messias cita que, na Inglaterra, em 1676, o rei Charles II não teve sucesso em tentar proibir as casas que serviam café, enquanto que, na França, os cafés se tornariam locais de reunião dos intelectuais. Consta que os cafés franceses contavam com frequentadores famosos, como Robespierre, Victor Hugo, Voltaire, Napoleão e Rousseau.
          Hoje a cafeína é consumida regularmente por bilhões de pessoas no mundo, configurando diversas e variadas práticas culturais, sendo até vital para algumas economias. Os países latinos têm, tradicionalmente, o hábito de tomar café mais concentrado, com maior teor de cafeína, enquanto os americanos preferem o café bem mais diluído, de preferência descafeinado. De modo geral, fora o Brasil e Cuba, os maiores produtores de café, a Grã-Bretanha, a Itália, a Escandinávia e os EUA são os maiores consumidores de cafeína do mundo (Strain & Griffiths, 2000; James,...1997).
          Efeitos da Cafeína
          Sistema Nervoso Central
          A cafeína é um estimulante do Sistema Nervoso Central. Penetrando na corrente sanguínea atinge o córtex cerebral exercendo aí seus efeitos. O que se percebe, inicialmente, é uma espécie de revigoramento e diminuição do sono e da fadiga.
          No Sistema Nervoso Central, mais precisamente, no Sistema Nervoso Autónomo, o sistema de neurotransmissão baseado no neurotransmissor adenosina age como redutor da frequência cardíaca, da pressão sanguínea e da temperatura corporal. Normalmente é o que acontece quando somos acometidos pela sensação de cansaço, torpor e sono. A cafeína exerce uma acção inibidora sobre esses receptores do neurotransmissor adenosina, situados nas células nervosas. Por isso dá-nos uma sensação de revigoramento, diminuição do sono e da fadiga.
          Por outro lado, a cafeína exerce um efeito sobre a descarga das células nervosas e a liberação de alguns outros neurotransmissores e hormónios, tais como a adrenalina. Ela age também sobre aumento da secreção da enzima lipase, uma lipoproteína que mobiliza os depósitos de gordura para utilizá-los como fonte de energia no lugar do glicogénio muscular. Esse efeito de poupar o glicogénio, torna o corpo mais resistente à fadiga.
          Uma xícara de café forte costuma produzir em poucos minutos, um aumento da acuidade mental e sensorial, além de elevar o nível de energia, tornando a pessoa mais alerta e proporcionando bem-estar.
          Uma xícara comum de café contém cerca de 50 a 150 miligramas de cafeína, enquanto uma xícara de chá ou de refrigerantes a base de cola tem entre 35 a 50 miligramas. O café coado tem menos teor de cafeína que o café sírio, por exemplo, que não se filtra, ficando o pó assentado no fundo do recipiente e muito menos que o café expresso (sob pressão de vapor). Este último tem maior proporção de cafeína, consequentemente produz um maior estado energético. Assim consumido e, frequentemente, e em altas doses, a cafeína pode vir a provocar uma dependência moderada em certas pessoas.
          Em doses muito elevadas a cafeína pode provocar a liberação espontânea de íons cálcio dentro do músculo, desencadeando pequenos tremores involuntários, aumento da pressão arterial e da frequência cardíaca.
          Em medicina, a cafeína tem sido usada para reactivar padrões deprimidos de respiração, como terapêutica auxiliar no tratamento de dores, principalmente de cabeça e enxaqueca. Mais recentemente a cafeína tem sido usada como coadjuvante em muitos remédios para o dor, controle do peso, alívio de alergias e para melhorar o estado de alerta (Barone e Roberts, 1984).
          Sistema Cardiovascular
          Duas a três xícaras de café forte (aproximadamente 250 mg de cafeína), numa pessoa que não faz uso regular da bebida, pode causar aumento da frequência cardíaca (taquicardia). Em alguns casos pode haver sensação de palpitação produzida pela ocorrência de extra-sístoles.
          Há também maior probabilidade de haver um aumento da pressão sanguínea desencadeada pela cafeína, juntamente com vasodilatação e aumento do fluxo sanguíneo para os tecidos em geral, incluindo as coronárias.
          Os vasos sanguíneos cerebrais, por sua vez, apresentam diminuição do calibre. Essa vasoconstricção cerebral é a propriedade que justifica o emprego da cafeína no tratamento de crises de enxaqueca, onde a vasodilatação existente é responsável pelo quadro, e é combatida pela cafeína.
          Entretanto, tudo isso pode ser modificado com o uso regular da cafeína. Essa mudança de resposta do organismo aos efeitos da cafeína dá-se pelo desenvolvimento de uma tolerância à substância, a partir da qual ela não causa mais qualquer tipo de alteração na pressão sanguínea, na frequência cardíaca e no fluxo de sangue aos tecidos.
          Sistema Respiratório
          A cafeína possui dois efeitos importantes no sistema respiratório. Ela estimula os neurónios do centro respiratório do cérebro proporcionando um aumento discreto da frequência e a intensidade da respiração, juntamente com um efeito local nos brônquios, produzindo um satisfatório efeito broncodilatador. Essas propriedades sugerem benefícios no consumo regular de cafeína por pacientes asmáticos.
          Sistema Genitourinário
          A ingestão aguda de cafeína produz um moderado aumento no volume de urina e na excreção urinária de sódio, diminuindo a reabsorção de sódio e de água nos túbulos renais. Assim sendo ela tem algum efeito diurético que pode ser útil no alívio de cólicas menstruais (dismenorréia) produzidas pela retenção de líquidos. Esse efeito de alívio na dismenorréia e realçado pelos efeitos analgésicos da substância.
          Sistema Digestivo
          A cafeína estimula a secreção gástrica de ácido clorídrico e da enzima pepsina no ser humano, em doses a partir de 250 mg (duas xícaras de café forte). Essa característica da cafeína a contra-indica em pacientes com úlcera digestiva. Entretanto, em pessoas sem nenhuma patologia digestiva a cafeína não tem sido associada a um maior risco de úlcera péptica. Essa associação ainda não foi definitivamente investigada e esclarecida através de pesquisas clínicas convincentes.
          Sitema Endócrino
          A cafeína tem sido associada à um aumento nos níveis de ácidos graxos livres no sangue, portanto, funcionaria como uma substância capaz de mobilizar gorduras. Esse efeito não teria influência da tolerância, ou seja, ele se observaria tanto em pessoas que usam cafeína esporadicamente, como nos usuários crónicos.
          O efeito termogénico, de aumento dos níveis de ácidos graxos, ocorre devido a uma mobilização das gorduras de seus depósitos (lipólise), muito provavelmente em consequência da acção da cafeína como antagonista dos efeitos da adenosina no tecido adiposo. Actualmente já existem evidências de que possa ter algum efeito da cafeína no emagrecimento de pessoas obesas, principalmente quando ingerida junto com as refeições.
          Ainda em relação ao Sistema Endócrino, a ingestão de cafeína por uma pessoa que não faça uso regular da mesma, pode causar um aumento dos níveis de alguns hormónios, como a renina, as catecolaminas, a insulina e o hormónio da paratireóide. Estes efeitos, entretanto, como acontece no fenómeno da tolerância, não ocorrem na pessoa que faz uso regular da substância devido à adaptação do organismo à mesma.
          Muitos usos terapêuticos para a cafeína têm sido propostos, como para a inseminação artificial no caso de espermatozóides hipocinéticos, dores de cabeça, Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, Doença de Parkinson, Dermatite Atópica e Apnéia Neonatal.
          A possível acção antineoplásica da cafeína necessita de pesquisas adicionais, pois a cafeína poderia ter um importante papel protegendo fumantes contra o câncer de pulmão. A cafeína pode ser de algum benefício no tratamento da dermatite atópica. Uma das aplicações terapêuticas para a qual a cafeína possui seu maior potencial é no tratamento da Apnéia Respiratória Neonatal.
          Efeitos Benéficos
          Mal de Parkinson
          O café (ou a cafeína) pode ajudar a deter a Doença de Parkinson ou mesmo preveni-la. Mas, tendo em vista o ainda reduzido número de trabalhos sobre esse tema (43 trabalhos referidos pela Medline), não se sabe o suficiente para poder recomendar com bastante segurança, o aumento do consumo de café como medida preventiva para a Doença de Parkinson.
          A Doença de Parkinson causa tremores musculares e fraqueza, afecta cerca de uma pessoa em cada 200, em todo o mundo, mais comumente idosos. Entre as vítimas mais famosas encontram-se, actualmente, o papa João Paulo II (já falecido), o ex-boxeador Muhammad Ali e o ator Michael J. Fox.
          Alguns estudos atuais têm sugerido, fortemente, que a cafeína pode estar relacionada à prevenção da Doença de Parkinson. Entre esses estudos destacamos três, um de Ross e colaboradores, de 2000, mostrando um efeito protector da cafeína sobre o desenvolvimento da Doença de Parkinson, e dois trabalhos, de 2001, corroborando esses resultados.
          O estudo de Ross (2000) enfocou dados colhidos durante 30 anos de 8.004 homens participantes de um programa cardíaco e descobriu que, quem não bebia café tinha um risco de desenvolver a Doença de Parkinson cinco vezes maior do que as pessoas que consumiam cinco ou mais xícaras de café por dia.
          Ascherio e colaboradores (2001), estudaram uma população de 47.351 homens e 88.565 mulheres sem Doença de Parkinson, mediante a aplicação de um detalhado questionário dietético sobre o estilo de vida, actualizando-os a cada dois ou quatro anos. Os resultados apontaram para um possível efeito protector de doses moderadas da cafeína no desenvolvimento da Doença de Parkinson.
          Também em 2001, Chen e colaboradores elaboraram estudos epidemiológicos associando o consumo de cafeína e Doença de Parkinson. Os dados de Chen estabelecem uma base neurológica potencial para a associação inversa da cafeína com o desenvolvimento da Doença de Parkinson, ou seja, quanto mais presente estava a cafeína na vida da pessoa, menores eram as possibilidades dessa doença. A cafeína actuaria impedindo os deficits dopaminérgicos característicos da Doença de Parkinson.
          Dores de Cabeça
          A cafeína, por ter a propriedade de contrair os vasos sanguíneos, compensa a dilatação dos vasos sanguíneos do crânio que normalmente causa a dor de cabeça, aliviando esse desagradável sintoma. Além disso, a cafeína parece potencializar os efeitos de outros analgésicos além de melhorar as dores de cabeça por razões emocionais.
          Seymour Diamond (2001), realizou estudo com 301 pessoas que sofrem de dor de cabeça (cefaleia) freqüente, mostrou que uma dose de cafeína também pode ajudar a tratar a cefaleia comum associada à tensão e atingir resultados ainda melhores se combinada com ibuprofeno.
          Da população pesquisada, 80% dos que tomaram a combinação de ibuprofeno com cafeína verificaram que as dores melhoraram significativamente em seis horas, comparadas a 67% que tomaram somente ibuprofeno.
          Os pacientes que receberam ibuprofeno associado à cafeína tiveram um alívio da dor quase uma hora antes dos pacientes que tomaram apenas ibuprofeno. Esses pacientes pesquisados por Diamond apresentavam dores de cabeça associadas à tensão, conhecidas como cefaleias por tensão, de 3 a 15 vezes por mês.
          Feldman (1994), recomenda que pacientes portadores de cefaleia tipo enxaqueca, crónica, pararem de tomar café por um algum tempo, com o objectivo de "limpar o organismo" para, quando estiverem sofrendo uma crise de enxaqueca e não quiserem tomar algum outro tipo de remédio, possam servir-se de duas xícaras de café bem forte para obter alívio.
          Melhora da Atenção
          Sabe-se, há tempos, que substâncias estimulantes podem melhorar a atenção. Warburton (2001) pesquisou o efeito de alguns estimulantes, entre eles a cafeína, sobre os níveis de atenção, com resultados bastante positivos.
          Em pacientes portadores de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (veja) o uso de estimulantes, notadamente a cafeína, tem desempenhado um efeito próximo de brilhante (Riccio,...2001). Nesse transtorno estaria prejudicada a atenção voluntária (e selectiva) por um excesso de atenção expontânea (aumento da vigilância e prejuízo da tenacidade). A cafeína teria um possível efeito nos mecanismos frontais do controle, isto é, melhorando a atenção focalizada (expontânea) e favorecendo uma maior selectividade do objecto a dedicar atenção (Ruijter,...2000).
          Alguns trabalhos estudaram os efeitos da cafeína na melhora da atenção para dirigir veículos em pessoas que haviam ingerido álcool. Os resultados, embora apontem alguma melhora da atenção, não diminuem satisfatoriamente os efeitos danosos do álcool em relação aos reflexos (Liguori,...2001).
          A área cerebral envolvida com atenção e alerta é o tálamo. Experiências com Ressonância Magnética Funcional mostram alterações na função do tálamo depois do estímulo que solicita atenção e alerta selectivo (atenção voluntária). Também se percebem alterações na função dessa área do cérebro depois da administração de cafeína (Portas,...1998).
          Um dos trabalhos expressivos sobre a relação da cafeína com a atenção é o de Bernstein e colaboradores (1998). Nesse estudo, os autores avaliam a qualidade do rendimento escolar em crianças escolares após uma dieta livre de cafeína, em comparação com o rendimento antes da retirada.
          Houve uma deterioração significativa no tempo de resposta de um teste contínuo de desempenho e atenção com a retirada da cafeína. Essa deterioração no tempo de resposta parece ter persistido por 1 semana. A conclusão de Bernstein foi de que, 24 horas depois das crianças interromperem o uso da cafeína, houve uma importante diminuição no desempenho e no tempo de reacção de uma tarefa que requer a atenção expontânea.
          Para a desatenção típica do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade o metilfenidato (Ritalina) tem sido bastante eficaz. Como opção ao metilfenidato são usados também os antidepressivos tricíclicos (amitriptilina, por exemplo). A acção da cafeína para tratamento desse transtorno, não tem merecido crédito actualmente mas, a despeito da literatura, na prática clínica se observa um efeito muitíssimo gratificante que algumas crianças.
          Apnéia do Recém Nascido
          A apnéia é o distúrbio respiratório mais frequente no período neonatal. Define-se Apnéia como a parada de respiração com duração superior a 5 segundos. A apnéia será patológica se for seguida de diminuição dos batimentos cardíacos (bradicardia) e palidez da pele (cianose).
          Na maioria das vezes, a apnéia é uma ocorrência isolada, mas que pode colocar o recém-nascido em risco de vida, quando não é prontamente reconhecida e adequadamente tratada. Frequentemente a Apnéia Neionatal ocorre em crianças com baixo peso (inferior a 2.500g) e prematuros mas, excepcionalmente, a apnéia grave também pode ocorrer no recém-nascido de tempo normal e com peso normal (Andrade Lopes,...2001).
          Embora o tratamento oficialmente reconhecido da Apnéia Neonatal seja com Teofilina, em alguns centros do mundo a cafeína tem sido a droga de escolha (Henderson-Smart, 2000). A cafeína tem como vantagens, sobre a teofilina, uma meia vida maior, podendo ser administrada a cada 24h e com menos efeitos colaterais. No Brasil existe a solução ou pó de cafeína para uso via oral. Alguns autores recomendam a administração de cafeína naqueles recém-nascidos que, mesmo em uso de teofilina, ainda estão apresentando apnéias.
          Rendimento Físico
          O Comité Olímpico Internacional (COI) proíbe altas doses de cafeína no organismo. Atletas olímpicos com mais de 12mg de cafeína por mililitro de urina podem ser desqualificados da competição. Isto equivaleria a 4 canecas de 280ml de café fraco; 16 refrigerantes a base de colas; 25 antigripais, etc, de qualquer forma, esses padrões correspondem a altíssimas doses (FitFazio, 2000).
          Corredores que tiveram a cafeína equivalente a 2 xícaras de café (330 mg cafeína) uma hora antes do exercício, correram 15 minutos mais do que quando eles se exercitavam sem a cafeína.
          O efeito da cafeína na performance dos exercícios deve-se, provavelmente, à diferença na percepção do cansaço, ou seja, ela teria um papel ergogénico no desempenho do exercício alterando a percepção neural do esforço e da disponibilidade física (Costil,...1978, Cole,...1996).
          Outro estudo em ciclistas que usaram 2,5 gramas de cafeína por quilo de peso corporal, mostrou que eles se exercitaram 29% a mais que o grupo controle sem cafeína (Trice,...1995).
          Pesquisas não mostram, entretanto, qualquer efeito da cafeína sobre a força muscular máxima ou sobre as contrações musculares voluntárias. Seu efeito, entretanto, estaria na capacidade de retardar a fadiga, possivelmente devido à sua influência sobre a sensibilidade das miofibrilas ao íon cálcio (FitFazio, 2000).
         
         
Caminhar faz bem
          Hábito de caminhar faz bem aos idosos, dizem especialistas
          O hábito de caminhar pode estar relacionado a uma redução do risco de pessoas idosas desenvolverem demência, afirmam estudos feitos nos Estados Unidos.
          Cientistas da Universidade da Virgínia analisaram 2 mil homens com mais de 71 anos e concluíram que aqueles que andam menos correm um risco duas vezes maior de desenvolver a enfermidade.
          O outro estudo foi feito por pesquisadores da Universidade de Harvard com 18 mil mulheres com idades superiores a 70 anos e conclui que as que fazem exercícios obtêm melhores resultados em testes de agilidade mental.
          Os resultados das duas pesquisas foram divulgados em artigos publicados na revista da Associação Médica Americana.
          Baixa intensidade
          Pesquisas anteriores já haviam encontrado uma relação entre actividade física e menores riscos de demência, mas não se sabia se isso valia também para exercícios de baixa intensidade, como a caminhada.
          Para tirar esta dúvida, os cientistas da Universidade da Virgínia analisaram as distâncias que os pesquisados andavam todos os dias entre 1991 e 1993.
          Em dois períodos subsequentes – entre 1994 e 1996 e entre 1997 e 1999 – uma série de avaliações foram feitas para estimar quantos dos 2 mil participantes haviam desenvolvido demência.
          O resultado foi que, após terem sido feito ajustes para levar em conta as diferentes idades dos pacientes, aqueles que andavam menos de 400 metros por dia experimentavam uma chance 1,8 vez maior de ter demência do que os que andavam mais que 3,2 km diários.
          A relação permaneceu mesmo depois que foram levados em consideração outros factores, como a possibilidade de que a redução da actividade física fosse resultante de um declínio motivado pela demência antes que ela tivesse sido detectada.
          "Este estudo sugere que caminhadas e estilos de vida activos em geral estão associados com uma redução no risco de demência", disseram os pesquisadores em seu estudo.
          Mas eles ressaltaram que ainda não está claro por que existe tal relação.
          Mais jovem
          No estudo feito com a amostra de 18 mil mulheres, iniciado em 1986, os pesquisadores concluíram que níveis mais elevados de exercícios físicos estão ligados a melhores performances cognitivas.
          As mulheres preencheram questionários a cada dois anos.
          As que estavam no grupo das mais activas tinham melhores performances e também uma possibilidade 20% menor de apresentarem problemas cognitivos.
          "Os efeitos aparentes de uma maior actividade física foram similares em seu alcance ao de ser três anos mais jovem", afirmaram os pesquisadores em seu estudo.

Trabalho e pesquisa de Carlos Leite Ribeiro - Marinha Grande - Portugal
                                                                                                             

 

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