FAROL MUCURIPE (Ceará)
Semira Adler Vainsencher
semiraadler@gmail.com
Pesquisadora da Fundação Joaquim Nabuco
Apesar de sua construção ter sido
iniciada em 1827, a primeira torre do Farol Mucuripe, feita de
alvenaria e com forma octogonal, só foi inaugurada em 1846, na então
Província do Ceará. Ela abrigava um candeeiro com oito bicos, cuja
luz branca fixa era visível a 10 milhas náuticas de distância.
Vinte anos depois, o farol estava em péssimas condições, não
auxiliando mais os navios que se aproximavam do porto. E, em 1869,
um incêndio destruiu a sua torre e lanterna. Alguns meses após o
incidente, a lanterna e parte da torre foram recuperadas,
restabelecendo-se a iluminação do farol, ainda que de forma
precária.
O projeto de reconstrução do Farol Mucuripe foi feito pelo Fidalgo e
Cavaleiro da Casa Imperial, Zózimo Barroso, bacharel em Matemática e
Ciências Físicas, que havia passado dois anos estudando em Londres e
estava a serviço do Governo do Ceará. Graças à sua competência e
especialização, Zózimo foi contratado pela Marinha Imperial, para
retornar à Grã-Bretanha e encomendar nove faróis completos para o
Brasil (sendo um deles o Farol Mucuripe), com suas torres de ferro
fundido, lanternas e aparelhos lenticulares dióptricos (que tem a
ver com a refração da luz).
Reconstruído sobre a torre antiga, o novo farol foi inaugurado no
dia 29 de julho de 1872, exibindo uma luz branca com alcance
luminoso de 10 milhas náuticas. Essa construção resistiu bastante ao
tempo, tendo durado 85 anos.
O atual Farol Mucuripe foi inaugurado no dia 13 de dezembro de 1957,
a três quilômetros do anterior. A sua torre cilíndrica é de concreto
armado e tem 22 metros de altura. Além disso, no centro da lanterna
metálica foi instalado um moderno aparelho rotativo BBT, de 3a.
ordem, que transmite dois lampejos de luz a cada 10 segundos.
Fonte consultada:
SIQUEIRA, Ricardo. Luzes do novo mundo; história dos faróis
brasileiros/fotos Ricardo Siqueira; texto: Ney Dantas. Rio de
Janeiro: O Autor, 2002.