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-II-
“Verso e Prosa”
Fevereiro 2012
ORGANIZADORA:
ISABEL PAKES
			
			
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ISABEL PAKES
“Cá estamos nós”, amantes da arte literária, escritores e poetas brasileiros, veteranos e iniciantes, residentes em cidades vizinhas, interioranas do Estado de São Paulo - com exceção de um brasiliense - muito agradecidos ao Portal Cen, pela oportunidade honrosa desta Antologia, onde podemos mostrar um pouco dos nossos trabalhos, estendendo nossos limites muito além do que podíamos imaginar. A Poesia nos reuniu, nos tornou amigos, nos concedeu prêmios e ainda nos presenteou com esta maravilhosa "viagem" além-mar, pois, parafraseando Sócrates, “aonde estiverem nossos pensamentos, aí também estaremos.” Aproveitamos o ensejo para ressaltar a importância dos encontros literários virtuais para a difusão da nossa literatura, alem de “aproximar” autores da atualidade, tanto dos seus pares, quanto do público leitor de todas as partes do mundo; e a importância também dos festivais de poesias e dos saraus, pois foi nos palcos desses eventos que “surgimos”, atraídos pela magia da arte literária, em verso e em prosa, que nos permite sentir um pouco mais a alma do mundo e, ainda que de forma singela, contribuir para a sutilização do nosso planeta, principalmente nestes nossos dias tão precisados da leveza da poesia. Muito obrigado aos amigos, aos leitores e, em especial, ao ilustre escritor Sr. Carlos Leite Ribeiro.
			
01 -
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RUY SILVA SANTOS
Membro da Academia Sorocabana de Letras, nascido aos 17 dias do mês de Fevereiro de 1938, na cidade de Itapetininga. Depois do Ginasial, cursei o profissionalizante da extinta Sorocabana na carreira de mecânica. Posteriormente optei pela função de eletricista de locomotivas, aposentando como tal. Em 1955 aconteceu a primeira poesia. E daí não parei mais, foi uma verdadeira febre. Residindo em Sorocaba, participei do Conselho da LINC na cadeira de literatura e do Conselho da Cultura também em literatura. Anualmente, venho integrando a mesa de jurados do FEPOC – Festival de Poesias de Cerquilho (SP) e do TMP – Torneio Municipal de Poesias, também de Cerquilho, do qual sou o idealizador.
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| CARTA DE ALFORRIA 
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02 –
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KATIA MOTA
				
				Nascida em 09/12/1975, em São 
				Paulo, capital. Começou a escrever em 2007.  Estudante de Letras 
				em Português e Espanhol. Em 2008 concluiu a oficina de 
				literatura “A invenção do Personagem e da História” ministrada 
				pela professora Sueli Pereira Aduan, pela Oficina Grande Othelo 
				de Sorocaba. 
				Menção Honrosa no 9º Concurso de Literatura da Fundação Cultural 
				de Canoas - RS. 
				1º lugar na Fase Municipal Mapa Cultural Paulista 2009/2010 e 
				Menção Honrosa na Fase Regional Mapa Cultural Paulista 
				2009/2010, categoria Poesia. 
				20º lugar XXV Concurso Internacional Literário Edições AG. O 
				poema “Mulheres”, publicado no blog Katia em Anexo, foi 
				dramatizado e apresentado em palestras de Filosofia na Oficina 
				Grande Othelo de Sorocaba. 
				Menção Honrosa na categoria Conto no FEPOC - Festival de Poesias 
				de Cerquilho/SP – 2009, com o conto “A casa da árvore”. 
				Menção Honrosa na categoria Conto no FEPOC - 20l0, com o conto 
				“Cheiro de Tangerina”. Colaborou com poemas nas edições 6, 9, 12 
				da Revista Cultural Novitas. Participação nos Ebooks “Somente o 
				Necessário”, 1 e 2 da Editora Novitas. 
				Classificada para a Fase Regional e Estadual do Mapa Cultural 
				Paulista 2011/2012, nas categorias Contos e Poesias. 
				Colabora esporadicamente com o blog 
				 www.comendolivros.blogspot.com   e publica seus textos nos 
				blogs: 
				www.katiaemanexo.blogspot.com  e 
				
				www.escritoslinguagemnocorpo.blogspot.com/ 
				 
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				SUICÍDIOS SILENCIOSOS
				Quando criança gostava  de 
				matar pequenos insetos,  de ver a luta pela vida das pequenas 
				criaturas, formigas, grilos, abelhas, moscas. Colocava-os em 
				copos de vidro virados de bocas para baixo e assistia 
				atentamente as mortes silenciosas de seus pequenos prisioneiros. 
				Tomou gosto. 
				Quando o avô armou a ratoeira no quartinho onde guardava os 
				cacarecos reunidos em toda uma vida, ele vibrou, ficou em 
				cólicas na expectativa. Ouviu o click do desarmar da ratoeira, 
				correu mal contendo o grito de satisfação. Ficou ali imóvel 
				vendo o bichinho se debatendo, preso somente pela pata traseira, 
				onde expunha o ossinho frágil que rasgou a pele e sangrava. 
				Lutou, lutou e morreu vencido pelo cansaço. Foi jubiloso. 
				Cresceu. Chutou cachorros na rua. Atirou gatos no rio. Atirou 
				pedras nos bois. Amarrou o rabo do cavalo ao mourão. Tudo quanto 
				foi maldade esse menino fez.  Homem feito se viu refém. Se viu 
				encerrado numa prisão de vidro. Chutado. Nadando, não 
				conseguindo chegar à margem. Arrastou correntes quando aqueles 
				olhos não pôde prender. Lutou. Lutou, quando cansado, entregou 
				os pontos, hipnotizado, sentindo o velho prazer infantil,  vendo 
				os sangue esvaindo dos pulsos.
				  
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|  CONTOS 
		DE FADAS | 
		
			
03 -
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REGINA CÉLIA GAIOTTO MARCERCELINO
				
				Nasceu em Cerquilho/SP em 06 de outubro de 1949. Nome Literário: 
				Regina Gaiotto. 
				É membro da União Brasileira de Escritores, com publicações de 
				poesias e crônicas no site da União de Escritores. Tem poemas 
				publicados em cinco Antologias Poéticas. É articulista da 
				revista Vitrini e dos jornais Imprensa e Destaque News de 
				Tietê/SP. Publicou seu primeiro livro Beijos na Sacada em 2001, 
				e em 2009 o livro Filhos da Correnteza, ambos de poesia, pela 
				Scortecci Editora. Poeta homenageada do VII Festival de Poemas 
				da Escola Plínio Rodrigues de Morais e Secretaria de Cultura e 
				Turismo de Tietê/SP em 05 de outubro de 2006. Em 2008 foi-lhe 
				concedida “Homenagem Filhos Ilustres da Cidade das Rosas” pela 
				Prefeitura Municipal de Cerquilho/SP, por relevante contribuição 
				na área cultural e difusão daquele município.
				 
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CONHEÇO AS EXPLOSÕES
				
				Nasci nove meses após uma grande explosão, antes da data 
				prevista por minha mãe que sempre me chamou de apressadinha. 
				Como explicar? Vagões de trem carregados de dinamites explodiram 
				em frente à nossa casa e a pequenina cidade de Cerquilho/SP foi 
				para os ares. Se eu não nascesse ali, como explicar tantas 
				formações de cirros em meus humores. Não sei como contar o fato 
				historicamente, não vi. Minha mãe estava grávida de mim, dias 
				apenas de uma barriga que iria se expandir com moléculas de meu 
				pequenino e inquieto embrião. Mas senti o horror de estar numa 
				barriga que tremeu muito e sentiu que poderia explodir junto com 
				a nitrocelulose, algodão-pólvora das dinamites do carregamento 
				dos vagões. Ouvi fortes estrondos e em seguida os gritos; tenho 
				isto registrado em minha memória mais longínqua, em sentimentos 
				de lembrança. Só não vi o sangue dos feridos que dentro de mim é 
				vertente de onde jorram as veias alucinantes de uma tragédia 
				anunciada, pois como relatam alguns historiadores, a explosão 
				criminosa teria sido causada por motivos políticos. Respirei o 
				gás nefasto das dinamites e sempre soube que sou parte dessa 
				explosão que me fez um ser que ama a eloquência, discussões e 
				polêmicas. Sou briguenta. Sei também, pela fraca respiração e 
				baixa contagem das células de defesa em meu sangue que meu 
				frágil ser sofreu sequelas irreversíveis em seus primeiros dias 
				de vida. Dribláveis. Pois tenho para mim que ninguém sobrevive a 
				uma grande explosão com dias de vida na barriga da mãe para 
				depois morrer bestamente. Se a vida começou com a explosão de 
				vagões, há de culminar com um Big Bang. Para pouca bobagem não 
				se salva ninguém! 
				Muitas vezes sou ar irrespirável e com muito jeito, ou mesmo sem 
				nenhum, peço às pessoas que o achego pra perto de meus 
				carregamentos seja feito com cuidado. Sou feita de um 
				moto-contínuo de pequenas e grandes explosões. As dinamites, se 
				não causam catástrofes externas, deixam corrosivas marcas de 
				implosões. Esse é um fragmento de mim. Outros são de mansidão e 
				placidez, trem caipira que corre entre serras verdinhas e leva 
				perfume de magnólias para o mundo quando o vento vem beijar as 
				margens das ferrovias. Trem de ferro, trem de aço, trem de vida 
				e morte, trem de dia, trem de noite, nitrato e algodão, faísca 
				que explode, chama que aquece de mansinho, suave frescor.  Amo 
				as contradições. Sou retrato do embrião que optou por não 
				explodir no ventre da mãe para nascer nove meses após somente 
				porque havia no ar a promessa das magnólias que um dia estaria 
				jogando suas pétalas ao vento, perfumando os mitos, lado a lado 
				com os átomos da grande explosão de um trem que sempre corre em 
				direção do que acaba de partir, sem nunca ter que chegar.
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| TROVAS AO AMOR 
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04 -
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CRISTIANE GRANDO
				
				(Cerquilho-SP, Brasil, 1974) Escritora brasileira. Autora de 
				Fluxus, Caminantes, Titã, Gardens, Galáxia (poesia para o 
				cinema) e grãO - poesia em português, francês, espanhol, 
				catalão, inglês e italiano. Laureada UNESCO-Aschberg de 
				Literatura 2002. Doutora em Literatura (USP, São Paulo), com 
				pós-doutorado em Tradução (UNICAMP, Campinas), sobre as obras e 
				manuscritos de Hilda Hilst. Professora convidada de Língua 
				Portuguesa e Cultura Brasileira na Universidad Autónoma de Santo 
				Domingo (UASD) desde 2007. Diretora-fundadora do espaço cultural 
				Jardim das Artes (Cerquilho-SP, Brasil, 2004) e do Centro 
				Cultural Brasil-República Dominicana (São Domingos, 2009-2011).
				
				
				
 
| amêndoa amarga 
 
		
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05 -
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IVAN VAGNER MARCON
				
				Nascido 
				em 1971, na cidade de Tatuí - SP. Graduado em Pedagogia; Pós-Graduado 
				em Psicopedagogia Clínica; Orientador Pedagógico de Educação 
				Especial; Escritor 
				Prêmios e honrarias literárias:
				Medalha de Menção Honrosa com o poesia “Interlúdio com o 
				Sentimento” no XI FEPOC- “Festival de Poesias de Cerquilho”- 
				Cerquilho/SP - 1997
				1º lugar no 9º TMP - Torneio Municipal de Poesias de Cerquilho (SP) 
				- 2010
				1º lugar no 10º TMP - Torneio Municipal de Poesias de Cerquilho 
				(SP) - 2011
				4º lugar no XXIV FEPOC - “Festival de Poesias de Cerquilho” (SP) 
				- 2011- com a poesia “Eu... Narciso”. 
				Finalista na Fase Estadual do Mapa Cultural Paulista 2011/2012- 
				São Paulo/SP, categoria Crônica.
 
| IN) VERSO 
 
							
							Grávida de sonhos ~ * ~ 
 EU...NARCISO 
							Em um deserto de luzes dispersas 
							Desvio 
							Silenciosamente percorro 
							
							
							
							Esquivo-me desses ares efêmeros 
							Quando enxergarei a pele ou algo do outro Como ouvir essas vozes alheias Que às aspas assolam-me a mente E o raso de meu Olimpo? Eu...Narciso Entre a aparência e a essência... Sofro o silêncio Por ser belo...E só. | 
		
			
		
			

						
						