MÚSICAS
 

Revista Trovia UBT - Maringá - PR

Ano 8 - nº 92 - Março/2007

Editor: Antonio Augusto de Assis (A. A. de Assis)

Formatação e Arte: Iara Melo

PORTALCEN – A maior ponte literária Brasil - Portugal

O que você faz pela trova é tão importante quanto as trovas que você faz

A Família do Trovador


 Se a família do trovador soubesse o quanto a trova lhe faz bem à saúde, seria a primeira a dar-lhe máximo apoio. Começando por entender que “em cabeça onde entram versos não entram grilos”. Para idosos, então, a trova é um verdadeiro achado. Não há melhor ginástica para o cérebro. Mesmo que o verso resulte pobrezinho ou manquitola, ainda assim faz bem à beça. Se você tem um trovador em casa, preste atenção nele: jamais perde o bom humor. Em vez de ficar resmungando contra isso ou contra aquilo, ele se põe sereno em seu canto e começa a bater sílabas nos dedos. Já tem até calos nas costas do polegar. Com isso distrai a alma, sossega o coração, faz funcionar o “instrumental pensante”. Há quem prefira jogar damas ou fazer palavras cruzadas. O poeta faz versos, brinquedo inigualável. Se lhe sobram alguns trocados,  manda imprimir o produto em livro e feliz da vida distribui com dedicatória aos parentes e amigos. Alguns deles, mais craques ou mais sortudos, chegam até a vencer concursos. Vão às festas de premiação, encontram lá um punhado de irmãos de rimas, recebem troféus, diplomas, voltam para casa recheados de alegria. A família deles às vezes nem nota essa felicidade. Deveria notar. E agradecer aos céus a bênção de ter em casa alguém que com algo aparentemente tão simples consegue envelhecer sem ficar velho.


 

Trovia

Para correspondência:  A. A. de Assis
Rua Arthur Thomas, 259 – ap. 702
87013-250 – Maringá-PR
Tel. (44) 3227-4311
 

Inesquecíveis

 
Eu vi o rio chorando
quando te foste banhar,
por não poder, te banhando,
dar-te um abraço e ficar...
Adelmar Tavares
 
Neste meu final de vida,
dos meus sonhos me desfalco;
num gesto de despedida,
cansado saio do palco.
Benedito de Carvalho
 
Entre a ventura e a grandeza,
uma deves escolher.
Felicidade e riqueza
não podem juntas viver.
Carolina de Azevedo Castro
 
Legislar, tema profundo,
sempre agita os parlamentos.
Para a justiça no mundo,
bastam os dez Mandamentos.
Elidir d’Oliveira
 
Da vida, no grande coro,
eis nosso destino atroz:
seguirmos de choro em choro,
até chorarem por nós!
Tasso da Silveira
 
Na infância, o sumo interesse:
– calças longas, sem demora!...
(Ah se a vida devolvesse
as calças curtas de outrora!...)
Waldir Neves – Rio
 

Revista
 

Concurso da Casa do Mestre 2007
Trova: PAZ (L-F) e OVO (H). Soneto: SUSSURRO. Poema: FLOR. Trova: sistema de envelopes, escrevendo acima da trova o estado de origem. Soneto e poema: em 05 vias. Um trabalho em cada modalidade. A/C de Matta Freire. Caixa Postal 093906 – Piabetá – MAGÉ-RJ – 25915-000. Até 31-03
 

XXX Jogos Florais de Pouso Alegre
Trova: LUAR (L-F). Haicai: ESTRELA. Soneto: OLHOS ou OLHAR, Poesia livre: PRIMAVERA. Crônica: MOTIVOS JUNINOS. Conto: UMA NOITE DE NATAL. Trova: máximo 3. Haicai: máx. um  (sist envelopes). Demais itens: um trabalho em cada modalidade, em 03 vias, com pseudônimo. Caixa Postal 181 – POUSO ALEGRE-MG – 37550-000.  Até 30-04
 

XVII Concurso de Pindamonhangaba
Nacional: LUZ; estadual (SP): ALENTO; regional: TREVAS. Máx. 3. Biblioteca Ver. Rômulo D’ Arace. Lad. Barão de Pindamonhangaba, s/n – Bosque – PINDAMONHNAGABA-SP –
12401-320. Até 30-04 
 

Concurso de Trovas UBT - Monitor
Homenagem aos 173 anos do jornal  Monitor Campista. Tema: TRADIÇÃO (L-F). Máx. 3. Rua João Pessoa, 202 – CAMPOS DOS GOYTACAZES-RJ. 28010-250. Até 30-04
 

V Jogos Florais de Pitangui
Tema: COQUEIRO (L-F). Máximo 3. A/C José Antônio de Freitas. Rua José Alves Machado, 234 – Jatobá – PITAGUI-MG – 35650-000.
Até 15-04
 

XXXVII Jogos Florais de Niterói
Nacional: PENUMBRA. Estadual-RJ: ALVORADA. Caixa Postal 100.518 – NITERÓI-RJ – 24001-970. Máx. 3. Até 31-05
 

I Juegos Florales de Buenos Aires
Tema para trovadores de língua portuguesa: TANGO. Para língua espanhola: SAMBA. Máximo 5. A/C Nora Lanzieri. Capdevilla 3341 PB7 (1431) – Capital Federal – BUENOS AIRES – Argentina. Até 31-05.
 

II Jogos Florais de Cambuci
Tema  AMOR. Uma trova. A/C Almir Pinto de Azevedo. Praça da Bandeira, 79 – CAMBUCI-RJ – 28430-000. Até 30-06
 

XIX Jogos Florais de Porto Alegre
Nacional: NAU (L-F) e MASTRO (H). Est. (RS): CAIS (L–F) e MARUJO (H). Máx. 5. Rua Grão-Pará, 212 – PORTO ALEGRE-RS – 90850-170. Até 30-06 
 

Maringá perdeu Elidir
Em abril de 1967, com a presença de Luiz Otávio, instalou-se a seção de Maringá da UBT, tendo como primeiro presidente o médico Elidir d’Oliveira. 40 anos depois, no dia  10 de fevereiro de 2007, com 76 anos de idade, Elidir mudou-se para o parnaso do céu. Era membro-fundador da Academia de Letras de Maringá e delegado da UBT em Ivatuba-PR. Um primoroso poeta, um  ser humano de primeiríssima qualidade. Ficará para sempre em nossa melhor saudade.

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Humorísticas
 

Duas coisas neste mundo
podemos contar a dedo:
livro que volta a seu dono,
mulher que guarda segredo...
Albertina Carvalho
 
Passa por mim, não me vê,
e talvez nem me olhe mais.
– Não me conhece porque
eu a conheço demais...
Manuel de Oliveira Costa
 
A história de Pia e Pio
foi assim que começou:
tanto ele a perseguiu,
que ela um dia o agarrou...
Mário Quintana
 
Minha mulher não perdoa
a quem me faça maldade.
Não porque ela seja boa:
pretende é exclusividade...
Octávio Babo Filho

 

Líricas e filosóficas
 

Bem cedinho o galo canta,
molhado ainda de orvalho.
A roça, ouvindo-o, levanta,
e um hino entoa ao trabalho.
A. A. de Assis - Maringá
 
A lua no céu desmaia
com os gritos ofegantes
vindos à noite da praia
nos gemidos dos amantes!
Ademar Macedo – Natal
 
Muito inspirado a compor,
Deus, em noite de vigília,
com rimas raras e amor
fez o poema “Família”.
Adílson de Paula – J. Távora
 
Meus pequenos descendentes,
podendo ajudar, ajudo.
Protejo e rego as sementes,
que o berço é o berço de tudo.
Alba C. Campos Netto – São Paulo
 
Olhando o céu à tardinha,
a infância meu peito invade,
brincando de cirandinha,
de mãos dadas com a saudade.
Amália Max – Ponto Grossa
 
Longe, perdidos na bruma,
vão meus sonhos a vagar...
Sem dó, no rastro da espuma,
lancei-os todos ao mar!
Amaryllis Schloenbach – São Paulo
 
Quero de novo aprender
para depois ensinar
como se deve viver
conjugando o verbo amar.
A. M. A. Sardenberg – São Fidélis
 
A praia é sempre pisada,
mas nos dá grande lição,
pois, mesmo sendo humilhada,
massageia o coração.
Arlene Lima – Maringá
 
Teu grande amor, que ironia,
é hoje coisa esquecida:
foi luz que por um só dia
iluminou minha vida!
Conceição de Assis – Pouso Alegre
 
Beijo nas faces, carícias
– como tantas, inocentes;
mas abraços são primícias
dos desejos mais ardentes!
Diamantino Ferreira – Campos
 
A saudade se embaraça
e a paixão se intensifica...
Não pelo instante que passa,
mas pelo instante que fica!
Eduardo A. O. Toledo – Pouso Alegre
 
A noite passa e o luar
permanece em mim, refém,
quando a Lua vem brilhar
no doce olhar do meu bem
Elisabeth S. Cruz – N. Friburgo
 
Eu passo a vida embalando
lembranças da mocidade,
e tristonho vou cantando
pra não morrer de saudade.
Francisco Garcia – Caicó
 
Eu prossigo o meu caminho,
procurando um grande amor,
que me envolva com carinho
e me aqueça em seu calor!
Gislaine Canales – B. Camboriú
 
Numa estrada colorida,
ou na trilha empoeirada,
se a família segue unida,
é suave a caminhada.
Istela Marina – Bandeirantes
 
Há dois mil anos o brilho
de um grande amor sobressai:
– o sacrifício de um Filho
pelos filhos de Seu Pai!!!
Izo Goldman – São Paulo
 
Se o coração de quem ama
fosse capaz de compor,
o eletrocardiograma
seria um hino de amor!
Jaime Pina da Silveira – São Paulo
 
Ao gerar prosperidade
e bem-estar social,
o trabalho é, na verdade,
o maior bem contra o mal.
Joamir Medeiros – Natal
 
Somente o trabalho faz,
das veredas, avenidas
pavimentadas de paz...
ornamentadas de vidas!
João B. Xavier Oliveira – Bauru
 
Pura, meiga, olhar risonho...
mais linda que outra qualquer...
Meu Deus! a mulher que eu sonho...
é um sonho... não é mulher!...
João Freire Filho – Rio
 
Amigos conto nos dedos.
Das amizades queridas,
espero ser um dos dedos,
nessas mãos sempre estendidas.
José Marins – Curitiba
 
A cada novo empecilho,
seja audaz, perseverante.
A cruz mais pesada, filho,
alguém já levou adiante.
José Ouverney – Pinda
 
Zune o vento – na janela...
Zumbe a abelha – no jardim...
Zarpa a nau – rumo à procela...
- Zomba a saudade... de mim!...
Ma. Madalena Ferreira – Magé
 
Vou te deixar... Partirei
sem saudade... sem sofrer...
Por um motivo, eu te amei;
por muitos, vou te esquecer...
Marina Bruna – São Paulo
 
Se te serves de mentiras
para cresceres em ganho,
é bom que logo confiras
que encurtaste no tamanho!
Miguel Russowsky – Joaçaba
 
Todos  sabemos de cor,
em qualquer raça ou fronteira,
que a mãe é o mestre maior...
porque ensina a vida inteira!
Neide Rocha Portugal – Bandeirantes
 
Xeroquei a sua imagem
e guardei na minha mente;
sempre na minha abordagem
é você que está presente.
Neiva Fernandes – Campos
 
Depois dos cinqüenta, creio,
tudo é lucro  e coerência.
Homem que não faz rodeio,
sabe o que vale a existência.
Nilton Manoel – Ribeirão Preto
 
De que estranho ingrediente
será a saudade composta,
que maltrata tanto a gente
e assim mesmo a gente gosta!
Pedro Ornellas – São Paulo
 
Nosso tempo de criança...
os velhos sonhos de outrora...
A saudade é uma lembrança
que se esqueceu de ir embora...
Renata Paccola – São Paulo
 
Entre esperas e procuras,
encontros e despedidas,
somadas, nossas loucuras
dão mais vida a nossas vidas!
Rodolpho Abbud – N. Friburgo
 
Este céu tem lindas ruas,
e Deus, para enriquecê-las,
de prata pintou as luas
e bordou o chão de estrelas.
Sarah Rodrigues – Belém
 
Meu coração não se expande.
Chora sozinho e sem queixa...
Sabe quando o amor é grande
pela saudade que deixa.
Therezinha Brisolla – São Paulo
 
A feliz trova que eu faço,
quer no verso, quer na rima,
não me traz nenhum cansaço,
sua luz sempre me anima.
Vidal Idony Stockler – Curitiba
 
Não prometo, em nossa história,
meu amor por toda a vida,
porque a vida é transitória,
e meu amor, sem medida!...
Wanda Mourthé – B. Horizonte
 
O relógio da saudade,
se excedendo em lentidão,
transforma em eternidade
as horas de solidão.
Wandira F. Queiroz – Curitiba

 
 

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Mid: Hino a Maringá 

Letra de Ary de Lima
Música de Aniceto Matti

VIOLÃO: Paulo Machado/INTÉRPRETE: Márcia Mara

Topo da página: Foto Montagem Iara Melo

Catedral-Basílica de Nossa Senhora da Glória – Maringá - Brasil

Formatação e Arte: Iara Melo