IGREJA E CONVENTO DO CARMO (Olinda, PE)
 
Semira Adler Vainsencher
semiraadler@gmail.com
Pesquisadora da Fundação Joaquim Nabuco



 

A Igreja e o Convento do Carmo estão situados no município de Olinda. Apesar das freqüentes remodelações pelas quais passaram, mantêm, ainda, quase todo o aspecto primitivo que possuíam na metade do século XVII, podendo-se dizer que caracterizam a própria renascença brasileira.

Chamado, outrora, de recolhimento da Conceição, o Convento pertence, hoje, às noviças Dorotéias. O prédio aparenta ter conservado, no entanto, a mesma paz interior transmitida, às religiosas, três séculos atrás.

A igreja é bem simples, com o Santíssimo Sacramento sempre exposto, e onde os retábulos dos altares apresentam uma decoração barroca. O templo evidencia uma fachada bastante distinta do conjunto de igrejas que foram construídas no Nordeste brasileiro.

Neste sentido, ela apresenta um estilo sui generis, característico das edificações que projetavam os arquitetos e engenheiros do século XVII. O seu altar-mor é rico. Vale a pena observar, também, o altar do Cruxificado.

Figurando em um desenho do artista flamengo Franz Post, com a sua parte superior arruinada, o templo foi vítima de um incêndio provocado pelos holandeses.

Entre 1941 e 1950, foi feita a restauração e reestabilização de toda a fachada (devido aos constantes deslizamentos, nos morros de Olinda, das camadas de argila sobre o calcáreo), bem como uma limpeza no altar-mor, uma preciosa obra entalhada.

De acordo com o inventário dos bens das Irmandades, empreendido em 1850, ao Convento do Carmo pertenciam:

Seis casas térreas. Umas moradas juntas no Beco das Cortesias; valor 130$000.

Mais duas juntas na rua de S. Bento; valor: 110$000; uma na rua Matias Ferreira; outra ao lado da igreja do Amparo; valor 100$000; todas seis arruinadas.

Terras aforadas e arrendadas. Para o Convento décimas dobradas. – Carmo de Olinda, 19 de Agosto de 1850.

Fr. José do Amor Divino Lins, Prior.


Fontes consultadas:

ABRANTES, Jorge. As obras do patrimônio histórico em Olinda. Anuário de Olinda, Olinda, PE, ano 10, p. 33-34, dez. 1956.

GUERRA, Flávio. Velhas igrejas do Recife, Olinda e Igarassu. [Recife?: s.n., 196?].

MENEZES, José Luiz da Mota. Recife. Arrecifes: Revista do Conselho Municipal de Cultura do Recife, ano 3, n. 2, [19--].

MUELLER, Bonifácio. Olinda e suas igrejas; esboço histórico. Recife: Livraria Pio XII, 1945.

 

Semira Adler Vainsencher

semiraadler@gmail.com
Pesquisadora da Fundação Joaquim Nabuco
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