SEBO LITERÁRIO

   

Marcos Milhazes***
 

 
 
Poesias
 
Pág. 13 de 13Pág.
 
 

 O amor

Marcos Milhazes***


O amor não se delega
e muito menos se renega.
Ele sempre se rega e
nunca se nega.
Quer sempre o que carrega
E se entrega como diz a
tal da bendita regra.

A paixão que espere.
A lucidez que se supere.
A razão que não se desespere.
Mas que também espere.

E ele soberano aparece primeiro
Como mestre que o é
de todos os sentimentos
alados e proclama.

Eu o amor a
despeito da dor
que por muitas vezes me
descarta ou adia
Sempre começarei e
recomeçarei
Todo o santo dia...

Marcos Milhazes***

 

O Poeta até ao Contrário

Marcos Milhazes***


Quando a inspiração
falha e a mente não anda
É hora de seguir
uma viagem estranha.

Contrapor-se ao oposto,
apostar nas próximas linhas.
Deixar que a imaginação andasse,
numa simples gota da chuva
ou lágrima de criança.

Nos beijos e abraços de pais
Namorados, amigos ou amantes.
Na poesia são como diamantes
Coisas nobres e cintilantes

Porém a vida também cansa
Pois nada é eterno
Como a noite que morre e o dia que nasce
A garrafa que serve
A boca que esvazia
Tudo é serventia

Já meio fraco e debilitado o escrevedor
Puxa seu companheiro cigarro
Toma um gole de sua amiga caipirinha.
E pensa!
Mágicas são as rimas e mistérios da vida.

E começa na imaginação sua viagem ao inverso
Pensa que fez dos derradeiros versos
Suas estrofes gloriosas de momento
E como todo o poeta de puro sentimento
Nem percebeu que já está virando testamento...

Marcos Milhazes***

 

 Olhos de Mar

Marcos Milhazes***


Seguimos destinos desconhecidos.
E nosso olhar o mais fiel companheiro.
Registra bons e maus momentos
Da vida quando ele fica a deriva

Silencioso e discreto.
Depositado no fundo de nossa alma
Sempre secretos e nunca compartilhados.
E que sempre acolhe o presente
Mas preserva o passado

E ver o Sol se apagando
Ofertando uma apoteose ao infinito de antes
Na aparição da estrela pidona dos amantes
Como diz a lenda, a primeira que brilha no céu!

Os olhos verdes claros que falaram,
Entre um mar de cais, velas e serras
Olhos claros de mar quando emocionados e silentes
Iluminavam-se tal o brilho das estrelas cadentes

A magia do feito e gravado
Na retina e memória lacrada
Eternizando em nossa vida
A causa, os efeitos e acontecido

Como aqueles olhos verdes
Que ainda em tempo, teve a ciência
Do bom momento que vivemos e que foi para nós até um mormaço
Construídos de uma mágica e breve existência
Que desatou o nosso nó, que já tinha o jeito de laço

Marcos Milhazes***

 

Passou da Conta

Marcos Milhazes***


Coisas da vida,
Coisas que vão andando
Sem olhar onde pisa
Coisas que dão tanta felicidade

Coisas que produz desamor
Coisas de muita dor
Coisas que queríamos guardar
No fundinho de nossa gaveta

Coisas que não conseguimos nos livrar
Coisas, coisas
Como foi à coisa da nossa história
Coisas que se passaram
Coisas que consegui só hoje aprender

As coisas de ser feliz, eu assim o quis
Então, vá à paz, me deixa em paz
Como coisas que tem uma exata medida
Diz, e por Deus, me conta
Você não acha que passou da conta?


Marcos Milhazes***

 

Cara ou coroa?

Marcos Milhazes***


De fato!
Sempre seremos repetitivos como dantes
Quando falamos de amor,
alegria ou dor.
Aplicamos
tão somente a arte do escrevedor

Buscamos nos minerais
sermos brilhantes
Quando falamos da vida
seremos mutantes
E de bebida?
Somos tal a parte boa da água ardente

Dos astros,
ousamos riscar até o céu
em nossa ânsia demente.
Seremos uma mágica estrela cadente

Da seca
que no nordeste mata ou adia
Seremos a esperança sagrada
de um dia de chuvas e trovoadas
De um conforto para as
pobres bacias vazias.

Dos ventos e tempos fortes
Seremos calmaria
Dos nossos manifestos
de revolta à desigualdade
Clamaremos nossa guerra por igualdade
Armados apenas
de tinta, mãos, papel e identidade

Se de tudo nada conseguirmos,
teremos apenas uma certeza.
Nossos escritos jamais
serão esquecidos
Nossa poesia
seja de amizade, amor ou revolta.

Coisas de poder de governos,
corações partidos, inteiros,
amigos ou até inimigos.

Nada nos importa
e não nos priva de escrevermos qualquer tema
Carregados de tamanha e rica energia

Digo pois!

Seremos os dois lados da mesma moeda.
Quando girada,
tanto faz qual a face dessa emoção

Viciada,
sempre dará a esfinge de nosso sedento coração...

Marcos Milhazes***

 

 

Livro de Visitas

        

Índice de Sebos