Caramuru
(Diogo Álvares Correia)
Morreu a 06 de Outubro de 1557 |
Caramuru, teria nascido em Vieira do Minho (Viana do Castelo). Tendo seguido viagem para
as Índias, naufragou nas costas da Baía de Todos os Santos (Bahia), em 1510. Passou a
viver entre os indígenas, alcunhado de Caramuru, nome de um peixe das costas brasileiras.
Dominando a língua e os costumes dos indígenas, auxiliou Tomé de Sousa e os jesuítas
que vieram para a catequese na fundação dos primeiros estabelecimentos e na
aproximação com os índios. Casou com uma linda índia Paraguaçu, filha de um dos
chefes tupinambás. Esta, mais tarde, foi baptizada em França como o nome de Catarina.
Foi sepultado no Mosteiro dos Jesuítas, em Salvador BA. Deixou quatro filhos, que deram
origem à família Torres, celebrizada pela opulência.
Diogo Alvares Correia "Caramuru" um português caiu nas
graças de uma tribo nativa e casou com a filha do cacique. Branco, encontrado nu,
faminto, cansado e camuflado com sargaços, foi, inicialmente, ridicularizado pelos
nativos que o chamavam de "Caramuru" um peixe semelhante a moreia que se
escondia nos recifes. Porém, foi poupado do sacrifício da morte e de ser devorado pela
tribo. Seu conhecimento sobre os interesses dos europeus nas terras do Brasil, sua
habilidade no trato com os nativos e sua diplomacia acabaram por transforma-lo na figura
mais importante da primeira metade do século XVI na Bahia. "Caramuru"
intermediava os negócios e facilitava os contactos entre navegantes, comerciantes
europeus e nativos, alem de ajudar no abastecimento e recuperação das embarcações que
seguiam pelo litoral brasileiro com destino ao Rio da Prata e ao Oriente, na rota das
especiarias.
(*) Catarina Alvares
"Paraguaçu" Filha DO CACIQUE Taparica, chefe da tribo que encontrou o
naufrago "Caramuru", foi uma líder de seu povo. Sua curiosidade a levou a
interrogar os europeus que eram capturados pela tribo. Tornou-se a principal companheira
de Diogo Alvares "Caramuru", com quem se casou oficialmente na França logo
após ser baptizada na Igreja Católica em 1527. Sua devoção à Mãe de Jesus levou à
construção da Igreja da Graça e sua herança territorial foi legada à Ordem Beneditina
da Bahia. Morreu em 1583.
A Casa da Torre tem como suas
origens, no Brasil, Diogo Álvares Caramuru e sua mulher Catarina Alvares Caramuru
(Paraguassú), uma tupinambá batizada na França com o nome de Catherine du Brézil -
primeiro casal cristão do Brasil. Sua descendência entrelaçou-se, não só na progénie
de Garcia D'Avila com a Índia D. Francisca Rodrigues, como na geração de Jerónimo de
Albuquerque com a filha da aldeia de Olinda - Muira-Ubi - Maria do Espírito-Santo
Arcoverde.
Vinculou-se, mais tarde, com os
descendentes de Domingos Pires de Carvalho casado com Maria da Silva, com a geração de
Felipe Cavalcanti casado com Catarina de Albuquerque e com a descendência do casal José
Pires de Carvalho - Tereza Vasconcellos Cavalcanti de Albuquerque Deus-Dará, formando o
arcabouço da aristocracia do Recôncavo Baiano.
Diogo Alvares Caramurú
Natural da vila de Vieira do Minho
- Portugal, naufragou por volta de 1509, nas costas da Bahia. Conseguindo sobreviver,
iniciou ali a primeira fixação comprovada do colonizador europeu, onde hoje é o alto da
Graça, na Cidade do Salvador da Bahia de Todos os Santos. Sua povoação, denominou-a
Vila Velha, onde se estabeleceram, além de Caramurú e sua família, outros de além-mar,
alguns dos quais se casaram com filhos do próprio Caramurú. Fidalgo da Casa Real de D.
João III, em virtude de vários serviços prestados em benefício da Colónia.
Cararuru, passou a vida
entre os índios e facilitou o contato deles com os primeiros administradores e
missionários portugueses. Foi apelidado de Caramuru pelos tupinambás. É considerado o
fundador da cidade de Cachoeira. Originário do norte de Portugal, arribou à Bahia, entre
1509 e 1511, como náufrago, segundo uma antiga tradição.
Foi bem acolhido pelos Tupinambás,
tendo-lhe o respectivo morubixaba concedido uma das filhas, Paraguaçu, de quem teve larga
descendência. Ao longo de cerca de duas décadas manteve contactos com navios europeus
que aportavam à Bahia. As relações comerciais que estabeleceu com normandos levaram-no,
entre 1526-1528, a visitar a França, onde a mulher foi baptizada, passando a chamar-se
Catarina. No decurso do governo do donatário Francisco Pereira Coutinho, recebeu
importante sesmaria, tendo procurado exercer uma função mediadora entre os colonos e os
ameríndios, não conseguindo, todavia, evitar o recontro de Itaparica, onde aquele perdeu
a vida. Em 1548, tendo D. João III a intenção de instituir o Governo-Geral,
recomendou-lhe que criasse condições para que a expedição fosse bem recebida, facto
revelador da importância que havia alcançado. Tomé de Sousa armou cavaleiros três dos
seus filhos (Gaspar, Gabriel e Jorge) e um dos seus genros (João de Figueiredo) pelos
serviços prestados à Coroa Portuguesa. Dispensou importante colaboração aos jesuítas,
servindo como intérprete na pregação, doutrina e confissão.
Acerca do aparecimento de Caramuru
- cujo verdadeiro nome era Diogo Álvares Correia - existe a seguinte lenda: Em 1509 ou
1510, um navio português naufragou junto da actual Bahia de Todos os Santos. Quase todos
os homens morreram afogados ou foram devorados pelos índios Tupinambás. Entre os poucos
deixados para serem sacrificados posteriormente, em espectáculo festivo, estava Diogo
Álvares Correia. Quando se aproximava a hora de ser ele sacrificado, uma ideia
relampejante salvou-lhe a vida: Disparou Diogo o mosquete que retivera do naufrágio e
matou um pássaro em pleno voo. Os selvagens que presenciavam a cena foram tomados de
grande terror, pondo-se a gritar: "Caramuru! Caramuru!", o que, na sua língua,
significava "homem do fogo" ou "filho do trovão". (Há quem
considere, talvez com mais acerto, que o apelido Caramuru se deriva do fato de ser esse o
nome com que os indígenas designavam um peixe comum no Recôncavo da Bahia, a moreia,
frequentadora das águas baixas das locas, numa das quais teria sido encontrado Diogo
Álvares depois do naufrágio). Passou logo Diogo Álvares Correia a ser altamente
considerado pelos índios que, daí em diante, o respeitavam como a um chefe. Mais tarde,
casou-se Caramuru com Paraguassu, filha do chefe Taparicá, com o que se tornaram mais
íntimas e sólidas as suas relações com os indígenas. Quando da chegada de Martim
Afonso de Souza, Caramuru serviu de intérprete e elemento de ligação entre esse
primeiro Governador do Brasil e os chefes índios, acertando medidas para a introdução
de trabalhos agrícolas na região com o aproveitamento de sementes trazidas por Martim
Afonso. Papel ainda mais saliente desempenhou Caramuru a partir de 1538, no período do
primeiro Capitão-mor, D.Francisco Pereira Coutinho, cujo governo decorreu tumultuoso, em
virtude de sucessivos desentendimentos entre os portugueses e os indígenas. Tão grande
se tornou a fama de Caramuru e tão alto o seu prestígio junto ao Governo de Portugal,
que, ao ser nomeado, em 1548, o primeiro Governador Geral do Brasil - Tomé de Souza - o
rei dirigiu-se em carta a Caramuru, pedindo sua imprescindível cooperação, nestes
termos:
"Diogo Álvares. Eu, El-Rei,
vos envio muito saudar. Eu ora mando Tomé de Souza, fidalgo da minha Casa, a essa Bahia
de Todos os Santos... E porque sou informado pela muita prática que tendes dessas terras
e da gente e costumes delas o sabereis bem ajudar e conciliar, vos mando que, tanto o dito
Tomé de Souza lá chegar, vos vades para êle e o ajudeis no que lhe deveis cumprir e vos
encarregar, porque fazeis nisso muito serviço... Sendo necessária vossa companhia e
ajuda, encomendo-vos que ajudeis no que virdes que cumpre, como creio que o fareis.
Bartolomeu Fernandes a fêz em Lisbôa a 19 de novembro de 1548. Rei".
Caramuru atendeu ao pedido do rei e
tão proveitoso foi o auxílio prestado a Tomé de Souza que, em meio a uma plena
cooperação dos índios, pode rapidamente ser fundada, em 1549, a cidade do Salvador,
Capital do País, no lugar onde anteriormente Caramuru estabelecera a aldeia "Vila
Velha".
Quanto à origem judaica de
Caramuru, na falta de quaisquer provas, muitos historiadores a admitem levados por simples
presunções, inclusive pelo fato de que, segundo muitas indicações, era
tradicionalmente israelita o nome de família Álvares Correia.
Trabalho e pesquisa de Carlos Leite
Ribeiro - Marinha Grande - Portugal
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