Independência do Brasil
7 de Setembro de 1822
Trabalho de Carlos Leite Ribeiro
Formatação: Iara Melo
Com o retorno de D. João VI a Portugal, onde
chegou a 3 de Julho de 1821, as Cortes
Portuguesas, procuraram recolonizar o Brasil,
impondo-lhe medidas restritivas. Em resposta, os
habitantes do futuro País independente
mobilizam-se, instigando o príncipe D. Pedro a
pronunciar-se a favor da sua permanência no
Brasil. D. Pedro satisfá-los no episódio
consagrado como “Dia do Fico, a 9 de Janeiro”. A
reacção das Cortes Portuguesas, não tarda, sob
mais rígidas para a condução do governo no
Brasil. Lembrando-se desta carta: “Carta de D.
Pedro I do Brasil e IV de Portugal, ainda
regente, a seu pai, a 19 de Junho de 1822:
"Eu ainda me lembro e me lembrarei sempre do que
Vossa Majestade me disse, antes de partir dois
dias, no seu quarto: "Pedro, se o Brasil se
separar, antes seja para ti, que me hás de
respeitar, do que para algum desses
aventureiros". Foi chegado o momento da quase
separação, e estribado eu nas eloquentes e
singelas palavras de Vossa Majestade, tenho
marchado adiante do Brasil, que tanto me tem
honrado."
Refractário a essas ordens vindas de Lisboa, D.
Pedro ao recebê-las, proclama a independência do
Brasil, a 7 de Setembro – conhecido pelo grito
do Ipiranga – sendo, no mês seguinte, declarado
Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do
Brasil. Ainda que atribuída à iniciativa de D.
Pedro, a independência traduz a reacção das
classes dominantes coloniais às tentativas de
recolonização surgidas na metrópole. Nem todas
as regiões aceitaram a emancipação e a ela
aderiram. Estribadas nas tropas portuguesas ali
aquarteladas, algumas delas, sobretudo o Pará e
a Bahia, resistiram até fins de 1823.
"O Brasil constituía então uma base essencial da
economia portuguesa. A nossa exportação era
quase toda (exceptuando o vinho do Porto)
canalizada para os portos brasileiros; a nossa
importação vinha quase toda do Brasil; as
matérias-primas tropicais faziam escala em
Lisboa e daqui eram reexportadas para o
exterior. Todo comércio dependia desse sistema e
desse tráfico vivia a marinha mercante. A
emancipação económica do Brasil teve portanto
consequências graves na economia portuguesa. A
antiga colónia passara, em poucos anos, de fonte
de rendimento a fonte de despesa. Muitos dos
nobres instalados na corte do Rio viviam à custa
dos bens que possuíam em Portugal. (José Hermano
Saraiva)".
A Assembleia Constituinte, que fora convocada
ainda em 1822, enceta os seus trabalhos em Maio.
Como se previa, logo emergiram duas posições
antagónicas, corporizadas nos denominados
partidos “brasileiro” e “português”. Trilhando
um percurso tumultuoso, a Assembleia viu-se
cercada militarmente e dissolvida por D. Pedro
I, na noite de 12 de Novembro.
A 25 de Março de 1824, D. Pedro I outorga a
primeira Constituição brasileira, reportando-se,
na essência, ao projecto do deputado António
Carlos, que a Constituinte discutira e
parcialmente aprovara. Em obediência ao texto
constitucional, estabelece-se o voto censitário
e, aos clássicos três poderes, acrescenta-se o
poder moderador, exercido privativamente pelo
imperador. Deflagra em Pernambuco, estendendo-se
ao Ceará, à Paraíba e ao Rio Grande do Norte, a
chamada Confederação do Equador, revolta que se
opõe ao texto constitucional outorgado e apregoa
ideias de carácter separatista e republicano.
Entretanto, os Estados Unidos da América
torna-se o primeir o
país a reconhecer a independência do Brasil.
Em 1825, cedendo às solicitações da Inglaterra e
mediante vantagens comerciais e indemnizações
pecuniárias, Portugal reconhece a independência
brasileira a 29 de Agosto desse mesmo ano.
Trabalho e pesquisa de Carlos Leite
Ribeiro
Marinha Grande - Portugal |

Hino da Independência do Brasil
Letra de Evaristo da Veiga
Música de D. Pedro I
LETRA
Já podeis, da Pátria filhos,
Ver contente a mãe gentil;
Já raiou a liberdade
No horizonte do Brasil.
Brava gente brasileira!
Longe vá temor servil!
Ou ficar a Pátria livre,
Ou morrer pelo Brasil.
Os grilhões que nos forjava
Da perfídia astuto ardil:
Houve mão mais poderosa,
Zombou deles o Brasil.
Brava gente, brasileira...
Não temais ímpias falanges
Que apresentam face hostil:
Vossos peitos, vossos braços
São muralhas do Brasil.
Brava gente, brasileira...
Parabéns, ó Brasileiros!
Já com garbo juvenil,
Do universo entre as nações
Resplandece a do Brasil.
Brava gente, brasileira!...
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