
Dia Mundial do Combate à
Seca e Desertificação
17 de Junho
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No dia 17 de junho, de todos os anos, comemora-se o Dia Mundial de Combate à
Desertificação e à Seca. A desertificação é definida como processo de destruição
do potencial produtivo da terra nas regiões de clima árido, semi-árido e sub-húmido
seco. O problema vem sendo detectado desde os anos 30, nos Estados Unidos, quando intensos
processos de destruição da vegetação e solos ocorreram no Meio Oeste americano. Muitas
outras situações consideradas como graves problemas de desertificação foram sendo
detectadas ao longo do tempo em vários países do mundo. América Latina, Ásia, Europa,
África e Austrália oferecem exemplos de áreas onde o homem, através do uso inadequado
e/ou intensivo da terra, destruiu os recursos e transformou terras férteis em desertos
ecológicos e económicos.
MENSAGEM DO SECRETÁRIO-GERAL
DA ONU KOFI ANNAN, POR OCASIÃO DO DIA MUNDIAL DE COMBATE À DESERTIFICAÇÃO
17 de Junho de 2005
Fonte: Centro Regional de Informação da ONU em Bruxelas - RUNIC
A desertificação é uma das
formas mais alarmantes de degradação do ambiente. Ameaça a saúde e os meios de
subsistência de mais de um bilhão de pessoas. E estima-se que, todos os anos, a
desertificação e a seca causem uma perda da produção agrícola da ordem dos 42
bilhões de dólares. A amplitude do problema e a sua urgência levaram a Assembleia Geral
das Nações Unidas a proclamar 2006 Ano Internacional dos Desertos e da Desertificação.
Este ano, o tema do Dia Mundial de
Luta contra a Desertificação e a Seca é "As mulheres e a desertificação".
Em numerosas zonas agrícolas áridas do mundo, incluindo grande parte da África, são as
mulheres que, tradicionalmente, dedicam o seu tempo e esforços ao trabalho do campo. Nos
países em vias de desenvolvimento, as mulheres representam aproximadamente 70% da
mão-de-obra agrícola e produzem entre 60 e 80% dos alimentos. São principalmente as
mulheres que preparam, geram e vendem os alimentos para as suas famílias e sociedades e
que trabalham em contacto directo com a natureza. E têm sido elas, também, que, vivendo
de perto a degradação ambiental e outros problemas, têm adquirido conhecimentos
valiosos.
Mas, apesar dos seus esforços e
dos conhecimentos que acumularam, as mulheres que vivem em regiões áridas figuram entre
os mais pobres do planeta, dispondo de poucos meios para conseguirem mudanças de fundo. A
Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação nos Países Afectados por
Seca Grave e/ou Desertificação, particularmente na África, realça o papel fundamental
desempenhado pelas mulheres na sua aplicação. Contudo, como são predominantemente os
homens que possuem terras e gado, as mulheres são, muitas vezes, excluídas da
participação nos projectos de conservação e de valorização das terras, das
actividades de extensão agrícola ou do processo de elaboração de políticas gerais.
Há, no entanto, alguns sinais de
progresso. Em muitos países, as mulheres começam a ter acesso à propriedade das terras
e a participarem na tomada de decisões. Cada vez mais, os Estados-membros reconhecem que
a falta de recursos financeiros dificulta os esforços das mulheres e dos homens no
combate à desertificação. Esta evolução dá às mulheres novas oportunidades de
mudarem a sua vida, a sua sociedade e o meio que as circunda. Neste Dia Mundial de Luta
contra a Desertificação e a Seca, comprometamo-nos a contribuir para aumentar o poder
das mulheres e a ajudá-las a se tornarem parceiras plenas na luta contra esse problema
crucial.
17 de Junho de 2004
Fonte: Rádio das Nações
Unidas
Este ano, o Dia Mundial de Combate
à Desertificação assinala também o décimo aniversário da Convenção das Nações
Unidas de Combate à Desertificação, que tem um papel fundamental nos esforços mundiais
em prol da erradicação da pobreza, da consecução do desenvolvimento sustentável e da
realização dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio.
A Convenção é o único
instrumento internacionalmente reconhecido e juridicamente vinculativo que trata do
problema da degradação dos solos nas zonas rurais áridas. Com os seus 191 Estados
Partes, é verdadeiramente universal.. E, graças ao seu mecanismo de financiamento, o
Fundo para o Desenvolvimento Mundial, pode canalizar os recursos que tão necessários
são para projectos que visam combater o problema, em especial na África.
A desertificação gera riscos
evidentes e graves. Reduz a fertilidade dos solos, podendo provocar perdas de
produtividade da ordem dos 50%, em algumas regiões. Contribui para a insegurança
alimentar, a fome a pobreza e pode dar origem a tensões sociais, económicas e políticas
que, por sua vez, agravam a pobreza e a degradação dos solos. Segundo as estimativas
atuais, os meios de subsistência de mais de 1 bilhão de pessoas podem estar
comprometidos, devido à desertificação, e, por conseguinte, 135 milhões de pessoas
podem estar em perigo de serem obrigadas a abandonar as suas terras. Os pobres das zonas
rurais são particularmente vulneráveis, sobretudo nos países em desenvolvimento.
Consciente de que é urgente atacar as vastas ramificações deste problema, a Assembleia
Geral declarou 2006 Ano Internacional dos Desertos e da Desertificação.
Neste décimo aniversário da
Convenção, felicito todas as partes interessadas pelas suas realizações na última
década e incentivo-as a confirmar e reforçar o seu compromisso. Espero poder trabalhar
com os Governos, a sociedade civil, o sector privado, as organizações internacionais e
outros, tendo em vista a chamar a atenção para esta questão crucial e velar para que a
cada dia se faça algo visando reverter a tendência para a desertificação e conseguir
que o planeta siga uma via de desenvolvimento mais segura e sustentável.
17 de Junho de 2003
Fonte: Centro de
Informação das Nações Unidas em Portugal
A desertificação e a seca
constituem uma ameaça crescente para o mundo inteiro. Actividades humanas como a
exploração excessiva das terras, o sobrepastoreio, a desflorestação e os métodos de
irrigação inadequados, associados às alterações climáticas, transformam as terras
outrora férteis em terrenos estéreis e improdutivos.
A superfície de terra arável por
pessoa está a diminuir, ameaçando a segurança alimentar, em particular nas zonas rurais
mais pobres, e desencadeando crises económicas e humanitárias.
Todas as regiões do mundo são
afectadas. A Austrália conheceu, no ano passado, a pior seca desde há mais de um
século. Milhões de toneladas de solo arável desapareceram em tempestades de pó,
afectando seriamente a produção e as exportações agrícolas. Na Índia, a seca e o
desflorestamento transformam, todos os anos, 2,5 milhões de hectares em terras incultas,
enquanto noutros pontos da Ásia, as tempestades de areia representam, cada vez mais, uma
ameaça para a economia e o ambiente. No México, cerca de 70% do total de terras estão
expostos à desertificação, o que leva entre 700 000 e 900 000 mexicanos a deixarem as
suas casas em busca de uma vida melhor como trabalhadores migrantes nos Estados Unidos.
Mas é na África, ao sul do Saara que o problema da desertificação é mais grave e onde
se prevê que o número de refugiados ambientais venha a atingir os 25 milhões de
pessoas, durante os próximos 20 anos.
Este ano, o tema do Dia Mundial de
Luta contra a Desertificação e a Seca é: «sistemas de gestão sustentável dos
recursos hídricos». Faz ressaltar o problema da escassez de água e a necessidade de
conservar e gerir melhor os recursos hídricos. Desde a aprovação da Convenção das
Nações Unidas sobre a Luta contra a Desertificação, há precisamente nove anos, e
apesar dos limitados recursos disponíveis, foram lançados numerosos projectos, com o
objectivo de fazer face a estes problemas e a problemas conexos. Na Cimeira Mundial sobre
Desenvolvimento Sustentável, que se realizou no ano passado, em Joanesburgo, a comunidade
internacional reafirmou o seu compromisso em relação à Convenção e reconheceu a
necessidade de lhe dar um novo impulso, graças a um maior apoio financeiro.
Dado que os pobres cultivam
frequentemente terras degradadas que são cada vez menos capazes de responder às suas
necessidades, a desertificação é, ao mesmo tempo, uma causa e uma consequência da
pobreza. A luta contra a desertificação deve, por isso, ser parte integrante dos
esforços mais vastos que fazemos para eliminar a pobreza e garantir a segurança
alimentar a longo prazo. Reafirmemos hoje o nosso compromisso em relação aos objectivos
da Convenção e a nossa determinação em alcançar o desenvolvimento sustentável para
todos, nomeadamente nas zonas rurais secas, onde vivem as populações mais pobres do
mundo.
Gentileza do Centro de Informação
da ONU em Portugal
A desertificação afecta cerca de
um sexto da população mundial, abrange cerca de 70% das terras secas, totalizando mais
de 3,6 milhões de hectares. Em 2004 comemora-se o 10º aniversário da Convenção das
Nações Unidas para Combate à Desertificação e à Seca mas muito está por fazer em
Portugal. Numa altura em que se preparam os PDM de segunda geração, interessa
salvaguardar medidas de defesa do solo e da água nestes instrumentos de ordenamento do
território bem como salvaguardar a RAN e a REN das agressões que lhes têm sido movidas.
A Convenção das Nações Unidas
para Combate à Desertificação e à Seca foi o primeiro grande instrumento internacional
na área da desertificação e define o fenómeno da "Desertificação" como a
degradação da "terra" nas zonas áridas, semi-áridas e sub-húmidas secas,
resultante das variações climáticas e das actividades humanas. Foi assinada a 17 de
Junho de 1994 e, em Portugal, resultou na elaboração do Programa de Acção Nacional de
Combate à Desertificação (Resolução do Conselho de Ministros 59/99). Infelizmente,
este Programa permanece até hoje largamente inoperacional, quer do ponto de vista da
aplicação das medidas, quer da participação activa das populações na sua
implementação. A título de exemplo, está prevista a majoração das ajudas ao
investimento nas áreas afectadas mas a execução desta medida está longe de ser
aplicada.
Encontra-se ainda em preparação
pela Comissão Europeia a Directiva para a Defesa do Solo. A ser aprovada, Portugal
colocar-se-á mais uma vez na posição de vir a ser obrigado supra-nacionalmente a
implementar medidas de conservação dos solos, comprovada a inércia dos instrumentos
nacionais existentes.
A Desertificação é um processo
que afecta o Território e o Território é constituído não só pelos recursos naturais
mas pelas populações e modelos de organização social e económica. Daí a importância
de envolver as populações nos processos e iniciar modelos de participação eficazes.
O nosso país é um dos mais
susceptíveis à desertificação em resultado das nossas condições climáticas,
geológicas e do tipo de cobertura vegetal mas também em resultado do nosso modelo de
ordenamento do território. Os principais factores de degradação do solo no nosso país
são resultantes da destruição dos melhores solos agrícolas para construção, a
degradação química (salinização, contaminação por nitratos, etc.), a degradação
física por uso indevido e a erosão, em especial a hídrica. Interessa ainda referir que
cerca de 68% do território possui alto risco de erosão
Neste 10º aniversário da
Convenção das Nações Unidas para Combate à Desertificação e à Seca, a LPN vem
apelar ao seguinte:
O Governo português tem um papel
fundamental na alteração de sistemas agrícolas e florestais totalmente inadequados
(como o vem demonstrado a catástrofe dos incêndios florestais) para o país e deve
assumir o papel de promotor de uma floresta de conservação e de uma agricultura mais
amiga do ambiente;
No processo de revisão dos PDM
actualmente em curso, as medidas de conservação do solo e da água devem já ser
previstas. As autoridades não devem esperar pela aprovação da Directiva para a Defesa
do Solo, altura em que a adopção destas medidas será obrigatória e implicará um
esforço adicional;
Sendo a participação dos
cidadãos um processo fundamental da vida em Democracia e também no tratamento de
problemas complexos como a desertificação, deve ser feita uma aposta no aumento da
capacidade de participação dos cidadãos e na informação e motivação;
Os regimes da RAN e da REN são
instrumento fundamentais da política de ambiente e ordenamento do território que
asseguram a gestão sustentável do território e a segurança das populações, devendo
ser salvaguardados dos ataques que lhes têm sido movidos;
Deverá ser dada particular
atenção às acções de reflorestação e reabilitação em áreas susceptíveis à
desertificação e à seca afectadas por incêndios e onde os riscos de desertificação
ficam intensificados, como foi o caso de Mação. Recorde-se que 60'% do território
português é susceptível à desertificação e à seca, sendo Mação um dos casos
piloto (juntamente com Alcoutim, Mértola e Mogadouro) escolhidos pela Comissão Nacional
de Coordenação do Programa de Acção Nacional de Combate à Desertificação para a
aplicação no terreno de acções e processos com vista à resolução do problema da
desertificação.
Lisboa, 16 de Junho de 2004
A Direcção Nacional da Liga para
a Protecção da Natureza
Para mais informações:
Liga para a Protecção da Natureza
| Estrada do Calhariz de Benfica, n.º 187 | 1500-124 Lisboa |
José Manuel Alho | 217 780 097 |
217 740 155 | 217 740 176
Eugénio Sequeira | 968 029 499
A discussão conceitual sobre
desertificação evoluiu durante os anos 80 e se consolidou no documento discutido e
aprovado durante a Conferência do Rio em 1992, a Agenda 21.
A Agenda 21, em seu capítulo 12,
definiu a desertificação como sendo "a degradação da terra nas regiões áridas,
semi-áridas e sub-húmidas secas, resultante de vários factores, entre eles as
variações climáticas e as actividades humanas", sendo que, por "degradação
da terra" se entende a degradação dos solos, dos recursos hídricos, da vegetação
e a redução da qualidade de vida das populações afectadas.
Ainda durante a Rio-92, vários
países com problemas de desertificação propuseram à Assembleia Geral que aprovasse a
negociação de uma Convenção Internacional sobre o tema. A Assembleia Geral aprovou a
negociação da Convenção, que foi realizada a partir de janeiro de 1993 e finalizada em
17 de junho de 1994, data que se transformou no Dia Mundial de Luta contra a
Desertificação.
A Convenção Internacional de
Combate à Desertificação, que já foi assinada por mais de 100 países, já está em
vigor desde 26 de dezembro de 1996, após a ratificação de mais de 50 países e sua
implementação se dará através dos Anexos de Aplicação Regional, dentre os quais
destaca-se aquele dedicado à América Latina e Caribe.
Causas da Desertificação
A desertificação é a
degradação das terras secas. Este processo consiste na perda da produtividade biológica
e económica das terras agrícolas, das pastagens e das áreas de matas nativas devido às
variabilidades climáticas e às actividades humanas.
As terras secas se adaptam às
variações climáticas. Por definição, as regiões semi-áridas têm fortes
limitações de água doce. As precipitações podem variar consideravelmente ao longo do
ano e períodos de seca prolongada podem durar vários anos. Isto fez com que houvesse uma
adaptação da flora e fauna à disponibilidade de água e humidade nessas regiões.
Os mercados internacionais podem
estimular a sobre-exploração dos recursos. A recente integração das economias das
regiões semi-áridas aos mercados nacionais e internacionais, vem estimulando uma maior
exploração dos recursos para atender às crescentes demandas.
O crescimento da população e da
densidade populacional contribuem para a exploração dos recursos naturais para além de
sua capacidade de suporte. O aumento da população, assim como das demandas por
alimentos, energia e outros recursos naturais, vem provocando importantes impactos na base
de recursos naturais das regiões semi-áridas.
inadequação dos sistemas
produtivos. Formas inadequadas de manejo da terra vêm provocando degradação dos solos,
da vegetação e da biodiversidade.
Consequências da
Desertificação
A degradação das terras
secas causa sérios problemas económicos. Isto se verifica principalmente no setor
agrícola, com o comprometimento da produção de alimentos. Além do enorme prejuízo
causado pela quebra de safras e diminuição da produção, existe o custo quase
incalculável de recuperação da capacidade produtiva de extensas áreas agrícolas e da
extinção de espécies nativas, algumas com alto valor económico e outras que podem vir
a ser aproveitadas na agro-pecuária, inclusive no melhoramento genético, ou nas
indústrias farmacêutica, química e outras.
Os problemas sociais estão
intimamente relacionados aos custos económicos. Segundo estimativas das Nações Unidas,
uma dieta nutricionalmente adequada para a crescente população mundial implica a
triplicação da produção de alimentos ao longo dos próximos 50 anos, meta difícil de
se alcançar mesmo sob condições favoráveis. Dentro desta perspectiva pode-se esperar
um agravamento significativo no quadro de desnutrição, falência económica, baixo
nível educacional e concentração de renda e poder que já existem tradicionalmente em
muitas áreas propensas à desertificação nos países pobres ou em desenvolvimento. Sob
essas condições vivem milhões de pessoas com pouca chance de se enquadrar em uma
economia cada vez mais moderna e globalizada.
A falta de perspectivas leva a
população à migrar para os centros urbanos. Procurando condições mais favoráveis de
sobrevivência, estes migrantes tendem a agravar os problemas de infra-estrutura
(transporte, saneamento, abastecimento, entre outros) já existentes nos centros urbanos.
Verifica-se também um aumento nos níveis de desemprego e violência urbana.
A desertificação agrava o
desequilíbrio regional. Nas regiões mais pobres do planeta, existe uma grande lacuna a
ser preenchida quanto ao desenvolvimento económico e social entre as áreas susceptíveis
ou em processo de desertificação e as áreas mais desenvolvidas. Outro obstáculo a
superar é a acção política tradicional, baseada na exploração das populações mais
fragilizadas.
17 DE JUNHO: DIA MUNDIAL DE
COMBATE À DESERTIFICAÇÃO - 2005-06-09 16:00:16
CONVITE
O Presidente da Comissão Nacional de Coordenação do Programa de Acção Nacional de
Combate à Desertificaçao tem a honra de convidar V.Exª a participar nas comemorações
do Dia Mundial de Combate à Desertificação que se realiza no próximo dia 17 de Junho
às 10.00 horas, no auditório do Instituto Superior Técnico, em Lisboa.

Trabalho e pesquisa de Carlos Leite
Ribeiro - Marinha Grande - Portugal
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