Desfile da Escola de Samba do Portal CEN -
 
 "Cá Esperamos Nós"
 
Leiria - Portugal

 

 

 

 

 

Editor: Carlos Leite Ribeiro
 
Arte Final: Iara Melo

 

 

 

 

 

 

“RMA Rádio FM 109.6 KHz

A trabalhar só, só para você

Que é o melhor ouvinte do mundo !!!”

 

 

Pinhal: - Olá amigos, mais uma vez, Boa Tarde ! Aguardamos a todo o momento ligação com os nossos colegas do exterior, que vos vão dar imagens sonoras do grande desfile da Escola de Samba "Cá Esperamos Nós", que vai desfilar na linda cidade de Leiria. Tivemos a informação que, por burocracias de última hora, o desfile não terá início como estava previsto no Jardim Luís de Camões, mas sim, no histórico Terreiro, em frente ao Palácio dos Ataídes.

Depois, é subir até à Rua de Alcobaça, cortar à direita para a Estrada da Marinha Grande, voltar à direita na Rua do Castelo, passar o Arco da Prisão Antiga e subir (ainda mais) até à Parada do Castelo, onde destroçam. É um desfile para gente bem musculada. Entretanto, vamos ouvir a Marcha doCastelo de São Jorge (Lisboa) que nada tem a ver com o Castelo de Leiria.

 É uma marcha da Noite de Santo António:

 


 


"Castelo, facho de luz
Guião do País mais belo
Castelo de Santa Cruz
De Santa Cruz do Castelo

Muralha sempre em pé
Sentinela da cidade
São Jorge te fez até,
Por amor por caridade,
Guardião da nossa fé

Castelo dos reis
Dos bons, dos fiéis,
Heróicos à vezes
Dos nossos irmãos
Dos moiros cristãos
Também portugueses.

Muralha maior
Que sabes de cor
A história da gente.
Silêncio, escutai,
Que a marcha aqui vai
Alegre e contente.

São Jorge das procissões,
Tu és de ferro pesado
E sabes que há corações
Que são de ferro forjado.

Eu trago aqui um balão
Tão bonito e tão esquecido,
Castelo d' ilusão
D' um rei que anda aí fugido
Talvez noutro coração".
 

 


Pinhal: - E já temos em linha a nossa colega Mónica, que parece que está
dentro do Castelo. Mónica .

Mónica: - Sim Pinhal. Boa Tarde a todo o auditório de RMA. Como o Pinhal
disse, estou dentro do belo Castelo de Leiria, na chamada varanda da Rainha
Santa, da qual avisto quase toda a bela cidade de Leiria. Posso dizer-vos
que o caminho para o castelo é bastante íngreme e chegue cá acima estafada.
Receio que alguns foliões com as suas fantasias e arcos, desistam pelo
caminho. Mas lá em baixo, no terreiro, encontra-se a nossa colega Iara .

Iara: - Uma boa tarde a todos os nossos amigos e ouvintes da RMA - a Rádio
que você prefere e adora. Depois da confusão da mudança do Jardim para o
Terreiro para o início do desfile, este vai agora começar. A Vilma e a
Fátima (carinhosamente chamada pelos amigos de Vampira), abrem o desfile
segurando cada uma um pau do Arco onde está escrito: "Sempre a abrir !
Cheiros do Nordeste ! Arretadas". Vilma, uma palavrinha para a RMA :

Vilma: - Isto vai, isto vai - com arquinho e balão, muita alegria e muitos
pulos. Vamos até lá cima com uma perna às costas e vou já começar a cantar .

Iara: - Fátima Vampira, está em forma para chegar até ao castelo ?:

Fátima: - Fiz muita malhação e conto estar em forma. Mas é uma chatice ter
que subir tanto. Devia de haver um funicular que ligasse o Terreiro ao
Castelo, por seria muito mais fácil fazer o desfile.
 



Cantiga da rua


Letra e música: António Luís Melo, João Bastos



A cantiga popular, ao passar,
Todos a julgam banal, e afinal
Vai sorrindo à própria dor, dizendo, em trovas de amor,
O seu destino fatal.
Cantiga da rua, das outras diferente,
Nem minha, nem tua, é de toda a gente.
Cantiga da rua, que sobe, flutua, mas não se detém,

Inconstante e louca, vai de boca em boca, não é de ninguém.
A pobreza é mais feliz, porque diz
Em voz alta o seu pensar, a cantar;
E é à rua que ela vai, como fôra à própria mãe,
As suas mágoas contar.
Cantiga da rua, veloz andorinha,
Não pode ser tua e não será minha.
Cantiga da rua, jamais se habitua aos lábios de alguém,
Vive independente, é de toda a gente, não é de ninguém.

 

 

 


 Arrebita- Letra e música: António Mafra
 


Arrebita, arrebita, arrebita
Ai cachopa se queres ser bonita
Arrebita, arrebita, arrebita
Casei com a Gabriela
por ela ter muita guita
Agora a minha espinhela
Arrebita, arrebita, arrebita
Ai cachopa se queres ser bonita
Arrebita, arrebita, arrebita
Mas que mulher ciumenta
No homem não se acredita
É de raça barulhenta
Arrebita, arrebita, arrebita
Ai cachopa se queres ser bonita
Arrebita, arrebita, arrebita
Se à noite vou trabalhar
Ao sair há sempre fita
E quando me vê chegar
Arrebita, arrebita, arrebita
Ai cachopa se queres ser bonita
Arrebita, arrebita, arrebita
Pra mais tem pelo na venta
Será sempre uma esquisita
Ai com nada se contenta
Arrebita, arrebita, arrebita
Ai cachopa se queres ser bonita
Arrebita, arrebita, arrebita
 



Iara: - E outro duo inicia a sua marcha. É o casal Mercedes e Vitor
Baroseiro que seguram um lindo arquinho com balões brancos e vermelhos. O
painel que fica entre os paus, tem a seguinte legenda: "Ecos da Poesia -
Ecos do seu Coração. Cheirinhos do Recife. Vítor, uma palavrinha para a RMA

Victor: - Estou feliz e com muita força de chegar lá ao cimo. Para mais,
conto com a preciosa ajuda da Xeres !

Mercedes: - Vês Iara, os homens sem as mulheres ficam muito diminuídos !

 

 

 



A minha saia velhinha - Letra e música: popular: Minho



A minha saia velhinha
Está toda rotinha
d'andar a bailar
agora tenh'uma nova
feitinha na moda
p'ra eu estriar.
Minha mãe casai-me cedo,
enquanto sou rapariga:
que o milho ceifado tarde
não dá palha nem espiga!
O meu amor era torto
e eu mandei-o cavacar:
agora já tenho lenha
para fazer um jintar.

 

 


 Cantiga da Rodaca: popular: Beira-Baixa



Ai, borda d'água, borda d'água
ai, borda d'água, Santarém
borda d'água, Santarém...
ai, vale mais uma bord'água
ai, que quanto Lisboa tem.
borda d'água, Santarém...

Ai, ó mar largo, ó mar largo
ai, ó mar largo sem ter fundo;
ó mar largo sem ter fundo...
ai, vale mais andar no mar largo
ai, que andar nas bocas do mundo.
ó mar largo sem ter fundo...
 


Iara: - Um par carioca : Reynaldo e Gladis. Na legenda do sua arquinho, tem
a seguinte legenda: "Do Lema até Copacabana - Uma malhação !". Reynaldo e
Gladis , uma palavrinha .
 

Reynaldo: - Só falo em verso, mas hoje não estou inspirado e já estou a
ficar transpirado!

Gladis: - Com um par como este, não há dores de dentes que apoquentem. Só se
for os pés .
 

 

 


Era não era do tamanho de um pardal - Letra e música: Carlos Guerreiro



Era não era
Foi deixado ao abandono
Num dia quente de Outono
No meio de um meloal
Era não era
Sei lá se era ou não era
Só sei que os lados da esfera
Cortam mais do que um punhal
São mais ou menos
Cento e vinte e quatro lados
Redondinhos, afiados
Do tamanho de um pardal
Mas sem as penas
Nem as partes comestíveis
Nem a caixa dos fusíveis
Nem a corda do estendal
Era não era
Palmilhei o mar profundo
Sem parar um só segundo
Para apanhar estrelas do céu
No meio das nuvens
Nadei eu entre os rochedos
Cheio de frio e de medos
Ao sabor do macaréu
Os macaréus
São umas ondas muito altas
Da família das pernaltas
E maiores do que um pardal
Mas sem as penas
Nem as partes comestíveis
Nem a caixa dos fusíveis
Nem a corda do estendal
Era não era
Diz o nabo para o repolho
Tu não me franzas o olho
Que eu de ti não tenho medo
Era não era
Diz a ameixa para a cenoura
Vou para Paredes de Coura
Vou partir de manhã cedo
Uma linda terra
Do concelho de Alcobaça
Só conhece quem lá passa
Junto à tasca do pardal
Mas sem as penas
Nem as partes comestíveis
Nem a caixa dos fusíveis
Nem a corda do estendal

 

 


O homem da gaita - Letra e música:

Zeca Afonso
 


Havia na terra
Um homem que tinha
Uma gaita bem de pasmar
Se alguém a ouvia
Fosse gente ou bicho
Entrava na roda a dançar

Um dia passava
Um sujeito e ao lado
Um burro com louça a trotar
O dono e o burro
Ouvindo a tocata
Puseram-se logo a bailar

Partiu-se a faiança
Em cacos c'o a dança
E o pobre pedia a gritar
Ao homem da gaita
Que acabasse a fita
Mas nada ficou por quebrar

O Juiz de fora
Chamado na hora
"Só tenho que te condenar
Mas quero uma prova
Se é crime ou se é trova
Faz lá essa gaita tocar"

O homem da louça
Sentado na sala
Levanta-se e põe-se a saltar
Enquanto a rabeca
Não se incomodava
A sua cadeira era o par

Pulava o jurista
De quico na crista
Ninguém se atrevia A parar
E a mãe entrevada
Que estava deitada
Levanta-se E põe-se a bailar

Vá de folia vá de folia
Que há sete anos me não mexia


Mónica: - Iara, já estou perto de ti para te ajudar. Posso dizer-te que foi
mais agradável e menos custosa a descida do que a subida !

Iara: - Já sentia a tua falta. Mónica, mais um par vai iniciar o desfile.

Mónica: - Então estes, são meus ! Os amigos Caminha e Célia, vão desfilar
juntos, a legenda do seu arquinhos diz: "Santa Catarina e Minas Gerais
juntos". Caminha e Célia, para a RMA, em directo:

Caminha: - Em directo estou de acordo - se fosse direito, o arco ia todo
torto pois a minha parceira tem menos um metro de altura do que eu !

Célia: - Já disse ao Caminha que seria melhor cada um levar seu pau, para
não irmos tão desencontrados ! Mas isto é Carnaval, é alegria, é luz, é
música.

 


 


Mestre de culinária - Quim Barreiros


Sou solteiro e bom rapaz
vivo num apartamento
ainda sou muito novo
prá pensar em casamento

Convido minhas amigas
prá comer e prá dançar
mas demoro muito tempo
a preparar o jantar

Eu sou mestre de culinária
e sei enfeitar a travessa
vou comprar uma panela de pressão
para ver se eu cozinho mais depressa

Sei que sou bom cozinheiro
aprendi com a Isabelinha
mas confesso que me faltam
utensílios de cozinha

Todas me dizem o mesmo
que jantar delicioso
quem tem fome desespera
pois sou muito vagaroso

 

 

 

 

Oh mãe, aquele moço bateu-me - Letra e música: Íris


Oh mãe, aquele moço batê-me
Dêu-me um pontapé no cu
E tu nã dizes nada
Que raio de mãe és tu

Oh mãe, aquele moço batê-me
Dêu-me um pontapé na pêda
E tu nã dizes nada
E ja tenho a pêda enchada

Oh mãe, aquele moço batê-me
Dêu-me um pontapé no cu
E tu nã dizes nada
Que raio de mãe és tu

Oh mãe, aquele moço batê-me
Dêu-me um pontapé na pêda
E tu nã dizes nada
E ja tenho a pêda enchada

E tu nã dizes nada
E ja tenho a pêda enchada
 


Iara: - Tenho estado a observar o castelo lá no alto e, pela ruído que se
houve cá em baixo, deve haver por lá grande animação. Mais dois pares se
preparam para desfilar. São os amigos Henriquinho e Elainezinha. A legenda
do seu arquinhos diz assim: "Os Magnânimos - Paz na Terra e no Céu para
todos Nós". Queridinhos, umas palavrinhas em directo para a RMA .

Henrique: - Olá Iarazinha ! Cá estamos nós preparados para desfilar e ir à
conquista do castelo. Elaine, fala tu agora .

Elaine: - Tu como sempre, já disseste tudo ! Vamos embora para não chegarmos
tarde ao castelo.

 


 


Receita para fazer um Herói - Música: Ira ,Letra: Reinaldo Ferreira


Toma-se um homem
Feito de nada como nós
Em tamanho natural
Embebece-lhe a carne
De um jeito irracional
Como a fome, como o ódio

Depois perto do fim
Levanta-se o pendão
E toca-se o clarim...

 


 


Serve-se morto


 Lenga, lenga - Letra e música: popular



Tenho uma roca de pau de figueira
Diz a minha mãe que não sou fiandeira
Diz meu pai Casar, casar
Diz a minha mãe que não tem que me dar
Diz meu pai que me dá uma cabra
Diz minha mãe que a danada é brava
Diz meu pai Nós a amansaremos

Tenho um tear de madeira de pinho
Não é de estopa nem de linho
Diz meu pai Casar, casar
Diz minha mãe que não tenho enxoval
Diz meu pai Que me dá uma leira
Diz minha mãe que não sou lavradeira
Nós a amanharemos

Tenho dois fusos de ferro coado
Diz minha mãe que não os dê de fiado
Diz meu pai Casar, casar
Diz minha mãe que não tenho lençóis
Diz meu pai Que mos compra depois
Diz minha mãe que depois e tarde
Diz meu pai Nós a esconderemos

Toca gaiteiro que nós dançaremos
 


Mónica: - Como soe dizer, estou neste momento a jogar em casa. O casal que
se prepara para desfilar, é de Fortaleza CE - o Mário Santos e a Lena
Ommundsen. Amigos, umas palavrinhas .

Mário: - Tudo bem e ansioso por chegar lá acima ao castelo, de onde a
panorâmica deve ser maravilhosa.

Lena: - Vamos ver se eu aguento todo o percurso ou o Mário me tem de levar
ao colo .

 


 


Pimba pimba - Emanuel


Rapazes da vida airada
oiçam bem com atenção
todos temos o dever
de dar às nossas mulheres
muito carinho e afeição.

são as mais lindas do mundo
donas do nosso coração
se somos meigos p'ra elas
dão-nos tudo tudo tudo
com toda a dedicação.

e se elas querem um abraço ou um beijinho
nós pimba, nós pimba
e se elas querem muito amor muito carinho
nós pimba, nós pimba
e se elas querem um encosto à maneira
nós pimba, nós pimba
e se elas querem à noitinha brincadeira
nós pimba, nós pimba

elas são tudo p'ra nós
e não me digam que não
temos de lhes dar amor
nunca nunca as deixar sós
e consolar seu coração

quando estão apaixonadas
são-nos muito dedicadas
por isso rapaziada
convém  que elas sintam
que por nós são muito amadas

 

 

Toma,  toma - Emanuel


Tu és tão linda
uma tentação
tu levas a loucura
O meu coração
pede-me um desejo
que eu vou tentar
dar-te o mundo inteiro
só para te agradar

Se gostas do que é meu toma toma
eu gosto do que é teu toma toma
se gostas dum miminho toma toma
se gostas do que é meu toma toma
se gostas dum bombom toma toma
prova que é muito bom toma toma

Dizem que eu sou louco
por te amar asssim
não sou louco não
tu vais gostar de mim
tu vais gostar de mim
por tanto te amar
vais provar o mel
que eu tenho pra te dar

Olho pros teus lábios
e quero te beijar
olho pro teu corpo
e fico a sonhar
fico a sonhar
provo o teu sabor
não sejas mazinha
dá-me o teu amor


Mónica: - Vamos fazer aqui um breve intervalo. Fique por aí junto ao seu
rádio que já voltaremos. Estúdios . Pinhal .


Pinhal: - Depois de um bloco informativo e da publicidade, voltaremos à
cidade de Leiria


RMA Rádio FM 109.6 MHz
Uma rádio que entra em sua casa sem lhe pedir licença !
Estamos a fazer a cobertura radiofónica do desfile carnavalesco de Leiria
É um exclusivo de: Stammtisch - Blumenau


Pinhal: Enquanto não voltamos a Leiria, vamos ouvir a Marcha dos Marinheiro,
do filme "Bocage". A cena representa a chegada de marinheiros vindos de Goa
(Índia). Também fui marinheiro e sempre gostei desta marcha:
 

 

 


Os marinheiros aventureiros
São sempre os primeiros
Na terra ou no mar
Ao ver as belas pelas janelas
Soltam logo as velas para as conquistar

Ao navegar sobre as ondas desde Goa
Nós viemos a pensar nas meninas de Lisboa
Desembarcados neste oficio de marinheiro
Vamos ficar ancorados a uns olhos traiçoeiros

Salgadas pelo mar
As nossas bocas vãs
Beijar curar o mel que os beijos têm
Que é tão bom para beijocar

Largamos velas da Ribeira de Pangim
A pensar numa janela enfeitada de alecrim
Entrando a Barra mal a Nau chega a Belém
O marujo deita a amarra
À mulher que lhe convém

Pinhal: - A emissão vai até Leiria. Colegas .

Iara: - Os nossos amigos Lairton e Henriette, preparam-se para o desfile.
Seu arquinho é muito vistoso e tem a legenda: "Pela Paz e Compreensão
Mundial". Lairton e Henriette, as vossas impressões antes do desfile ?:

Lairton: - Esta dura caminhada para mim, será um prazer pois, quando chegar
ao castelo, estarei de certeza com muita fome !

Henriette: - A emoção de estar em Portugal, dá forte motivação para esta
escala que, para mim, é quase olímpica !

 


 


Chula gaiteira- Música: Carlos Guerreiro e Letra: Manolo Outeiriños

Mira que chula esta Chula
Chula que passou da raia
non a cruzou nunha mula
chegou por boca da xente
do lugar de Miragaia

Baila este son coa forza de Sansón
De Sansón vello leon

Dalle dalle ben
dalle dalle ben

Mira que chula esta Chula
que passou da raia seca
e veu de vella gaiteira
pela beira da ribeira
do país do amigo Zeca

Mira que chula esta Chula
Chula da beira do Minho
ven ós pulos nesta roda
calca os pés e move os brazos
non te movas paseniño

Mira que chula esta Chula
Chula de pasar das raias
de restar e de fronteiras
canta coas xentes trouleiras
canta vaias onde vaias

 


 


Estou na Lua -  Lunáticos

Andava eu atrás dela
como um príncipe atrás da Cinderela
distraído bati num lampião
dei-lhe um pontapé e disse um palavrão

Mas porque é que eu estou aqui?
vou mas é para casa pôr-me a estudar
ela nem olha para mim
ou então finge não olhar

[refrão:]

Estou na Lua
não me chateies que eu agora estou na lua
e em breve vou chegar ao céu
onde tu estás toda nua (nuinha), só com véu

Lá continuei eu atrás de minha amada
como um cavaleiro que defende a espada
ao virar da esquina entrei num restaurante
tinha um emprego muito importante
Olhei para a vitrine a ver se estava belo
passei as mãos pelo cabelo
preparei-me para entrar - Here we go!


Mónica: - Um duo de bons cantores vão desfilar. Os nossos queridos amigos
Luiz Poeta e Marisa Cajado ! Queridos Luiz e Marisa, umas palavrinhas em
directo para a RMA ?...

Luiz Poeta: - Porque é que edificavam os castelos no cimo de morros altos ?
Preparei-me no ginásio durante dois meses e vamos ver se a Marisa não me
terá de pegar ao colo.

Marisa: - Bem, estou a contar com o tão apregoado cavalheirismo do Luiz para
ao meio do percurso do desfile, me pegar ao colo !

 


 


Raúl tinha um Ioio - Música: Suzana Ralha e Letra: Manuel António Pina

Raúl tinha um ioio
que ioioiava todo o dia
quando o Raúl fazia ó-ó
o ioio adormecia
E quando o Raúl chorava
porque o ó-ó não vinha
o ioio embalava
para baixo e para cima
Raúl dormia e sonhava
e quando sonhava sorria
porque o io-io ioioiava
nos sonhos que Raúl via

 

 

 


Resineiro engraçado - Letra e música: popular: Beira-Alta

Resineiro engraçado, engraçado no falar,
Resineiro engraçado, engraçado no falar,
Ó i ó ai, eu hei-de ir à terra dele,
Ó i ó ai, se ele me lá quiser levar. [Bis]

Já tenho papel e tinta, caneta e mata-borrão,
Já tenho papel e tinta, caneta e mata-borrão,
Ó i ó ai, pr'a escrever ao resineiro,
Ó i ó ai, que trago no coração.
Resineiro é casado, é casado e tem mulher,
Resineiro é casado, é casado e tem mulher,
Ó i ó ai, vou escrever ao resineiro,
Ó i ó ai, quantas vezes eu quiser.

Iara: - Talvez o duo mais divertido deste desfile: o Silvino Potêncio e a
Lilocas. Em vez do arquinho e balão, ambos vão empurrar uma gaiola, que o
Potêncio afirma que é especial para transportar gambozinos. A legenda que
está na gaiola, diz assim: "O fututo do Mundo está nos Gambozinos !". Ambos
vêem pintados de um amarelo esverdeado e metálico. Vamos ver se não vão
apanhar água pelo caminho e a pintura sai . Potêncio e Lilocas, o microfone
é vosso (mas fica na minha mão !):

Potêncio: - "Era meia-noite em ponto / Ouvi gritos ó da guarda/ Era o
nabinho saloio/ Atrás da couve-lombarda".

Iara: - Pelos vistos está muito contente.

Potêncio: - Porquê ?! era de supor que estivesse triste ? Você já me pôs
mal-disposto.

Lilocas: - Iarazinha ! Já viste a minha pouca sorte em ter que empurrar esta
gaiola barulhente que o Potêncio diz que é para apanhar e transportar
gambozinos ? E se, por acaso apanharmos muitos ?...

 


 


Beijinho - Letra e música: Carlos Paião

Ai rapariga, rapariga, rapariga
Que só dizes disparates, disparates, disparates
E tanta asneira, tanta asneira, tanta asneira
Que p'ra tirar tanta asneira não chegam cem alicates.
Mas tu não sabes, tu não sabes, tu não sabes
Que isso de dar um beijinho já é um costume antigo
Ai quem te disse, quem te disse, quem te disse
Que lá por dares um beijinho tinhas de casar comigo.

- Ó chega cá...
- Não vou.
- Tu és tão linda...
- Pois sou.
- Dá-me um beijinho...
- Não dou.

Interesseira, convencida, ignorante, foragida,
Sua burra, és a miúda mais palerma, camelóide que eu já vi,
Mas por que raio é que tu queres os beijinhos só p'ra ti?

[Refrão]

Ora dá cá um e a seguir dá outro,
Ora dá mais um que só dois é pouco
Ai eu gosto tanto e é tão docinho
E no entretanto dá mais um beijinho.

Ai rapariga, rapariga, rapariga,
Dás-me cabo do miolo, p'ra te levar com cantigas.
Ai mas que coisa, mas que coisa, mas que coisa,
Diz lá por que é que não és como as outras raparigas.
Quando eu pergunto se elas me dão um beijinho,
Dão-me tantos, tantos, tantos, que parecem não ter fim
E tu agora estás com tanta esquisitice
Que qualquer dia já queres e não sabes mais de mim.
- Dás ou não dás?...
- Não e não.
- Então dou eu...
- Oh! isso não.
- Dá-me um beijinho...
- Não dou não.
Não dás porquê, sua esganada, egoísta, malcriada,
Sua parva, só se pensas que eu acaso tenho a barba mal cortada
E vê lá se tens receio que a boca arranhada.
Refrão
- Então vá lá...
- Já disse.
- Eu faço força...
- Oh! que parvoíce.
- Dá-me um beijinho...
- Oh! que chatice.
Analfabruta, pestilenta, hipocondríaca, avarenta, bexigosa,
Vou comprar um dicionário que só tenha nomes feios
Que é p'ra eu tos chamar todos até teres os ouvidos cheios.
Refrão

Era uma vez um cuco que não gostava de couves

Era uma vez um cuco
que não gostava de couves
e estava sempre a dizer:
couves não hei-de eu comer
e estava sempre a dizer:
couves não hei-de eu comer
mandaram chamar o pau
para vir bater no cuco
e o pau não quis bater no cuco
e o cuco não quis comer as couves
e estava sempre a dizer:
couves não hei-de eu comer
e estava sempre a dizer:
couves não hei-de eu comer
mandaram chamar o fogo
para vir queimar o pau
e o fogo não quis queimar o pau
e o pau não quis bater no cuco
e o cuco não quis comer as couves
e estava sempre a dizer:
couves não hei-de eu comer
e estava sempre a dizer:
couves não hei-de eu comer
mandaram chamar a água
para vir apagar o fogo
e a água não quis apagar o fogo

mandaram chamar o boi
para vir beber a água
e o boi não quis beber a água

mandaram chamar o homem
para vir matar o boi
e o homem não quis matar o boi

mandaram chamar o polícia
para vir prender o homem
e o polícia não quis prender o homem

mandaram chamar a morte
para vir levar o polícia
e a morte ia levar o polícia
e o polícia já quis prender o homem
e o homem já quis matar o boi
e o boi já quis beber a água
e a água já quis apagar o fogo
e o fogo já quis queimar o pau
e o pau já quis bater no cuco
e o cuco já quis comer as couves
e não mais se ouviu dizer
couves não quero comer

Mónica: - O próximo duo é um casal muito elegante. Ele, chama-se Ângelo e
ela Lígia Tomarchio e vieram de São Paulo SP. A Lígia já lhe está a dizer
para a ler às cavalitas. O seu arquinho tem a legenda: "Veja o Mundo
Cor-de-Rosa". Ângelo e Lígia .

Ângelo: - Este desfile devia de ser feito em ônibus. Se eu não aguentar, a
minha mulher terá de me levar ao colo !

Tomarchio: - O cavalheirismo do Ângelo me confunde ! Ele é que me terá de
levar às cavalitas .

 


 


Ao romper da bela aurora - Letra e música: popular: Beira-Alta

Ao romper da bela aurora
vem o pastor da choupana
vem gritando em altas vozes
muito padece quem ama

muito padece quem ama
mais padece quem namora
vem o pastor da choupana
ao romper da bela aurora

gosto de quem canta bem
é uma prenda bonita
gosto de que canta bem
é uma prenda bonita

Não empobrece ninguém
assim como não enrica
não empobrece ninguém
assim como não enrica

Ao romper ...

 


 

 

A Ana quer - Música: Suzana Ralha e Letra: Manuel António Pina



A Ana quer
nunca ter saído da barriga da mãe
cá fora está-se bem
mas na barriga também era divertido
o coração ali à mão
os pulmões ali ao pé
ver como a mãe é
do lado que não se vê
O que a Ana mais quer ser
quando for grande e crescer
é ser outra vez pequena
não ter nada que fazer
não ser pequena e crescer
de vez em quando nascer
e voltar a desnascer
a Ana quer



Iara: - Ele é da parte sul de Portugal e ela do Sul do Brasil. Tratam-se por
manos. Ele é o António Zumaia e ela a Alzira Sá. Ele trabalha no sector
vinícola, pois é técnico de água; ela é cirurgiã-dentista. No seu arquinho
têm a legenda :" O Sul Encontra-se no Carnaval". Zumaia e Alzira, umas
palavrinhas para a RMA ?...

Zumaia: - Eu falava e até com grande prazer, mas a Mana não me deixa .

Alzira: - Ou seu cara-de-pau, você não fala porque não quer ! Olhe que eu
traga comigo uma broca capaz de abrir canais .

 


 


Deixa-me rir - Letra e música: Jorge Palma
 

Deixa-me rir
essa história não e tua
falas da festa, do sol e do prazer
mas nunca aceitaste o convite
tens medo de te dar
e não e teu o que queres vender

Deixa-me rir
tu nunca lambeste uma lágrima
desconheces os cambiantes do seu sabor
nunca seguiste a sua pista
do regaço à nascente
não me venhas falar de amor

Pois é, pois é
há quem viva escondido a vida inteira
Domingo sabe de cor, o que vai dizer
Segunda Feira

Deixa-me rir
Tu nunca auscultaste esse engenho
de que falas com tanto apreço
esse curioso alambique
onde são destilados
noite e dia o choro e o riso

Deixa-me rir
Ou entao deixa-me entrar em ti
ser o teu mestre so por um instante
iluminar o teu refúgio
aquecer-te essas mãos
rasgar-te a mascara sufocante

Pois é, pois é
há quem viva escondido a vida inteira
Domingo sabe de cor, o que vai dizer

 

 

 


Segunda Feira Cinderela - Letra e música: Carlos Paião
 


Eles dão duas crianças
a viver esperanças, a saber sorrir.
Ela tem cabelos louros,
ele tem tesouros para repartir.

Numa outra brincadeira
passam mesmo à beira sempre sem falar.
Uns olhares envergonhados
e são namorados sem ninguém pensar.

Foram juntos outro dia,
como por magia, no autocarro, em pé.
Ele lá lhe disse, a medo:
'O meu nome é Pedro e o teu qual é?'
Ela corou um pouquinho
e respondeu baixinho: 'Sou a cinderela'.
Quando a noite o envolveu
ele adormeceu e sonhou com ela...

Então
Bate, bate coração
Louco, louco de ilusão
A idadeassim não tem valor.
vai dar tempo p'ra aprender,
Vai dar jeito p'ra viver
O teu primeiro amor.
Cinderela das histórias
a avivar memórias, a deixar mistério
Já o fez andar na lua,
no meio da rua e a chover a sério.
Ela, quando lá o viu,
encharcado e frio, quase o abraçou.
Com a cara assim molhada
ninguém deu por nada, ele até chorou...
Então ...
E agora, nos recreios,
dão os seus passeios, fazem muitos planos.
E dividem a merenda,
tal como uma prenda que se dá nos anos.
E, num desses momentos,
houve sentimentos a falar por si.
Ele pegou na mão dela:
'Sabes Cinderela, eu gosto de ti...'

Mónica: - Ambos nasceram em Portugal; ele, não sabe bem se nasceu em Lisboa
ou em Gouveia (Serra da Estrela) mas mora perto de Lisboa. Ela nasceu em
Ferreira do Zêzere, mas desde novinha que mora no Rio de Janeiro. Seu
arquinho e balão tem a legenda: "Areias de Portugal". Von Trina e Ricardina
Valle, para a RMA ?...

Trina: - Estou bem disposto, para mais, vou desfilar com uma "patrícia",
aliás, simpática "patrícia". No aspecto negativo, tenho dois calos nos dedos
dos pés que me vão dificultar muito caminhar.

Ricardina: - Se o von Trina não fosse tão alto e tão, digamos, pesado, eu
oferecia-me para o levar ao colo !

 



A festa da vida - Música: José Calvário e Letra: José Niza


Que venha o sol o vinho e as flores
Marés, canções de todas as cores
Guerras esquecidas por amores;

Que venham já trazendo abraços
Vistam sorrisos de palhaços
Esqueçam tristezas e cansaços;

Que tragam todos os festejos
E ninguém se esqueça de beijos
Que tragam pendas de alegria
E a festa dure até ser dia;

Que não se privem nas despesas
Afastem todas as tristezas
Pão vinho e rosas sobre as mesas;
Que tragam cobertores ou mantas
E o vinho escorra p'las gargantas
E a festa dure até às tantas;

Que venham todos de vontade
Sem se lembrarem de saudade
Venham os novos e os velhos
Mas que nenhum me dê conselhos!

Que venham todos de vontade
Sem se lembrarem de saudade
Venham os novos e os velhos
Mas que nenhum me dê conselhos!

 

 

 



Vão dar banhó cão - Íris

Não me venham
dizer nada
Que eu não quero ouvir
Não me venham com promessas
Que me fazem rir
Não me venham pedir contas
Do que eu nunca vi
Não me venham com cantigas
Saiam já daqui

Não me imponham as ideias
Que eu sou mesmo assim
E não pensem que fazem
O que querem de mim
Não me cortem as palavras
Vou até ao fim
Não me venham com cantigas
Saiam já daqui

Oh! Vão dar banhó cão
Oh! Oh! Oh! Oh!
Vão dar banhó cão
Não me façam perder a cabeça
Não me façam perder a razão
O que vocês dizem não interessa
Já estou farto desta situação

Iara: - Ambos vieram do Estado do Paraná, que fica na parte sul do Brasil.
Ambos são trovadores mas moram em cidades diferente e distantes. A legenda
do seu arquinho é a seguinte: "Paraná - Um Paraíso da Terra". Assis e Vânia,
para a RMA em directo?...

Assis: - Por enquanto, está tudo dentro dos "conformes" ou dos "trinques" !

Vânia: - É com enorme prazer que reencontro a Iara ! Estou feliz e vamos ver
como é que vamos chegar lá ao cimo do castelo .

 


 


Sou Como um Rio - Delfins

Eu sempre gostei de ti
eu sempre te conheci
nunca pensei que me deixasses só

eu sempre te procurei
eu nunca te abandonei
nunca pensei que me deixasses só

sou como um rio
que vive só para ti
correndo só para te ver
sou como um rio
que acaba ao pé de ti
foi sempre assim
gostar de ti
porquê que tudo acabou
o que é que para ti mudou
e agora tenho de viver sem ti
sou como um rio
que vive só para ti
correndo só para te ver
sou como um rio
que acaba ao pé de ti
foi sempre assim
gostar de ti
foi sempre assim
gostar de ti

 

 

 



Memórias de um trovador - Música: José Flávio Martins e Letra: José Flávio
Martins


Por um reinado homens lutavam
Por uma honra homens sonhavam
Diz-me meu rei qual o caminho
Que eu seguirei forte e sozinho

Sou trovador
Sirvo o meu rei
Faço canções e nunca amei
Subo a calçada
Não ligo a nada
Mas vou cantando na doce chegada

Versos de um dia poemas de outrora
Minha melodia acabou-se agora
Para outro reino eu vou chegando
Sempre cantando mui nobre senhor

Sou trovador
Sirvo o meu rei
Faço canções e nunca amei
Subo a calçada
Não ligo a nada
Mas vou cantando na doce chegada

Iara: - Vamos mais a um breve intervalo. Estúdios .


Pinhal: - Na hora certa, as notícias em cima da hora .

Sempre na rota de Pedro Álvares Cabral
RMA Rádio FM 109.6 MHz
Blumenau SC espera por você !
Vá e divirta-se com Stammtisch !

Pinhal: - Aguardamos a ligação a Leiria. Vamos ouvir a marcho de um Bairro
típico de Lisboa: O Bairro Alto.

 


 


Sou o Bairro Alto


E olho sempre de alto
Prás tristezas que Lisboa tem
Sou o Bairro Alto,
Pronto a dar o salto
Para um tempo novo que aí vem
Todo o bom filho sai
Conforme os pais que tem
O Fado é meu pai
Lisboa, minha mãe
E eles cantando
Vão-me preparando
Para um tempo novo que aí vem

Nem quando foi dos terramotos do Marquês
Nem com as maldades que o Fado sempre lhe fez
Do Bairro Alto, cá no alto, eu vi Lisboa a chorar
Deu sempre a volta, pôs-me à solta e ensinou-me a cantar

O tempo corre, mas a vida continua
Lisboa morre por sair comigo à rua
Fez uma marcha ao meu jeito
Vestiu-me a preceito
E cá vou eu a desfilar

Sou o Bairro Alto
E olho sempre de alto
Prás tristezas que Lisboa tem
Porque ela cantando
Me foi preparando
Para o tempo novo que aí vem
O Fado é meu pai
Lisboa, minha mãe
E um bom filho sai
Conforme os pais que tem

Sou o Bairro Alto
Pronto a dar o salto
Para um tempo novo que aí vem
Ou quando viu o Parque Mayer apagado
Do Bairro Alto, cá no alto, eu vi Lisboa a chorar
Do que era pranto, fez um canto e ensinou-me a cantar

O tempo corre, é a marcha desta vida
Lisboa morre por ver a sua Avenida
Cheia de gente tão diferente
A ver-me tão contente
Por ela abaixo a desfilar

Sou o Bairro Alto
E olho sempre de alto
Prás tristezas que Lisboa tem
Porque ela cantando
Me foi preparando
Para um tempo novo que aí vem
O Fado é meu pai
Lisboa, minha mãe
E um bom filho sai
Conforme os pais que tem
Sou o Bairro Alto
Pronto a dar o salto
Para um tempo novo que aí vem"

Pinhal: - Mais uma vez vamos até Leiria..

Mónica: - Ela é do Maranhão e como ele mora no Rio de Janeiro. O seu
arquinho e balão, tem a legenda: "A Paz que Desça ao Rio". Estou a falar de
Artur da Távola e de Benedita Azevedo .

Artur: - Parabéns à organização e a todos os amigos do CEN. Está tudo muito
bem organizado, só com um senão: subir a pé ao castelo partindo daqui, é uma
prova mais dura que uma maratona !

Benedita: - Estou muito contente por fazer par com o Artur da Távola ! Vamos
ver se conseguimos chegar até ao castelo .

 


 


Cheira a Lisboa- Letra e música: Carlos Dias, César de Oliveira


Lisboa já tem sol mas cheira a lua,
Quando nasce a madrugada sorrateira
E o primeiro eléctrico da rua
Faz coro c'oa chinela da Ribeira.

Se chove, cheira a terra prometida,
Procissões têm cheiro a rosmaninho.
Na tasca da viela mais escondida,
Cheira a iscas (com elas) e a vinho.

Refrão
Um craveiro numa água furtada,
Cheira bem, cheira a Lisboa!
Uma rosa a florir na tapada,
Cheira bem, cheira a Lisboa!

A fragata que se ergue na proa,
A varina que teima em passar,
Cheiram bem porque são de Lisboa,

Lisboa tem cheiro de flores e de mar!
Lisboa cheira aos cafés do Rossio,
E o fado cheira sempre a solidão,
Cheira a castanha assada, se está frio,
Cheira a fruta madura, quando é Verão.
Nos lábios tem o cheiro dum sorriso,
Manjerico tem o cheiro de cantigas,
E os rapazes perdem o juízo
Quando lhes dá o cheiro a raparigas.
[Refrão]
 

 


 


Maria Lisboa - Amalia Rodrigues


É varina, usa chinela,
tem movimentos de gata;
na canastra, a caravela,
no coração, a fragata.

Em vez de corvos no chaile,
gaivotas vêm pousar.
Quando o vento a leva ao baile,
baila no baile com o mar.

É de conchas o vestido,
tem algas na cabeleira,
e nas velas o latido
do motor duma traineira.

Vende sonho e maresia,
tempestades apregoa.
Seu nome próprio: Maria;
seu apelido: Lisboa.

Iara: - O desfile está chegando ao fim. Depois de apresentar o seguinte duo
que vai desfilar, tenho que me deslocar até ao castelo, pois estou
encarregado de fazer o jantar de confraternização com todos os foliões: uma
saborosa massa de bacalhau ! Mas vamos à apresentação. Ele nasceu na bela
Angola e mora perto de Lisboa; é anfitrião da gaúcha (dos sete costados como
ela diz) e que chegou de Pelotas. Ele é o António Castel-Branco e ela a
Lígia Leivas. A sua legenda é: "União Luso-Brasileira". António e Lígia ?...

Castel-Branco: - É com grande satisfação que entro neste desfile para mais,
com uma parceira como a Profª. Drª. Leivas !

Leivas: - Começo por agradecer ao meu gentil par, pelas suas palavras. E
vamos embora porque daqui a pouco é noite !

 


 


Pronúncia do Norte - GNR

Há um prenúncio de morte
Lá do fundo de onde eu venho
Os antigos chamam-lhe renho
Novos ricos são má sorte

É a pronúncia do Norte
Os tontos chamam-lhe torpe

Hemisfério fraco outro forte
Meio-dia não sejas triste
A bússula não sei se existe
E o plano talvez aborte

Nem guerra, bairro ou corte
É a pronúncia do Norte

Não tenho barqueiro nem hei-de remar
Procuro caminhos novos para andar
Tolheste os ramos onde pousavam
Da Geada as pérolas as fontes secaram

Corre um rio para o mar
E há um prenúncio de morte

E as teias que vidram nas janelas
esperam um barco pareceido com elas
Não tenho barqueiro nem hei-de remar
Procuro caminhos novos para andar

E É a pronúncia do Norte
Corre um rio para o mar

 

 

 



Sete mares- Letra e música: Sétima Legião

Tem mil anos uma história
de viver
Há mil anos de memória a contar
ai, cidade á beira-mar
azul

Se os mares são só sete
há mais terra do que mar ...
Voltarei amor com a força da maré
ai, cidade à beira-mar
ao Sul

Hoje
Num vento do Norte
Fogo de outra sorte
Sigo para o Sul
Sete mares

Foram tantas as tormentas
que tivemos de enfrentar...
Chegarei amor na volta da maré
ai, troquei-te por um mar
azul

Hoje
Num vento do Norte
fogo de outra sorte
Sigo para o Sul
Azul

Mónica: - Mais um duo luso-brasileiro. Ele mora perto de Sintra na bela
Ericeira; ela mora na Cidade Maravilhosa de São Sebastião do Rio de Janeiro.
A legenda do seu arquinho: "Areias de Portugal e do Brasil". O duo, António
Miguel e Marília Ternura !

Miguel: - Já tinha saudades de um Carnaval a valer, como é este desfile. Mas
a grande dificuldade, direi mesmo a enorme dificuldade é subir a pé até ao
vetusto castelo da bela cidade de Leiria !

Marília: - Estou surpreendida com o ritmo, alegria e cor deste desfile que
de Escola de Samba nada tem !

 


 


Canção do Mar - Dulce Pontes

Fui bailar no meu batel
Além do mar cruel
E o mar bramido
Diz que eu fui roubar
A luz sem par
Do teu olhar tão lindo

Vem saber se o mar terá razão
Vem cá ver bailar meu coração

Se eu bailar no meu batel
Não vou ao mar cruel
E nem lhe digo aonde eu fui cantar
Sorrir, bailar viver, sonhar contigo

 

 

 


História de gatos- Música: Suzana Ralha e Letra: Luísa Ducla Soares


Eu tinha um gato malhado
Que era muito malcriado,
Se lhe dizia "bom dia"
Ele nem me respondia,
Se o mandava caçar,
Deitava-se a ressonar,
Se o mandava à escola
Ele ia jogar à bola,
Se o mandava pescar
Até fugia do mar.
Aquele gato malhado
Não me fazia um recado,
Era só vê-lo miar
E dormir ou arranhar.

Deitei-o pela janela.

Entrou-me o gato por ela
Mais uma gata amarela
E os doze filhos dela.
Sentaram-se à minha mesa,
Comeram-me a sobremesa,
Dormiram no meu colchão,
Rasgaram o meu roupão,
E dentro dos meus sapatos
Fizeram chichi os gatos.

Para ficar sossegado
Fui viver para o telhado

Mónica: - O desfile está preste a terminar e do castelo chega aqui o
cheirinho da Massa de Bacalhau que é um comer de grande substância e
adequado ao esforço que os foliões têm feito para chegar ao castelo ! A
fechar este magnífico desfile, duas brasileiras. Uma carioca e um gaúcha. A
Ilka Vieira e a Carmén Pio, que por acaso até está muito caladinha ! A
divisa de seu arquinho: "Pró Ano Cá Estaremos Nós !".

Ilka: - Prometo e não faltarei pois estou a divertir-me bastante.

Carmen: - Eu ? Bem, até agora tenho divertido muito. Estou ansiosa em chegar
ao castelo, para mais, estou com uma fome já bem desenvolvida !

 


 


Ronda das mafarricas- Música: Zeca Afonso e Letra: António Quadros (Pintor)

Estavam todas juntas
Quatrocentas bruxas
À espera À espera
À espera da lua cheia
Estavam todas juntas
Veio um chibo velho
Dançar no adro
Alguém morreu
Arlindo coveiro
Com a tua marreca
Leva-me primeiro
Para a cova aberta
Arlindo Arlindo
Bailador das fadas
Vai ao pé coxinho
Cava-me a morada
Arlindo coveiro
Cava-me a morada
Fecha-me o jazigo
Quero campa rasa
Arlindo Arlindo
Bailador das fadas
Vai ao pé coxinho
Cava-me a morada

"Cá Estamos Nós"

 

 

 



Naturalmente !!!Trângulo mângulo - Música: Carlos Guerreiro e Letra: popular
(lenga-lenga)



Tinha vinte e quatro freiras
Mandei-as fazer um doce
deu-lhes o tragulotrico trangulumangulo nelas
não ficaram senão doze

Dessas doze que ficaram
mandei-as vestir de bronze
deu-lhes o tragulotrico trangulumangulo nelas
não ficaram senão onze

dessas onze que ficaram
mandei-as lavar os pés
deu-lhes o tragulotrico trangulumangulo nelas
não ficaram senão dez

dessas dez que me ficaram
mandei-as pró dezanove
deu-lhes o tragulotrico trangulumangulo nelas
não ficaram senão nove

dessas nove que ficaram
mandei-as coer biscoito
deu-lhes o tragulotrico trangulumangulo nelas
não ficaram senão oito

dessas oito que ficaram
manei-as pró dezassete
deu-lhes o tragulotrico trangulumangulo nelas
não ficaram senão sete

dessas sete que me ficaram
mandei-as contar os reis
deu-lhes o tragulotrico trangulumangulo nelas
não ficaram senão seis

dessas seis que me ficaram
mandei-as pró João Pinto
deu-lhes o tragulotrico trangulumangulo nelas
não ficaram senão cinco

dessas cinco que ficaram
mandei-as cortar tabaco
deu-lhes o tragulotrico trangulumangulo nelas
não ficaram senão quatro

dessas quatro que ficaram
mandei-as lá outra vez
deu-lhes o tragulotrico trangulumangulo nelas
não ficaram senão três

dessas três que me ficaram
mandei-as calçar as luvas
deu-lhes o tragulotrico trangulumangulo nelas
não ficaram senão duas

dessas duas que ficaram
mandei-as comer pirua
deu-lhes o tragulotrico trangulumangulo nelas
não ficaram senão uma

Tinha vinte e quatro freiras
fi-las andar na poeira
elas morreram-me todas
com uma grande borracheira

Mónica: - E assim chegámos ao fim desta cobertura da Escola de Samba "Cá
Esperamos Nós". Vamos agora à procura do jantar. Foi um prazer ter estado a
trabalhar para você, que é o melhor ouvinte do Mundo ! Até uma próxima
oportunidade - Inté. Passamos a emissão para os estúdios.

Pinhal: - Novamente nos estúdios da RMA. Desta vez não temos oportunidade de
conviver com os colegas que estão no Castelo de Leiria, nem comer a saborosa
Massa de Bacalhau, uma especialidade que a Iara tão bem sabe cozinhar ! Por
aqui, o programa vai continuar. Canta Paulo de Carvalho:

 


 


E depois do Adeus- Música: José Calvário - Letra: José Niza


Quis saber quem sou
O que faço aqui
Quem me abandonou
De quem me esqueci
Perguntei por mim
Quis saber de nós
Mas o mar
Não me traz
Tua voz.

Em silêncio, amor
Em tristeza e fim
Eu te sinto, em flor
Eu te sofro, em mim
Eu te lembro, assim
Partir é morrer
Como amar
É ganhar
E perder

Tu vieste em flor
Eu te desfolhei
Tu te deste em amor
Eu nada te dei
Em teu corpo, amor
Eu adormeci
Morri nele
E ao morrer
Renasci

E depois do amor
E depois de nós
O dizer adeus
O ficarmos sós
Teu lugar a mais
Tua ausência em mim
Tua paz
Que perdi
Minha dor que aprendi
De novo vieste em flor
Te desfolhei...

E depois do amor
E depois de nós
O adeus
O ficarmos sós

 


 

 

 

 

 

 

 

 

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