Primeiro Encontro do
Portal CEN
Fortaleza - CE - Brasil
27 de Maio
de 2004
Boletins: *01
*
02 *03
*
04
Tudo começou quando em meados de
Dezembro de 2003, a Vilma Matos veio a Portugal para abrilhantar a sua
participação de uma Antologia. Foi a figura principal desse evento que, a
convite pessoal seu, teve a presença do então Embaixador do Brasil. Ainda no
hotel e antes do lançamento, a Vilma perguntou-me da possibilidade de se
fazer o 1º Encontro do CEN em Fortaleza CE (Brasil). E, a partir desse dia,
começamos a arquitectar o que seria o inesquecível encontro em Fortaleza.
Recordando o que me disse o von Trina já em Fortaleza, quando de referiu à
Vilminha, como carinhosamente a tratamos: “Até parece impossível que uma
corpo tão pequeno e delicado, tenha tanta força, organização e liderança”.
Como tudo que nos acontece pela
primeira vez, este nosso 1º Encontro é para quem esteve presente,
simplesmente inesquecível. Será justo referir a simpatia e a cordialidade
com que as gentes de Fortaleza nos acolheram. Bem-Hajam !
Carlos Leite Ribeiro
(Presidente do Portal CEN – “Cá Estamos
Nós”)
Uns simples e curtos apontamentos …:
A Primeira Abordagem aos Autores ...
1º Encontro do CEN – “Cá Estamos
Nós”
De 28 a 30 de Maio de 2004, em Fortaleza – Ceará – Brasil
Amigos !!! Amigas !!!
Está na hora de começarmos a pensar na organização a sério, do nosso 1º
Encontro em Fortaleza.
Para organizar-mos o evento, temos que saber quem vai, como vai e onde fica.
Temos de saber se está interessado (a) em ter alguma (as) intervenções
durante o evento, e que tipo de intervenções, que podem ser em prosa, em
verso ou musical.
Temos de saber se leva companhia e se essa companhia também quer intervir.
Pedimos a vossa colaboração para que este 1º Encontro de CEN, tenha o brilho
que decerto todos nós deseja que tenha.
Durante este tempo que medeia o evento, vamos ter de trocar muita
correspondência, muitas sugestões, opiniões, etc.
Contamos com você !!!
Assim como podem contar com o CEN
Janeiro de 2004
Carlos Leite Ribeiro
Feira do Livro
Durante o 1º Encontro do Portal CEN – Cá Estamos Nós”
A realizar em Fortaleza, de 28 a 30 de Maio de 2004
Vamos ter durante o evento, uma cobertura de Televisão, Rádios, Revistas e
Jornais. Portanto, esta sua informação é fundamental para que nós façamos
umas notas para ir entregando a estes Órgãos da Comunicação Social,
Assim, você poderá ser mais conhecido (a) como escritor (a), assim como a
sua (s) obra (s) mais conhecida. A cobertura jornalística vai ser muito
poderosa e de largo aspectro. Mas também, muito selectiva.
Além desta Comunicação Social, o nosso Portal CEN – Cá Estamos Nós”, dará
também a conhecer para todo o mundo, estas suas notas.
O critério é seu.
Carlos Leite Ribeiro
Leva livro (s) impresso (s) de sua autoria para este Encontro ?
Nome:
Título do livro (s) de sua autoria ?: (*)
(*) É conveniente mandar-nos, não só o título do (s) livro (s), como também
uma breve resenha dos mesmos e uma sua breve biografia.
O livro (s) é para Venda ? .......... Troca ?..........ou sua Divulgação
pessoal ?..........
Leva livro (s) impresso (s) de autor (es) seu (s) amigo (s) para este
Encontro ?
Nome desse (s) autor (es), de seu (s) livro (s) e breve biografia: -
(*) neste caso, por favor, não abuse da quantidade de autores nem de seus
livros.
Leva livro (s) electrónico (e-book) de sua autoria para este Encontro ?
Leva gravado (s) em CD ?
Ou em Disquete ? (1 livro para cada disquete):
(*) Tanto de uma forma como de outra, é fácil gravá-los em tipo de arquivo
exe..
É para venda ? ... Troca ? ... ou para sua Divulgação pessoal ?
Leva outras coisas, por exemplo CDs de música ou de poesia, etc. ?
Por favor, discrimine o que vai levar e se é:
Para Venda .......Troca... para sua Divulgação pessoal ? ...
Nota: Os Directores e Coordenadores não se encarregam de levar nem se
responsabilizam, por livros, CDs e outros, de outrem.
Por favor, mande urgentemente a sua pré-inscrição e faça a marcação de
Hotel, para ficarmos todos juntos. Nem só do Encontro vive o homem (nem a
mulher) !
Direcção:
Director: Carlos Leite Ribeiro
leiteribeiro@netcabo.pt
Coordenadora para o Estado do Ceará e do evento: Vilma Matos vilma.matos@ig.com.br
Crónica do Século Passado –
(brincadeira)
Naquele dia 27 de Maio, do
longínquo do ano da Graça de 2004, um grupo de amigos que iam ao 1º Encontro
do Portal CEN – “Cá Estamos Nós”, em Fortaleza – Ceará – Brasil, combinaram
encontrarem-se no bar do antigo Aeroporto da Portela de Sacavém (Lisboa –
Portugal).
O primeiro a chegar com a sua tralha toda, foi o que na altura era o
Director do Portal, o conhecidíssimo e convencidíssimo Carlos Leite Ribeiro.
Vestido a rigor, com a sua casaca e calças de fantasia, sapatos de pelica,
além do seu inseparável chapéu de coco, procurava a localização do bar,
quando ao pé de si chegou a toda marafada R.M. acompanhada pelo seu fiscal e
marido M.
A R. , vinha vestida com uma blusa
branca com bordados da Madeira, saia comprida e muito rodada e tamancos de
madeira nos pés, e na cabeça um lenço vermelho, que lhe tapava também a
garganta e atado na nuca; o M. vestia camisa preta, calças castanhas e meia
bota de cabedal, tendo ao pescoço um lenço vermelho e na cabeça um boné de
cor indefinida.
- Carlinhos, ando à procura do sheik, sabe onde ele está – perguntou
a R.
- Não, não conheço nenhum sheik...
- Mas eu tenho que o encontrar, eu quero um sheik !
- Então vá ao Iraque que talvez lá encontre um barato e em boas
condições, embora bem explorado pelos americanos !
- Ai, Carlinhos, que eu já estou a ficar marafada de todo. Eu quero
apanhar o avião para Fortaleza e não para o Iraque.
O M. que até ali tinha sido um espectador atento à conversa, avisou a mulher
que o von Trina e sua malta estavam a chegar.
E o trio “O Seu Contrário – Música & Jograis” (grupo famoso que tantos
êxitos obteve) aproximava-se, com o sempre “taxa arreganhada” Trina à
frente, vestido com a sua inseparável capa preta de estudante, batina já
muito gasta, lustrosa e remendada, assim como gastas e remendadas se
encontravam as calças e, no mesmo patamar de degradação estavam também seus
sapatos; na mão direita transportava o seu inseparável garrafão de vinho e
na esquerda uns bolinhos de bacalhau. A seguir vinha a doce e linda
Cristininha Estrompa, com o seu trajo ribatejano, com blusa branca,
casaquinha preta, calças de cabedal e meia-bota do mesmo material; na cabeça
um chapéu à toureira de abas direitas e de cor preta. Mais atrás vinha o
Pedro Mulder transportando uma panóplia de instrumentos musicais. O seu
trajo era “à pirata”, com uma casaqueta de cor indefinida, calças azuis até
à barriga das pernas e sapatos de ténis; na cabeça; na cabeça trazia um
lenço vermelho, semelhante ao da R., que lhe tapava a nunca e, grandes
argolas presumivelmente de ouro, nas orelhas.
- Olá pessoal trabalhador (desculpem-me se me enganei) – foi assim
que o von Trina saudou os amigos, que continuou – tudo bem, sem qualquer
dificuldade ?
- Está tudo bem calmeirão – respondeu-lhe o Carlos – Só aqui a nossa
querida amiga Rosélia é que está um pouco preocupada pois não encontrou
ainda o sheik ...
- Olha lá menino, o que a R. quer é onde ...
- Querido – interrompeu a Cristininha – tu não sabes o que a R.l
quer. Tem calma ...
- Eu é que sei, porque já fui à Pipa ...
Ao ouvir falar em pipa, toda a malta deu uma enorme gargalhada.
- Ó von, eu já tinha notado que foste à pipa ... – disse-lhe o
Carlos
- Já me tinha aqui chegado o cheiro inconfundível do vinho ! –
completou a R.
- Mas o von Trina, hoje ainda não bebeu vinho – A Cristininha fala
em defesa do gigante – só bebeu meia-dúzia de whikys !
- Parem por favor, eu não estou a brincar: fui à Praia da Pipa no
Natal ...
- E a bebedeira dura 6 meses ?... – atalho o Carlos.
- Tu vai para o raio que te parta, que andas sempre a gozar.
Resumindo: o que a R. procura é onde possa fazer o chek – in. Tão simples
como isto, vocês é que estão a complicar tudo, mas eu estou aqui para
simplificar as coisas...
- Estou aqui !!! Cheguei !!! Sou uma menina !!! – gritou a Manela
quando avistou os amigos – Tive que convencer os meus colegas de trabalho a
dispensarem-me, tive que ir a casa mudar de roupa e despedir-me da minha
Joana, a mandar umas coisas para dentro da mala, procurar o passaporte que
nem me lembrava onde o tinha guardado, escrever uma nota à faxineira para
ela evitar quebrar outro vidro na cozinha, despedir-me das vizinhas e das
colegas, etc., etc ... Mas vamos ao que interessa mais neste momento: vamos
todos fazer o chek-in para ficarmos todos juntos no avião, OK ?
E todos seguiram a Manela , que trajava uma blusa amarela, mini-saia verde,
meias brancas e botas pretas até ao joelho; óculos escuros com aros brancos
e na cabeça um boné de pala grande.
Depois do chek-in, aguardaram um pouco até o monitor convidar os passageiros
do voo Tap para Fortaleza, a seguirem para a sala de embarque. Ao passar a
moldura detectora de metais, o von Trina fê-la tocar pois levava um corta
unhas metálico. Era muito descuidado este gajo !
Já na sala de embarque, a R. não parava, nervosamente, de falar: - “Ó M.,
estou cá com um frenesim e com uma coragem que tu nem calculas ! Não sei se
estou ansiosa de entrar para o avião ou desistir e ir para a quinta. Esta
espera é desesperante eu já estou com sede e ao mesmo tempo com vontade de
desbeber...”.
Perto estava a Manela, que ao contrário do que lhe é habitual, estava muito
caladinha, encolhidinha e até amarelinha, pois, andar de avião não é o seu
forte!
O Carlos estava armado em valente, aparentando não ter medo, mas no fundo
pensando no “bater heroicamente em retirada”. Fumava e olhava constantemente
para o relógio.
A Cristininha contava a sua histórica viagem à Turquia, onde foi confundida
e passou por ser irlandesa e, aquele turco que se apaixonou por ela.
Aparentava estar calma, ou melhor, um nervoso calmo.
O von Trina e o Pedro Mulder tinham indo até ao bar mergulhar os seus
receios numas águas minerais.
Por fim, o monitor indicou o embarque para o avião. Mostraram novamente os
bilhetes, desceram umas escadas, passaram um portão e entraram para o
autocarro que os ia levar junto ao avião ...
Continua...
Flagrantes de Fortaleza (01)
Carlos Leite Ribeiro e
Manuela
Depois de sair do avião no Aeroporto de
Fortaleza, dirigi-me como todos os outros para os Serviços da Polícia
Federal do Brasil. A fila era enorme e desordenada e calculei logo que nem
em meia hora estava despachado destas formalidades. Estava a pensar com os
meus botões como havia de safar-me desta fila, quando avistei duas lindas
mocinhas do Serviço da Polícia Federal. Logo procurei chamar-lhe a atenção
com os olhos e tive êxito. Aproximaram-se de mim a sorrir e eu aproveitei
para lhes mostrar os meus documentos e dizendo-lhe que era director de um
encontro de escritores a realizar em Fortaleza. Elas olharam uma para o
outra e logo em seguida, simpaticamente, abriram o cordão que dava acesso
aos gabinetes da Polícia. Quando isso aconteceu, uma voz se elevou dizendo:
“ (...) É por ser bonito !”. Amigo voo Trina, as palavras foram tuas, mas,
naquela ocasião até acreditei !
Resultado: Cheguei junto da Vilma, da
Maria Nascimento e do casal que a acompanhava, 21 minutos antes do restante
pessoal.
Mas devo de estar a perder qualidades
pois, nem sequer perguntei o número telefónico das belas mocinhas (pelo
menos de uma ...)
Carlos
Programa do 1º Encontro do Portal CEN -
"Cá Estamos Nós"
Dia 28.05.04 às 19h30 (sexta-feira)
Centro Cultural OBOÉ - Rua Maria Tomásia, 731 - Aldeota
· Solenidade de Abertura
. Abertura dos trabalhos pelo
Director do CEN
· Apresentação do Grupo "O Seu contrário" - Portugal
· Marisa Cajado - "Cancioneiro do Infinito" - São Paulo
· William Alcântara - "Uma Voz na Seresta" - Ceará
· Poemas Violados - Ceará
Dia: 29.05.04
Local: Hotel Praia Centro - Salão Ouro
Av. Monsenhor Tabosa, 740 - Praia de Iracema
Horário: 9h00 - Instalação do evento
Mensagem da coordenação e apresentação do programa - Vilma Matos
Pronunciamento da presidente da ALMECE.
Horário: 9h30 - Palestra do escritor e jornalista Carlos Leite Ribeiro
(Marinha Grande - Portugal)
Diretor do Portal CEN - Jornalista - Escritor
Tema : O Portal CEN, História , Proposta e Resultado
Horário: 10:30 - Intervalo
Horário: 10:45 - Palestra -
Tema: A Literatura na Era Virtual
Horário: 11h15 - Painel com os palestrantes e a participação especial dos
escritores(a)
Lena Ommundsen, Lílian Maial, Margarida Reimão.
Horário: 12h00 - Intervalo
Horário: 14h30 - Palestra da Dra. Claudia Leitão - Secretária de Cultura
do Estado do Ceará
Tema: A Realidade da Literatura Cearense Contemporânea
Horário: 15h00 - Palestra
Tema: Reais e Virtuais
Horário: 15h30 - Intervalo
Horário: 15h45 - Marisa Cajado
Tema: A Nova Poesia
Horário: 16h15 - Apresentação de textos e poemas por autores do CEN e
atração artística
Horário: 17h00 - Encerramento das atividades
Dia: 30.05.04 - Salão Prata
Horário: 9h30 - Abertura dos trabalhos
Apresentação das entidades culturais cearenses e seus autores
Horário: 9h45 - Lançamento da antologia do CEN
Horário: 11h00 - Apresentação dos escritores e artistas do CEN pelo poeta
Von Trina (Portugal)
Horário: 12h00 - Leitura da carta de intenção de Fortaleza e entrega de
certificados
Horário: 12h30 - Palavra de Carlos Leite Ribeiro
Encerramento oficial pelos anfitriões.
Flagrantes de Fortaleza (02)
Manuela, Elaine e Henrique
Estávamos nos maples do salão do hotel.
Claro que não vos vou dizer que em determinada altura apareceu um “furacão
de simpatia” – longe de mim tal ideia !
“ Eu sou a Elaine e você é o Carlos !”.
Surpreendido, comecei a repetir o nome: “Elaine, Elaine ... – Será de
SóKarinho” ?
“Claro que sou eu, Carlos !”
Logo a apresentei-a ao grupo: “É uma Rosa, que também é Santa e se chama
Elaine !”.
Comecei logo a chamar pelo Henrique: “Óh Lacerda ! Óh Lacerda !”.
“Estou aqui, Carlos, mas tenho de subir para saber onde fica o quarto. Mas
toma atenção: quando eu descer, a Elaine vai-me contar tudo e, se a tratarem
mal, já calculam o que vos vai acontecer ...”.
Mas que casal este ! Se não tivesse nascido, teria certamente de ter sido
inventado. Alegres e sempre bem dispostos, parecendo até uns eternos
enamorados, sempre agarradinhos e com olhares ternos um para o outro, e, de
quando em quando uns beijinhos.
Bem, isto é o que todos puderam ver. A parte oculta, terá de ficar para a
imaginação de cada um.
Carlos
Flagrantes de Fortaleza – 03
Flóra Cavalcanti
Para já, todas as damas do CEN que
assistiram ao Encontro, sempre andaram elegantemente vestidas.
Mas como sempre acontece, uma se
destacou um pouco mais: a Flóra Cavalcant.
A Bela Flóra andava sempre a queixar-se
que esta “gorda”, embora tivesse emagrecido 08 kilos. Mas todos viam que não
era assim, pois ela tinha tudo (pelo menos à vista) nos sítios devidos e em
proporções bem adequadas.
Num elegante jantar que tivemos no meio
da rua num dos Bairros de Fortaleza, a Flóra ia elegantemente vestida com o
seu conjunto amarelo esverdeado. Em determinada altura, a Manela chamou-me a
atenção para o facto de as calças da Flóra estarem pingadas.
Ao ouvida desta amiga, perguntei-lhe o
que tinha acontecido para ela se apresentar com as calças, da barriga para
baixo, todas pingadas.
A Flóra olhou para mim com os seus
belos olhos escuros veludados, abriu o linda sorriso e respondeu: Foi água
de coco ...
Do meu lado direito logo a voz da
Manela se fez ouvir: Pois é, existem “águas de coco” muito inconvenientes
que pingam as calças das senhoras ...
Carlos
Flagrantes de Fortaleza – 04
Cristina Estrompa, vonTrina, Marisa Cajado,
Elaine S. Rosa
No sábado 28, depois do fecho dos
trabalhos do Encontro, todo o pessoal do CEN foi jantar na cobertura do
Hotel.
Depois do jantar, a Marisa e o Pedro
Mulder pegaram nos seus violões (e noutros artefactos musicais) e festa
convívio começou até ao fecho do restaurante.
Todos cantaram, pularam, dançaram,
enfim, divertiram-se.
Já na parte final, um garçon, que
também se chamava Carlos, abeirou-se de mim, perguntando:
-
Sô Carlos, finalmente quem são os
brasileiros e quem são os portugueses?
A razão da sua pergunta foi, todos nós
estávamos a conviver alegremente independentemente da nossa nacionalidade.
Naquele momento, sentir um enorme
orgulho de ser português e um enorme orgulho de estar no Brasil !
Carlos
Flagrantes de Fortaleza – 05
Elaine e a
Inesquecível Margarida Reimão
Não é nada habitual na Manela (pelo menos do que conhecia dela).
Mas o facto é que no dia da despedida da Regina Lyra, a Manela pediu e até
insistiu com a Regina para que ela lhe desse a camiseta que ela vestia,
alegando que ela lha oferecesse, que lhe faria publicidade ao seu livro
“Insensatas Palavras”.
A Regina foi defendendo a posse da sua camiseta, a todo o custo, mas depois
de tanta insistência e já verdadeiramente envergonhada, e visivelmente
contrariada, lá acedeu ao pedido da nossa amiga Manela.
Minutos antes da sua partida para João Pessoa, já a Manela exibia
triunfantemente a dita cuja camiseta.
Mas o melhor vem depois ...
Assim que a Regina e seu marido partiram de carro, sentámo-nos num sofá
mesmo à porta do Hotel, e, aí a Manela teve este desabafo: Devia de ter
pedido uma certa importância à Regina, para lhe fazer a publicidade ao seu
livro!.
Perante a minha incredulidade, continuou: É que utilizar a minha elegante
figura para fazer publicidade, mesmo que seja a um livro, deve ser paga,
melhor, muito bem paga !
Limitei-me a sorrir e a encolher os ombros, embora pensando: Esta “mamífera”
nem a dormir deve esquecer da parte financeira. Deve ser defeito
profissional, ou então, defeito de fabrico ...
Carlos

Nomeação
A Direção do Portal CEN - Cá
Estamos Nós, através de seu Presidente, Carlos Leite Ribeiro, considerando o
brilhante trabalho realizado na organização e condução do I Encontro de
Escritores do Portal CEN, realizado em Fortaleza, de 28 a 30 de maio de
2004, e em reconhecimento ao seu empenho e ao seu mérito como membro atuante
e participativo, NOMEIA
Maria Vilma Matos Peixoto
Vice-Diretora Honorária do Portal CEN -
Cá Estamos Nós.
Com este gesto, a Direção do
Portal CEN busca valorizar a presença e a participação de quem adotou e
praticou com sacrifícios pessoais o lema "actos e factos, não apenas
palavras", pondo em evidência o Portal e o trabalho nele desenvolvido,
fazendo-o brilhar num evento de alto nível que ficará marcado na história.
Marinha Grande (Portugal), 24 de junho
de 2004.
Carlos Leite Ribeiro
Presidente

Por graça, distribuímos por amigos o
(curioso) Dicionário do Ceará
Lembre-se que cearense você encontra em todo lugar. Das duas, uma: ou o
Ceará é muito grande, ou o mundo é muito pequeno. A seguir o seu modo
peculiar de falar (com adaptações e sujeito a contribuições)
A
ABESTADO - Otário.
ABIROBADO - Maluco.
ABRIR - Ligar. "Chico, abre a luz".
ABUFELAR - Agarrar pela gola, agredir.
ACUNHAR - Chegar junto.
AGORA PRONTO! - Interjeição, significando espanto, indignação, revolta
etc...
AH, UMA JAULA! - Quando alguém fala alguma besteira.
AÍ DENTRO - Resposta a qualquer provocação.
ALDEOTA - é seguramente o maior bairro informal do Pais. Os especuladores
imobiliários passaram a chamar de Aldeota todo bairro novo.
ALFININ - Espécie de rapadura.
ALPERCATA - Sandália de couro.
AMANCEBADO - Amigado, aquele que vive maritalmente com outra.
AMARELO QUEIMADO - Cor laranja.
ANDE TONHA! - Expressão popular que indica o ato sexual.
APERREAR - Encher o saco
APETRECHADA - Dotada de beleza física.
ARIADO - Desnorteado
ARRE ÉGUA! - Interjeição que pode significar qualquer coisa a depender do
tom de voz e da ocasião (alegria, irritação...).
ARRUDIAR - Dar a volta.
ARRUMAÇÃO - 1. Teimosia. " Menino! Deixa de arrumação!", 2. Agito.
ÁS DE COPAS - Anus.
AVALIE - Imagine.
AVEXADO - Apressado.
B
BÃE DE CUIA - No jogo de futebol, corresponde a lençol.
BAITINGA - Viado, Boiola.
BAITOLA - Viado. (A palavra tem origem na construção da primeira estrada de
ferro do Ceará. O chefe da obra era um engenheiro inglês, muito afetado, que
repetia "atenção para a baitola" se referindo a bitola (distancia entre os
trilhos).
BAIXA DA ÉGUA - Lugar distante.
BALADEIRA - Estilingue, atiradeira.
BALDEAR - Perturbar.
BAQUEADO - Fraco, adoentado, triste.
BATER A CAÇULETA - Morrer.
BATER FOFO - Não cumprir um compromisso.
BATORÉ - Baixinho.
BEZERRO - Contração voluntária ou involuntária na vagina, semelhante a um
bezerro mamando.
BILA - Bola de gude.
BILOTO - Botão.
BLANCHUR - "Filosofo" muito citado no Ceará.
BÓ - Antigamente falava-se "Vamos em boa hora", depois passou-se a dizer
"Vamos embora", com o tempo virou "Vambora", que transformou-se em "Bora".
BOCA QUENTE - Lugar perigoso.
BOGA - Anus.
BREADO - Melado, sujo.
BRENHA - Lugar longe de difícil acesso.
BRIBA - Pequena lagartixa.
BRUGUELO - Criança pequena.
BULIÇOSO - Pessoa que mexe em tudo.
BULIDA - Mulher que perdeu a virgindade.
BUNEQUEIRO - Quem bota boneco (ver "butar buneco").
BURRINHO - Garrafa de Coca-Cola cheia de cachaça.
BUTAR BUNECO - Aprontar
C
CABEÇA CHATA - É como são conhecidos os cearenses pelos invejosos de todo o
Brasil. Na verdade o cearense tem uma beleza angulosa semelhante a dos
franceses.
CABRA MACHO - Homem valente, de coragem.
CAGADO - Sortudo.
CAJUÍNA - Bebida típica, é o suco de caju filtrado e cozido, de cor amarelo
queimado e sem adição de açúcar.
CAMBITO - Perna fina.
CANELAU - gente pobre, plebe rude.
CÃO CHUPANDO MANGA - Pessoa feia demais.
CAPAR O GATO - Ir embora.
CARNE SECA - Charque, jabá.
CARTEIRA DE CIGARROS - Maço de cigarros.
CASA DO CHICO - Lugar distante, perto da baixa da égua.
CATREVAGE - Gente cafona (isso parece um galicismo).
CAXAPREGO - Lugar distante.
CELULAR - Nome denominado ao recipiente de cachaça de 500ml, devido a
semelhança a um aparelho celular telefônico.
CEROTO - Sujeira preta na pele devido a falta de banho.
CHABOQUE - Tampo. "Chico deu uma topada que tirou o chaboque do dedo"
CHAPA - Radiografia; dentadura.
CHAPÉU DE TOURO - Chifre.
CHEI DOS PAU - Bêbado.
CHULIPA - Tapa na orelha com um dedo no sentido vertical.
CIBAZOL - Coisa sem valor. "Não vale um cibazol".
CIGARRO A RETALHO - Venda de cigarros no varejo, menos do que uma carteira.
COMÍ QUE FIQUEI TRISTE - Comer demais. Encher o bucho. Ficar empanzinado.
Empapuçado.
COMEDIA - Programa divertido. "Hoje nos vamos pras comedias".
COISAR - Verbo multifacetado utilizado sempre que uma palavra mais
apropriada não é encontrada.
CORRALINDA - Coisa linda, pessoa bonita.
CORRER FROUXO - Ter em abundância. "Ali o dinheiro corre frouxo".
COURO DE PICA - Algo que vai e volta. "Esse namoro é que nem couro de pica".
CRUZETA - Cabide para camisas e calcas.
CÚ DE CANA - Cachaceiro.
CUMELÃO - Garanhão.
CURUBAU - Ver Canelau.
CUSTAR - Demorar. "O ônibus está custando muito".
D
DANADA - Pessoa inquieta, que não fica parada.
DAR CABIMENTO - Dar liberdade, intimidade.
DAR O GRAU - Caprichar. "Pode deixar que vou dar o grau no seu carro"
DAR O MAIOR 10 - Gostar muito, Dar o mó valor..
DAR O PREGO - Enguiçar.
DIA BONITO - Dia nublado, pronto para chover.
DIABEISSO! - Que diabo é isso! Expressão de espanto.
DISTRENADO - Sem graça. "Fica todo distrenado quando elogiado".
DOIDIM - Doidinho. Pessoa simpática meio amalucada.
DOIDO PRA MATAR O VERME - Tirar o atraso de algo que se gosta.
DOR DE VIADO - Dor no baço.
E
É O NOVO! - Diz-se quando algo ou alguém é muito velho.
EMPAZINADO - Que comeu além da conta.
EMPATA FODA - Chato que fica atrapalhando o namoro do casal.
EMPIRIQUITAR - Tomar um banho de loja.
EMPRIQUITAR - Cismar, não aceitar.
ENCARNADO - Vermelho.
ENGABELAR - Enganar, iludir.
ENGOMAR - Passar roupa.
ENRABICHADO - Apaixonado.
ENREDAR - delatar.
ERRADO - Desordeiro, arruaceiro.
ESCROTO - Bom de briga; cafajeste.
ESTRIBADO - Cheio da grana.
ESTRIPULIA - Curtição. Putaria.
F
FAZER HORA COM A CARA - Fazer gozação.
FAZER MAU - Desvirginar. "Ele fez mal à moça".
FAZER MERCANTIL - Fazer a Feira.
FAZER SABÃO - Sexo entre lésbicas.
FAZER FIO TERRA - Quando a mulher mete o dedo no fiofó do homem durante o
ato sexual, a pedido dele.
FECHAR - Desligar.
FECHICLER - Zíper.
FEIRINHA - Concentração de barracas vendendo comidas, bebidas, artesanato
etc., geralmente em praças públicas.
FLOZÔ - Ficar de flozô, atoa, sem fazer nada.
FOI MAL - Perdão.
FRESCAR - Fazer uma brincadeira. "Se zanga não, tô só frescando".
FULEIRO - 1. Cafona, 2. Gozador.
FULERAGE - Coisa sem valor (outro possível galicismo...).
FUMANDO NUMA QUENGA - Puto da vida.
Dicinário do Ceará >> G-R
G
GALA - Esperma.
GALALAU - Homem alto.
GALINHA À CABIDELA - Galinha ao molho pardo.
GASGUITA - Mulher com voz esganiçada.
GASTURA - Mal estar.
GATO RÉI - Prostituta.
GENTE BONITA QUE NEM PRESTA - Concentração de pessoas bonitas.
GIGOLETE - Passadeira, diadema, arco.
GOROROBA - Comida pastosa, de má qualidade.
GRELADO - Concentrado.
GUARIBADA - Dar uma caprichada.
I
INGEMBRADO - Torto.
INHACA - Mau cheiro do sovaco.
INVOCADO - Corajoso.
ISPILICUTE - Do inglês "She's pretty cute". Engraçadinha.
ISPRITADO - Enfurecido.
ISTRUIR - Desperdiçar.
J
JANGADA - Barco a vela para pesca em alto mar, feita com seis toras de
madeira leve.
JERIMUM - Abóbora.
JUDIAR - Maltratar, torturar.
JURURÚ - Cabisbaixo, triste.
L
LABIRINTO - Arte em tecido, principalmente toalhas de mesa. Os desenhos são
obtidos com a retirada de fios do tecido.
LERIADO - Conversa fiada.
LETRECA - Cafona.
LISO - A pior ofensa para um cearense. É muito mais que uma pessoa sem
dinheiro. O liso está para o cearense assim como o "looser" está para o
americano.
LORÉU - Carro Velho.
LUNDU - Mal humor. Estar de lundu.
M
MACHO RÉI - cara, amigo, ô meu...
MAGOAR - Ferir um local que já estava machucado.
MAGOTE - Bando, grupo.
MALAMANHADO - Mal vestido, desajeitado.
MALDAR - Interpretar no mau sentido.
MANÉ BOFÃO - Conhecido "restauranteur" de Fortaleza, especialista em pratos
finos tais como: panelada, buchada, sarrabulho, tripa de porco, rabada,
sarapatel e mão de vaca.
MANGAR - Ridicularizar.
MANJUBA - Pênis grande.
MÃO DE VACA - Cozido feito com a canela da vaca, acompanha pirão e arroz
branco.
MARMOTA - Coisa estranha.
MEIOTA - Meia garrafa de cachaça.
MELADO - Bêbado.
MERENDAR - Lanchar.
MEROL - Bebida.
MEUZOVO - Expressão de discórdia, uma ova. "Juca é um político honesto -
honesto é meuzovo!
MININO RÉI AMARELO - Criança chata.
MIOLO DE POTE - Coisa sem importância.
MÔCO - Surdo. Mouco.
MOÇA - Mulher virgem.
MÓI DE CHIFRE - Corno.
MORRER DE ... - Cansar de fazer algo.
MUGUNZÁ - Comida feita de milho branco, leite, açúcar e canela.
MUNDIÇA - Gente pobre, plebe rude.
MURIÇOCA - Pernilongo.
MÚSICA PRA QUEM TEM MÃE NO CURRAL - Música brega.
MÚSICA PRA QUEM TEM MÃE NA ZONA - Música brega.
N
NÃO DÁ UM PREGO NUMA BARRA DE SABÃO - Não faz nada, é um preguiçoso.
NOME FEIO - Palavrão.
NUM FRESQUE NÃO! - Pare com essa brincadeira!
O
OBRAR - Defecar.
ÔI DA GOIABA - Anus.
OVA DE CURIMATÃ - Prato típico. Curimatã é um peixe de água doce.
P
PAÇOCA - Paçoca - Carne seca socada no pilão com farinha de mandioca e
temperos. Come-se acompanhada com rodelas de banana.
PAI D'ÉGUA - Porreta, legal, bacana.
PANELADA - - Prato feito com tripa e bucho de boi.
PÃO D'ÁGUA - Pão de massa grossa. Bengala.
PÃO SOVADO - Pão de massa fina. Pão francês
PAPEIRA - Caxumba.
PAPEL DE ENROLAR PREGO - Pessoa grosseira.
PASSARINHA - Baço de boi.
PASTINHA - Franja.
PASTORAR - Vigiar.
PÉ DE MOLEQUE - Bolo junino feito com rapadura escura e castanhas de caju.
PÉ DE PAU - Arvore.
PÉ DE PLANTA - Arbusto.
PEBA - De má qualidade.
PEDIR PENICO - Desistir.
PEIXADA - Peixe cozido com legumes e ovos.
PEIXE À DELÍCIA - Filé de peixe com banana frita e molho branco, gratinado.
PELEJAR - Tentar exaustivamente.
PENSO - Torto.
PENTEADEIRA DE PUTA - Enfeitado.
PIMBADA - Trepada.
PINAR - Rotar.
PITÉU - Mulher jovem e bonita.
PRESEPEIRO - Espalhafatoso, escandaloso.
PRIQUITO - Vagina.
PROVOCAR - vomitar.
Q
QUARTINHA - Jarro de barro para guardar água.
QUEIMA RAPARIGAL! - Grito de guerra, incentivo p/ as meninas agitarem
QUENGA - Prostituta.
QUENGO - Cabeça.
R
RABIÇACA (dar uma rabiçaca) - Virar o rosto violentamente em sinal de
desprezo.
RACHA - pelada, jogo de futebol.
RACHADA - Forma com que os baitolas se referem as mulheres, com uma boa dose
de despeito.
RAPAZ - Forma de tratamento independente de ser homem, mulher, cachorro ou
criança.
RATA - Gafe.
REBOLAR NO MATO - Jogar fora, atirar.
REBORREIA - Resto, coisa que não presta.
REIMOSO - Que não faz bem, carregado. "Priquito é bom, mas é reimoso".
REMELA - Secreção ocular.
RENDA - Malha de fios trabalhada à mão que serve para compor peças de roupa
ou toalhas de mesa.
RESPEITE! - Expressão usada quando uma coisa é muito boa. "Respeite a festa
de ontem".
A - G << Dicinário do Ceará >> S - Z
S
SABACÚ - Surra.
SAI DO MEI - Sai da frente.
SALSEIRO - Confusão.
SAMANGO - Soldado raso.
SARRABULHO - Sarapatéu, comida feita com sangue coagulado, fígado, rins e
vísceras de porco, carneiro ou boi.
SE ABRIR - Sorrir. Dar risada.
SEM FUTURO - Mau negócio, pessoa despreparada.
SIBITE BALEADO - Pessoa miúda ("sibite" é um pequeno pássaro).
SÓ O BURACO E A CATINGA - Pessoa dismilinguida. "Ele pegou uma gripe tá que
é só o buraco e a catinga.
SÓ O MI - Diz-se de alguma coisa muito boa.
SUSTANÇA - Energia dos alimentos. "Rapadura tem sustança".
T
TEM É ZÉ - É muito difícil. "Tu ganhar de mim na sinuca? Tem É ZÉ
TRISCAR - Tocar.
TÚ - O cearense usa muito o tu em vez de você, e normalmente com a
conjugação incorreta "Eu vou, tu vai?"
TU LA CHUPA PICA! - Você não é de nada!
U
ÚLTIMO TIRO NA MACACA - Diz-se de uma mulher que completou 30 anos e não
casou.
V
VACILAR - Cometer um erro. Enganar-se.
VAI TE LASCAR! - Vai te foder!
VARAPAU - Homem alto.
VENHA CÁ - Vem cá. O cearense usa o verbo no imperativo com naturalidade,
sem grosseria (faça isso, traga aquilo...).
VERMINOSO - Fominha (futebol).
VEXADO - Apressado.
VISAGE - Fantasma, aparição.
VITALINA - Solteirona.
VIXE! - Virgem Maria.
X
XEXEIRO - Caloteiro.
XODÓ - Amor, Paixão, Caso.
Z
ZUADENTO - Barulhento.
ZAMBETA - Cambota.

O Ceará, durante muito tempo não
recebeu atenção da coroa portuguesa no sentido de fazer uma ocupação. Esta,
de fato, foi iniciada por Martim Soares Moreno, capitão português que serviu
de inspiração para um dos personagens centrais do romance "Iracema", de José
de Alencar. O local escolhido para a fundação da cidade foi onde, em 1603,
Simão Nunes, a mando de Pero Coelho, construiu o Forte de São Tiago, na
Barra do Ceará, local onde está edificado o Clube António Bezerra. Existe
uma polémica de muitos anos de que Matias Beck foi o verdadeiro fundador de
Fortaleza. Foi ele quem a fundou no local onde hoje está erguido o prédio da
10ª Região Militar.
No século XVII, duas expedições holandesas estiveram no Ceará, sendo que a
Segunda fundou o forte Shoonenborch, marco inicial de Fortaleza. No século
seguinte, o povoado foi elevado à condição de vila. Quando, no século XVIII,
seu porto começo a exportar algodão para a Inglaterra, Fortaleza passou a
ter expressão económica e, daí em diante, seu desenvolvimento entrou em
ritmo acelerado.
A despeito do flagelo das secas, o século XX transcorre Fortaleza permeado
de grandes conquistas sócio-econômicas. Afinal, não há desafio que resista à
força de seu povo.
A Capitania do Ceará esteve subordinada ao Estado do Maranhão e Grão-Pará, e
depois a Pernambuco, além de ter sido alvo da cobiça colonialista europeia.
Em 1637 chegou ao Ceará a primeira expedição holandesa, que ocupou o
semi-abandonado forte de São Sebastião, onde permaneceu por sete anos
explorando sal e âmbar gris, até que seus integrantes foram dizimados pelos
índios. 0utra expedição holandesa, comandada por Matias Beck, desembarcou em
1649 no Mucuripe e construir então o forte Schoonenborch, na embocadura do
rio Pajeú, para defender-se dos nativos aliados dos portugueses, ali
permanecendo também por sete anos. Assim que os invasores foram expulsos, o
forte foi apropriado pelos portugueses e redenominado de Forte de Nossa
senhora da Assunção.
Entre 1660 e 1698 houve o surgimento de um acanhado povoado, no qual foi
erigida uma capela dedicada a Nossa Senhora da Assunção, além de uma praça
de armas.
A Carta Régia que autorizou a criação da Vila do Ceará ou de são José do
Ribamar em 1699 originou muitas contendas em torno de uma questão
fundamental: onde instalar o Pelourinho, coluna de pedra ou madeira
simbolizando a autonomia municipal. Os desentendimentos entre as autoridades
levaram à decisão de elevar Aquiraz à condição de vila e sede da Capitania
em 1713. Assim, somente graças aos ataques indígenas desferidos em Aquiraz é
que Fortaleza, em 13 de Abril de 1726, finalmente foi denominada de Vila de
Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção.
A "Planta da Villa", elaborada por António da Silva Paulet em 1818, mostra
prédios dispersos nas margens do Pajeú e na "Prainha" (hoje avenida Pessoa
Anta) e caminhos que chegavam do interior. Couberam a Silva Paulet a
proposta de um novo arruamento para a vila, o projecto e a construção da
nova Fortaleza da Assunção.
A condição de vila com uma população relativamente expressiva não foi
suficiente para garantir a sustentação económica de Fortaleza, isolada do
interior, onde se desenvolvia a chamada civilização do couro e do gado.
Dependente de Aracati comercialmente, Fortaleza continuou sem expressão
político-econômica até o início do século XIX, época da emancipação do
Brasil de Portugal e quando passam a ser criadas as províncias do Império
brasileiro, incluindo a do Ceará.

Foto Topo da Página: Estátua de Iracema
Praia de Iracema - Fortaleza - CE
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