REVISTA  "Nossos Fieis Amigos"

Nº 01 - Setembro de 2006

EDITOR: Carmen Vallet

30/08/2006 14h39

LUCKY

Clevane Pessoa Lopes

No dia de meu aniversário,dia 16 de julho, eu havia programado ir à feira de artesanato na Afonso pena, ainda hoje chamada de Feira Hippy(nome que tinha nos anos 60/70, quando era armada na Praça da Liberdade, em frente ao palácio do Governo).Estava com minha amiga Mariinha ,a escritora Maria de Jesus Fortuna,quando ligou-me a Rewlva, uma universitária que desde a adolescência, ajeita, no computador, minhas clevanices de digitação.
Pediu-me que passasse por sua casa, iria viajar e queria entregar-me um presente.Era o Lucky,um cãozinho, mas eu ainda não havi escolhido um nome para ele.
O cachorrinho da Relva é um poodle preto, lindo e penso que, inconscientemente, eu imaginara um cãozinho assim.

Depois de comprarmos algumas coisas na feira,agora estirada ao longo da Av.Afonso Pena irmos ao pintor Alberto,que fizera uma Santa Ana para minha amiga,ou melhor duas-e lá fui eu a ajudá-la a escolher entre o belo e ...o belo:dúvida por aproximação de semelhança, é sempre mais difícil de optar que em casos de aproximação por esquiva, aprendi na faculdade(ex:algo feio, algo bonito;algo ruim, algo bom)...

Feita a escolha, por motivos sutilíssimos e pessoais ou detalhes mínimos, por exemplo, a sandália aopé dos pés de Maria menina, a ouvir os ensinamentos de sua mãe, acabei por ganhar uma tela, de presente.Entre um S.Francisco transcendental e uma jovem mulher amamentando, fiquei com a última,porque estávamos fazendo um e-book para o ENAM (a acontecer em Porto Alegre, brevemente), com trovas de vários trovadores,sobre amamentação,aleitamento materno.

Depois de comermos acarajé(ambas nordestinas, de que forma resitir?Ou para que?), saímos da multidão costumeira - ainda mais aumentada por ser mês de férias e a capital mineira receber tantos visitantes.Tive devoltar, enquanto Mariinha permanecia na esquina do Othon, vigiando uma outra tela, de anjo, que comprara para o quarto de uma criancinha (melhor do que ganhar tela, só mesmo,para mim, ganhar livro...).

Eu perdera a parte escura, acoplada às lentes de grau dos meus óculos novos ,colocadas as hastes no decote, para poder comer, já que atrapalham de perto.Claro,não encontrei:deve ter sido varrida pelas centenas de pés para lá e para cá.

Conseguimos um táxi.Relva mora na Rua Itororó, no Padre Eustáquio) ,uma das seriadas com nomes de batalhas famosa.
Cheguei e fui ao portão alto,indevassável, apertar a companhia.A mana caçula de Relva, Gabriela, foi com Lilian, a do meio, foram buscar o presente.
Chegou-me uma caixa de papelão pardo, quadrado,com cabeça.Olhinhos de apertar o coração.Apaixonei-me de cara.

A mãe da Relva explicou-me algumas coisas:o caozinho não fôra vermifugado nem vacinado.A Relva não estava(chegou depois correndo, com os olhos verdes iguais à sugestão do prenome, preparava-se para ir a uma Feira de Informátia em S.Paulo).Se eu quisesse, poderia devolvê-lo, pois o que a Relva encomendara, fôra doado,pelo dono, a uma criança autista.Ótima destinação.

Elas queriam dar-me o cachorrinho para que eu saísse mais depressa de quase um ano de luto, apenas alimentando rolinhas e pardais e paparicando flores lindas mas mudas.

Paramos numa farmácia, por ser domingo, onde eu encontraria artigos para animais mais facilmente para eu comprar um bercinho e comida para o presente, que de orelhinhas caídas , a cabecinha fora da caixa quadrada, nos olhava."Ele pode enjoar", avisaram-me.Não enjoou.Aos cuidados de Mariinha, aguardou que eu voltasse, com um tênis em forma de caminha acolchoada,para bebês,ração,brinquedo.
Logo que chegamos, vi que ele não era muito pequenino.As mocinhas o haviam tosado, dado banho e vestido com uma camisinha de bebê.Esta, até hoje é seu objeto transferencial, que ele carrega para todo lado.

Fui jantar em casa da namorada de meu filho(a foto foi tirada por ela, uns dias depois), um jantarzinho delicioso feito por meu filho ,o contrabaixista Allez Pessoa e, de cachorrinho novo,por medo de que sentisse solidão e chorasse muito, levei-o dentro do bercinho, útero de nylon que de cara, ele amou.Foi chegando e batizando a cozinha do apartamento com uma xixada básica.Desconfiado, jururu, devia estar saudoso da ninhada, da mãe.

No outro dia, em casa,vi logo que era levadíssimo.Brincava a dizer-lhe : "Você não é o Menino Maluquinho!" (do Ziraldo), pois ele pegava o bercinho,enfiava a cabeça e saía arrastando-o."Você é o cachorro maluquinho".Desse adjetivo, surgiu a idéia de chamá-lo Lucky)"Cachorro Maluckynho".Alessandro diz que parece o Trambique, um personagem , por isso colocou o codinome sobre a foto(de celular).

Na verdade, ele é engraçadíssimo, grande,misturou várias raças.lembrei-me de minha loura iga Renate, casada com um engenheiro moreno,brasileiro, que,por ter nascidio na Alemanha, pensava,para seu nenê, o protótipo dos bebezinhos lourinhos e carecas, com penugens douradas na cabecinha.Quando lhe mostraram a linda Ana Luiza, recém nascida, levou pelo menos um minuto olhando-a, sem entender que aquela era a sua meninazinha.Morena clarinha, mas de fartos cabelos escuros... Pois eu, fui receber um poodlezinho preto e veio-me essa mistura de raças, um viralatinha lindo.E como tal, vira latas, vaso de plantas, vira tudo ! Esconde tesouros no tal bercinho,que ficou logo pequeno e que ele arrasta pela casa.Agora, o traz e enquanto estou revisando umas poesias de um poeta que mora em Bóston,fica, na madrugada, cochilando aos meus pés.Se o levo, em pouco tempo, ele chega de volta, com as toalhas que lhe servem de coberta,os brinquedos, depois a cama.E faz de brinquedo todas as garrafinhas pet de água mineral.Quebra minhas adoráveis plantas, para arrastar galhos e flores alegremente...

A veterinária disse que,pela dentição, tinha dois meses, ao chegar.E que ia ficar grandinho.Está ficando.Já mira a distãncia, recua e pula até alcançar-me se vejo um filme deitada na poltrona...
Daniela Furst, que trocará de sobrenome neste sábado, quando se casará com outro veterinário, seu bem amado Júlio,veio vacinar o Lucky trazendo suas duas assistentes, a Nina e a outra, dua spoodles legítimas e maravilhosas, que se incumbiram de distrai o paciente.

Qunado ela veio, neste mêes, para aplicar a segunda dose, ele ficou louco de alegria, cheirando suas roupa branca, como se perguntasse pelas princesas.Meu plebeuzinho querido!

O interessante é que aqui em casa,começamos a ficar com os dedos e unhas sujas de preto,quando o coçávamos , a água do banho, saia escura demais para ser apenas o sujo das terras que ele escava...de meus vaso grandes.Ele chegou cinza escuro, grafite.Pois foi ficando mesclado, mostra partes cor de creme, e nem sei mais de que cor é."Você pode devolvê-lo",disse-me a Deise,mãe das três princesas, às quais considero como se fossem sobrinhas.

Se mãe adotiva que encomenda um nenê, ao chegar para adotá-lo, recebe uma pessoazinha com outra cor de cabelos, pele e olhos, será que devolveria?Eu não! Apesar dele ser um animazinho de estimação.Ou como escreveu meu amigo o poeta Kiko Consulin,paranaense radicado no Maranhão, "estimalzinho de animação"(seu maravilhoso livro de poesias,chama-se exatamente "Estimaizinhos de Animação").E como é animado esse meu Lucky!Não pára um minuto, exceto quando cochila,de tão cansado.Anima, alma.Bem sei que os cãozinhos têm alma.E entendem os donos.

O certo é que meu luto ficou mais fácil de suportar...

Ah! Mas quem será que pintou o Lucky(com papel de seda?Com "shampoo que lava colorindo !")? Que importa?Importa que meu maluckinho, maluCÃO, é uma gracinha...


Clevane Pessoa de Araújo Lopes
Belo Horizonte, 30/08/2006

site da autora : http://www.clevanepessoa.net/blog.php?idb=2385

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Homenagem ao Osvaldinho

Numa tarde, véspera de ano novo,
olhei sobre o muro da minha casa e ví
um filhotinho de canário, bem pequeno,
mal sabia voar. Oferecí comida e ele ficou aqui.
Ví que era um canário Belga,
daqueles com "topete" e tudo.

Amarelo acinzentado, todo rajadinho.
Fiquei com ele e lembrei-me que, uma vizinha,
que estava viajando, tinha uma criação de canários.

Como eu conhecia a criação, pensei:
Será que é da vizinha?
Porque parecia ter a mesma idade de
um de seus filhotinhos.
Fiquei cuidando dele até que a vizinha voltasse
da viagem do ano novo.

Após ter confirmado que o filhotinho era
da sua criação, pedí a ela para ficar com ele,
uma vez que ela tinha vários e eu gostei dele.
Ela concordou e assim, eu ganhei mais um
presente, como os outros animaizinhos que tenho.
Ganhei uma femea (da vizinha também), a Lurdinha.
E assim, com companhia meu canarinho
foi aumentando sua familia.

Os filhotinhos , quando adultos, eu dei de
presente para minha sogra, e para meu
compadre, mas eu tinha notícias deles
e a certeza de que eram bem tratados.
Eles também gostavam demais de canários.

Assim foi, até que a Lurdinha morreu e eu
fiquei sómente com o Osvaldinho.

Ele deu-me muitas alegrias.
Nunca vi um canário cantar tanto, a ponto
de impressionar até quem telefonava e ouvia.

Acompanhava as músicas do meu micro e fazia
companhia ao Monhonho, meu papagaio e a mim.

Quantas vezes, esquecí a portinha da casa dele
(que era bem grande) aberta, e ele não ia embora.
No ano passado ele começou a ter crises estranhas
parecia falta de ar e coração acelerado.
Mas, as crises passavam.
Diziam que ele estava velhinho.

Na semana passada ele começou a perder
o equilíbrio e eu felizmente estava aqui para
ajudá-lo, dando comidinha no bico,
água com colher, etc.
Mas, parece que o tempo tomou conta dele.

Ontem pela manhã, eu percebi que ele
não estava nada bem.
Não ficava em pé e estava ofegante.
Peguei-o na palma da mão, cobrindo seu corpinho
com um paninho macio e fiquei com ele assim,
por toda manhã.
Fiquei olhando para ele e tentando ajudá-lo para
ver se conseguia tomar uma gota de agua ou comer.
Mas, nada.

E, assim ele morreu, infelizmente.
Estou muito triste.
Hoje pela manhã, o pássaro (que não sei qual é)
que canta na árvore da minha calçada, não cantou.

Parece que os animais são mais solidários
que os homens.

Aqui está o maior silencio.
Sinto falta do canto do Osvaldinho.

Veterinários dizem que canários vivem
em média, 5 anos.

O Osvaldinho completaria 9 anos em
novembro próximo.
Ele com certeza é daqueles presentes que Deus
reservou especialmente para mim.
Ele não foi comprado, eu ganhei.
Para mim, ele foi um passarinho que
se transformou em poema.
Então, estas rosas e esta música...
Vou sentir muita saudade dele.

texto, foto e desenho: Carmen Vallet
18.09.05
Site da autora : http://ca-vallet.net/

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Sono vigiado


não é o Chocolate, é uma Chocolate... ela enganou toda a gente,só há pouco o veterinário descobriu!Amanhã vai fazer a operação de castração,estou preocupado.
Ela não é gato:agarrou o comportamento do Apolo e do Ringo e se comporta mais como cachorro.Nunca arranhou, nem mordeu nestes meses que a temos. Me acorda colocando as almofadinhas das mãos na minha cara e vai lambendo-me até ficar desperto.Cerca das 4h30, 5h00 da manhã,gosta de vir mordiscar meu pé,abraçá-lo,porque não tem sono e quer brincadeira.Deixamos o banheiro do quarto só para as coisas dela e vamos ao outro do outro quarto,para ela ter sua privacidade(é uma desavergonhada,faz xixi e cócó à minha frente no tabuleiro das pedrinhas.. depois passa a pata na parede,nos azulejos,para "tapar"(?) o que fez.
Muito sociável,passa horas junto a nós no quarto dos computadores.
Quanto a computação, já partiu a impressora,pois se sentou em cima do papel a ver sair as folhas... a máquina tanto puxou o papel que partiu;adora se deitar no teclado a ver as imagens mexendo na tela e porque as teclas fazem barulho(de imaginar como fica "louco" o computador!:é "piíiiiiiiiiiiiiii" e ...encravou!
- "Peludos,quem quer ir fazer Xixi?" (abrir o portão e irem à rua)

 a 1ª a ir para a porta é ela(fica na área de serviço e na parte da frente do quintal,pois como é escura nunca mais a veria).Na minha rua,no bairro,só passam os carros dos vizinhos,pois é parte de um "U";fica olhando os cães a passarem e por vezes algum dos gatos vadios que vêm comer à calçada, onde tenho sempre ração e água para os sete ou oito "sem dono"(tambem engloba 5 casais de sabiás,4 de joão de barros,pardais,etc)
"vamos fazer xixi lá baixo"? aí ela acompanha os cães até ao fundo do quintal,como se fosse tambem alçar a perna.Nem sei como ela não é "regada" por eles.Corre ao lado deles,as "banhinhas" a saltitar,de rabo bem levantado.Passa por baixo da barriga do Apolo(ela adora-o) de rabo alçado e arqueado.No outro dia deu uma corrida,saltou e abraçou todo o focinho do Apolo,fiquei sem ver os olhos e o nariz dele...depois se afastou com um ar de princesa snob.
Não é gato nem gata:é pinguim! adora água!

Quando rego,tenho de desviar a mangueira ,porque ela se mete por baixo ficando totalmente ensopada(tenho de seca-la à toalha e secador de cabelo debaixo da ventoinha de teto)
No duche,temos de fechar a porta do box:ela se coloca debaixo da água.Se chove,tenho de correr para a recolher antes que fique ..pinguim!
Henrique Lacerda Ramalho

Site do autor : Só Karinho´s

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Sites para ver: