Clevane
Pessoa Lopes
No dia de meu aniversário,dia 16 de
julho, eu havia programado ir à feira de
artesanato na Afonso pena, ainda hoje
chamada de Feira Hippy(nome que tinha
nos anos 60/70, quando era armada na
Praça da Liberdade, em frente ao palácio
do Governo).Estava com minha amiga
Mariinha ,a escritora Maria de Jesus
Fortuna,quando ligou-me a Rewlva, uma
universitária que desde a adolescência,
ajeita, no computador, minhas clevanices
de digitação.
Pediu-me que passasse por sua casa, iria
viajar e queria entregar-me um
presente.Era o Lucky,um cãozinho, mas eu
ainda não havi escolhido um nome para
ele.
O cachorrinho da Relva é um poodle
preto, lindo e penso que,
inconscientemente, eu imaginara um
cãozinho assim.
Depois de comprarmos algumas coisas na
feira,agora estirada ao longo da
Av.Afonso Pena irmos ao pintor
Alberto,que fizera uma Santa Ana para
minha amiga,ou melhor duas-e lá fui eu a
ajudá-la a escolher entre o belo e ...o
belo:dúvida por aproximação de
semelhança, é sempre mais difícil de
optar que em casos de aproximação por
esquiva, aprendi na faculdade(ex:algo
feio, algo bonito;algo ruim, algo
bom)...
Feita a escolha, por motivos
sutilíssimos e pessoais ou detalhes
mínimos, por exemplo, a sandália aopé
dos pés de Maria menina, a ouvir os
ensinamentos de sua mãe, acabei por
ganhar uma tela, de presente.Entre um
S.Francisco transcendental e uma jovem
mulher amamentando, fiquei com a
última,porque estávamos fazendo um
e-book para o ENAM (a acontecer em Porto
Alegre, brevemente), com trovas de
vários trovadores,sobre
amamentação,aleitamento materno.
Depois de comermos acarajé(ambas
nordestinas, de que forma resitir?Ou
para que?), saímos da multidão
costumeira - ainda mais aumentada por
ser mês de férias e a capital mineira
receber tantos visitantes.Tive devoltar,
enquanto Mariinha permanecia na esquina
do Othon, vigiando uma outra tela, de
anjo, que comprara para o quarto de uma
criancinha (melhor do que ganhar tela,
só mesmo,para mim, ganhar livro...).
Eu perdera a parte escura, acoplada às
lentes de grau dos meus óculos novos
,colocadas as hastes no decote, para
poder comer, já que atrapalham de
perto.Claro,não encontrei:deve ter sido
varrida pelas centenas de pés para lá e
para cá.
Conseguimos um táxi.Relva mora na Rua
Itororó, no Padre Eustáquio) ,uma das
seriadas com nomes de batalhas famosa.
Cheguei e fui ao portão
alto,indevassável, apertar a companhia.A
mana caçula de Relva, Gabriela, foi com
Lilian, a do meio, foram buscar o
presente.
Chegou-me uma caixa de papelão pardo,
quadrado,com cabeça.Olhinhos de apertar
o coração.Apaixonei-me de cara.
A mãe da Relva explicou-me algumas
coisas:o caozinho não fôra vermifugado
nem vacinado.A Relva não estava(chegou
depois correndo, com os olhos verdes
iguais à sugestão do prenome,
preparava-se para ir a uma Feira de
Informátia em S.Paulo).Se eu quisesse,
poderia devolvê-lo, pois o que a Relva
encomendara, fôra doado,pelo dono, a uma
criança autista.Ótima destinação.
Elas queriam dar-me o cachorrinho para
que eu saísse mais depressa de quase um
ano de luto, apenas alimentando rolinhas
e pardais e paparicando flores lindas
mas mudas.
Paramos numa farmácia, por ser domingo,
onde eu encontraria artigos para animais
mais facilmente para eu comprar um
bercinho e comida para o presente, que
de orelhinhas caídas , a cabecinha fora
da caixa quadrada, nos olhava."Ele pode
enjoar", avisaram-me.Não enjoou.Aos
cuidados de Mariinha, aguardou que eu
voltasse, com um tênis em forma de
caminha acolchoada,para
bebês,ração,brinquedo.
Logo que chegamos, vi que ele não era
muito pequenino.As mocinhas o haviam
tosado, dado banho e vestido com uma
camisinha de bebê.Esta, até hoje é seu
objeto transferencial, que ele carrega
para todo lado.
Fui jantar em casa da namorada de meu
filho(a foto foi tirada por ela, uns
dias depois), um jantarzinho delicioso
feito por meu filho ,o contrabaixista
Allez Pessoa e, de cachorrinho novo,por
medo de que sentisse solidão e chorasse
muito, levei-o dentro do bercinho, útero
de nylon que de cara, ele amou.Foi
chegando e batizando a cozinha do
apartamento com uma xixada
básica.Desconfiado, jururu, devia estar
saudoso da ninhada, da mãe.
No outro dia, em casa,vi logo que era
levadíssimo.Brincava a dizer-lhe : "Você
não é o Menino Maluquinho!" (do
Ziraldo), pois ele pegava o bercinho,enfiava
a cabeça e saía arrastando-o."Você é o
cachorro maluquinho".Desse adjetivo,
surgiu a idéia de chamá-lo Lucky)"Cachorro
Maluckynho".Alessandro diz que parece o
Trambique, um personagem , por isso
colocou o codinome sobre a foto(de
celular).
Na verdade, ele é engraçadíssimo,
grande,misturou várias raças.lembrei-me
de minha loura iga Renate, casada com um
engenheiro moreno,brasileiro, que,por
ter nascidio na Alemanha, pensava,para
seu nenê, o protótipo dos bebezinhos
lourinhos e carecas, com penugens
douradas na cabecinha.Quando lhe
mostraram a linda Ana Luiza, recém
nascida, levou pelo menos um minuto
olhando-a, sem entender que aquela era a
sua meninazinha.Morena clarinha, mas de
fartos cabelos escuros... Pois eu, fui
receber um poodlezinho preto e veio-me
essa mistura de raças, um viralatinha
lindo.E como tal, vira latas, vaso de
plantas, vira tudo ! Esconde tesouros no
tal bercinho,que ficou logo pequeno e
que ele arrasta pela casa.Agora, o traz
e enquanto estou revisando umas poesias
de um poeta que mora em Bóston,fica, na
madrugada, cochilando aos meus pés.Se o
levo, em pouco tempo, ele chega de
volta, com as toalhas que lhe servem de
coberta,os brinquedos, depois a cama.E
faz de brinquedo todas as garrafinhas
pet de água mineral.Quebra minhas
adoráveis plantas, para arrastar galhos
e flores alegremente...
A veterinária disse que,pela dentição,
tinha dois meses, ao chegar.E que ia
ficar grandinho.Está ficando.Já mira a
distãncia, recua e pula até alcançar-me
se vejo um filme deitada na poltrona...
Daniela Furst, que trocará de sobrenome
neste sábado, quando se casará com outro
veterinário, seu bem amado Júlio,veio
vacinar o Lucky trazendo suas duas
assistentes, a Nina e a outra, dua
spoodles legítimas e maravilhosas, que
se incumbiram de distrai o paciente.
Qunado ela veio, neste mêes, para
aplicar a segunda dose, ele ficou louco
de alegria, cheirando suas roupa branca,
como se perguntasse pelas princesas.Meu
plebeuzinho querido!
O interessante é que aqui em
casa,começamos a ficar com os dedos e
unhas sujas de preto,quando o coçávamos
, a água do banho, saia escura demais
para ser apenas o sujo das terras que
ele escava...de meus vaso grandes.Ele
chegou cinza escuro, grafite.Pois foi
ficando mesclado, mostra partes cor de
creme, e nem sei mais de que cor é."Você
pode devolvê-lo",disse-me a Deise,mãe
das três princesas, às quais considero
como se fossem sobrinhas.
Se mãe adotiva que encomenda um nenê, ao
chegar para adotá-lo, recebe uma
pessoazinha com outra cor de cabelos,
pele e olhos, será que devolveria?Eu
não! Apesar dele ser um animazinho de
estimação.Ou como escreveu meu amigo o
poeta Kiko Consulin,paranaense radicado
no Maranhão, "estimalzinho de
animação"(seu maravilhoso livro de
poesias,chama-se exatamente "Estimaizinhos
de Animação").E como é animado esse meu
Lucky!Não pára um minuto, exceto quando
cochila,de tão cansado.Anima, alma.Bem
sei que os cãozinhos têm alma.E entendem
os donos.
O certo é que meu luto ficou mais fácil
de suportar...
Ah! Mas quem será que pintou o Lucky(com
papel de seda?Com "shampoo que lava
colorindo !")? Que importa?Importa que
meu maluckinho, maluCÃO, é uma
gracinha...
Clevane Pessoa de Araújo Lopes
Belo Horizonte, 30/08/2006
site da autora :
http://www.clevanepessoa.net/blog.php?idb=2385
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Homenagem
ao Osvaldinho
Numa
tarde, véspera de ano novo,
olhei sobre o muro da minha casa e ví
um filhotinho de canário, bem pequeno,
mal sabia voar. Oferecí comida e ele
ficou aqui.
Ví que era um canário Belga,
daqueles com "topete" e tudo.
Amarelo acinzentado, todo rajadinho.
Fiquei com ele e lembrei-me que, uma
vizinha,
que estava viajando, tinha uma criação
de canários.
Como eu conhecia a criação, pensei:
Será que é da vizinha?
Porque parecia ter a mesma idade de
um de seus filhotinhos.
Fiquei cuidando dele até que a vizinha
voltasse
da viagem do ano novo.
Após ter confirmado que o filhotinho era
da sua criação, pedí a ela para ficar
com ele,
uma vez que ela tinha vários e eu gostei
dele.
Ela concordou e assim, eu ganhei mais um
presente, como os outros animaizinhos
que tenho.
Ganhei uma femea (da vizinha também), a
Lurdinha.
E assim, com companhia meu canarinho
foi aumentando sua familia.
Os filhotinhos , quando adultos, eu dei
de
presente para minha sogra, e para meu
compadre, mas eu tinha notícias deles
e a certeza de que eram bem tratados.
Eles também gostavam demais de canários.
Assim foi, até que a Lurdinha morreu e
eu
fiquei sómente com o Osvaldinho.
Ele deu-me muitas alegrias.
Nunca vi um canário cantar tanto, a
ponto
de impressionar até quem telefonava e
ouvia.
Acompanhava as músicas do meu micro e
fazia
companhia ao Monhonho, meu papagaio e a
mim.
Quantas vezes, esquecí a portinha da
casa dele
(que era bem grande) aberta, e ele não
ia embora.
No ano passado ele começou a ter crises
estranhas
parecia falta de ar e coração acelerado.
Mas, as crises passavam.
Diziam que ele estava velhinho.
Na semana passada ele começou a perder
o equilíbrio e eu felizmente estava aqui
para
ajudá-lo, dando comidinha no bico,
água com colher, etc.
Mas, parece que o tempo tomou conta
dele.
Ontem pela manhã, eu percebi que ele
não estava nada bem.
Não ficava em pé e estava ofegante.
Peguei-o na palma da mão, cobrindo seu
corpinho
com um paninho macio e fiquei com ele
assim,
por toda manhã.
Fiquei olhando para ele e tentando
ajudá-lo para
ver se conseguia tomar uma gota de agua
ou comer.
Mas, nada.
E, assim ele morreu, infelizmente.
Estou muito triste.
Hoje pela manhã, o pássaro (que não sei
qual é)
que canta na árvore da minha calçada,
não cantou.
Parece que os animais são mais
solidários
que os homens.
Aqui está o maior silencio.
Sinto falta do canto do Osvaldinho.
Veterinários dizem que canários vivem
em média, 5 anos.
O Osvaldinho completaria 9 anos em
novembro próximo.
Ele com certeza é daqueles presentes que
Deus
reservou especialmente para mim.
Ele não foi comprado, eu ganhei.
Para mim, ele foi um passarinho que
se transformou em poema.
Então, estas rosas e esta música...
Vou sentir muita saudade dele.
texto, foto e desenho: Carmen Vallet
18.09.05
Site da autora
:
http://ca-vallet.net/
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Sono
vigiado
não é
o Chocolate, é uma Chocolate... ela
enganou toda a gente,só há pouco o
veterinário descobriu!Amanhã vai fazer a
operação de castração,estou preocupado.
Ela não é gato:agarrou o comportamento
do Apolo e do Ringo e se comporta mais
como cachorro.Nunca arranhou, nem mordeu
nestes meses que a temos. Me acorda
colocando as almofadinhas das mãos na
minha cara e vai lambendo-me até ficar
desperto.Cerca das 4h30, 5h00 da
manhã,gosta de vir mordiscar meu
pé,abraçá-lo,porque não tem sono e quer
brincadeira.Deixamos o banheiro do
quarto só para as coisas dela e vamos ao
outro do outro quarto,para ela ter sua
privacidade(é uma desavergonhada,faz
xixi e cócó à minha frente no tabuleiro
das pedrinhas.. depois passa a pata na
parede,nos azulejos,para "tapar"(?) o
que fez.
Muito sociável,passa horas junto a nós
no quarto dos computadores.
Quanto a computação, já partiu a
impressora,pois se sentou em cima do
papel a ver sair as folhas... a máquina
tanto puxou o papel que partiu;adora se
deitar no teclado a ver as imagens
mexendo na tela e porque as teclas fazem
barulho(de imaginar como fica "louco" o
computador!:é "piíiiiiiiiiiiiiii" e
...encravou!
- "Peludos,quem quer ir fazer Xixi?"
(abrir o portão e irem à rua)
a
1ª a ir para a porta é ela(fica na área
de serviço e na parte da frente do
quintal,pois como é escura nunca mais a
veria).Na minha rua,no bairro,só passam
os carros dos vizinhos,pois é parte de
um "U";fica olhando os cães a passarem e
por vezes algum dos gatos vadios que vêm
comer à calçada, onde tenho sempre ração
e água para os sete ou oito "sem dono"(tambem
engloba 5 casais de sabiás,4 de joão de
barros,pardais,etc)
"vamos fazer xixi lá baixo"? aí ela
acompanha os cães até ao fundo do
quintal,como se fosse tambem alçar a
perna.Nem sei como ela não é "regada"
por eles.Corre ao lado deles,as "banhinhas"
a saltitar,de rabo bem levantado.Passa
por baixo da barriga do Apolo(ela
adora-o) de rabo alçado e arqueado.No
outro dia deu uma corrida,saltou e
abraçou todo o focinho do Apolo,fiquei
sem ver os olhos e o nariz dele...depois
se afastou com um ar de princesa snob.
Não é gato nem gata:é pinguim! adora
água!
Quando
rego,tenho de desviar a mangueira
,porque ela se mete por baixo ficando
totalmente ensopada(tenho de seca-la à
toalha e secador de cabelo debaixo da
ventoinha de teto)
No duche,temos de fechar a porta do box:ela
se coloca debaixo da água.Se chove,tenho
de correr para a recolher antes que
fique ..pinguim!
Henrique Lacerda Ramalho
Site do
autor :
Só
Karinho´s
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