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Dia do Nordestino Brasileiro

Trabalho e pesquisa de Carlos Leite Ribeiro

Formatação: Iara Melo

08 de Outubro - 2º Bloco

 

"O nordestino é, antes de tudo, um forte"

(Euclides da Cunha)

 

 

 


  
Estado da Paraíba

 

 

 


A Paraíba é uma das 27 unidades federativas do Brasil. Está situada a leste da região Nordeste e tem como limites o estado do Rio Grande do Norte ao norte, o Oceano Atlântico a leste, Pernambuco ao sul e o Ceará a oeste. Ocupa uma área de 56.439 km² (pouco menor que a Croácia). A capital é João Pessoa (05) e outras cidades importantes são Campina Grande, Santa Rita, Guarabira, Patos, Sousa, Cajazeiras e Cabedelo. O relevo é modesto, mas não muito baixo, 66% do território se encontra entre 300 e 900 m de altitude. Da Paraíba surgiram alguns dos mais notáveis poetas e escritores brasileiros como Augusto dos Anjos (1884-1908), José Américo de Almeida (1887-1980), José Lins do Rêgo (1901-1957) e Pedro Américo (1843-1905) (mais conhecidos por suas pinturas históricas). Na Paraíba se encontra o ponto mais oriental das Américas, conhecido como a Ponta do Seixas, em João Pessoa, devido a sua localização geográfica privilegiada (extremo oriental das Américas), João Pessoa é conhecida turisticamente como "a cidade onde o sol nasce primeiro". Segundo o Dicionário Houaiss, o etimologista Antenor Nascentes determina a origem do nome do estado nos termos do tupi-guarani pa’ra (rio) e a'iba (ruim, impraticável). Entretanto, outras fontes acreditam que essa mesma palavra provém do nome indígena para a árvore Simarouba versicolor, que floresce abundantemente na região e é popularmente denominada pau-paraíba. A terceira versão estabelece que o significado é de fato "Rio que é braço de mar" (pará-ibá). Uma quarta versão afirma que parayba surgiu com famílias judaicas que firmaram moradia no estado e que significa "a vaca vem", querendo representar uma expressão de esperança. Apesar das várias opiniões acerca do termo Paraíba, o que se sabe sem dúvida é que ele foi inicialmente atribuído ao principal rio da região (Rio Paraíba) e posteriormente estendeu-se e passou a designar também a capitania, elevada à condição de província em 1822, e à de Estado em 1889. A História da Paraíba começa antes do descobrimento do Brasil, quando o litoral do actual território do estado era povoado pelos índios tabajaras e potiguaras. A província tornou-se estado com a proclamação da República, em 15 de Novembro de 1889. Demorou um certo tempo para que Portugal começasse a explorar economicamente o Brasil, uma vez que os interesses lusitanos estavam voltados para o comércio de especiarias nas Índias, e além disso, não havia nenhuma riqueza na costa brasileira que chamasse tanta atenção quanto o ouro, encontrado nas colónias espanholas, minério este que tornara uma nação muito poderosa na época. Devido ao desinteresse lusitano, piratas e corsários começaram a extrair o pau-brasil, madeira muito encontrada no Brasil-colónia, e especial devido a extracção de um pigmento, usado para tingir tecidos na Europa. Esses invasores eram em sua maioria franceses, e logo que chegaram no Brasil fizeram amizades com os índios, possibilitando entre eles uma relação comercial conhecida como "escambo", na qual o trabalho indígena era trocado por alguma manufactura sem valor. Com o objectivo de povoá-la, a colónia portuguesa foi dividida em quinze capitanias, para doze donatários. Entre elas destacam-se a capitania de Itamaracá, a qual se estendia do rio Santa Cruz até a Baía da Traição. Inicialmente essa capitania foi doada à Pêro Lopes de Sousa, que não pôde assumir, vindo em seu lugar o administrador Francisco Braga, que devido a uma rivalidade com Duarte Coelho, deixou a capitania em falência, dando lugar a João Gonçalves, que realizou algumas benfeitorias na capitania como a fundação da Vila da Conceição e a construção de engenhos. Após a morte de João Gonçalves, a capitania entrou em declínio, ficando à mercê de malfeitores e propiciando a continuidade do contrabando de madeira. Em 1574 aconteceu um incidente conhecido como "Tragédia de Tracunhaém", no qual índios mataram todos os moradores de um engenho chamado Tracunhaém em Pernambuco. Esse episódio ocorreu devido ao rapto e posterior desaparecimento de uma índia, filha do cacique potiguar, no Engenho de Tracunhaém. Após receber a comitiva constituída pela índia e seus irmãos, vindos de viagem, após resgatar a índia raptada, para pernoite em sua casa, um senhor de engenho, Diogo Dias, provavelmente escondeu-a, de modo que quando amanheceu o dia a moça havia desaparecido e seus irmãos voltaram para sua tribo sem a índia. Seu pai ainda apelou para as autoridades, enviando emissários a Pernambuco sem o menor sucesso. Os franceses que se encontravam na Paraíba estimularam os potiguaras à luta. Pouco tempo depois, todos os chefes potiguaras se reuniram, movimentaram guerreiros da Paraíba e do Rio Grande do Norte e atacaram o engenho de Diogo Dias. Foram centenas de índios que, ardilosamente, se acercaram do engenho e realizaram um verdadeira chacina a morte de todos que encontraram pela frente: proprietários, colonos e escravos, seguindo-se o incêndio do engenho. Após esta tragédia, D. João III, rei de Portugal, desmembrou Itamaracá, dando formação à capitania do Rio Paraíba. Existia uma grande preocupação por parte dos lusitanos em conquistar a capitania que actualmente é a Paraíba, pois havia a garantia do progresso da capitania pernambucana, a quebrada aliança entre Potiguaras e franceses, e ainda, estender sua colonização ao norte.
(05) João Pessoa: Foi fundada em 12 de Agosto de 1585 com o nome de Nossa Senhora das Neves, a santa do dia em que foi firmada a aliança com os Tabajara em 5 de Agosto, depois da aliança com os Tabajara, demorou ainda 3 meses para ser fundada, de fato, a cidade). João Pessoa já nasceu com o status de cidade, jamais vivendo a condição de vila, facto esse ocorrido porque foi fundada pela cúpula da Fazenda Real numa Capitania Real da Coroa Portuguesa. Com o passar do tempo, foi recebendo várias denominações: Filipeia de Nossa Senhora das Neves, em 1588, homenageando o rei Filipe II de Espanha, quando da União Ibérica, período em que o Reino de Portugal foi incorporado à coroa espanhola. Durante a ocupação holandesa, entre 1634 e 1654, designou-se Frederikstadt (Cidade Frederica), em homenagem ao príncipe de Orange, Frederico Henrique. Com a reconquista portuguesa, passou a chamar-se Cidade da Parahyba. Por conta de uma visita temporária de D. Pedro II do Brasil à cidade em fins de 1859, recebeu provisoriamente o título de Imperial Cidade. Sua denominação actual, João Pessoa, é uma homenagem ao político paraibano João Pessoa, assassinado em 1930 na cidade do Recife, quando era presidente do estado e concorria, como candidato a vice-presidente, na chapa de Getúlio Vargas. O fato causou grande comoção popular, sendo praticamente o estopim da Revolução de 30, embora se discuta se realmente houve motivação política no ato, que foi executado por João Duarte Dantas, cujo escritório fora invadido por tropas governamentais, tendo sido suas cartas amorosas à professora Anayde Beiriz trazidas a público. A Assembleia Legislativa Estadual aprovou a mudança do nome da capital em 4 de Setembro de 1930. Há algum tempo, cidadãos pessoenses discutem a possibilidade de rever a homenagem e substituir o nome de João Pessoa por outro, entre os quais, figuram "Paraíba" e "Cabo Branco". Entre outros argumentos, alega-se que a mudança de nome, em 1930, foi realizada em um momento de comoção e de instabilidade social, quando vários adversários políticos do grupo de João Pessoa foram presos e mortos. Acrescenta-se ainda que não há consenso sobre as virtudes de pessoa e de gestor público as quais confeririam o mérito ao ex-presidente da Paraíba (na época, denominação para o cargo de governador) para tal homenagem. De outra parte, os defensores da manutenção do nome argumentam que João Pessoa foi político exemplar e combateu o coronelismo e as oligarquias. A cidade de João Pessoa nasceu nas margens do rio Sanhauá, a partir de onde subiu as ladeiras em direcção ao que hoje é o Centro. A expansão urbana ocupou a antiga área rural. A partir da segunda metade dos anos 70, com a ascensão da orla marítima, a economia da área perdeu um pouco de sua importância de outrora.


 
 
Estado de Pernambuco

 

FOTO ADEMAR REIS


Pernambuco é uma das 27 unidades federativas do Brasil. Está localizado no centro-leste da região Nordeste e tem como limites os estados da Paraíba (N), do Ceará (NO), de Alagoas (SE), da Bahia (S) e do Piauí (O), além de ser banhado pelo oceano Atlântico (L). Ocupa uma área de 98.311 km². Também faz parte do seu território o arquipélago de Fernando de Noronha. Sua capital é a cidade do Recife (06). A origem do nome Pernambuco é controversa, alguns estudiosos afirmam que era a denominação nas línguas indígenas locais da época do descobrimento para o pau-brasil (Caesalpinia echinata). A mais aceita no entanto é que o nome vem do tupi Paranã-Puca, que significa "onde o mar se arrebenta", uma vez que a maior parte do litoral do estado é protegida por paredões de recifes de coral. Os municípios mais populosos são Recife, Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Paulista, Caruaru, Petrolina, Cabo de Santo Agostinho, Garanhuns, Vitória de Santo Antão e Igarassu. A história de Pernambuco começa com a expedição de Gaspar de Lemos, em 1501, que teria criado feitorias ao longo da costa da colônia portuguesa e muito provavelmente em Igarassu, local ao qual, anos depois, Cristóvão Jacques estaria incumbido da sua defesa. Erguida, provavelmente, na entrada do Canal de Santa Cruz, em Igarassu a feitoria teria por objectivo estabelecer vínculos com os nativos, obter informações acerca das possíveis riquezas do interior e vigiar o litoral de possíveis investidas de navios de outras nações. É oficializada em 1532, quando foi criada a capitania de Pernambuco (ou Nova Lusitânia), doada a Duarte Coelho, que fundou Igarassu e Olinda e iniciou a cultura da cana-de-açúcar. Em 1630, a capitania foi invadida pela Companhia das Índias Ocidentais, que, desembarcando na praia de Pau Amarelo, derrotou a frágil resistência portuguesa na passagem do Rio Doce, invadiu sem grandes contratempos Olinda e derrotou a pequena, porém aguerrida, guarnição do forte (que depois passaria a ser chamado de Brum), porta de entrada para o Recife através do istmo que ligava as duas cidades. Maurício de Nassau ajudou a desenvolver a cidade (Mauritsstad, ou Mauricéia) - até então com poucos habitantes portugueses - com diversas obras de infra-estrutura, benefícios fiscais e empréstimos. Neste período, Recife foi considerada a mais próspera e urbanizada cidade das Américas e com a maior comunidade judaica de todo o continente, sendo construída nessa época a primeira sinagoga da América. A primeira ponte da América Latina também foi construída na gestão de Nassau, em 1643. Por diversos motivos, sendo um dos mais importantes a exoneração de Maurício de Nassau do governo da capitania pela Companhia Holandesa das Índias Ocidentais, o povo de Pernambuco se rebelou contra o governo, juntando-se à fraca resistência ainda existente, num movimento denominado Insurreição Pernambucana. Com a chegada gradativa de reforços portugueses, os holandeses por fim foram expulsos em 1654, na segunda Batalha dos Guararapes. Foi nesta ocasião que se diz ter nascido o Exército brasileiro. Após a expulsão holandesa, o estado passou a declinar junto com restante do Nordeste, devido à transferência do centro político-económico para o Sudeste, o que resultou em conflitos como a Revolução Pernambucana e a Confederação do Equador, movimento separatista pernambucano. A qualidade do açúcar refinado holandês, agora produzido nas Antilhas, superior ao mascavo brasileiro, também ajudou a acelerar a decadência do estado, que era baseado nos latifúndios de cultivo de cana-de-açúcar. Buscando novos meios de renda, aumenta o comércio no estado gradativamente. Este efeito foi estopim de revoltas como a Guerra dos Mascates. Actualmente há diversos Engenhos de cana-de-açúcar abertos a visita, permitindo um mergulho profundo na cultura da região através do turismo rural. Em 1501, quando a expedição de Gaspar de Lemos funda feitorias no litoral da colónia portuguesa na América, tem início o processo de colonização de Pernambuco. Anos depois, Cristóvão Jaques é incumbido de defender o litoral pernambucano de embarcações de outras nações. A feitoria de Cristóvão Jacques, erguida na entrada do Canal de Santa Cruz, em Itamaracá, tem por objectivo estabelecer um vínculo com os nativos, procurar informações acerca de possíveis riquezas no interior e rechaçar possíveis investidas de outras nações à costa brasileira. Em1534, a capitania de Pernambuco foi doada a Duarte Coelho, influente navegador e soldado, português filho bastardo de família nobre do Entre-Douro e Minho, que fundou Igarassu, Olinda e Recife e iniciou a cultura da cana-de-açúcar, que teria importante papel na história económica do país. A capitania de Pernambuco originalmente se estendia por 60 léguas entre o Rio Igaraçu e o Rio São Francisco, e era chamada Nova Lusitânia. Era responsável pela maior parte da produção de açúcar, o chamado ouro branco, na América e uma das capitanias mais florescentes. Em 1630 a Companhia das Índias Ocidentais volta seus interesses para a mais promissora das capitanias da Colónia Portuguesa na América. Por ocasião da União Ibérica (1580 a 1640) a então chamada República Holandesa, antes dominados pela Espanha tendo depois conseguido sua independência através da força, vêem em Pernambuco a oportunidade para impor um duro golpe na Espanha, ao mesmo tempo em que tirariam o prejuízo do fracasso na Bahia. Em 26 de Dezembro de 1629 partia de São Vicente, Cabo Verde, uma esquadra com 66 embarcações e 7.280 homens em direcção a Pernambuco. Os holandeses conquistam a capitania de Pernambuco em Fevereiro de 1630 e estabelecem a colónia Nova Holanda. Actualmente, a maioria dos habitantes do cariri pernambucano é descendente de holandeses. Em 15 de Maio de 1645, reunidos no Engenho de São João, 18 líderes insurrectos pernambucanos assinaram compromisso para lutar contra o domínio holandês na capitania. Com o acordo assinado, começa o contra-ataque à invasão holandesa. A primeira vitória importante dos insurrectos se deu no Monte das Tabocas, (hoje localizada no município de Vitória de Santo Antão) onde 1200 insurrectos mazombos armados de armas de fogo, foices, paus e flechas derrotaram numa emboscada 1900 holandeses bem armados e bem treinados. O sucesso deu ao líder António Dias Cardoso o apelido de Mestre das Emboscadas. Os holandeses que sobreviveram seguiram para Casa Forte, sendo novamente derrotado pela aliança dos mazombos, índios nativos e escravos negros. Recuaram novamente para as casas-forte em Cabo de Santo Agostinho, Pontal de Nazaré, Sirinhaém, Rio Formoso, Porto Calvo e Forte Maurício, sendo sucessivamente derrotados pelos insurrectos.. Por fim, Olinda foi recuperada pelos rebeldes. Cercados e isolados pelos rebeldes numa faixa que ficou conhecida como Nova Holanda, indo do Recife a Itamaracá, os invasores começaram a sofrer com a falta de alimentos, o que os levou a atacar plantações de mandioca nas vilas de São Lourenço, Catuma e Tejucupapo. Em 24 de Abril de 1646, ocorreu a famosa Batalha de Tejucupapo, onde mulheres camponesas armadas de utensílios agrícolas e armas leves expulsaram os invasores holandeses, humilhando-os definitivamente. Esse fato histórico consolidou-se como a primeira importante participação militar da mulher na defesa do território brasileiro. Devido a Primeira Guerra Anglo-Neerlandesa, a República Holandesa não pôde auxiliar os holandeses no Brasil. Com o fim da guerra contra os ingleses, a República Holandesa exige a devolução da colónia em Maio de 1654. Sob ameaça de uma nova invasão do Nordeste brasileiro, Portugal cede à exigência dos holandeses. Porém, em 6 de Agosto de 1661 a República Holandesa cede formalmente o Nordeste brasileiro à Portugal através da Paz de Haia.
(06) Recife:  conhecido como Mauritsstad (Cidade Maurícia), foi a capital do Brasil neerlandês, tendo sido governada na maior parte do tempo pelo conde alemão (a serviço da Coroa dos Países Baixos) Maurício de Nassau. O império neerlandês nas Américas era composto na época por uma cadeia de fortalezas que iam do Ceará à embocadura do rio São Francisco, ao sul de Alagoas. Os neerlandeses também conquistaram uma série de feitorias na Guiné e em Angola, o que lhes dava controle sobre o tráfico negreiro, juntamente com a produção de açúcar administrados pela Companhia Neerlandesa das Índias Ocidentais (West Indische Compagnie), a empresa para quem Nassau esteve a serviço, de 1637 a 1644. O conde desembarcou na Nieuw Holland, a Nova Holanda, em 1637, acompanhado por uma equipe de arquitectos e engenheiros. Nesse ponto começa a construção de Mauritsstad, que foi dotada de pontes, diques e canais para vencer as condições geográficas locais. O arquitecto Pieter Post foi o responsável pelo traçado da nova cidade e de edifícios como o palácio de Freeburg, sede do poder de Nassau na Nova Holanda, e do prédio do observatório astronómico, tido como o primeiro do Novo Mundo. Maurício de Nassau praticou uma política de tolerância religiosa frente aos católicos e calvinistas. Além disso, permitiu a migração de judeus ao Recife e a criação de uma sinagoga, a Sinagoga Kahal Zur Israel, inaugurada em 1642 e considerada o primeiro templo judaico da América do Sul. Nassau era também um entusiasta da ciência e das belas artes. Ao embarcar para o Brasil, trouxe uma plêiade de naturalistas e pintores para retratar e estudar a novo continente. Entre estes destacam-se os pintores Frans Post e Albert Eckhout, que retrataram as paisagens e os exóticos habitantes locais, o médico Willem Piso e o naturalista alemão Georg Marggraf, que estudaram a a fauna e a flora, a farmacopeia local e as doenças tropicais. Nassau retornou à Holanda em 1644, demitido devido a desentendimentos com as autoridades da Companhia, que não se contentaram com o nível de lucros das possessões brasileiras. Os novos governantes holandeses entraram em conflito com a população, desencadeando a partir de 1643 uma insurreição - a chamada Insurreição Pernambucana - que terminaria com a expulsão definitiva dos holandeses em 1654. A economia açucareira local passou a enfrentar a competição das Antilhas Holandesas, para onde os holandeses levaram a tecnologia da produção de açúcar. Após a invasão holandesa, muitos comerciantes vindos de Portugal - chamados pejorativamente de "mascates" - estabelecem-se no Recife, trazendo prosperidade à vila. O desenvolvimento do Recife foi visto com desconfiança pelos olindenses, em grande parte formada por senhores de engenho em dificuldades económicas. O conflito de interesses políticos e económicos entre a nobreza açucareira pernambucana e os novos burgueses deu origem à Guerra dos Mascates entre 1710 a 1711, durante a qual o Recife foi palco de combates e cercos. Porém, essa revolta não prejudicou o crescimento do povoado do Recife, elevado à categoria de vila independente em 1710. Em 1711 moravam cerca de 16 mil pessoas na vila, e em 1745 a população ascendia a 25 mil. Apesar da queda nos preços do açúcar, construíram-se magníficos conventos e igrejas na cidade, com destaque para o Convento de Santo António, a Capela Dourada e a Igreja de São Pedro dos Clérigos. O início do século XIX no Recife foi marcado por revoltas inspiradas no ideário liberal vindo da Europa: comerciantes, aristocratas e padres, para exigir mais autonomia para a Colónia. Entretanto, a classe dominante evitava questões como o fim da escravatura e dispensava a participação popular, temendo revolução. Nesse mesmo século, ocorreram as revoluções mais conhecidas da História do Recife. A Revolução de 1817, a Confederação do Equador, de 1824 e a Revolução Praieira, de 1848. O Recife deixou de ser vila, não se subordinava ao poder central, nem estava subordinado a Olinda. Nesse tempo, iniciou-se um grande período de desenvolvimento da cidade. A elevação à categoria de cidade ocorreu em 1823.
 


Estado do Piauí

 

 


No Piauí há vestígios da presença do homem Americano que datam até 50.000 anos atrás, estes estão presentes no Parque Nacional da Serra da Capivara, Serra das Confusões e em Sete Cidades. O Parque Nacional da Serra da Capivara é talvez o mais importante, lá foram encontrados a cerâmica mais velha das Américas, um bloco de tinta de 10.000 anos, fósseis humanos e animais, pinturas rupestres e outros artefactos antigos. A Serra da Capivara foi descoberta por caçadores nas proximidades da cidade sede: São Raimundo Nonato, que sem saber de que se tratavam as pinturas rupestres, chamaram o prefeito, que surpreso tirou fotos. Seis anos depois em uma conferência em São Paulo, o mesmo prefeito confidentemente encontrou Niéde Guidon, mostrou-a as fotos e, essa se interessou bastante, de modo que se mudou para a Serra e, ainda reside lá, fazendo descobertas. Com a independência do Brasil em 7 de Setembro de 1822, algumas províncias continuaram como Colónia portuguesa, dentre elas, o Piauí. Com medo de perder a Província do Piauí, A coroa portuguesa, mandou a Oeiras, que era a capital da província, o brigadeiro João José da Cunha Fidié que comandava uma tropa militar a fim, de manter o Piauí colónia; Em 19 de Outubro de 1822 a Câmara Provincial de Parnaíba declarou a Independência de Parnaíba, para conter os revoltosos Fidié e sua tropa militar foram à Parnaíba, onde ficaram por quase dois meses e resolveram voltar à Oeiras. Na volta para a capital, ao passarem por Piracuruca, viram que a cidade estava deserta e, isso serviu de sinal para o que aconteceu mais adiante: em Campo Maior nas proximidades do Riacho do Jenipapo, houve um confronto entre Portugueses e Piauienses, onde os portugueses tinham armas avançadas, munição e alimento garantido, mais os piauienses tinham apenas equipamentos rudimentares. Essa batalha foi chamada de Batalha do Jenipapo, com o fim desta, os piauienses que sobreviveram roubaram toda a munição e alimento dos portugueses, que, desesperados, foram para União e, de lá para Caxias no Maranhão, onde foram presos por Manuel de Sousa Martins; Fidié ficou preso em Oeiras por três meses, de lá foi mandado ao rio de Janeiro e do rio, a Lisboa. Em começo do século XVII, fazendeiros do São Francisco procuravam expandir suas criações de gado, quando os vaqueiros, vindos principalmente da Bahia, chegaram procurando pastos. Em 1718, o território, até então sob a jurisdição da Bahia, passou para a do Maranhão e passaram a ocupar as terras às margens do rio Gurguéia. Para estas terras existiam cartas de sesmarias. O capitão Domingos Afonso Mafrense ou capitão Domingos Sertão como era conhecido, era um desses sesmeiros; possuía trinta fazendas de gado e foi o mais alto colonizador da região doando suas fazendas - após sua morte - aos padres jesuítas da Companhia de Jesus.
A contribuição dos padres jesuítas foi decisiva, principalmente no desenvolvimento da pecuária que em meados do século XVIII atingiu seu auge. A região Nordeste, o Maranhão e as províncias do sul eram abastecidas pelos rebanhos originários do Piauí; até a expulsão dos jesuítas (período pombalino), quando as fazendas foram incorporadas à Coroa e entraram em declínio. Quanto à colonização esta se deu do interior para o litoral. Em 1811, o Piauí tornou-se uma capitania independente. Por ocasião da Independência, em 1822, a cidade de Parnaíba foi ocupada por tropas fiéis a Portugal; o grupo recebeu adesões, mas acabou derrotado em 1823, por ocasião da Batalha do Jenipapo, em Campo Maior, o qual saiu enfraquecido e acabou por ser preso em Caxias. Alguns anos depois, movimentos revoltosos, como a Confederação do Equador e a Balaiada, atingiram também o Piauí. Em 1852, a capital foi transferida de Oeiras para Teresina, tendo início um período de crescimento económico. A partir da república, o Estado apresentou tranquilidade no terreno político, mas grandes dificuldades no desenvolvimento económico-social. A cidade de Floriano recebeu, a partir de 1889 um influxo migratório da Síria que durou mais de 100 anos, de modo que essa etnia se faz assaz presente naquela cidade.
(07) Teresina: a origem de Teresina é ligada directamente ao Rio Poti. As margens desse rio havia um povoado, que depois seria elevado à condição de Nova Vila (do Poti). Essencialmente formada por pescadores e pequenos comerciantes, era cortada por uma estrada que ligava Oeiras, então capital da Capitania do Piauí, a Parnaíba, um dos mais prósperos centros do Estado. Uma das primeiras construções de Teresina foi a Igreja de Nossa Senhora do Amparo, localizada no Centro da Capital, o que mostra a verdadeira devoção religiosa do povo da antiga vila. A cidade já nasceu, ou seja, foi fundada, em 1822, com o objectivo de tornar-se capital do Estado do Piauí, totalmente planejada pelo Conselheiro José António Saraiva, sendo, portanto, oficialmente a primeira capital planeada do Brasil. Vale a pena ressaltar que a transferência da capital da Província do Piauí de Oeiras para Teresina realizou-se sob vários protestos da comunidade oeirense, que desejava a todo custo, garantir a permanência da capital naquela cidade. Contudo, apesar da pressão, o Presidente da Província, José António Saraiva, ardoroso defensor das ideias mudancistas, efectiva a transferência da capital. E em 16 de Agosto de 1852, dirige circular a todos os Presidentes de Província do Império comunicando o fato, instituindo-a assim, como nova capital do Estado. O nome da cidade remete a Imperatriz Teresa Cristina Maria de Bourbon, que teria intermediado com o Imperador a ideia de mudança da capital, e em sua homenagem deu-se o nome da cidade, que é algo como o diminutivo de Teresa, no idioma italiano. Tornada capital, Teresina passou por um crescimento bastante acentuado, aumentando de 49 para cerca de 8 mil habitantes em duas décadas. Essa foi a primeira cidade do Brasil construída em traçado geométrico. Ela não nasceu de forma espontânea, mas de modo artificial. Saraiva, pessoalmente, tomou as primeiras providências: planejou tudo, com o cuidado de estabelecer logradouros em linhas paralelas, simetricamente dispostas, todas partindo do Rio Parnaíba, rumo ao Rio Poti, principais fontes de água da cidade, até hoje. No ano de 1860, a nova capital já contava com uma área urbanizada de um quilómetro de extensão na direcção norte-sul, com os seguintes confrontos: de um lado o largo do quartel do Batalhão e do outro o "Barrocão".  Na direção leste-oeste o desenvolvimento não ganhou a mesma intensidade. Tomando-se como base o lado do Poti, as ruas findavam a algumas dezenas de metros acima das duas principais praças, a da Constituição, actual Praça Marechal Deodoro da Fonseca (que anteriormente também denominou-se Praça do Palácio e Largo do Amparo), e a do Largo do Saraiva. Para o lado do Parnaíba, nem todas as ruas chegavam ao rio. A Rua Grande, atual Rua Álvaro Mendes, uma das principais ruas da nova capital teve um papel significante no desenvolvimento da nova cidade. Teresina é conhecida por Cidade Verde, cognome dado pelo escritor Coelho Neto, em virtude de ter ruas e avenidas entremeadas de árvores. É um Município em fase de crescimento e, actualmente, possui uma área de 1.673 km² e uma população de 800 mil habitantes. É uma das mais prósperas cidades brasileiras, e actualmente destaca-se no sector de eventos, congressos, indústria têxtil e centro médico. Outros comentam que a criação da capital Teresina teria sido uma medida político-estratégica, sob o fato de que a cidade de Caxias, do estado vizinho do Maranhão, estava ameaçando a hegemonia da região norte do estado do Piauí, tendo então o conselheiro transferido a capital para resolver a questão da centralização no Estado.
 
 

Estado do Rio Grande do Norte

 

 

 

 


O Rio Grande do Norte é uma das 27 unidades federativas do Brasil. Está localizado na Região Nordeste e tem como limites a norte e a leste o Oceano Atlântico, ao sul com a Paraíba e a oeste com o Ceará. É dividido em 167 municípios e ocupa uma área de 52.796,791 km², sendo um pouco maior que a Costa Rica. Sua capital é a cidade de Natal. O estado apresenta o melhor Índice de Desenvolvimento Humano, o menor índice de mortalidade infantil, o menor índice de desnutrição e a segunda maior expectativa de vida da Região Nordeste, além de ser o segundo estado mais seguro do país (atrás apenas de Santa Catarina). A capital do estado também é considerada a capital menos violenta do país e décima-quarta cidade mais segura do Brasil. Possui uma população estimada em 3.013.740 habitantes, dos quais 73% vivem em cidades (áreas urbanas), sendo as mais importantes Natal, Mossoró, Parnamirim, Assu, Tibau do Sul e Caicó. Outras cidades importantes são São Gonçalo do Amarante, Ceará-Mirim, Macaíba, Macau e Tibau. Apresentando um relevo modesto, com mais de 80% de sua área possuindo menos de 300m de altura, tem como rios principais o Potenji (que corta a capital), Moçoró, Apodi, Açu, Piranhas, Trairi, Jundiaí, Jacu, Seridó e Curimataú. As ilhas do Atol das Rocas também pertencem ao estado. O Rio Grande do Norte é o maior produtor de petróleo em terra e de sal marinho do país, também se destacando no setor agropecuário como a carcinicultura, a fruticultura irrigada (abacaxi, banana, melão e coco-da-baía, dentre outros) e a tradicional pecuária. Na indústria, são relevantes o parque têxtil (principalmente o DIM em Macaíba e o DIM de Natal/Parnamirim) e as instalações de processamento de petróleo e gás natural da Petrobrás em Guamaré, o Pólo Industrial de Guamaré. Embora o maior litoral dentre os estados brasileiros seja o da Bahia, o Rio Grande do Norte é o com maior projecção para o Atlântico, já que se situa em uma região onde o litoral brasileiro faz um ângulo agudo, a chamada "esquina do Brasil". Foi por esse motivo, que os americanos decidiram estabelecer uma base aérea no estado durante a Segunda Guerra Mundial. Tal base, de tão importante que foi para o sucesso na Batalha da Normandia, foi apelidada na época de "Trampolim da Vitória", devido ao grande "salto" que proporcionou para a frente aliada.
Com a distribuição das capitanias hereditárias, o então Rio Grande é doado, em 1535, a João de Barros pelo Rei D. João III de Portugal. A colonização fracassa e os franceses, que traficavam o pau-brasil, passam a dominar a área até 1598, quando os portugueses, liderados por Manuel de Mascarenhas Homem e Jerónimo de Albuquerque, iniciaram a construção do Forte dos Reis Magos para garantir a posse da terra. O domínio lusitano durou até 1634, quando o Forte dos Reis Magos caiu em poder dos holandeses, que só foram expulsos em 1654. Nesse período, todos os arquivos, documentos e registos do governo português foram destruídos, o que até hoje dificulta a reconstituição da história da época. Invasões preocupavam Portugal e uma vez que a capitania do Rio grande do norte ficava localizada no ponto mais estratégico da costa brasileira, o Rei retomou a posse da Capitania e ordenou a construção de um forte para expulsar os Franceses da costa. Em 1701, após ser dirigido pelo governo da Bahia, o Rio Grande do Norte passou ao controle da capitania de Pernambuco. Em 1817, a capitania aderiu à Revolução Pernambucana, instalando-se na cidade de Natal uma junta do governo provisório. Com o fracasso da rebelião, aderiu ao Império e tornou-se província em 1822. Em 1889, com a República, transformou-se em Estado.
(08) Natal: Fundada no dia de Natal, em 25 de Dezembro de 1599, o nome do município tem origem do latim natale e, segundo escritores, tem ligação directa com a data de fundação da cidade. Duas teses para o fundador da cidade: a primeira diz que o sítio primitivo da cidade foi demarcado por Jerónimo de Albuquerque no dia 25 de Dezembro de 1599. Outra tese, é que um capitão chamado Manuel de Mascarenhas, chegou aqui com a missão de construir um forte e uma cidade para que assim fortalecesse a posição de Portugal e afastasse qualquer possibilidade de invasão. A história da Capitania do Rio Grande do Norte teve início a partir de 1535 com a chegada de uma frota comandada por Aires da Cunha, a serviço do donatário João de Barros e do Rei de Portugal, e que tinha o objectivo de colonizar as terras da região. A tentativa de colonização, porém, era impedida pela forte resistência dos índios Potiguares e de piratas franceses traficantes de pau-brasil. Estava iniciada a trajectória histórica da área situada na esquina da América do Sul. No dia 25 de Dezembro de 1597, sessenta e dois anos após a frustrada tentativa de Aires da Cunha, uma esquadra comandada pelo Almirante António da Costa Valente e integrada por Francisco de Barros Rego, Manuel Mascarenhas Homem, Jerónimo de Albuquerque e Santiago, entrava na barra do Rio Potengi. A primeira providência adoptada pelos expedicionários foi tomar precauções contra os ataques indígenas e dos corsários franceses. Doze dias depois da chegada, no dia 6 de Janeiro de 1598, começaram a construção de um forte sobre os recifes situados nas redondezas da chamada Boca da Barra. A edificação foi chamada de Fortaleza da Barra do Rio Grande (conhecida popularmente como Forte dos Reis Magos ou Fortaleza dos Reis Magos), por ter sido iniciada no dia consagrado aos Santos Reis. O forte foi concluído no dia 24 de Junho do mesmo ano e, nas circunvizinhanças, logo se formou um povoado que, segundo alguns historiadores, foi chamado de "Cidade dos Reis". Tempos depois, o povoado mudou de nome passando a se chamar "Cidade do Natal". Para alguns escritores, o nome Natal é explicado em duas versões: a primeira refere-se ao dia em que a esquadra penetrou na barra do Potenji; a segunda tem ligação directa com a data da demarcação do sítio primitivo da cidade, realizada por Jerónimo de Albuquerque no dia 25 de Dezembro de 1599. Com a presença holandesa na região, a vida da cidade começou a evoluir. Durante o domínio holandês, a fortaleza que antes era de taipa passou a ser de alvenaria e a se chamar Forte de Kenlen. Natal, então, virou Nova Amesterdão no período de 1633 a 1654. Seu crescimento foi acentuadamente lento nos primeiros séculos de sua existência. Segundo o historiador Câmara Cascudo, em 31 de Dezembro de 1805 Natal tinha apenas 6.393 habitantes. Porém, no último ano do século XIX, a cidade já possuía uma população de mais de 16.000 pessoas. Começou a se desenvolver em ritmo mais acelerado, porém, somente a partir de 1922. As primeiras actividades urbanas tiveram início no bairro da Ribeira, situado na parte baixa da cidade, próximo à foz do Rio Potenji. Posteriormente, expandia-se em direcção ao Centro, actual bairro da Cidade Alta. Na década de quarenta, a deficiente estrutura física da cidade provocou o adensamento das áreas urbanizadas, sobrecarregando-as de novos logradouros, notadamente no bairro do Alecrim. Pela sua privilegiada posição geográfica, localizada no litoral nordestino, na chamada esquina do continente ou esquina do atlântico, foi favorecida pelo advento da Segunda Guerra Mundial. A cidade cresceu e evoluiu com a presença de contingentes militares brasileiros e aliados (particularmente norte-americanos), consumando-se o seu progresso com a construção das bases aérea e naval, local de onde as tropas partiam para o patrulhamento e para a batalha na defesa do Atlântico Sul, e na realização das campanhas militares no norte da África; fatos esses que lhe valeram para a região o apelido de "Trampolim da Vitória".

 
 
Trabalho e pesquisa de Carlos Leite Ribeiro – Marinha Grande - Portugal
 
Fim do 2º Bloco

 

 

 

 

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