ÍNDICE
· Patrono dos Trovadores
· Curiosidades sobre São Francisco
· Oração do Trovador
· Diretoria da UBT Nacional
· Diretoria da UBT – Paraná
· Concursos de Trovas
· Trovas em Muro
· Trovas de Autores Imortais
· José Feldman
· Luiz Hélio Friedrich
· Maria Granzoto da Silva
· Entrevista com o Trovador A. A. de Assis
PATRONO DOS TROVADORES
“Falando de Trovas e de Trovadores”, em seu
2º número, comemora com honrosa justiça o Patrono dos
Trovadores, São Francisco de Assis, cuja festividade é
celebrada no dia 04 de outubro do calendário
eclesiástico.
Nasceu Francisco em 26 de setembro de 1182,
na cidade italiana de Assis, filho do próspero
comerciante Pedro Bernardone e da piedosa Pica
Bourlemont. Faleceu, em odores de santidade, na tarde de
03 de outubro de 1226.
Dois anos depois, 16 de julho de 1228, foi
solenemente elevado às honras dos altares pelo papa
Gregório IX, sendo venerado como São Francisco de Assis
por todo orbe cristão.
Desde muito cedo, sentia em seu espírito
predestinação para coisas do Altíssimo. Mas foi no mês
de abril, de 1207, que deixou definitivamente as
alegrias do mundo e o seio da própria família, para
viver sob a proteção divina.
Francisco abandonou tudo: Casa, família,
propriedades, riquezas, luxos, festas, honrarias,
amigos, até a felicidade que o mundo aparentemente
proporcionava.
Duas coisas, porém, o acompanhou durante a
vida inteira – o
profundo amor às criaturas e o fantástico espírito de
poeta e trovador.
O amor que ardia em sua alma era único e
superlativo. Ninguém amou tanto o seu semelhante como
Francisco. Quando ainda na opulência da vida, não
permitia que algum necessitado partisse sem sua ajuda.
Chegou a doar a própria túnica ao pobre que passava
frio. O “beijo ao leproso” configura toda chama do seu
amor fraterno.
Amou a natureza como ninguém. Em cada ser
criado via um irmão. O seu conhecido “Cântico das
Criaturas” ou “Cântico do Sol” é apologia sensível de
louvor a Deus, através das criaturas. Seu carinho aos
seres da natureza atingiu as últimas conseqüências. É
digno de ser reconhecido como o mais perfeito ecologista
que passou por este mundo.
Foi poeta e trovador durante a vida inteira.
Com sublime
inspiração, soube contemplar toda harmonia radiante do
universo. Os motivos da mocidade deram lugar aos motivos
celestiais para que se tornasse o maior “trovador de
Deus” que a história dos homens conheceu.
Sua alegria espontânea, seu amor universal,
seus dons de poeta, portanto, deram colorido especial à
sua encantadora santidade e fizeram, dele, poema vivo de
celebração.
Até o mais conceituado poeta e trovador da
época, Divini, conforme nos relata Fülöp-Miller em “Os
Santos que Abalaram o Mundo”, “ficou cheio de amor
evangélico quando ouviu o Trovador de Deus falar sobre
a
felicidade que a paz da alma proporciona. A
transparência, a beleza e a poesia daquelas palavras de
vida eterna atingiram a alma daquele famoso trovador,
trazendo-lhe seráfica harmonia existencial.
Divini, ajoelhando-se diante de Francisco,
exclamou: “ Paz! Dá-me paz!” E Francisco, abençoando-o,
respondeu: “Levanta-te e vem conosco, irmão de paz,
irmão Pacífico!”
Daquele dia em diante, como jogral de Deus,
seguiu a canção de Francisco, levando a luz do Evangelho
aos povos.”
A UBT - União Brasileira de Trovadores - adotou São Francisco de Assis como legítimo patrono dos
trovadores. A seu exemplo, vivemos, todos, unidos numa
real confraria, onde reina o vigor da caridade, que
consiste na compreensão exemplar, no respeito mútuo e no
incentivo constante, permitindo que a inspiração
trovadoresca seja sempre realidade viva na mais dinâmica
escola literária de todos os tempos.
O Editor
CURIOSIDADES SOBRE SÃO FRANCISCO DE ASSIS
· O Trovador de Deus, São Francisco de Assis,
compôs o “Cântico das Criaturas” ou “Cântico do Sol”,
em 1225, sendo considerado o primeiro poema da
literatura italiana.
· São Francisco de Assis seguiu, ao pé da letra,
as palavras do Evangelho. Foi o santo que, em vida, mais
imitou Cristo. Dois anos antes da sua morte, 14 de
setembro de 1224, recebeu em seu próprio corpo, no
Monte Averno, as cinco chagas de Jesus Crucificado.
· São Francisco de Assis é fundador de três
ordens religiosas: Ordem Franciscana dos Frades Menores
(1209), Ordem Franciscana das Clarissas (1212) e Ordem
Terceira (1221).
· Pio XII dizia que São Francisco de Assis era o
“mais italiano dos santos e o mais santo dos italianos.”
Por isso, em 1939, proclamou-o “Padroeiro da Itália”.
O Editor
ORAÇÃO DO TROVADOR
(São Francisco de Assis)
Senhor,
Fazei de mim um instrumento de Vossa Paz!
Onde há ódio, que eu leve o amor!”
Onde há ofensa, que eu leve o perdão!
Onde há discórdia, que eu leve a união!
Onde há erro, que eu leve a verdade!
Onde há dúvida, que eu leve a fé!
Onde há desespero, que eu leve a esperança!
Onde há tristeza, que eu leve a alegria!
Onde há treva, que eu leve a luz!
Ó Mestre,
Fazei que eu procure menos ser consolado do que
consolar,
Ser compreendido do que compreender,
Ser amado do que amar!
Porquanto
É dando que se recebe,
Perdoando que se é perdoado,
E é morrendo que se vive para a Vida Eterna!
DIRETORIA DA UBT NACIONAL
PRESIDENTE NACIONAL: Eduardo A.O. Toledo – UBT - Pouso
Alegre/MG
VICE-PRESIDENTE NACIONAL: Arlindo Tadeu Hagen – UBT
-Juiz de Fora/MG
SECRETÁRIO NACIONAL: Izo Goldman – UBT - São Paulo/SP
CONSELHO NACIONAL DA UBT
PRESIDENTE: Carolina Ramos – UBT – Santos/SP
VICE-PRESIDENTE: Flávio Roberto Stefani – UBT – Porto
Alegre/MG
SECRETÁRIA: Domitilla Borges Beltrame – UBT – São Paulo/SP
DIRETORIA DA UBT – PARANÁ
PRESIDENTE: Vânia Maria Souza Ennes – UBT - Curitiba/PR
VICE-PRESIDENTE: Maria Lúcia Daloce Castanho – UBT -
Bandeirantes/PR
SECRETÁRIO: Nei Garcez – UBT - Curitiba/PR
CONSELHO ESTADUAL
PRESIDENTE: Dari Pereira- UBT - Maringá/PR
VICE-PRESIDENTE: Apollo Taborda França – UBT - Curitiba/PR
SECRETÁRIA: Maria Aparecida Frigeri – UBT - Londrina/PR
CONCURSOS DE TROVAS
XX JOGOS FLORAIS DA AURPICAS
Avenida dos Aviadores nº 9
7580-151 - Alcácer do Sal – Portugal
Modalidade QUADRA POPULAR (trova)
Tema: ALCÁCER E SEUS ENCANTOS
Máximo de 2 trovas datilografadas cada uma delas em uma
folha A4, espaço 2,
sob o mesmo pseudônimo as duas, em 2 vias. Acompanha
envelope de
identificação tendo por fora a modalidade e o pseudônimo,
e, por dentro, um
papel com: modalidade, pseudônimo, nome e endereço
completos e assinatura.
ATÉ 10.10.06
III CONCURSO LITERÁRIO CIDADE DE MARINGÁ
Academia de Letras de Maringá
Caixa Postal 982
87001-970 MARINGÁ –PR
Tema: COLHEITA (L/F)
Sistema de envelopes. Máximo de 3 trovas por
concorrente.
ATÉ 31.10.06
II CONC. NAC/INTER. RÁDIO DIFUSORA DE OURO FINO
A/C de : Eduardo A.O.Toledo
Caixa Postal 181
37550-000 POUSO ALEGRE –MG
Tema: NOTÍCIA (L/F)
Sistema de envelopes. Máximo de 3 trovas por
concorrente.
ATÉ 31.10.06
Os muros do Colégio Estadual Leonardo
Francisco Nogueira,
Ensino Médio, da cidade de Pinhalão/PR/BR estão, pouco a
pouco, sendo
ornamentados com belas trovas cujos autores são filhos
da própria
Comunidade. Este gesto cultural tem merecido aprovação
de todos os
transeuntes que têm alguma sensibilidade pela arte
literária.
TROVAS DE AUTORES IMORTAIS
A primavera opulenta,
rica de cantos e cores,
palpita, anseia, rebenta,
em cataclismo de flores.
Guerra Junqueiro
Entre os suspiros do vento
da noite ao mole frescor,
quero viver um momento,
morrer contigo de amor!
Álvares de Azevedo
A neve desce, flutua,
cai sobre tudo e se espalha
sobre a estrada imensa e nua
como uma branca toalha.
Francisca Júlia
Amor é fazer o ninho
que duas almas contém,
ter medo de estar sozinho,
dizer com lágrimas: - Vem!
Tobias Barreto
Vossa vinda, bom Pastor,
muito há que desejamos,
para que Nosso Senhor
nos conceda o que esperamos.
Pe. José de Anchieta
***
JOSÉ FELDMAN
Ubiratã-PR/BR
Num retrato amarelado
a saudade em mim se deu
ontem tinha o pai ao lado
sem ele, hoje...o pai sou eu.
Doce flor que desabrocha
perfumando seu cantinho,
envolvendo toda rocha
com doçura e carinho.
Vivi em busca de carinho
em castelos de ilusão,
tanto tempo estou sozinho
quem me aquece é a solidão.
Uma chave carregamos
porta de um mundo melhor
entretanto não largamos
a muleta de um bem pior.
Tanto mal nós infligimos
Em todos que bem nos queira
E o perdão que lhes pedimos
É uma nuvem passageira.
Tanta gente em si perdida
Entre sombras se escondendo
Cada dia é outra vida
Em disfarces vai morrendo.
***
LUIZ HÉLIO FRIEDRICH
Curitiba-PR/BR
Quem não se importa onde pisa,
na escalada desta vida,
sobe muito mas desliza
e escorrega na descida.
Quisera que o mundo visse
meu ar de felicidade
assim que você me disse:
“Namoro” – e não: “Amizade”.
A cada dia que passa,
muda minha realidade,
meus sonhos viram fumaça,
amores viram saudade.
Qual o filho mais querido
aquele que a mãe mais gosta?
Se existe algum preferido?
Nem ela sabe a resposta!
Saudade, nem sempre triste,
traz lembrança de um ausente
que de longe ainda insiste,
em se dar como presente.
Falhei nesta vida minha,
ao querer ser o teu rei
pois tu já eras rainha,
e escravo teu me tornei.
Contra-senso é eu ter na vida,
Por meu sol os olhos teus,
E ao te olhar, minha querida,
Bem ceguinhos deixo os meus.
***
MARIA GRANZOTO DA SILVA
Arapongas-PR/BR
Falar de trovas, meu Deus!
Missão que faz me encantar!
Falar de trovas aos meus!
– Ainda não sei trovar!
Juro que estou a pensar
como se estivesse em prova.
Comecei com Deus falar
que me inspirasse uma trova.
Senti muito a sua ausência
naquele dia sem sol.
Só depois, pura demência,
descobri o meu arrebol.
Foi hilário aquele encontro!
que parecia escondido!
Não é que bati meu ponto
na sala do seu marido?
Asqueroso Presidente
deste País tão querido,
não fique mostrando os dentes
para mulher sem marido.
Tire essa barba nojenta,
bota vergonha na cara!
Hoje ninguém mais agüenta
vê-lo nem ouvir sua fala!
ENTREVISTA COM O TROVADOR A.A.DE ASSIS
A Revista Virtual “Falando de Trovas e de
Trovadores”, em seu 2º número, tem a elevada honra de
entrevistar o exímio Trovador Antônio Augusto
de Assis, que tem enriquecido a nossa Literatura com
belíssimas trovas
antológicas.
Lairton: Onde nasceu e reside?
Assis: Nasci em São Fidélis, estado do Rio de
Janeiro, no dia 7 de abril de 1933. Resido em
Maringá, estado do Paraná.
Lairton: Fale-nos algo sobre Maringá.
Assis: Uma cidade jovem e muito bonita,
fundada no dia 10 de
maio de 1947, hoje com cerca de 320 mil habitantes. Pólo
agropecuário,
comercial, industrial e universitário.
Lairton: Qual a sua formação escolar, e que
profissão exerceu ou
exerce?
Assis: Jornalista e professor universitário
– Letras
(aposentado).
Lairton: Por suas inquestionáveis qualidades
de trovador, você
ocupa lugar de destaque no Mundo das Trovas. Como foi o
seu início neste
mundo fantástico da poesia e da trova?
Assis: Comecei a fazer trovas em 1960,
participando dos I Jogos
Florais de Nova Friburgo-RJ.
Lairton: Como conheceu e como
ingressou na UBT – União Brasileira de Trovadores?
Assis: Morei durante alguns
meses em Nova Friburgo, em 1960, justamente quando
lá começava a nova era da trova. Lá conheci os
grandes trovadores da época, entre os quais Luiz
Otávio, J.G. de Araújo Jorge, Delmar Barrão,
Aparício Fernandes, Cobert Rangel Coelho e outros.
Com eles aprendi a gostar da trova e até hoje é ela
a minha forma preferida de poesia.
Lairton: Percebe-se claramente o carinho edificante
que você tem pela UBT - União Brasileira de
Trovadores, dela sendo, não somente um filho amado,
mas também ardoroso militante que não se cansa de
promovê-la rumo à maior prosperidade. O que o leva a
ter tão nobre atitude?
Assis: Sou um dos poucos remanescentes da geração
fundadora da UBT, honrosamente recebi o título de
sócio benemérito da entidade e aprendi a
considerá-la uma extensão da minha família. Devo à
UBT a enorme alegria de ter irmãos muito queridos em
todo o Brasil.
Lairton: Em sua opinião, o movimento
trovadoresco, no Brasil,
pode ser considerado Escola Literária?
Assis: O trovismo é, em todos os
sentidos, uma autêntica
escola literária, a mais ampla, mais organizada e mais
animada de todos os
tempos. A única escola literária que se transformou em
verdadeira confraria.
Lairton: O que difere a UBT de outras
entidades trovistas do
Brasil, como ABT (Academia Brasileira da Trova), FEBET
(Federação Brasileira
de Entidades Trovistas) e outras?
Assis: Tentarei resumir. Em 1960, com o
lançamento da grande
antologia “Meus irmãos, os trovadores”, de Luiz Otávio,
nasceu o moderno
trovismo. Em 1958, Rodolfo Cavalcanti fundou na Bahia o
GBT – Grêmio
Brasileiro de Trovadores. Em 1960, Symaco da
Costa rompeu com o
GBT e liderou no Rio de Janeiro a fundação da ABT –
Academia Brasileira da
Trova. Em 1961, instalou-se a seção do GBT do então
estado da Guanabara:
Luiz Otávio ficou como presidente dessa seção e, ao
mesmo tempo,delegado do
GBT para as regiões Sul-Sudeste-Centro-Oeste. Em 1966,
os trovadores que
seguiam a liderança de Luiz Otávio desligaram-se do GBT
e fundaram a UBT –
União Brasileira de Trovadores. Em meados dos anos 1970,
Eno Theodoro Wanke
rompeu com Luiz Otávio e fundou a Febet (da qual se fez
presidente),
congregando os grupos não-alinhados com a UBT. Até por
volta do ano 2000, o
relacionamento entre a UBT e as demais
entidades trovísticas foi
pouco amistoso. Hoje, porém, para felicidade geral,
todos se entendem
fraternalmente.
Lairton:
Como São Francisco de Assis tornou-se Patrono dos
Trovadores?
Assis: São Francisco de Assis foi um
dos mais importantes trovadores da Idade Média, e Luiz
Otávio era seu fiel e entusiasmado devoto. Sua adoção
como patrono foi natural e unânime.
Lairton:
Por que uma rosa vermelha como símbolo dos trovadores?
Assis: “Rosa” e “roda” têm a mesma raiz etimológica, tal
como “redondilha”. Sendo a trova composta de quatro
redondilhas maiores (quatro versos setissílabos), é
fácil entender por que a rosa foi escolhida como
símbolo. O vermelho tem a ver com paixão, amor, lirismo.
Lairton: Somos sabedores de que em Maringá o
movimento trovista encontra-se num estágio mais
avançado que na maior parte das cidades paranaenses.
Que fatores proporcionaram tal desenvolvimento na
Cidade Canção?
Assis: Em 1966, Luiz Otávio nomeou-me
delegado-fundador da UBT em Maringá. Reuni os poetas
da cidade e ousamos realizar aqui o I Festival
Brasileiro de Trovadores, alcançando amplo sucesso.
Em abril de 1967, a delegacia foi transformada em
seção, instalada pessoalmente pelo próprio Luiz
Otávio e tendo como presidente o médico Elidir
d´Oliveira. Em 1970, assumiu a presidência o
professor Dari Pereira, que permanece no cargo até
hoje. Ele é recordista brasileiro na presidência de
uma seção da UBT. Anualmente, as três seções da UBT
paranaense que reúnem maior número de trovadores são
as de Curitiba, Maringá e Bandeirantes. A seção de
Londrina encontra-se em fase de reativação e a de
Ponta Grossa deverá voltar a movimentar-se a partir
do próximo ano. Com a dinâmica trovadora Vânia Ennes
na presidência estadual, está crescendo também, a
cada mês, em todo o Paraná, o número de delegacias
municipais da UBT.
Lairton:
Você, no decorrer dos anos, tem criado inúmeras trovas
do mais alto valor literário. Entretanto, a Missa em
Trovas, parece-nos, ultrapassou o limite da inspiração
poética. Fale-nos sobre a Missa em Trovas: Como se
sente em ser autor de obra tão sublime? Sob o
ponto de vista religioso, que frutos espera da Missa em
Trovas? Que alegrias a Missa em Trovas tem lhe
proporcionado?
Assis: Fiz a Missa em Trovas para ser celebrada como ato
de abertura do II Festival Brasileiro de Trovadores, em
Maringá, em abril de 1970. Estavam presentes trovadores
de todo o Brasil, os mais importantes da época. Todos
levaram cópia do texto e espalharam por toda parte. Ao
longo desses 36 anos, a Missa em Trovas já foi celebrada
de Porto Alegre a Belém do Pará. Vejo-a como um modo
novo de louvar a Deus e um novo modo de levar a trova ao
povo. Fico muito feliz em poder deixar essa contribuição
à UBT como uma lembrança de minha geração.
Lairton:
Você é o editor do Jornal Trovia-UBT Maringá. Como
conseguiu manter o nível e a constância desse precioso
informativo em homenagem à trova e ao trovador, durante
longos oito anos?
Assis: “Trovia” começou, há oito anos, como um “bilhete”
mensal
enviado apenas aos trovadores de Maringá e a uns
poucos de outras regiões. Foi aumentando mês a
mês o número de destinatários. Com a transformação do
boletim em jornal virtual, distribuído via internet. O
endereçário multiplicou-se. Hoje enviamos o “Trovia” por
e-mail direto, a centenas de pessoas, entre os
trovadores e não-trovadores. Além disso, temos contado
com o precioso apoio do Portal CEN, que remete o nosso
jornalzinho para mais de 23 mil endereços em todo o
mundo lusófono. Claro que dá trabalho (praticamente
sozinho e sem ganhar nada com isso) selecionar todos os
meses mais de 50 trovas, montar com máximo zelo cada
edição e enviar para tantos amigos. Mas a alegria
resultante desse trabalho é imensa, e enquanto houver
fôlego seguiremos em frente.
Lairton:
Avalie o Portal CEN.
Assis: O Portal CEN, uma das maiores pontes culturais
entre o Brasil e Portugal, é um belíssimo serviço de
utilidade pública criado e mantido por um dos mais
ardorosos apóstolos da arte literária, nosso querido
mestre Carlos Leite Ribeiro.
A trova, particularmente, deve muito ao Carlos, à Iara e
ao seus demais colaboradores. O “Cá Estamos Nós” tem
levado os nossos versos aos mais distantes lugares deste
planeta.
Lairton: O
que o levou a editar livros e e-books?
Assis: Quem escreve quer ser lido. E o modo mais
moderno, econômico e eficaz de chegar aos leitores é o
e-book. O autor nem imagina quantos estão lendo seus
trabalhos. De repente, você fica conhecido em mil
lugares, como se ocorresse um milagre.
Lairton:
Sob o ponto de vista literário, você é pessoa realizada?
Assis: Ninguém jamais se sentirá inteiramente
realizado. Posso dizer, porém, que, como “poeta amador”,
sem pretensão de lucro material com o que escrevo,
sinto-me bastante feliz pelo que já produzi e pelo que
espero produzir ainda na reta final da vida.
Lairton: Agradecemos a
oportunidade que nos deu nesta entrevista e solicitamos,
para o encerramento, algumas trovas da sua autoria. Um
fraterno abraço!
Assis: O prazer foi meu, e dou-lhe os parabéns pelo seu
excelente trabalho de produção e divulgação da trova. O
mundo anda muito carente de poesia, e você contribui
significativamente para preencher essa lacuna.
Algumas trovas minhas:
Num tempo em que tanta guerra
enche o mundo de terror,
benditos os que, na Terra,
semeiam versos de amor!
*
Irmanemos nossas vidas
em comunhão generosa,
tal como vivem unidas
as pétalas de uma rosa!
*
Tem muito mais graça a vida
quando a gente tem com quem
repartir bem repartida
a graça que a vida tem!
*
Sorria, amigo, sorria...
pois, neste tempo de tédio,
qualquer sinal de alegria
é sempre um santo remédio!
*
Amai-vos, e as derradeiras
muralhas hão de cair.
Havendo amor, as fronteiras
não têm razão de existir!
Visite o Espaço do Editor no nosso
Portal CEN
Formatação e Arte: Iara Melo
|