
Dia Internacional da
União Europeia
09 de Maio |


A União Europeia iniciou-se após a 2ª guerra Mundial. O nosso continente necessitava de
paz e de uma urgente reconstrução. Em 1950 , Jean Monnet propõe ao seu amigo Robert
Schuman, então ministro francês dos negócios estrangeiros, a criação de uma entidade
que gerisse em comum a produção franco-alemã do aço e do carvão. Assim a rivalidade
entre dois países, teria mais dificuldade em exprimir-se.
Foi então no dia 9 de Maio (Dia da
Europa) de 1950, que a França propôs à Alemanha e a mais quatro países europeus, a
criação dessa entidade: assim nasceu CECA (Comunidade Europeia do Carvão e do Aço) em
1952.
Em 1958, surge a CEE - Comunidade
Económica Europeia - e a CEEA - Comunidade Europeia da Energia Atómica.
Em 1973 aderiram à CEE, o Reino
Unido, a Dinamarca e a Irlanda. Em 1981 aderiu a Grécia, Portugal e a Espanha em Janeiro
de 1986. Pouco depois em 1987, entrava em vigor o Acto Único Europeu, no qual se previa a
realização do mercado interno até 31 de Dezembro de 1992.
O "célebre" Tratado da
União Europeia (ou de Maastricht) entrou em vigor em Janeiro de 1994 e com ele a
Comunidade Europeia passou a ser uma União.
Em 1995, aderiram a Áustria, a
Finlândia e a Suécia. 1996 é o ano do início da Conferência Intergovernamental para
revisão do Tratado.
E finalmente no ano 2000 a
criação da União Económica e Monetária, com a moeda única em destaque e a
possibilidade de alargamento a novos países, em especial os do Leste europeu.
A Europa pode-se considerar como um
mar com horizontes, a prometer um Mundo em paz e bem-estar para todos. Apesar das
diferenças nas culturas, nas tradições e nas experiências, partilham a mesma vontade
de viver em paz, de melhorar as condições de vida e de trabalho e de contribuir para
criar um mundo mais justo.
Em 9 de Maio de 1950, Robert
Schuman apresentou uma proposta de criação de uma Europa organizada, requisito
indispensável para a manutenção de relações pacíficas.
Esta proposta, conhecida como
"Declaração Schuman", é considerada o começo da criação do que é hoje a
União Europeia.
O dia 9 de Maio tornou-se um
símbolo europeu (Dia da Europa) que, juntamente com a moeda única (o Euro), a bandeira e
o hino identificam a entidade política da União Europeia. O Dia da Europa constitui uma
oportunidade para desenvolver actividades e festejos que aproximam a Europa dos seus
cidadãos e os povos da União entre si.

UE tem agora 25 países. Muitos de
seus 450 milhões de habitantes festejaram nas ruas o passo histórico que pôs fim ao
carácter ocidental da comunidade. Sindicatos aproveitam 1º de maio para advertir das
consequências para mercado de trabalho.
Com a integração de oito países
do Leste Europeu e dois formados por ilhas mediterrâneas, a União Europeia deu um passo
histórico neste 1º de maio. A ampliação põe fim ao caráter ocidental da comunidade,
nascida há 47 anos como área de livre comércio, e encerra a divisão do Velho
Continente, gerada com a Segunda Guerra Mundial.
Ao encontrar-se pela manhã com os
primeiros-ministros da Polónia, Leszek Miller, e da República Tcheca, Vladimir Spidla,
em Zittau, na Saxônia, próximo à fronteira trinacional, o chanceler federal da
Alemanha, Gerhard Schröder, declarou que a ampliação da UE para o Leste é sobretudo
uma contribuição para a paz na Europa.
À tarde, os chefes de Estado e
governo dos 15 veteranos da UE, mais os dos 10 novatos e dos três candidatos a uma futura
inclusão (Roménia, Bulgária e Turquia) reuniram-se em Dublin, capital da Irlanda, para
a cerimônia oficial. Agora, as bandeiras da Estónia, Letónia, Lituânia, Polónia,
República Checa, Eslováquia, Eslovénia, Hungria, Malta e Chipre tremulam junto às da
Alemanha, França, Grã-Bretanha, Espanha, Itália, Portugal, Holanda, Bélgica, Áustria,
Dinamarca, Suécia, Grécia, Luxemburgo, Finlândia e Irlanda.
Muita festa durante a noite
e a manhã
As principais cenas de
confraternização popular foram vistas nas fronteiras entre Alemanha, Áustria e Itália
com os novos países membros do Leste Europeu. Várias cidades promoveram festas
populares, com shows de música e queima de fogos, actos públicos e cerimónias, desde a
noite de sexta-feira até o fim do sábado.
Na Alemanha, as atenções à noite
estiveram voltadas para Frankfurt do Oder, na fronteira com a Polónia. À zero hora do
sábado, o ministro do Exterior, Joschka Fischer, deu as boas-vindas à UE a seu colega
polonês, Wlodzimierz Cimoszewicz, na ponte que liga a cidade alemã a vizinha Slubice.
Uma multidão teuto-polonesa comemorou junto o momento histórico.
A festa no litoral, em Ahlbeck,
também atraiu muita gente. Mais de 20 mil pessoas acompanharam à meia-noite um
motoqueiro atravessar a fronteira entre os dois países, equilibrando-se sobre um cabo de
aço a 60 metros de altura, levando a bandeira azul estrelada da UE para o novo associado.
As cidades de Görlitz e Zgorzelec,
por sua vez, optaram por promover um café da manhã de confraternização na ponte sobre
o Rio Neisse. Na Baviera, o centro das comemorações foi em Eisenstein. Dividida desde o
século 18, os cidadãos alemães e checos deram fim à cerca que separava seus países.
Advertências nos comícios
do Dia do Trabalho
Em suas celebrações do
Dia do Trabalhador, os sindicatos alemães também saudaram a ampliação da União
Europeia, mas advertiram os empresários de qualquer aproveitamento da nova situação
para mexer em conquistas trabalhistas.
"Vamos nos colocar no meio do
caminho se houver uma espiral por salários baixos, jornadas de trabalho mais longas e
direitos do século 19", afirmou o presidente da Confederação dos Sindicatos
Alemãs (DGB), Michael Sommer, em Berlim.
Em Leipzig, o presidente do
sindicato dos prestadores de serviços Verdi, Frank Bsirske, defendeu o estabelecimento
por lei de um salário mínimo na Alemanha, para conter tentativas de baixar as
remunerações. O líder do maior sindicato do país argumentou que outros países da UE
já implementaram salários mínimos que variam de 1200 a 1300 euros.
Na cerimónia da ampliação em
Eisenstein, o governador da Baviera igualmente falou dos riscos da nova UE. O
social-cristão Edmund Stoiber disse que a Alemanha precisa preparar-se melhor para
enfrentar os novos concorrentes. Ao mesmo tempo, criticou a política fiscal de alguns dos
novatos.
"Não se pode permitir que os
novos membros usem as subvenções da UE para manter baixos seus impostos e assim atrair
empresas." O conservador sugeriu uma harmonização das alíquotas tributárias na
União Europeia.
Ao verem nas agendas e nos
calendários o dia 9 de Maio identificado como "Dia da Europa", muitas pessoas
interrogam-se sobre o que se terá passado nessa data e em que ano terá tido lugar esse
acontecimento.
Com efeito, poucos cidadãos
europeus sabem que a 9 de Maio de 1950 nasceu a Europa comunitária, numa altura em que,
devemos recordá-lo, a perspectiva de uma terceira guerra mundial angustiava toda a
Europa.
Nesse dia, em Paris, a imprensa foi
convocada para as dezoito horas no Salon de l'Horloge do Quai d'Orsay, quartel-general do
Ministério dos Negócios Estrangeiros francês, para uma "comunicação da maior
importância".
As primeiras linhas da declaração
de 9 de Maio de 1950, redigida por Jean Monnet, comentada e lida à imprensa por Robert
Schuman, Ministro dos Negócios Estrangeiros da França, dão imediatamente uma ideia da
ambição da proposta: "A paz mundial não poderá ser salvaguardada sem uma
criatividade à medida dos perigos que a ameaçam". "Através da colocação em
comum de produções de base e da instituição de uma Alta Autoridade nova, cujas
decisões ligarão a França, a Alemanha e os países que a ela aderirem, esta proposta
constituirá a primeira base concreta de uma federação europeia, indispensável à
preservação da paz".
Era assim proposta a criação de
uma instituição europeia supranacional, incumbida de gerir as matérias-primas que nessa
altura constituíam a base do poderio militar, o carvão e o aço. Ora, os países
convidados a renunciar desta forma ao controlo exclusivamente nacional destes recursos
fundamentais para a guerra, só há muito pouco tempo tinham deixado de se destruir
mutuamente num conflito terrível, de que tinham resultado incalculáveis prejuízos
materiais e, sobretudo, danos morais: ódios, rancores e preconceitos.
Assim, tudo começou nesse dia,
razão que levou os Chefes de Estado e de Governo, na Cimeira de Milão de 1995, a
decidirem celebrar o 9 de Maio como "Dia da Europa".
Os diversos países, ao decidirem
democraticamente aderir à União Europeia, adoptam os valores da paz e da solidariedade,
pedra angular do edifício comunitário.
Estes valores concretizam-se no
desenvolvimento económico e social e no equilíbrio ambiental e regional, únicos
garantes de uma repartição equilibrada do bem-estar entre os cidadãos.
A Europa, enquanto conjunto de
povos conscientes de pertencerem a uma mesma entidade que abrange culturas análogas ou
complementares, existe já há séculos. No entanto, a consciência desta unidade
fundamental, enquanto não deu origem a regras e a instituições, não pôde evitar os
conflitos entre os países europeus. Ainda hoje, alguns países que não fazem parte da
União Europeia não estão ao abrigo de tragédias terríveis.
Como qualquer obra humana desta
envergadura, a integração da Europa não se constrói num dia, nem em algumas décadas:
as lacunas são ainda numerosas e as imperfeições evidentes. A construção iniciada
imediatamente a seguir à II Guerra Mundial foi muito inovadora: o que nos séculos ou
milénios precedentes podia assemelhar-se a uma tentativa de união, foi na realidade o
fruto de uma vitória de uns sobre os outros. Estas construções não podiam durar, pois
os vencidos só tinham uma aspiração: recuperar a sua autonomia.
Hoje ambicionamos algo
completamente diferente: construir uma Europa que respeite a liberdade e a identidade de
cada um dos povos que a compõem, gerida em conjunto e aplicando o princípio segundo o
qual apenas se deve fazer em comum o que pode ser mais bem feito dessa forma. Só a união
dos povos pode garantir à Europa o controlo do seu destino e a sua influência no mundo.
A União Europeia está atenta aos
desejos dos cidadãos e coloca-se ao seu serviço. Conservando a sua especificidade, os
seus hábitos e a sua língua, todos os cidadãos se devem sentir em casa na "pátria
europeia", onde podem circular livremente.
Declaração Schuman de 9
de Maio de 1950
Este é o texto integral
da proposição, apresentada por Robert Schuman, Ministro Françês dos Negócios
Estrangeiros, e que levou à criação da União Europeia :
A paz mundial não poderá ser
salvaguardada sem esforços criadores à medida dos perigos que a ameaçam.
A contribuição que uma Europa
organizada e viva pode dar à civilização é indispensável para a manutenção de
relações pacificas. A França, ao assumir -se desde há mais de 20 anos como defensora
de uma Europa unida, teve sempre por objectivo essencial servir a paz. A Europa não foi
construída, tivemos a guerra.
A Europa não se fará de um golpe,
nem numa construção de conjunto: far-se-à por meio de realizações concretas que criem
em primeiro lugar uma solidariedade de facto. A união das nações europeias exige que
seja eliminada a secular oposição entre a França e a Alemanha.
Com esse objectivo, o Governo
francês propõe actuar imediatamente num plano limitado mas decisivo.
O Governo francês propõe
subordinar o conjunto da produção franco-alemã de carvão e de aço a uma Alta
Autoridade, numa organização aberta à participação dos outros países da Europa.
A comunitarização das produções
de carvão e de aço assegura imediatamente o estabelecimento de bases comuns de
desenvolvimento económico, primeira etapa da federação europeia, e mudará o destino
das regiões durante muito tempo condenadas ao fabrico de armas de guerra, das quais
constituíram as mais constantes vítimas.
A solidariedade de produção assim
alcançada revelará que qualquer guerra entre a França e a Alemanha se tornará não
apenas impensável como também materialmente impossível. O estabelecimento desta
poderosa unidade de produção aberta a todos os países que nela queiram participar, que
permitirá o fornecimento a todos os países que a compõem dos elementos fundamentais da
produção industrial em idênticas condições, lançará os fundamentos reais da sua
unificação económica.
Esta produção será oferecida a
todos os países do mundo sem distinção nem exclusão, a fim de participar no aumento do
nível de vida e no desenvolvimento das obras de paz. [...]
Assim se realizará, simples e
rapidamente, a fusão de interesses indispensáveis para o estabelecimento de uma
comunidade económica e introduzirá o fermento de uma comunidade mais larga e mais
profunda entre países durante muito tempo opostos por divisões sangrentas.
Esta proposta, por intermédio da
comunitarização de produções de base e da instituição de uma nova Alta Autoridade
cujas decisões vincularão a França, a Alemanha e os países aderentes, realizará as
primeiras bases concretas de uma federação europeia indispensável à preservação da
paz.
O Governo francês, a fim de
prosseguir a realização dos objectivos assim definidos, está disposto a iniciar
negociações nas seguintes bases.
A missão atribuída à Alta
Autoridade comum consistirá em, nos mais breves prazos, assegurar: a modernização da
produção e a melhoria da sua qualidade; o fornecimento nos mercados francês, alemão e
nos países aderentes de carvão e de aço em condições idênticas; o desenvolvimento da
exportação comum para outros países; a harmonização no progresso das condições de
vida da mão-de-obra dessas indústrias.
Para atingir estes objectivos a
partir das condições muito diversas em que se encontram actualmente as produções dos
países aderentes, deverão ser postas em prática, a titulo provisório, determinadas
disposições, incluindo a aplicação de um plano de produção e de investimentos, a
instituição de mecanismos de perpetuação dos preços e a criação de um fundo de
reconversão destinado a facilitar a racionalização da produção. A circulação do
carvão e do aço entre países aderentes será imediatamente isenta de qualquer direito
aduaneiro e não poderá ser afectada por tarifas de transportes distintas. Criar-se-ão
progressivamente as condições para assegurar espontaneamente a repartição mais
racional da produção ao nível de produtividade mais elevada.
Ao contrário de um cartel
internacional que tende a repartir e a explorar os mercados nacionais com base em
práticas restritivas e na manutenção de elevados lucros, a organização projectada
assegurará a fusão dos mercados e a expansão da produção.
Os princípios e os compromissos
essenciais acima definidos serão objecto de um tratado assinado entre os estados. As
negociações indispensáveis a fim de precisar as medidas de aplicação serão
realizadas com a assistência de um mediador designado por comum acordo; este terá a
missão de velar para que os acordos sejam conformes com os princípios e, em caso de
oposição irredutível, fixará a solução a adoptar.
A Alta Autoridade comum,
responsável pelo funcionamento de todo o regime, será composta por personalidades
independentes e designada numa base parietária pelos governos; será escolhido um
presidente por comum acordo entre os governos; as suas decisões serão de execução
obrigatória em França, na Alemanha e nos restantes países aderentes. As necessárias
vias de recurso contra as decisões da Alta Autoridade serão asseguradas por
disposições adequadas.
Será elaborado semestralmente por
um representante das Nações Unidas junto da referida Alta Autoridade um relatório
público destinado à ONU e dando conta do funcionamento do novo organismo, nomeadamente
no que diz respeito à salvaguarda dos seus fins pacíficos.
A instituição de Alta Autoridade
em nada prejudica o regime de propriedade das empresas. No exercício da sua função, a
Alta Autoridade comum terá em conta os poderes conferidos à autoridade internacional da
região do Rur e as obrigações de qualquer natureza impostas à Alemanha, enquanto estas
subsistirem.
O 29 de outubro de 2004 vai entrar
para a história da União Europeia como um marco a caminho da primeira Constituição da
Europa unificada, assinada em Roma por chefes de Estado e de governo dos 25
países-membros.
Quase 50 anos após a assinatura do
Tratado de Roma, que oficializou a criação da Comunidade Económica Europeia, chefes de
Estado e de governo dos 25 países-membros da UE, bem como da Bulgária, Turquia e
Croácia, assinaram a primeira Constituição para a Europa unificada. O texto foi
assinado na mesma sala do Capitólio, sede da prefeitura romana, em que Alemanha, França,
Itália, Bélgica, Holanda e Luxemburgo deram início ao processo de unificação em 1957.
Segundo o chanceler federal
alemão, Gerhard Schröder, trata-se de "um sonho que virou realidade".
"Acredito que temos o que comemorar, mesmo que uma ou outra sombra paire sobre esse
dia", disse, referindo-se à querela entre o Parlamento e a Comissão Europeia.
Mas o texto ainda tem de passar
pelos parlamentos nacionais. A Alemanha pretende aprová-lo nas duas instâncias
parlamentares, Bundesrat e Bundestag, já na primeira metade de 2005. Antes disso, o
governo de coalizão entre verdes e social-democratas quer aprovar uma reforma
constitucional que possibilite a realização de um plebiscito entre a população alemã.
Para isso, tem de obter uma maioria de dois terços nas duas casas parlamentares, o que
torna imprescindível a colaboração da oposição democrata-cristã, já que não é
suficiente o apoio do Partido Liberal. Os democratas-cristãos são favoráveis ao
plebiscito neste caso específico, mas contra uma reforma da constituição alemã. O
governo, por sua vez, se recusa a abrir uma única excepção.
Proximidade ao cidadão
Há um ano, as 350
páginas da Constituição Europeia foram disponibilizadas a qualquer cidadão europeu em
todas as línguas oficiais do bloco. Essa é uma das principais directrizes da carta: ela
deve ser acessível e compreensível a todos, não apenas a juristas. "A nossa
Constituição Europeia é um projecto secular. Ela precisa destacar aos cidadãos e
cidadãs as vantagens da Europa, aumentar a confiança na União Europeia e torná-la
administráveis nacional e internacionalmente", disse o ministro alemão das
Relações Exteriores, Joschka Fischer.
Nos preâmbulos estão descritos os
princípios ideológicos da UE: igualdade, liberdade, garantia aos direitos humanos,
democracia, paz, justiça e solidariedade, com destaque para a "tradição cultural,
religiosa e humanística europeia". Uma menção directa à religião cristã, no
entanto, não há.
Maior participação civil
A constituição
propriamente dita começa demarcando os objectivos da UE e os direitos de seus cidadãos:
quem, por exemplo, mudar-se para outro país do bloco, tem o direito de participar tanto
das eleições locais quanto para o Parlamento Europeu. Outro exemplo: uma lei europeia
será automaticamente aprovada, se contar com a assinatura de pelo menos um milhão de
cidadãos.
O texto lembra fortemente a
Declaração dos Direitos Humanos das Nações Unidas, indo além em certos pontos, com
cláusulas como o "direito de acesso a uma agência de mediação profissional"
ou o "direito a uma boa administração".
Princípio da maioria dupla
Mas a maioria do texto
trata de assuntos relativos à própria União Europeia, com uma listagem detalhada das
actividades políticas da UE, começando pelo mercado interno, passando pela política
económica e cambial, até à política externa e de segurança. Também é explicado como
funcionam Parlamento, Conselho, Comissão e demais órgãos administrativos. Aqui também
fica claro como funciona o princípio legislativo da maioria dupla, que leva em
consideração não apenas o número de países, mas também o contingente populacional de
cada país.
Quem faz o que na Europa?
Outra questão polémica
é o que fica a cargo de cada país e o que será decidido pela UE. Assuntos como Direito
de Concorrência, política cambial e comercial ficam a cargo da União Europeia. Outros
como a política externa e de segurança ficam a critério de cada um dos Estados. Apesar
de determinada a criação de um posto de ministro europeu das Relações Exteriores, suas
tarefas serão determinadas pelos chefes de Estado e de governo. O mesmo serve para o
futuro presidente da União Europeia, que será eleito pelo Conselho Europeu a cada dois
anos e meio e substituirá o actual presidente do Conselho.
Outros parágrafos explicam como
fazer para tornar-se ou deixar de ser membro do Conselho. Ou como os demais membros podem
penalizar um membro que ferir a Constituição, cassando-lhe o direito de voto.
Na última página, há também
algo para o coração: a Ode à Amizade, de Ludwig van Beethoven, é declarada
oficialmente o hino da União Europeia e a bandeira com o círculo dourado de estrelas em
um fundo azul-escuro é a bandeira oficial. O dia 9 de maio é o feriado oficial europeu.
Por último, o lema da União Europeia: "Unidos na Diversidade".

Trabalho e pesquisa de Carlos Leite Ribeiro -
Marinha Grande - Portugal
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