SEBO LITERÁRIO
Poesias
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O
amor
Marcos
Milhazes***
O
amor
não
se
delega
e
muito
menos
se
renega.
Ele
sempre
se
rega
e
nunca
se
nega.
Quer
sempre
o
que
carrega
E se
entrega
como
diz
a
tal
da
bendita
regra.
A
paixão
que
espere.
A
lucidez
que
se
supere.
A
razão
que
não
se
desespere.
Mas
que
também
espere.
E
ele
soberano
aparece
primeiro
Como
mestre
que
o é
de
todos
os
sentimentos
alados
e
proclama.
Eu o
amor
a
despeito
da
dor
que
por
muitas
vezes
me
descarta
ou
adia
Sempre
começarei
e
recomeçarei
Todo
o
santo
dia...
Marcos
Milhazes*** |
|
|
O
Poeta
até
ao
Contrário
Marcos
Milhazes***
Quando
a
inspiração
falha
e a
mente
não
anda
É
hora
de
seguir
uma
viagem
estranha.
Contrapor-se
ao
oposto,
apostar
nas
próximas
linhas.
Deixar
que
a
imaginação
andasse,
numa
simples
gota
da
chuva
ou
lágrima
de
criança.
Nos
beijos
e
abraços
de
pais
Namorados,
amigos
ou
amantes.
Na
poesia
são
como
diamantes
Coisas
nobres
e
cintilantes
Porém
a
vida
também
cansa
Pois
nada
é
eterno
Como
a
noite
que
morre
e o
dia
que
nasce
A
garrafa
que
serve
A
boca
que
esvazia
Tudo
é
serventia
Já
meio
fraco
e
debilitado
o
escrevedor
Puxa
seu
companheiro
cigarro
Toma
um
gole
de
sua
amiga
caipirinha.
E
pensa!
Mágicas
são
as
rimas
e
mistérios
da
vida.
E
começa
na
imaginação
sua
viagem
ao
inverso
Pensa
que
fez
dos
derradeiros
versos
Suas
estrofes
gloriosas
de
momento
E
como
todo
o
poeta
de
puro
sentimento
Nem
percebeu
que
já
está
virando
testamento...
Marcos
Milhazes*** |
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|
Olhos
de
Mar
Marcos
Milhazes***
Seguimos
destinos
desconhecidos.
E
nosso
olhar
o
mais
fiel
companheiro.
Registra
bons
e
maus
momentos
Da
vida
quando
ele
fica
a
deriva
Silencioso
e
discreto.
Depositado
no
fundo
de
nossa
alma
Sempre
secretos
e
nunca
compartilhados.
E
que
sempre
acolhe
o
presente
Mas
preserva
o
passado
E
ver
o
Sol
se
apagando
Ofertando
uma
apoteose
ao
infinito
de
antes
Na
aparição
da
estrela
pidona
dos
amantes
Como
diz
a
lenda,
a
primeira
que
brilha
no
céu!
Os
olhos
verdes
claros
que
falaram,
Entre
um
mar
de
cais,
velas
e
serras
Olhos
claros
de
mar
quando
emocionados
e
silentes
Iluminavam-se
tal
o
brilho
das
estrelas
cadentes
A
magia
do
feito
e
gravado
Na
retina
e
memória
lacrada
Eternizando
em
nossa
vida
A
causa,
os
efeitos
e
acontecido
Como
aqueles
olhos
verdes
Que
ainda
em
tempo,
teve
a
ciência
Do
bom
momento
que
vivemos
e
que
foi
para
nós
até
um
mormaço
Construídos
de
uma
mágica
e
breve
existência
Que
desatou
o
nosso
nó,
que
já
tinha
o
jeito
de
laço
Marcos
Milhazes*** |
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|
Passou
da
Conta
Marcos
Milhazes***
Coisas
da
vida,
Coisas
que
vão
andando
Sem
olhar
onde
pisa
Coisas
que
dão
tanta
felicidade
Coisas
que
produz
desamor
Coisas
de
muita
dor
Coisas
que
queríamos
guardar
No
fundinho
de
nossa
gaveta
Coisas
que
não
conseguimos
nos
livrar
Coisas,
coisas
Como
foi
à
coisa
da
nossa
história
Coisas
que
se
passaram
Coisas
que
consegui
só
hoje
aprender
As
coisas
de
ser
feliz,
eu
assim
o
quis
Então,
vá à
paz,
me
deixa
em
paz
Como
coisas
que
tem
uma
exata
medida
Diz,
e
por
Deus,
me
conta
Você
não
acha
que
passou
da
conta?
Marcos
Milhazes*** |
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Cara
ou
coroa?
Marcos
Milhazes***
De
fato!
Sempre
seremos
repetitivos
como
dantes
Quando
falamos
de
amor,
alegria
ou
dor.
Aplicamos
tão
somente
a
arte
do
escrevedor
Buscamos
nos
minerais
sermos
brilhantes
Quando
falamos
da
vida
seremos
mutantes
E de
bebida?
Somos
tal
a
parte
boa
da
água
ardente
Dos
astros,
ousamos
riscar
até
o
céu
em
nossa
ânsia
demente.
Seremos
uma
mágica
estrela
cadente
Da
seca
que
no
nordeste
mata
ou
adia
Seremos
a
esperança
sagrada
de
um
dia
de
chuvas
e
trovoadas
De
um
conforto
para
as
pobres
bacias
vazias.
Dos
ventos
e
tempos
fortes
Seremos
calmaria
Dos
nossos
manifestos
de
revolta
à
desigualdade
Clamaremos
nossa
guerra
por
igualdade
Armados
apenas
de
tinta,
mãos,
papel
e
identidade
Se
de
tudo
nada
conseguirmos,
teremos
apenas
uma
certeza.
Nossos
escritos
jamais
serão
esquecidos
Nossa
poesia
seja
de
amizade,
amor
ou
revolta.
Coisas
de
poder
de
governos,
corações
partidos,
inteiros,
amigos
ou
até
inimigos.
Nada
nos
importa
e
não
nos
priva
de
escrevermos
qualquer
tema
Carregados
de
tamanha
e
rica
energia
Digo
pois!
Seremos
os
dois
lados
da
mesma
moeda.
Quando
girada,
tanto
faz
qual
a
face
dessa
emoção
Viciada,
sempre
dará
a
esfinge
de
nosso
sedento
coração...
Marcos
Milhazes*** |
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