SEBO LITERÁRIO
Poesias
Pág. 8 de
13Pág.
Clave
de
Sol
Marcos
Milhazes***
A
madrugada
me
despertou
com
seu
musical
Fez-me
respirar
ar
de
prata
Fez-me
emitir
ruídos
quando
ainda
placenta.
Atenta-me,
porém...
Senta-te
e me
escute
Surgi
cheio
de
virtudes
Também
com
muitos
defeitos
e
trejeitos
Nem
tenho
mais
jeito,
apenas
os
aceito.
Não
os
invento.
Vieram
em
minha
bagagem!!!
E em
caso
de
dúvidas
vou
a
busca.
Quiçá,
procurar
na
música
minha
resposta.
Tento
nos
bailes,
rádios,
músicas
de
banheiro.
Nem
preciso
de
dinheiro...
Arrisco,
como
um
petisco.
Alento-me
em
uma
canção
de
solidão
e
com
olhos
marejando.
Tento
seguir
rastros,
sinais
de
fato.
Soltar
meus
bichos.
Ai
de
mim!
Os
bichos
pularam
em
mim.
Fazendo-me
compor
a
clave
perdida
de
achar
você.
Minha
mulher
melodia.
Tudo
isso
para
admitir.
E
sem
mentir.
Sentir-me
uma
nota
musical.
Elevar-me
como
uma
clave
de
Sol.
Apenas
para
tocar
você...
Marcos
Milhazes*** |
|
|
Decassílabo
Marcos
Milhazes***
Como
posso
achar
nos
alados
ou
no
vácuo,
a
minha
expressão
de
carinho
Como
desvendar
o
oculto
de
seus
olhos
Como
poderei
capturar
as
gotas
púrpuras,
que
passeiam
de
sua
alva
face
Como
e
quando
meu
lenço
saberá
da
mágica
hora..
E
esse
meu
coração
que
quando
te
vê
Bate
repetidamente
por
você
Em
forma
de
oração
E
sempre
se
desmancha
de
carinho
e
emoção
E o
que
direi
para
o
meu
relógio?
Que
as
pontas
de
seus
ponteiros
são
derradeiras
Que
ele
apenas
passe
ou
espere
Que
fique
ou
permaneça
E se
o
meu
hoje,
não
for
hoje?
Mas!
E se
antes
desse
tempo
passar,
consiga
uma
carona
nele
Será
que
ainda
terei
o
derradeiro
tempo
para
dizer-te.
"Meurepentistaatipertence"
Marcos
Milhazes*** |
|
|
O
Confidente
Marcos
Milhazes***
Em
algum
lugar
do
mundo,
lá
está
ele.
Sempre
imóvel,
atencioso,
confortável,
discreto
e
confiável.
São
tantas
as
vidas
ouvidas
de
lamentos,
alegrias,
conforto
do
corpo
Histórias
variadas
imaginárias
ou
não.
Todas
são
ouvidas!
Vidas
que
se
entregaram
a
ele
e
suas
últimas
palavras
nesse
mundo
Jamais
serão
por
ele
ditas
ou
disseminadas.
E
como
tal,
cada
qual,
sucumbe
com
seus
segredos.
Atencioso,
não
importa
o
tema
e
nem
as
origens
Dos
lamentos
das
perdas
de
amor,
emprego,
injustiças,
doenças.
Dos
falsos
ou
dos
verdadeiros
Das
alegrias,
de
um
passeio
dos
amados,
um
saco
de
pipocas,
sorvetes
de
verão,
um
baita
cachorro
quente,
um
churrasquinho
de
um
conto
e
aquele
refresco
de
boteco.
E
nunca
se
queixa,
pois
por
tantas
vezes
é
atingido
dessas
bagunças
da
tal
farra
de
passeios
de
fim
de
semana.
Desde
os
registros
com
ele
guardados
em
forma
de
tatuagem
e os
recados
em
forma
de
futuras
lembranças
e
seus
escritos
com
jeito
de
herança.
Do
conforto
para
os
mais
carentes,
oferece
seu
colo
sem
medidas,
nas
noites
frias
ou
nas
tardinhas
do
Verão.
O
afeto
permitido.
Raros
são
aqueles
que
em
num
cantinho
de
reflexão,
nunca
pediram
a
sua
mão.
Milionários,
proletários,
mendigos,
amantes
e
amigos.
Acreditem!
Para
todos
aqueles
sinceros
e
que
nunca
negaram
seus
fatos
e
fizeram
dele
seu
confessionário
de
igreja,
ora
veja.
E
com
tudo
aquilo
aqui
dito
dele,
continua
a
sua
espera
Ali
no
mesmo
jardim
e
com
toda
a
sua
graça.
O
eterno
e
discreto
amigo
de
tantas
vidas.
Aquele
mesmo
banquinho
da
mesma
praça...
Marcos
Milhazes*** |
|
|
Pé
de
Vento
Marcos
Milhazes***
Pegadas
efêmeras
seguiam
pela
estrada
mágica
deixando
rastros
de
imaginação,
em
forma
de
lendas
ou
fábulas.
Na
imagem
da
cabeça
Uma
dançarina
dos
ventos
Artista
dos
palcos
da
noite
Dançastes
comigo
enroscada
tal
uma
cobra
Tudo
muito
esquisito
Apenas
mais
um
quesito
Jazia
a
noite
da
preguiça
A
lua
até
já
dormia,
linda!
E
minha
alma
gemendo
gêmea
da
sua
Acodia-me
totalmente
nua
Busquei
na
solidão
do
deserto
Atraquei-me
nas
amarras
dos
ventos
As
minhas
esperanças
arredias,
contidas
E
sem
mais,
deixa-se
notar
naquele
raro
momento
Minhas
marcas
em
ti
deixadas
através
das
areias
do
tempo...
Marcos
Milhazes*** |
|
|
Mascarados
Marcos
Milhazes***
Se a
tristeza
tira
a
minha
paz.
Se
as
razões
se
misturaram
em
meios
aos
confetes
Criei
minhas
fantasias,
sem
perceber
que
faltava
você
Sim!
Sei
que
desfilei
nesse
Carnaval
Nas
passarelas
da
euforia
Sem
adeus
Sem
beijos
de
despedida
Sem
um
único
aceno
na
saída
Que
se
fazia
num
enredo
só
de
ida
Nem
me
lembrei
que
são
dias
de
ilusão
Que
depois
da
farra
Continuava
minha
alegria
Me
divertia,
ria
e
nem
percebia
Que
era
apenas
um
Pierrô
sem
a
minha
Colombina.
Foi
como
num
bloco
de
sujo
Que
vai
passando
nas
desatentas
ruas
Em
noite
alta,
fria
e
escura
Vem
a
terça
de
realidade
e
amargura.
Sim,
assim
são
os
carnavais
e
fogueiras
de
São
João
Sempre
acabam
em
cinzas,
E
sempre
numa
quarta
onde
os
sonhos
terminam...
E
aos
eternos
e
desatentos
foliões
Que
nessas
épocas
surgem
como
mandriões
Quando
desprovidos
das
suas
fantasias
Se
esvaem
sob
as
fantasiosas
mascaras
de
desenlaces
Mostram
nesse
momento
as
suas
verdadeiras
faces
Marcos
Milhazes***
|
|
|
Jura
a si
Marcos
Milhazes***
Qual
essa
jura?
De
confissão,
namoro
ou
amor
Ah,
de
casamento,
assim
eu
não
agüento.
Não
me
contento,
mas
fico
atento.
Então,
que
jura
é
essa?
De
perdão,
será
então.
É de
amizade
ou
compaixão.
Não?
Ah,já
sei.
Se
vem
da
Ana,
Eliana
ou
Juraci
Podem
até
ser
de
paixão.
Bem!
Sem
fazer
sermão,
confirmo
de
antemão
Já
sei
dessa
jura
em
questão.
Como
o
tempo
que
passou
e
por
capricho
dela
Fico
na
minha
finalidade
e
vaidade.
Mas
a
melhor
jura
na
verdade,
já é
a
minha
realidade
Sem
fazer
clima
ou
ficar
na
cisma,
É
sempre
bom
de
ter
você.
Minha
rima...
Marcos
Milhazes*** |
|
|
Para
pág. 9 |
|
|