Antologia Virtual

VIII

Junho 2012

ORGANIZADORA:

Maria Beatriz Silva (Flor de Esperança)

  

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11 - CARLOS NEVES

 

Carlos Neves, Nascido em 1940 na cidade de Parnaíba – Pi
Morei em Salvador de 1960 a 1985, retornando a capital do meu Estado.
Formado em Técnico de Prospecção de Petróleo pela Petrobrás.
Poeta, escritor com três obras publicadas. Dois romances de ficção espiritualista (“O Espelho” - publicado pela editora Baraúna ) (“O Espelho – A Reencarnação” - publicado pela Editora Perse) e um de poesias (“Eterno Amar” - Publicado pela Editora Perse). O terceiro romance, um épico que tem como foco os escravos do Recôncavo Baiano em 1850, já está concluído e em fase final para ser publicado.
O endereço do meu Blog.
http://avalonpoesias.blogspot.com
Minha página no Recanto das Letras
http://www.recantodasletras.com.br/autores/Carlosneves

 

VENTO SOPRADO


Queria ser soprado pelo vento
E cair dentro da tua historia de vida.
Queria ser respirado por ti,
Inalado como ópio a perturbar
Teus sentimentos límpidos,
Transformando-os em pensamentos
De amor que foge da ilusão,
Querendo ter a salvação
De viver uma realidade sem ter
Que se deixar tomar por enganos,
Mas que fossem revigoradas
Dos mais insanos pensamentos...
Pensamentos pecaminosos
Com a luxúria a te predominar,
Repleta de desejos sem precedentes,
Que abrissem as portas
Para vivermos a nossa historia...
E me fazer presente na tua vida,
Ao ser soprado pelo vento
E ser teu ar respirado.

Carlos Neves

 

12 - CEZAR UBALDO

CEZAR UBALDO (de Oliveira Araujo), nascido em 2 de outubro de 1950 em Feira de Santana-Bahia, é educador, poeta, com dois livros publicados:Das Liberdades e Convicções do Homem, e Poemas de Bem Querer e Outros Quereres; participa dos sites literários Portal Literal. Poetas del Mundo,Overmundo, Poesia Baiana, Autores.com.br; administra o blog Prato Raso; participou de três edições da Revista Stitientibus, da Universidade Estadual de Feira de Santana; Autor e diretor Teatral; coordenou por vários anos a Página Literária do centenário Jornal Folha do Norte; colunista dos jornais eletrônicos Vivafeira, Infocultural, Acontecebahia, Jornaldapovo. Membro efetivo da Academia de Cultura da Bahia.

 

SILÊNCIO


Silêncio...
uma branca seda, oculta
teus ombros de virgem
noturna.
As tuas frontes morenas,
de onde chegam e se juntam
pássaros de sonhos coloridos
festejam-me
e,se um sonho não chega
como o pássaro que cruza o ar,
não poderei cantar...
Silêncio sim, silêncio
para que tua boca dê-me licença
e que eu sinta dela o perfume
e que eu possa cercar-me
do teu amor por dentro,
por dentro do teu corpo desnudo
como flor e brisa...
Silêncio...

Cezar Ubaldo

 

13 - DHIOGO JOSÉ CAETANO

Dhiogo José Caetano, Professor, historiador, escritor, poeta, correspondente da ACLAC Academia Cabista de Letras e Artes, membro da AVSPE Academia Virtual Sala dos Poetas, Escritores, membro do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico do Grande ABC, membro da ACLA, Senador da FEBACLA Federação Brasileira dos Acadêmicos das Ciências, Letras e Artes, Cavaleiro Comendador da Ordem Soberana e Militar do Dever Sagrado.
Uruana, Go - Brasil

 

O FLUXO DOS PROBLEMAS E A COMPLEXIDADE DA FELICIDADE


Para ter sucesso na vida, primeiro é preciso praticar o ato de agradecer, construindo a sua vida a partir daquilo que você é.
Praticar o ato de agradecer não quer dizer resignar-se à vida que vive atualmente, mas apreciar aquilo que já tem, em vez de se lamentar por aquilo que ainda não tem.
Todos nós temos o direito do sucesso, da realização pessoal e profissional. A vida consiste em uma caminhada de descobertas, desenvolvimento das nossas qualidades enquanto seres humanos.
A primeira coisa a apreciar é a sua vida. Claro que a existência nem sempre é fácil e nos reserva provações.
O sofrimento é causado porque nós imaginamos que, um dia, vamos ter uma existência perfeita e que nunca mais teremos problemas.
Pensar assim cria um sofrimento que acresce àqueles que já temos, uma vez que é impossível nunca mais ter problemas.
A felicidade não consiste em nunca mais ter problemas, e sim saber resolvê-los ao longo do nosso processo evolutivo.
A única forma de atingir esta felicidade é ser mais realista do que sonhar com uma existência sem qualquer problema, portanto pratique o ato de agradecer.
Primeiro, aprecie o simples fato de viver.
É tão evidente que poucas pessoas se lembram de dizer obrigado universo. Tomam por evidente e adquirido o fato de viverem.
Porém, todas as vidas têm um começo e um fim.
Não é só no último dia de vida que devemos ter consciência do seu valor, mas aqui e agora.
Ter consciência do valor da sua vida é o primeiro passo para encontramos a felicidade.
Os problemas são verdadeiros fluxos passageiros em nossas vidas, não nos impedindo de encontrarmos a complexidade da felicidade.
Portanto, viva a vida antes que ela passe...

Dhiogo José Caetano
Uruana, Go - Brasil

 

14 - EDVALDO ROSA

 

 Edvaldo Rosa, poeta escritor, resenhista de livros em poesia. Promotor cultural, com larga presença em sites de literatura na net, e participante e organizador de Sarais em São Paulo - Brasil. Com um livro solo publicado, "Caminhando com as borboletas" e o "Marcas do coração..." ainda no prelo a ser lançado na Bienal do Livro de São Paulo de 2012, e participante de várias antologias.
Links de meus trabalhos, entre outros:
www.sacpaixao.net
http://edvaldorosa.blogspot.com.br/
www.academiavirtualbrasileiraalmaartepoesia.com

 

A MINHA SIMPLICIDADE...


Venho das plagas periféricas da grande e cinzenta São Paulo! Nascido num tempo em que a vida era levada a ferro e fogo... A ditadura corria solta pelas ruas, armada até os dentes com porretes e rifles...
Inquieto, um dia, perguntei á minha mãe onde ela estava naquele tempo, onde chovia chumbo quente, sobre as gentes nas passeatas... Disse-me entre dentes, ( não sei se sorrindo, ou entristecida), estava procurando por mais um prato de comida á mesa!
Sei que muito cedo ganhei o mundo... Um mundo circunscrito pela força em minhas pernas...
E pelo comprimento das estradas!
Anos passados, entre o limbo do ostracismo, e a plena vivência de uma identidade, trouxeram-me quase incólume até aqui... (Feridas no peito, por não estarem á mostra, não entram no computo desta doida conta, um tanto quanto doída!)
Mas, de todo modo, vim seguindo com o tempo, munido com o que trazia dentro de mim... Conscientemente e inconsciente também... Com simplicidade!
Uns dizem-me hoje, sem uma ponta de medo na língua, que sou um sobrevivente, não por mérito próprio, apenas, mas por ter tido sorte na vida! Então sorte é isso? E ela finalmente dá as caras, e grita-me: Eu existo!
Insisto, veementemente, nada saber sobre caatingas, sobre carnaúbas, sobre juremas... Declaro ficar em êxtase com as histórias ouvidas de meu irmão Carlos Silva e seus patrícios... Histórias com aga, pois tomo-as por verdades absolutas!
Sei falar dos lixões nos arrabaldes da grande cidade... Onde procurava extrair uns trocados com as sucatas deixadas ao vento...
Sei falar das tardes, dos dias em que na represa, e em suas margens, perseguia pardais, com meu bodoque sem pontaria!
Sei falar da gurizada que descalça corria atrás de uma bola, ou das outras eximias no pião, e daquelas que jogavam queimada, pulavam cabra cega, andavam de bicicleta... (Sei falar de todas elas, mas pouco, pois era sempre apenas um expectador, paralisado, atrás dos vidros embaçados de minhas janelas...)
Fico pensando nas festas nas terras de Aporá, e cercanias, terra natal de Carlos Silva, e sonho... As daqui eram festas dos outros, para os outros... Estava sempre a parte do que ocorria...
Daí, talvez, quem sabe, o meu gosto pelas palavras e pelas poesias... Elas partem de dentro de mim... E enquanto pássaros engaiolados seriam somente minhas... (Mas não há grades fortes o suficiente para prendê-las...)
E assim, parte de mim eu gerava em silêncio... E a outra parte andava á solta por ai...
Carlos veio falar-me outro dia sobre o tal silêncio, coisa linda, abunitada, na fala do cabra da peste, que dizia assim:
“O Silencio, fala comigo, bem intimamente, e somente eu o escuto.Reflito, relembro amigos amizades,lugares e situações tão próximas na distância do meu ouvir.
Calo meu grito na mudez do meu juizo, e escuto a voz do vento a embalar as lembranças tantas já vividas em lugares tantos,já passado, repaginado hoje num presente silencioso.
As vezes somente eu escuto a minha voz, e por mais que eu grite, a sonoridade não propaga, pois, carregados de saudades estão os meus pensares, e tal qual o poeta Edvaldo Rosa, sozinho busco na companhia do meu silencio, o aconchego para entender-me. “
E ai fiquei extasiado!
O amigo do nordeste, das terras áridas, dum mundo tão cheio de penas, mostra-se tão meu igual, quase um reflexo... Somos tão irmãos, tão irmanados, não obstante termos sidos paridos em hemisférios tão distintos...
Fico pensando, com meus botões entre dedos trémulos; não sou tão simples assim... Ou pelo menos assim não me acho...
Sou o que sou... Somos o que somos... O que a vida fez da gente, o que fizeram com a gente!
E nestes dias entre sorrisos e abraços, uma voz se levanta vindo das terras de Sorrocaba; Paulo Rodrigues, tão gracioso, amoroso, me acolhe como pai... É certamente caminhos que se cruzam, rotas que convergem entre si!
E assim, pensando no Carlos Silva, penso carinhosamente no Paulo Rodrigues, penso na vida, penso em tudo, penso em mim... A minha, a nossa, simplicidade, é motivo de honra, de certa vaidade, pois nos fez assim como somos, e esta forma de ser, fez com que nós nos amassemos da forma como nos amamos...
E os caminhos, são apenas caminhos para aqueles que não sabem viver... ( Eu insisto que estou ainda aprendendo)
Seja como for, aproprio-me das palavras do Carlos Silva, pensando também no Paulo Rodrigues, para pensar sobre como pode ser simples viver, e no constante movimento que é:
“Ainda nem fui, mas o meu pensamento ja me indaga:Quando voltarás?
Mergulho em vontades tantas,que nem ouço o pisar dos meus assustados pés, no solo do meu seguir.” (Nas palavras de Carlos Silva)
Eu já não sou tão quieto e nem tão mudo... Tenho no Norte o Carlos Silva, e aqui no Sudeste Paulo Rodrigues... E muitos outros... A simplicidade assumiu outra dimensão...
Não estou preso atrás de nenhuma janela, e escrevo o que penso e o que sinto, embora lá no fundo existam perguntas sem respostas...
Mas, “Continuarei gritando, quem sabe o vento um dia ainda possa me ouvir... ” - E dar-me respostas!

Edvaldo Rosa

 

15 - ELIZAETE RIBEIRO

 

Elizaete Ribeiro. Poetisa e Contista. Nasceu na cidade de Açailândia - Maranhão, em 14 de abril de 1979. Residente em São Paulo, Capital. Acadêmica do Curso de Letras e Estudante de Música. Organizou a Antologia “Do Princípio ao Fim”.
Publicou em várias Antologias de Poemas e Contos: Ecos da Alma e O Segredo da Crisálida (Editora Andross); na 5ª Antologia de Poemas Lembranças ao Vento e I Seletiva - Amor à Poesia, Alma Vol. I, Quadrilogia-Elemento Terra, Cenas Cotidianas, Palavras que falam e palavras que calam, Meninas Super Poéticas, Dueto com as poetisas (Editora Beco dos Poetas & Escritores); e na Antologia WAF 2011 (Editora Corpos, Porto - Portugal).
Publicações solo: A Sombra do Coração (Editora Corpos, Porto - Portugal), Pensamentos Poéticos (Beco dos Poetas & Escritores).
Contato com a autora:
Twitter: @Elizinhab612
Blog: http://elizaete.wordpress.com
Blog: http://elizaete.blogspot.com.br/
Facebook: http://facebook.com/obrasliterarias
Blog: http://www.becodospoetas.com.br/profile/ElizaeteRibeiro

 

TE ADMIREI


Foi numa surpreendente quinta feira
Fim de tarde
Antes do pôr-do-sol, que te olhei

Distraído e sem perceber o meu olhar
Admirei a desenvoltura do teu caminhar
A serenidade de tua face

Te admirei, como admira uma obra de arte
O céu, é a tua conquista, pois amas as alturas
O mar, o teu descanso, contemplando o belo entardecer

Um caminho cheio de flores
Levitei, me encontrei nas alturas
O teu perfume encontrei no ar

Ah, flores da vida!
Ah, sonhos floridos!
Ah, meu doce Romeu!

Sonhei com aquele...
Aquele que tem nas mãos a arte de fazer voar
O desejo de ser real me fez acordar

Elizaete Ribeiro

 

16 - FATIMA MELLO [FOFINHA]

 

Me chamo Fatima sou professora mãe e avó a poesia chegou no momento de solidão, quando de minha aposentadoria, não me tenho como poetisa e sim apenas como escrivinhadora de sentimentos que alguns chamam de poesia...
Escrevia desde menina, mas como tartaruga escondia. Já tenho 10 antologias lançadas e vários e-books solo ou com amigos em cirandas, os e-books estão no recanto dos poetas.
http://fofinha56.blogspot.com.br/?zx=612e02d835986827
http://www.mariamartacardoso.com.br/poetas_amigos_fatima_fofinha.htm
http://silviamota.ning.com/profile/FatimadeRoyesMello
http://www.recantodasletras.com.br/escrivaninha/publicacoes/index.php

 

CRISTAIS


sua translucência
nos chama a sorver em ti
como o amor chama
a deliciarmos em sua taça

Da brancura perfeita
se riscar como as nossas
ações não tem como recompor
tricado sem valor

Som perfeito
seu brilho deslumbranos
faz com que estrelas
estejamos a mirar

como lagrima ou gota de orvalho
seduz
chama
inebria
Ah cristais...

Fatima Mello [fofinha]

 

17 - FERNANDES OLIVEIRA

 

Sou Fernandes de Oliveira tenho 31 anos e faço parte da Casa do Poeta Brasileiro de Praia Grande-SP desde 1997.
Hoje ocupo a função de vice-presidente e além das atividades pertinentes, ajudo dando suporte e administrando o site da entidade.
Escrevo desde os quatorze anos e durante este período tive algumas poesias publicadas em sites/blogs, jornais, e revista locais e participei de algumas antologias, recentemente, publiquei o meu primeiro livro de poesias, fruto de muita insistência dos amigos, Minhas Pegadas na Areia que reúne 53 poesias sobre temáticas diversas, sobretudo, encontram-se lá poemas sobre o amor, a solidão e algumas críticas sobre o estilo literário em geral. Dentre as demais atividades artísticas participo do Coletivo Pra Somar Hip-Hop e do Sarau das Ostras, grupo de declamadores na linha periférica e marginal.
Meus Blogs:
www.poetafernandes.com.br
www.estantedofernandes.blogspot.com
http://www.casadopoetapg.com.br/profile/Fernandes
http://saraudasostras.blogspot.com.br/

 

LAMENTAÇÕES


Tu, que choras
Por dias e noites,
Lembra-te das horas
Que amigo fostes,
Que ao lado sorrias
De quando em quando
De quando se iam os dias
E certeza tinhas
Que estavas amando?
Por que o pranto
Apenas por gosto?
Então haja para tanto
Lágrimas para cobrir-te o rosto
Sofrer o teu defeito,
Como por ti dito,
Mas manténs no peito
Os antigos espinhos,
Cometes os mesmos erros
E perde-se nos caminhos
Procuras um fim
Mas foges com medo
E todos sabem de teu segredo
Esperas um sim
Mas é difícil
Se mantiveres diante de um espelho.

Fernandes de Oliveira

 

18 - GERCI OLIVEIRA GODOY

Gerci nasceu em 1938, costura panos e tece palavras sempre inspirada em muita leitura. Faz oficinas de literatura sempre que pode e com esforço tem conseguido classificações e prêmios literários, mas o maior prêmio são os amigos que durante esta trajetória tem conseguido. Pessoas encantadas que fazem vibrar minha alma de poeta. Durante toda a vida tem afastado as pedras e colhido muitas alegrias.
Prêmios: Concursos, Lila Ripoll 3 vezes, poemas no ônibus 3 vezes, poemas no ônibus, cidade de Viamão 1 vez, Histórias de trabalho 3 vezes, Mario Quintana, Expresso das letras,Amigos do livro/ Flipoços, Azabeça com poesia e crônica, Band RS conto de natal, concurso virtual Poesia de natal e mais classificações em antologias tais como:da Litteris, Um poema para Machado, De pessoa pra Pessoa, Palavras da alma para o coração, Prêmio Literário Porto Seguro Cronicas Selecionadas, várias edições da Habitasul Revelação Literária, Revista Água Viva do Grupo Cero entre outras.

 

QUEM SOU?
Sinto-me orgulhoso da importância e dignidade de meu trabalho. Sei que contribuo para que meu patrão-amigo seja mais livre e feliz. Ele trabalha, circula pela cidade toda, passeia, namora...
Compreendo que muitas pessoas não me aceitem, afinal, meu trabalho, acho eu, é novo no mercado. Por isso, já fui barrado em restaurantes, trens, aviões, e também em bibliotecas. Ele até já foi reclamar na justiça por causa disto. E graças a sua insistência conseguimos andar sempre juntos.
Eu não consigo ler, mas ele gosta muito de livros, e sei ser silencioso nestas horas.
Sou bem educado, limpo e procuro ser discreto e simpático com todos.
Recebo de meu patrão-amigo coisas básicas para viver, mais a amizade e o carinho, é claro. -E precisa mais?
Tenho minhas horas de folga, durmo perto dele, mas às vezes nem durmo, preocupado com os ruídos que ouço e com os cheiros estranhos que entram por minhas narinas. Narinas? Ah! Deixa pra lá.
Pela manhã sou sempre o primeiro a acordar e por isto meu patrão-amigo nem precisa de despertador. Quando chega o jornal corro a pega-lo para entregar-lhe. O jornal é áspero, tem umas bolinhas e ele lê com os dedos.
Quando o patrão-amigo tira férias, eu sigo trabalhando, mas então o meu trabalho se torna mais agradável. Vamos ao parque, ou à praia e lá ele me solta para que eu corra e brinque um pouco, enquanto toma sol, mas basta ele falar meu nome e logo estou ao seu lado. Outro dia acho que ele percebeu que me sentia um pouco só, e não era para menos, no meio de toda aquela multidão, ninguém da minha espécie, meu Deus! Meu patrão-amigo então afagou minha cabeça e me explicou que naquele local é proibida a circulação de criaturas da minha espécie e que eu estava ali porque somos especiais. Lambi suas mãos para demonstrar que estava entendendo, e pensei: -Meu patrão-amigo é mais do que especial. Ele é o máximo. Sei que um dia vou me aposentar, e sei também que vou ser substituído, mas somente no trabalho, porque ele já falou que não vamos nos separar, ficarei morando na sua casa numa boa, e um dia vou descansar embaixo da minha árvore preferida.
Acho que também sou o máximo porque sempre ouço ele falar que sou sua luz, que retiro as pedras de seu caminho, que afasto os inimigos e isto e aquilo... E mais isto e mais aquilo...
Pode haver maior ganho ou recompensa para um trabalhador?
Se um dia eu nascer de novo, quero ser novamente quem sou.

Gerci Oliveira Godoy

 

19 - GRACIELA DA CUNHA

 

Graciela Leães Alvares da Cunha (Graciela da Cunha) - Nasceu em Alegrete (RS), em 12 de maio de 1962. Filha de Anibal Fernandes Alvares da Cunha e Nara Leães da Cunha. Concluiu o curso de Direito na Faculdade Luterana do Brasil – ULBRA, em Canoas (RS). Advogada Trabalhista e Especialista em Direito do Trabalho Empresarial. Reside em Santa Maria (RS). Tem uma filha, Carolina e dois netos, João Victor e Anna Victória, que são seus amores na vida.
Começou a escrever ainda adolescente, porém foi tolhida de escrever, pois falavam que não valia à pena e não tinha futuro. Há mais de três anos, no entanto, com grave síndrome de pânico e depressão em alto grau, a escrita voltou de onde nunca deveria ter saído. O retorno em escrever teve influência de vários poetas do Orkut, que muito ajudaram, tendo como paixão Mário Quintana, além de grande poeta seu conterrâneo. É Membro Efetivo da Academia Virtual Brasileira de Letras (ADVL), Cadeira 764 e Membro n. 019 - Blog Oficial da Academia Poética Do Orkut:
Meu Blog... Meus riscos
http://poesiasgraci.blogspot.com/
LIVROS:
Os Efeitos Jurídicos da União Homossexual, ed. Datacerta, Porto Alegre/RS, 1999. Antologia dos Poetas Virtuais, 1º Livro de Contos, organizado por Magali de Oliveira. “Reflexões para bem viver” (coletânea), Delicatta IV em 2009, organização Luiza Moreira. E-Book: "Graciela em Poesias" http://www.ebooks.avbl.com.br/biblioteca1/gracieladacunha.htm. E-Book: Renascer - http://www.ebooks.avbl.com.br/biblioteca1/gracieladacunha.htm Antologia Alimento da Alma, Jane Rossi. “As cartas que nunca mandei”, lançamento para 2009, projeto Marcelo Puglia. “Latinidade Poética”, lançamento para 2009, projeto Marcelo Puglia “Antologia Alma Brasileira”, lançamento para 2009, projeto Sandra Stabile. Antologia Delicatta - para 2009, projeto organização Luiza Moreira. Antologia “Sonetos de amor e de oração”, Editora Litteris. Antologia Alimento da Alma II – Jane Rossi. Antologia Alimento da Alma III – Jane Rossi.

 

VELHA CASA


Ternuras deixaram de expressar
palavras que deixaram de ser ditas.
Não tendo mais sorrisos nos lábios,
laços de amor são destruídos.

Sementes não mais germinaram.
Amores não mais cultivados.
Abraços sonegados,
relíquias destruídas.

Os pássaros deixam de cantar.
Não existe mais melodia
para ser ouvida nos jardins
daquela velha casa de campo.

As flores não existem mais.
Histórias foram apagadas
em detrimento da ganância
da família daquela velha casa.

A disputa feneceu a paz.

Graciela da Cunha

 

20 - HILDA PERSIANI DE OLIVEIRA

 

Nasci em Ribeirão Claro, cidade do Norte pioneiro do Paraná, em 20 de janeiro de 1929. Filha de Afonso Persiani e Esther Marques Persiani, sendo a caçula de mais dois irmãos, Adalberto Pedro Persiani e Afonso Persiani Filho. Todos já são falecidos. Morei na cidade de Jacarézinho de onde vim para Curitiba com 17 anos de idade. Sou professora, formada em 1948 pelo Instituto de Educação do Paraná e Assistente Social formada em 1952, pela Escola de Serviço Social da Universidade Católica do Paraná, tendo sido uma das pioneiras a exercer a profissão de Assistente Social no Paraná. Trabalhei no Palácio do Govêrno, onde conheci meu marido, Clênio Cesar de Oliveira, em 1954, professor, jornalista e Assessor do então Governador Bento Munhoz da Rocha Neto. Da nossa união temos uma única filha, Hilda Maria, Advogada, casada com Filippo Lucciani, italiano e residentes na Itália. No ano de 2005, comecei a escrever minhas poesias, com76 anos de idade. Fiquei viúva em 2007. Ocupo a Cadeira de º 58 da AVPB - Academia Virtual Poética do Brasil; Sou Membro Efetivo da Academia Virtual Sala de Poetas e Escritores: Faço parte do Grupo de Poetas Del Mundo. Participei da Antologia “Sonetos Eternos" volume I e II (2009/10) - Celeiro de Escritores. Participei da Antologia “Ultrapassando Fronteiras", da Editora Café Cultural Limão Doce, da cidade de Piracicaba, E.São Paulo. Tenho poesias publicadas no Jornal “A PALAVRA” Alegre -Espírito Santo.Tenho poesias publicadas em vários Sites da Internet, além ter uma página no Site www.Sardenbergpoesias.com.br, Onde colaboro na parte de Poetas Consagrados. Recentemente foi publicado o meu livro “SÓ POESIAS", pelo Grupo Editorial, Celeiro de Escritores, Santos SP.
Hilda Persiani de Oliveira
NICK : Hilda Persiani
Curitiba, 15/10/2010

 

RECEITA


O tempo passou depressa, envelheci,
Os sonhos foram ficando para trás,
Sinto-me feliz porque ainda estou aqui,
Vou prosseguindo com meu sorriso audaz...

Minha receita é prática:- - Muita alegria,
Uma chávena bem cheia de esperança,
Não coloque na receita, nostalgia;
Não esqueça de colocar desconfiança;

Pra compensar, coloque sonho e doçura,
Um pouco de saudade, não em demasia.
Essa receita não leva amargura...

Cozinhe tudo com fé e confiança.
A maneira de servir essa iguaria
É sorrindo... Que vida longa, alcança...

Hilda Persiani

 

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