Revista Trovia UBT -

Maringá - PR

Ano 8 - nº 97 - Agosto/2007

Editor: Antonio Augusto de Assis

(A. A. de Assis)

Formatação e Arte: Iara Melo

PORTALCEN – A maior ponte literária Brasil - Portugal

O que você faz pela trova é tão importante quanto as trovas que você faz

Trovadores setissílabos
 
Alguns trovadores já nasceram programados para o belo ofício, a ponto de terem sido batizados com nomes setissílabos. A lista é incompleta, mas vale o registro: Almerinda Liporage, Amaryllis Schloenbach, Amilton Maciel Monteiro, Antonio Augusto de Assis, Apollo Taborda França, Benedito Vieira Telles, Célia Guimarães Santana, Célia Maria Rodrigues, Cidoca da Silva Velho, Conceição A. C. de Assis, Delcy Rodrigues Canalles, Domingos Freire Cardoso, Dorothy Jansson Moretti, Ercy Marques de Faria, Flávio Ferreira da Silva, Flávio Roberto Stefani, Heloísa Zanconato, Ida Dutra Sacramento, Istela Marina Lima, Jaime Pina da Silveira, João Batista Xavier, José Antônio de Freitas, José Antônio Jacob, eloísa ZanconatoJosé Tavares de Lima, José Valdez Castro Mouro, Jupyra de Vasconcelos, Lairton Trovão de Andrade, Leda Maria Bechara, Lucília Alzira Decarli, Luiz Antônio Cardoso, Maria Cardoso Zurlo, Maria Eliana Palma, Maria José Fraqueza, Maria Lúcia Daloce, Marisa Vieira Olivaes, Neide Rocha Portugal, Regina Célia de Andrade, Relva do Egypto Silveira, Rita Marciano Mourão, Ruth Farah Lutterback, Sandro Pereira Rebel, Sávio Soares de Souza, Sérgio Ferreira da Silva, Sílvia de Araújo Motta, Vanda Fagundes Queiroz, Walneide Fagundes Guedes, Wanda de Paula Mourthé, Wilma Mello Cavalheiro

 

Trovia
Para correspondência: 
A. A. de Assis
Rua Arthur Thomas, 259 – ap. 702
87013-250 – Maringá-PR
Tel. (44) 3227-4311


Inesquecíveis
 
Embora os meus olhos sejam
os mais pequenos do mundo,
o que importa é que eles vejam
o que os homens são no fundo.
Antônio Aleixo
 
Neste mundo atribulado,
onde a virtude não medra,
é sempre o maior culpado
que atira a primeira pedra.
Aparício Fernandes
 
Trouxe-me grande valia
a verdade que aprendi:
– toda pessoa vazia
é sempre cheia de si.
Delmar Barrão
 
Seria ideal a vida,
maravilhosa e tão doce,
se você fosse, querida,
como eu queria que fosse!...
Élton Carvalho
 
Meu velho criado-mudo,
minha discreta almofada,
vocês, que sabem de tudo,
por favor, não contem nada!
Lucy Sother Rocha
 
Saudade... foto em pedaços
que eu colei com mão tremida,
tentando compor os traços
de quem rasgou minha vida...
Waldir Neves



Revista

Trovia, 8 anos – Olhem lá no cabeçalho, na primeira página: Trovia está entrando em seu ano 9. Isso quer dizer que já rodamos 8 anos, desde aquele boletinzinho inaugural que circulou em junho de 1999. Este é o nosso n. 97. Logo-logo chegaremos ao n. 100, e aí, missão cumprida ...  a gente vai parar.
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Toledo – Nosso presidente nacional Eduardo A.O. Toledo deu um susto na gente, mas as notícias que chegam de Pouso Alegre dão conta de que ele já se acha em franca recuperação da saúde, e “arteiro como sempre”, como diz a Conceição. Bem haja!
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Novos imortais – Tomarão posse no dia 1º de setembro na Academia de Letras de Maringá, em reunião solene, três novos imortais: Ivy Menon (poeta), Nivaldo Mossato (poeta) e Rogério Recco (jornalista e historiador).
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V Concurso Navegando nas Poesias
Tema: PENSAMENTO. Uma trova. A/C Agostinho Rodrigues. Caixa Postal 144566 – CAMPOS-RJ – 28001-970. Até 15-08
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XX Concurso UBT Natal
Tema Sul-Sudeste-Centro Oeste: TEMPO. Máx. 3. A/C Reinaldo Aguiar. Rua Manoel Raimundo Aguiar, 1852 – Lagoa Nova – NATAL-RN – 59056-020.  15-08
 
XXVII Concurso da ATRN
Nacional e estadual: QUALQUER TEMA ECOLÓGICO. Máximo 5. Rua Raimundo Chaves, 1652 – J30 – Cond. West Park – Boulevard, Candelária – NATAL-RN – 59064-390. Até 31-08
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I Jogos Floras S. Francisco de Itabapoana
Trova – nac.: AGRICULTURA; est. (RJ): BELEZA.Máx. 3, sist. envelopes.  Poema –  Tema: PRIMAVERA.  Um só trabalho, até 40 versos,  uma via, com pseudônimo. A/C  Roberto Acruche. Caixa Postal n. 123.192 – SÃO FRANCISCO DE ITABAPOANA-RJ – 28230-000. Até 31-08
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XIV Jogos Florais de Sete Lagoas
Nac/internacional: CHÃO (L-F) e CHAMA (H). Est. (MG): LUXO (L-F) e LIXO (H). A/C Célia G. Santana. Rua Rosa Maciel Lanza, 259 – SETE LAGOAS-MG – 35700-199. Até 30-08

 

Humorísticas
 
 
Sua pirraça é “de morte”;
assim mesmo é que ela faz:
vai dormir de calça-esporte
com o fecho para trás!
Célia G. Santana – Sete Lagoas
 
“Me apavora o fim do mundo",
diz ao amigo, o Garcês.
"Pois eu já não vou tão fundo...
meu fantasma é o fim  do mês..."
Dorothy J. Moretti – Sorocaba
 
Rapaz nobre, inteligente
e por demais escolado:
só come cachorro-quente
se o mesmo for vacinado...
Fernando Câncio – Fortaleza
 
O reumatismo atacava
meu avô em tal escala,
que o velho já se queixava
de dor até na bengala...
José Lucas – Natal
 
Na cozinha sou o tal...
Ponho em ordem o talher.
Enxugo louça e metal.
Levo bronca da mulher!
José Marins – Curitiba
 
O terapeuta sugere:
– “Apimente” a relação!
Mas a mulher interfere:
– “Tô” fora!... Pimenta, não!
Lucília Decarli – Bandeirantes
 
Vermelho igual ao tomate,
meu coração é um bife:
quanto mais alguém lhe bate,
mais amolece o patife.
Orlando Woczikosky – Curitiba
 
– Cê sabe de argo, seu moço,
pra curá quem cai do gaio?
– Sei de um remédio colosso:
passa pó-pa-tapá-taio...
Osvaldo Reis – Maringá
 

 

Líricas e filosóficas
 
Ao cérebro, o coração
manda amorosa mensagem:
– Somente unidos, irmão,
seremos de Deus a imagem!
A. A. de Assis – Maringá
 
Hoje eu culpo a mocidade
que ao encher-me de alegrias
deu-me um cofre de saudade
e um milhão de fantasias!...
Ademar Macedo – Natal
 
Minha fonte respeitada,
que eu amava com fervor,
hoje está purificada
junto a Deus Nosso Senhor.
Agostinho Rodrigues – Campos
 
Meus ternos sonhos de outrora,
hoje maduros demais,
despencam de hora em hora
dos ramos do nunca mais.
Amália Max – Ponta Grossa
 
Em quatro linhas eu conto
qual é do amor todo o mal,
pois se resume num ponto:
o simples ponto final.
Amaryllis Schloenbach – São Paulo
 
Gravei seu sorriso aberto,
todo toque de magia;
gravei tudinho, decerto,
naquele primeiro dia.
A. M.A. Sardenberg – São Fidélis
 
Não há júbilo, a rigor,
que se possa comparar
ao do amor que encontra o amor,
depois de muito esperar.
Amilton Monteiro – SJ dos Campos
 
Nos meus tempos de criança,
sem dores nem pesadelos,
tinha a brisa da esperança
pra brincar nos meus cabelos...
Antônio Roberto – Campos
 
O invejoso não entende
que não faz mal a ninguém
e que a inveja só pretende
machucar a quem a tem.
Arlene Lima – Maringá
 
Noites negras... Solidão...
Tarde demais para os dois!
Um sim anulando um não...
E um talvez... para depois!
Célia M.  Rodrigues – B. Horizonte
 
Confesso um grande preceito
na mais sublime humildade:
eu acho o mundo perfeito,
imperfeita é a humanidade!
Conceição Abritta – B. Horizonte
 
Chorava a Rosa, de pena,
ao se queixar do Jasmim:
– Aquele ingrato, Açucena,
já não gosta mais de mim!
Diamantino Ferreira – Campos
 
Eu sonho o mundo presente
com liberdade de outrora:
– Abrir a porta da frente
e jogar a chave fora!
Eduardo A. O. Toledo – Pouso Alegre
 
Toda união é perfeita
se, congregando emoções,
além das mãos que ela estreita,
une também corações...
Ercy Marques de Faria – Bauru
 
Um ombro, de um grande amigo,
tem as sublimes virtudes:
encoraja no perigo,
traz paz nas vicissitudes.
Francisco Macedo – Natal
 
Quando os homens derem conta
que somente o amor constrói,
a paz no mundo desponta
e a guerra se autodestrói.
Francisco Pessoa – Fortaleza
 
Vou vivendo meus agoras
entre sonhos e utopias,
e transformando em auroras
as minhas noites vazias!
Gislaine Canales – B. Camboriú
 
Qual um pastor diligente
cuidando do seu rebanho,
pastoreio no presente
minhas saudades de antanho!
Gutemberg Andrade – Fortaleza 
 
O amor é louco, imprudente,
no seu jeito de existir.
Sem nenhum respeito à gente,
vai entrando sem pedir.
Humberto Del  Maestro – Vitória
 
Sou caravela que avança,
e a vida é mar agitado,
mas as velas da esperança
mantêm seu rumo sonhado!
Izo Goldman – São Paulo
 
Vai distante a mocidade,
mas meu sonhar não se cansa...
Supera o peso da idade
e corre atrás da esperança!
João Freire Filho – Rio
 
Sou, na fila da saudade,
tratado com deferência.
Ao velho da minha idade
sempre ela dá preferência...
José Fabiano – B. Horizonte
 
Expulsando a maquiagem,
a lágrima veio, pura,
e pousou sobre a mensagem,
no lugar da assinatura!...
José Ouverney – Pinda
 
Jamais busco o falso atalho
da glória não merecida...
É no suor do trabalho
que se constrói uma vida!
José Valdez C. Moura – Pinda
 
Apesar de meu soluço
todo o corpo sacudir,
sobre a tristeza debruço
a coragem de sorrir.
Lóla Prata – Brag. Paulista
 
Juntando as tintas mais belas,
Deus, com sublime ousadia,
pinta milhões de aquarelas
no simples raiar do dia!
Ma. Madalena Ferreira - Magé
 
Mamãe, tua idade avança
e eu, triste, não me consolo,
porque sou sempre a criança
que precisa do teu colo!...
Maria Nascimento – Rio

Vai-se a vida, o tempo avança,
tudo mudo, o globo roda,
mas, com lastros na esperança,
sonhar nunca sai de moda.
Miguel Russowsky – Joaçaba
 
Não faça de um nó no peito
motivo de pessimismo.
É graças a um nó bem feito
que se transpõe um abismo.
Neide R. Portugal – Bandeirantes
 
Guarda no olhar a doçura
com que me embalou um dia.
Mãe lembra sempre a figura
e a ternura de Maria...
Nilci Guimarães – Rio
 
As dores e os desencantos,
lancem ao pó das estradas...
- Façam dos lares recantos
que lembrem contos de fadas!
Olga Agulhon – Maringá
 
Nada além do amor carrego
neste mundo tão disperso,
mas quando a ti eu me entrego,
te entrego meu universo.
Renata Paccola – São Paulo
 
De manhã sou funcionária,
à tarde, mãe e chofer,
cozinheira e secretária...
À noite, enfim, sou mulher!
Selma Spinelli – São Paulo
 
Amigo é aquele artesão
que, sem receios, lapida
com o cinzel do perdão
as pedras brutas... da vida!
Sérgio F. da Silva – São Paulo
 
Pensei ser fogo apagado...
Mas ao ver-te, de repente,
vi que a chama do passado
arde, ainda, em meu presente.
Thereza Costa Val – B. Horizonte
 
Morre o poeta!... Na rua,
tristonho, alguém fecha o bar,
e, na noite escura, a Lua
se esconde... para chorar!
Therezinha Brisolla – São Paulo
 
 
 

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Catedral-Basílica de Nossa Senhora da Glória – Maringá - Brasil

Música: Maringá * (Joubert de Carvalho)

Formatação e Arte: Iara Melo