O que me emociona me dói prazerosamente;
É uma dor latente que flui como um frio
E vai percorrendo meu corpo,  afetuosamente,
Como um corpo ausente , preenchendo um vazio.

O que me emociona é tão sensorial;
É som, é luz, é toque, é paladar,  é olfato,
É riso diluído em gota lacrimal;
É drama que ignora o fim do último ato...

E há, nesse contato, um dom sutil de amar
Brotando solitário, inusitadamente,
Que a luz que se projeta solta de outro olhar
Penetra o meu olhar e minha dor nem sente.

O que me emociona é mais que uma canção,
É mais que uma pintura, é mais que fantasia;
É perceber que há vida em cada coração
Que surge da emoção da dor mais arredia.

O que me emociona é te dizer, poesia,
Que quando Deus te cria dentro do meu ser
No fundo Ele refaz , na dor da nostalgia,
A eterna rebeldia que me faz viver.