Rapsódia do tempo...
Lígia Leivas
Rodopiando vem o tempo...
Põe verdes de esperançosas manhãs
na auréola de minha mente.
Sinto arrepios na alma...
O tempo?... relógio sacrossanto, inexorável.
Vejo-o com ofertas de sonhos
e nele sonho a vida em esplendores
de amores
de desejos
de saudades...
Mas lá ao longe um futuro qualquer
me lembrará reclamante
quanto poderia ter sido eu feliz!...
Volúpias acorrentadas
desenham clamores
nascidos nos verões de ouro.
E este inverno (velho sorrateiro)
ainda me faz dançar luas prateadas...
Não há mais nada, porém...
nem a doce ilusão.
O tempo?... se foi, não voltará.
- E eu?... sou tempo? sou vida?
- Quem sou, afinal?

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